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AULA - PÓS-GRADUAÇÃO FAMETRO AMBIENTE E DOENÇAS DO TRABALHO

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Ambiente e Doenças do Trabalho
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EMENTA: 
Conceituação e importância. Interação do engenheiro de segurança do trabalho e médico do trabalho. Serviços de medicina do trabalho e PCMSO - atribuições e relacionamento com a engenharia de segurança. Riscos biológicos. Relação entre agentes ambientais e doenças do trabalho. Estudo de doenças do trabalho: doenças causadas por agentes físicos, químicos e biológicos. Doenças do trabalho na indústria e no meio rural. Aspectos epidemiológicos das doenças do trabalho. Noções de toxicologia ocupacional. Doenças ocupacionais na construção civil; LER/DORT; Dermatoses, Insalubridades, periculosidade, programa de qualidade.    
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DOENÇAS OCUPACIONAIS
Doenças Profissionais e 
Doenças do Trabalho
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Constituição Federal - Art. 196
Saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante Políticas Sociais e Econômicas que visem a redução de risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação.
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“Saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doença ou enfermidades.” OMS
“A saúde para cada homem, mulher ou criança é ter meios de traçar um caminho pessoal e original, em direção ao bem-estar físico, psíquico e social.” C. Dejour
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Nossos problemas mais sérios de saúde e de doença estão ligados com o estilo de vida e o comportamento.
Estes parâmetros são os principais responsáveis pelo bem-estar individual e pelo nível de qualidade de vida de uma comunidade
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A saúde é determinada por um conjunto de fatores agrupáveis em quatro categorias:
SAÚDE
HUMANA
BIOLOGIA E FISIOLOGIA HUMANA
AMBIENTE, INCLUÍDO O AMBIENTE DE TRABALHO
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO A SAÚDE
ESTILO DE VIDA
(Alimentação, Atividade Física, etc.)
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Promoção da Saúde definida na Carta de Ottawa (1986):
Um processo que visa criar condições que permitam aos indivíduos e aos grupos controlar a sua saúde, a dos grupos onde se inserem e ao mesmo tempo, agir sobre os fatores que a influenciam.
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CONDIÇÕES RELACIONADAS AO TRABALHO QUE PROPICIAM DOENÇAS OCUPACIONAIS
CONDIÇÕES DO AMBIENTE DE TRABALHO:
 
 agentes físicos: ruídos, vibrações, temperaturas anormais, pressões anormais, radiações ionizantes, radiações não-ionizantes, iluminação e umidade.
 agentes químicos: substâncias, compostos ou produtos químicos em suas diversas formas de apresentação: líquida, sólida, plasma, vapor, poeira, névoa, neblina, gasosa e fumo.
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 agentes biológicos: os microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons.
 agentes ergonômicos: esforço físico excessivo, levantamento, transporte e descarga manual de peso, controle rígido de produtividade, ritmo excessivo de trabalho, jornadas de trabalho prolongadas, trabalho em turno e noturno, monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho, mobiliário e equipamentos impróprios, condições ambientais dos postos de trabalho e organização do trabalho.
 agentes mecânicos: são ligados à proteção das máquinas, arranjos físicos, ordem e limpeza do ambiente de trabalho, sinalização, pisos irregulares e outras condições que podem levar a acidentes de trabalho. 
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IMPORTÂNCIA RELATIVA DOS AGENTES CAUSADORES DE DOENÇAS PROFISSIONAIS
Os agentes químicos ocupam o lugar mais importante entre os agentes causadores de doenças profissionais, não só pelo grande números de produtos químicos encontrados na indústria moderna (número que cresce diariamente), mas também pelas consequências, bastante sérias, que muitos desses produtos são capazes de ocasionar a saúde.
Os agentes físicos devido a sua multiplicidade e consequências que podem produzir a saúde, ocupam o segundo lugar de destaque entre os agentes causadores de doenças profissionais
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Os agentes ergonômicos requerem medidas de proteção relativamente mais simples do que aquelas que devem ser adotadas por controle de agentes físicos e químicos; assim os agentes ergonômicos podem ser considerados menos importantes que estes, porém mais importantes que os biológicos.
Os agentes biológicos, apesar dos danos à saúde que tais agentes podem ocasionar, podem ter considerada sua importância reduzida, quando comparada à dos agentes físicos e químicos nos ambientes de trabalho industriais, com ressalvas para os ambientes de trabalho específicos dos estabelecimentos de saúde, onde sua constatação é preponderante, mas não exclusiva.
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ASPECTOS RELACIONADOS ÀS CONDIÇÕES E AOS AMBIENTES DE TRABALHO QUE PROPICIAM O ADOECIMENTO
CONDIÇÕES ORGANIZACIONAIS E PSICOSSOCIAIS
 situações críticas, com sobrecarga de trabalho;
 precariedade de meios para executar as tarefas;
 falta de treinamento para o trabalho;
 falta de reconhecimento profissional, 
 baixos salários, ausência de plano de carreira e/ou incentivos;
 Dificuldade de estabelecer relações interpessoais; 
 carga afetiva individual;
 trabalhos em turnos e noturno;
 relação de trabalho precária (temporário, terceirizados, cooperativados, sem garantias trabalhistas).
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Os agentes mecânicos requerem medidas de atuação mais relacionadas à equipe de Segurança do Trabalho, porém, as condições de trabalho, os modelos produtivos, a proteção de máquinas, são fatores que merecem toda atenção pois podem determinar acidentes de trabalho gravíssimos, por vezes sendo responsáveis até pela morte de trabalhadores.
Nesse sentido, a contribuição do Médico do Trabalho na vistoria periódica dos ambientes de trabalho pode ser de grande valia e deve ser realizada, com risco de poder ser enquadrado no artigo 159 do Código Civil Brasileiro, que diz:
“Art. 159 (CC) - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direitos, ou causar prejuízos a outrem, fica obrigado a reparar o dano.”
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Como identificar, qualificar, quantificar e tomar ações de proteção dos trabalhadores frente aos riscos existentes nos ambientes de trabalho
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HIGIENE DO TRABALHO
“Conjunto de normas e procedimentos voltados para a integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas” 
(Chiavenato, 1999).
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Objetivos da Higiene do Trabalho 
 Manutenção da saúde;
 Eliminação das causas das doenças profissionais;
 Prevenção do agravamento de doenças e lesões;  
 Aumento da produtividade pelo controle do 
 ambiente de trabalho.
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Formas de Atuação da Higiene do Trabalho 
Identificação, Prevenção e Eliminação ou Atenuação dos riscos à saúde, com metas de atuação e responsabilidades;
Controle das áreas Insalubres ou Perigosas (EPC’s e/ou EPI’s);
 Epidemiologia das Formas de Adoecimento (rastreamento e diagnóstico precoce);
Educação e Conscientização;
Promoção da Saúde e Qualidade de Vida;
Documentação das ações efetuadas e revisão periódica com análise crítica.
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ACIDENTE DO TRABALHO
Lei 8213/91 - Ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente, bem como com o segurado especial no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou permanente da capacidade para o trabalho.
O Acidente de Trabalho é uma ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões nos trabalhadores e/ou danos materiais.
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Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por exemplo, um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.
Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido. Por exemplo, a perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma perturbação funcional.
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Consideram-se acidente do trabalho as seguintes entidadesmórbidas:
DOENÇAS PROFISSIONAIS OU ERGOPATIAS
Assim entendidas as doenças produzidas ou desencadeadas pelo exercício de trabalho peculiar a determinada atividade e constante do Anexo II do Decreto 3.048/1999. 
Têm no trabalho a sua causa única. São doenças típicas de algumas atividades. 
(Ex.: exposição sílica = silicose; exposição ao amianto = asbestose).
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DOENÇAS DO TRABALHO OU MESOPATIAS
Assim entendidas as doenças adquiridas ou desencadeadas em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e a se relacionam diretamente. 
Por serem doenças atípicas exigem a comprovação do nexo causal com trabalho.
(Exemplo: ar-condicionado = sinusites, pneumopatias; computadores= tendinopatias).
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Não serão consideradas como doenças do trabalho (*):
a doença degenerativa;
a que não produz incapacidade laborativa;
a doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região em que ela desenvolva, salvo comparação de que resultou de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II resultou de condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho. 
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Tanto as Doenças Profissionais como as Doenças do Trabalho são equiparadas ao Acidente do Trabalho, quando delas decorrer a incapacidade para o trabalho.
Lei n. 8.213/91 - Art. 20 - § 2° - Independentemente de constar na relação do Regulamento Geral da Previdência Social (RGPS), a Previdência Social deverá reconhecer o acidente do trabalho quando restar comprovado que a doença foi desencadeada pelas condições especiais de trabalho (insalubres ou não, de acordo com a classificação das NR’s da Portaria 3.214/78) a que estava submetido o segurado.
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Lei 8.213/91 - Art. 21 - Acidentes do trabalho por ficção legal 
CONCAUSALIDADE
embora não seja a causa única, haja contribuído diretamente para a morte, redução ou perda da capacidade para o trabalho.
CAUSALIDADE INDIRETA
ocorrido no local e horário de trabalho: ato de agressão, ofensa física, ato culposo de colega, desabamento.
ocorrido fora do local e horário do trabalho – mas com realização de serviço sob autoridade da empresa: viagem a serviço, acidente de trajeto.
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Lei 8.213/91 - Art. 22 - Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT 
Deve ser feita pela empresa!
Na falta desta, pelo:- próprio acidentado
 - seus dependentes
 - entidade sindical
 - médico assistente
 - autoridade pública 
 Prazo: até o primeiro dia útil seguinte ao acidente e, imediatamente, em caso de morte.
Forma: formulário próprio de CAT disponível nas agências do INSS ou via internet: www.mpas.gov.br
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CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO
 A Vítima fica incapacitada de forma total ou parcial, temporária ou permanente para o trabalho .
 A Família tem seu padrão de vida afetado pela falta dos ganhos normais, correndo o risco de cair na marginalidade .
 Reflete-se na Empresa a perda de mão-de-obra, de material, de equipamentos, de tempo investido em treinamentos, de horas extras eventualmente necessárias, etc., provocando elevação dos custos operacionais.
 A Sociedade, com o número crescente de inválidos e dependentes da Previdência Social, tem a elevação do Custo Social.
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ACIDENTES DE TRABALHO - IMPLICAÇÕES
Responsabilidade Previdenciária – Lei 8.213/91
Art. 120 - Ação Regressiva proposta pelo INSS contra o empregador. 
Acidente motivado por negligência do empregador 
quanto ao cumprimento das normas de segurança e 
higiene do trabalho relativas à proteção coletiva e 
individual.
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Responsabilidade Previdenciária
Art. 169 - O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida pelo prazo mínimo de 12(doze) meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário. Independentemente da percepção de auxílio-acidente.
Art. 172 - O pagamento pela Previdência Social das prestações por acidente do trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem.
ACIDENTES DE TRABALHO - IMPLICAÇÕES
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Responsabilidade Previdenciária
Decreto 6.042/2007
Criação do FAP.
IN - 31
ACIDENTES DE TRABALHO - IMPLICAÇÕES
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Responsabilidade Previdenciária – Lei 8.213/91
Art. 173 - A empresa é responsável pela adoção do uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde e higiene do trabalhador.
§ 1º - Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.
§ 2° - É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular.
Art. 176 - Nos casos de negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas para a proteção individual e coletiva, a Previdência Social proporá ação regressiva contra os responsáveis.
ACIDENTES DE TRABALHO - IMPLICAÇÕES
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ACIDENTES DE TRABALHO - IMPLICAÇÕES
Responsabilidade Civil
Constituição Federal, Art. 7°
- São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
 Seguro contra acidente de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
Código Civil
Art. 159 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direitos, ou causar prejuízos a outrem, fica obrigado a reparar o dano.
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ACIDENTES DE TRABALHO - IMPLICAÇÕES
Responsabilidade Civil
Código Civil
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
 Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um 
 direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os 
 limites impostos pelo seu fim econômico ou social, 
 pela boa-fé ou pelos bons costumes.
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Perícias Judiciais Trabalhistas
A Ação Judicial Trabalhista é o meio de que se vale um cidadão para pleitear seus direitos quando a matéria envolve Acidentes de Trabalho, Doenças Ocupacionais (Profissionais ou do Trabalho) e as Condições de Trabalho, decorrente dos quais tenha restado Morte, Incapacidade (total, parcial, temporária, definitiva), Redução da Capacidade ou Sequelas de quaisquer naturezas.
Dano: Qualificação e Quantificação (Repercussões sobre a Capacidade Física, Funcional, Laborativa e Dano Estético).
Nexo Causal: Existência do Risco/Exposição; local da ofensa relacionado com local da lesão; temporalidade; lógica anatomoclínica; não exista causa estranha motivadora do dano).
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PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS PARA O RECONHECIMENTO TÉCNICO DO NEXO CAUSAL ENTRE A DOENÇA E O TRABALHO” (Art. 337 Decreto 3048/99)
De acordo com a Resolução 1488/98 do Conselho Federal de Medicina, aplicável a todos os médicos em exercício profissional no país, “para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de saúde e as atividades do trabalhador, além do exame clínico (físico e mental) e os exames complementares, quando necessários, deve o médico considerar:
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 A história clínica e ocupacional, decisiva em qualquer diagnóstico e/ou investigação de nexo causal;
 O estudo do local de trabalho;
 O estudo da organização do trabalho;
 Os dados epidemiológicos;
 A literatura atualizada;
 A ocorrência de quadro clínico ou subclínico em trabalhador exposto a condições agressivas;
 A identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos, estressantes, e outros;
 O depoimento e a experiência dos trabalhadores;
 Os conhecimentos e as práticas de outras disciplinas e de seus profissionais, sejam ou não da área de saúde.” (Artigo 2º da Resolução CFM 1488/98).
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Além disso, recomenda-seincluir no raciocínio médico, a resposta a algumas questões importantes, a saber:
1) Natureza da exposição: o “agente patogênico” é claramente identificável pela história ocupacional e/ou pelas informações colhidas no local de trabalho e/ou de fontes idôneas familiarizadas com o ambiente ou local de trabalho do Segurado?
2) Especificidade da relação causal: o agente patogênico ou o fator de risco podem estar pesando de forma importante entre os fatores causais da doença?
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	Schilling Categoria	Exemplos
		
	I – Trabalho como Causa Necessária
(Nexo Causal é Direto e Imediato)	- Intoxicação por Chumbo;
- Silicose;
- “Doenças Profissionais” 
 legalmente reconhecidas.
	II – Trabalho como Fator 
 Contributivo, mas não necessário
(Nexo Causal Estabelecido Epidemiologicamente)
	- Doença Coronariana;
- Doenças do Aparelho Locomotor;
- Câncer;
- Varizes dos Membros Inferiores.
	III – Trabalho como Provocador 
 de um Distúrbio Latente ou Agravador de Doença já estabelecida.
(Concausalidade)
	- Bronquite Crônica;
- Dermatite de Contato Alérgica;
- Asma; 
- Doenças Mentais.
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3) Tipo de relação causal com o trabalho: o trabalho é causa necessária (Schilling Tipo I)? Fator de risco contributivo de doença de etiologia multicausal (Schilling Tipo II)? Fator desencadeante ou agravante de doença pré-existente (Schilling Tipo III)?
4) Grau ou intensidade da exposição: é ele compatível com a produção da doença?
5) Tempo de exposição: é suficiente para produzir a doença?
6) Tempo de latência: é suficiente para que a doença surja e se desenvolva?
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7) Pré-Existência: Há o registro do “estado anterior” do trabalhador segurado? O conhecimento do “estado anterior” favorece o estabelecimento do nexo causal entre o “estado atual” e o trabalho?
8) Epidemiologia: Existem evidências epidemiológicas que reforçam a hipótese de relação causal entre a doença e o trabalho presente ou pregresso do segurado?
A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento técnico da relação causal entre a doença e o trabalho.
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Epidemiologia
Conjunto de conceitos, métodos e formas de ação que se aplicam ao conhecimento e transformação do processo saúde-doença na dimensão coletiva ou social.
Distribuição das doenças nas coletividades humanas e dos fatores causais responsáveis por essa distribuição.
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Multifatorialidade
Nenhuma das condições para a eclosão de uma doença é suficiente para desencadeá-la.
A probabilidade da sua ocorrência é dependente da associação estabelecida entre os fatores contribuintes.
A associação destes fatores é sinérgica, afetando as funções vitais do ser vivo, provocando a doença.
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História natural da doença
Inter-relações do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento.
desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro lugar.
 passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte.
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Período pré-patogênico
Inter-relação entre agente, suscetível e ambiente que produzem estímulo à doença.
Fatores sociais
Sócio econômicos: recursos financeiros
Sócio políticos: cidadania
Sócio culturais: conhecimento
Fatores psicossociais
Fatores ambientais
Agressores ambientais
Fatores genéticos
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Período patogênico
Interação do estímulo com o suscetível provocando alterações:
- Bioquímicas, histológicas e fisiológicas.
- Sinais e sintomas (doença).
- Cura, invalidez ou morte.
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Níveis de prevenção
Prevenção primária (pré patogênico)
Promoção da saúde
Proteção específica
Prevenção secundária (doença)
Diagnóstico precoce 
Tratamento imediato
Limitação da incapacidade
Prevenção terciária (sequelas)
Reabilitação 
Reintegração social
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Indicadores
São relações numéricas que visam estabelecer medidas de determinação de ocorrências ou de uma situação.
São parâmetros representativos de um processo que permitem quantificá-lo.
Representação quantificável da qualidade de um produto ou serviço.
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Indicadores de Saúde (OMS)
- Prover dados necessários ao planejamento e avaliação dos serviços de saúde.
- Identificar os fatores determinantes das doenças e permitir sua prevenção.
- Avaliar os métodos utilizados no controle das doenças.
- Descrever as histórias das doenças e classificá-las.
- Colocar à disposição do homem conhecimento e tecnologia, que possam promover a saúde individual através de medidas de alcance coletivo
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Interdisciplinaridade
Médico do Trabalho
Engenheiro de Segurança do Trabalho
Enfermagem do Trabalho
Técnico de Segurança do Trabalho
Psicólogo do Trabalho
Odontologia do Trabalho
Administração / Recursos Humanos
Fonoaudiologia
TRABALHADOR(A)
Outros 
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Interação entre Medicina do Trabalho e Engenharia de Segurança do Trabalho
PPRA / 
Laudo Ambiental
Levantamento 
dos Riscos e das 
Condições 
de Trabalho
Critérios e 
Procedimentos 
para os Controles 
Biológicos / PCMSO
Avaliar 
Resultados
Manter Condutas ou 
Reavaliar Procedimentos 
Médicos
Fornecer Subsídios 
para Atualização 
 dos Documentos
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Geração de Despesas; 
Mal Necessário pois a Legislação obriga; 
Medo de Exposição da Empresa;
Despreparo Técnico e Insegurança do Profissional de SST;
Alegação de Corporativismo;
f) Mercantilização dos Serviços pelos Profissionais de SST;
g) Não estabelecem programas eficientes, não apresentam relatórios e não agregam valor. 
Visão Atual do Segmento (já em fase de mudança)
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Financeiras, por parte da Empresa;
b) Falta de apoio dos Sindicatos dos Trabalhadores;
c) Desconhecimento das características da Empresa (Política, Convenção Coletiva de Trabalho, Metas, etc.);
d) Despreparo Técnico-Científico;
e) Dificuldade de interação com os diversos atores sociais (Trabalhadores, Sindicatos, representantes da Empresa, CIPA’s, CEREST/CRST, Agentes Fiscalizadores, etc.);
f) Dificuldade de Relacionamento com os outros Profissionais de SST;
g) Risco de DEMISSÃO.
Barreiras ao Exercício das Atividades dos Profissionais de SST
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Superação dos Desafios
Ética Profissional;
Visão Integral do Processo Produtivo;
Inter-relacionamento com os diversos atores sociais (empregadores, trabalhadores, sindicatos,etc.);
Evolução Profissional
 - Habilitação (formação básica)  
 - Qualificação (especialização)  
 - Capacitação (aperfeiçoamento contínuo);
e) Trabalho em Equipe;
f) Atividades Associativas nos diversos níveis. 
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TENDÊNCIAS ATUAIS DA GESTÃO DA 
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO: 
Mudanças de paradigma:
As ações de segurança e saúde são centradas na Lei e na figura do trabalhador.
As ações de segurança e saúde do trabalhador são centradas no negócio e tratadas como valor agregado ao mesmo. 
SST é responsabilidade do SESMT e da CIPA.
A responsabilidade pelas ações de SST é do corpo gerencial.
As atividades de SST são estanques, secundárias e dissociadas das atividades do negócio. 
As atividades de Segurança e Saúde são integradas aos processos produtivos e conduzidas por quem responde por eles. 
ENFOQUE TRADICIONAL
TENDÊNCIA ATUAL
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As ações de segurança e saúde são promovidas por especialistas.
As ações de SST são promovidas pelos gerentes. Especialistas assessoram. 
As ações de segurança e saúde baseiam-se no controle de riscos.
As ações de segurança e saúde baseiam-se na organização do trabalho e no controle de processos. 
Não há controle das ações de SST, especialmente no tocante a custos.
Existe um controle rigoroso por meio de matrizes específicas de custos.
Não há avaliação formal de desempenho do setor de SST e nem de seus condutores
São estabelecidos critérios rígidos para avaliação de desempenho da empresa em SST, feitos por áreas e gerências específicas. 
ENFOQUE TRADICIONAL
TENDÊNCIA ATUAL
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Reformulando os conceitos
sobreSST
Saúde e Segurança do Trabalho como Processo de Gestão (contínuo, com reavaliação e aprimoramento);
b) Saúde do Trabalhador deve ser abordada de maneira integral (holística), com percepção das diversas interfaces do trabalhador em sua vida e as relações com o trabalho;
c) Saúde e Segurança do Trabalho fazem parte do Negócio da Empresa, responsável inclusive por parâmetros de Qualidade, Responsabilidade Social, Valor Agregado ao Produto Final, Redução de Passivo Trabalhista, entre outros);
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d) Garantias contra Demissão sem motivo justo 
 (Grupo quadripartite: Representantes dos Trabalhadores, da Empresa, dos Conselhos Profissionais, do Governo???)
e) Conscientização sobre a necessidade de participação e comprometimento com as políticas públicas, da parte dos Profissionais de SST;
f) O Interesse Coletivo é mais importante que o Interesse Individual.
Reformulando os conceitos
sobre SST
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