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DIREITO DE FAMÍLIA DIPr casamento e divórcio (1)

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DIREITO DE FAMÍLIA E DIREITO INTERNACIONAL 
1. Casamento no Direito Internacional 
O casamento também é de interesse do DIPr, é o que ocorre, quando nubentes 
tem nacionalidades diferentes ou domicílios em Estados diversos, quando 
contraem matrimonio em um pais se estabelecem em outro, quando possuem 
bens em Estados diversos ou quando, dentro de uma obrigação alimentar, 
alimentante e alimentado se encontram em países distintos. 
Há dois sistemas de regulação dos conflitos de leis no espaço para casamento: 
 O sintético (unitário): um só critério governa todas as relações de familiar, 
como o domicilio ou a nacionalidade 
 O analítico (plural): princípios diferentes orientam a solução das 
diferentes questões do casamento, adotado pelo Brasil. 
Todavia, a questão é bastante controversa entre doutrina e prática. Vejamos. 
1.1 A celebração do casamento de estrangeiro no Brasil e de brasileiros no 
exterior 
Via de regra, é a lei do Estado de celebração que regula o casamento – lex fori. 
A LINDB dispõe do mesmo entendimento – art.7º §1º. 
A capacidade para casar é regida pela norma do Estado de domicílio do nubente, 
art. 7º da LINDB. 
1.1.1 Casamento consular. Divórcio consular 
O art.7º, §2º da LINDB faculta o casal de mesma nacionalidade casarem perante 
autoridades diplomáticas ou consulares de seu Estado. A regra é específica: casais 
de MESMA NACIONALIDADE. 
O mesmo é permitido para brasileiros residentes no exterior – art.1544 CC e 18 
da LINDB. 
A Resolução 175 do CNJ, permite as autoridades consulares brasileiras celebrar 
casamento de pessoas do mesmo sexo. Contudo, a autoridade brasileira só realiza 
se a lei local permitir (tema polêmico no que tange a imunidade diplomática). 
A autoridade consular é aquela de carreira e não honorários, art.13, XXXI, 
Decreto 24.113/34. 
1.1.2 Do registro no Brasil do casamento celebrado no exterior 
O casamento realizado no exterior é reconhecido no Brasil, independentemente 
de registro, impedindo a realização de outro, podendo configurar bigamia 
(art.235 CP). 
Contudo, se o casamento contrariar a ordem pública e os bons costumes, como o 
matrimônio polígamo (art.17 da LINDB) não é reconhecido. 
Todavia, brasileiros casados no exterior tem o prazo de 180 dias, a contar do 
retorno de um dos nubentes ao Brasil, art.1544 CC. Na falta de domicílio 
conhecido, será o 1º Ofício do Distrito Federal (Lei 6015/73, art.32, §1º). O 
registro visa dar publicidade, produzindo seus efeitos plenos. 
O casamento de estrangeiro é valido, bastando a certidão traduzida e legalizada 
pela autoridade consular brasileira no exterior. Poderá ser registrado no Brasil 
após eventual naturalização do estrangeiro. 
Atenção: a necessidade de registro aplica-se apenas aos casamentos realizados no 
exterior, em que apenas um ou ambos os cônjuges sejam brasileiros, e que sejam 
celebrados perante autoridades estrangeiras ou por autoridades diplomáticas e 
consulares brasileiras, e quando o brasileiro vier fixar residência no Brasil. 
1.1.3 Divórcio consular 
A Lei 12.874 de 2013, permite a autoridade consular celebrar o divórcio 
consensual de brasileiros, desde que não tenha filhos menores/incapazes e tenha 
assistência de advogado. 
1.2 A constância e o fim do casamento no DIPr: normas aplicáveis 
O art.7º, caput, da LIND traz a regulamentação, no tocante a regra Lex Domicilii. 
O §1º do referido artigo é regida pelo princípio do locus regit actum. O CC dispõe 
dos impedimentos art.1521, I a VII e 1523, I a IV, bem como das formalidades 
arts.1525. 
Atenção: nos casos de invalidade do matrimônio em que os nubentes tenham 
domicílio diverso, o fato será regido pela lei do primeiro domicílio conjugal 
(LINDB art.7º, §3º). Além disso, a capacidade para casar é regida pela lei do 
Estado onde a pessoa for domiciliada (art.7º, caput). 
O regime de bens é regido pela lei do domicílio, se diverso será o primeiro, 
todavia, pode ser alterado quando da naturalização do estrangeiro, §5º do art.7º 
da LINDB. Lembrando que só a autoridade brasileira pode conhecer de ações 
relativas a imóveis situados no Brasil (art.12 da LINDB). 
No tocante a ação de divórcio e partilha de bens de brasileiros residentes no 
Brasil, a autoridade judiciária brasileira tem competência para conhecer do 
direito à meação e a existência de bens situados no exterior, fazendo incluir os 
valores na partilha (art.7º, §4º e art. 9º da LINDB) 
1.2.1. Normas aplicáveis ao divórcio. A homologação de divórcio decretado no 
exterior 
Para alguns doutrinadores (Dell’ Olmo) o divórcio é regido pela lex fori, local 
onde foi proposta ação. 
Amorim, complementa no sentido de que o reconhecimento do divórcio dos 
cônjuges é da lei local. 
 
Montenegro Filho afirma que o judiciário nacional é incompetente para julgar 
divorcio de sociedade conjugal firmada no exterior, ainda que firmado domicílio 
no Brasil. 
Em todo caso, o divórcio é regido pela lex fori, excepcionando a regra da lex 
domicilii que orienta as questões de Direito de Família (art.7º LINDB). 
A jurisprudência firmou entendimento que o magistrado estrangeiro é 
incompetente para julgar divorcio de casal, ainda que um dos cônjuges seja de 
sua nacionalidade, se aqui no Brasil o casamento foi realizado e o casal aqui for 
domiciliado. 
O art.7º, §6º da LINDB não exige mais o prazo de um ano de separação, conforme 
redação do art.226 da CF. 
O divórcio decretado no exterior deverá ser homologado pelo STJ como sentença 
estrangeira (contudo, é dispensado como regra – art.961,§5º do NCPC), não 
contrariando o art.17 da LINDB se o cônjuge já tiver casado, uma vez que a 
sentença teve efeito no estrangeiro. 
É dispensado o transito em julgado da decisão de divórcio se o mesmo foi 
consensual(STJ). 
1.2.2. Outro temas relevantes 
A Lei 12.036 de 2009 revogou o parágrafo único do art.15 da LINDB, dependendo 
de homologação as sentenças meramente declaratórias de estado das pessoas. 
A súmula 381 do STJ estabeleceu que “não se homologa sentença de divórcio 
obtida, por procuração, em país de que os cônjuges não eram nacionais”. 
A tutela e curatela regem-se pela lei do domicilio do tutor ou curador, conforme 
art.7º, §7º LINDB.

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