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VALIDAÇÃO NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA 5 DEFINIÇÃO Um processo através do qual análises complementares, subsidiadas estatisticamente, são utilizadas para garantir que o método em questão atenda às exigências desejadas (ANVISA – RDC 166/2017) Ato documentado que atesta que qualquer procedimento, processo, equipamento, material, atividade ou sistema leva aos resultados esperados (BPF, 2010). Validar é um ATO... .... de tornar válido, .... de legitimar, .... dar firmeza legal. VALIDAR, v.tr. – Conjugar 1. Tornar ou declarar válido. Legitimar. 2. Dar validade a. 3. Atribuir valor a si próprio. Enaltecer-se, Valorizar-se.. Dicionário da Língua Portuguesa OBJETIVOS E BENEFÍCIOS Redução de perdas; Conhecimento profundo do processo; Aderência às normas de qualidade, para efeito de registro de produtos e inspeções; Redução do nível de falhas; Manutenção dos padrões de qualidade e base para melhoria contínua. Atender às exigências legais e éticas; Melhor entendimento do processo; Melhor conhecimento das possíveis falhas; Prevenção em vez de correção; Agregar valor ao produto; Resultados ou produtos consistentes. POR QUE VALIDAR? O QUE PODE SER VALIDADO? Metodologias Analíticas; Processos; Limpeza de equipamentos; Validação X Qualificação Suas características estiverem de acordo com os pré-requisitos estabelecidos 19 Qualificação É parte da validação Verificar funcionalidade do equipamento Validação Atingir o resultado desejado Verificar procedimento MÉTODO NORMATIZADO QUAIS MÉTODOS VALIDAR? Métodos não normalizados; • Métodos criados/desenvolvidos pelo próprio laboratório; • Métodos normalizados usados fora dos escopos para os quais foram concebidos; • Ampliações e modificações de métodos normalizados DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO Desenvolvimento x validação 1ª ETAPA = DESENVOLVIMENTO 2ª ETAPA = VALIDAÇÃO PARÂMETROS AVALIADOS Sensibilidade Limite de detecção Limite de quantificação Precisão (repetitividade, precisão intermediária e reprodutibilidade) Linearidade Seletividade Robustez Exatidão TIPOS DE MÉTODOS Procedimento analítico Identificação Teste de Quantitativo Impureza Ensaio-limite Propriedades Físicas Exatidão Não Sim Não Sim Precisão Não Sim Sim Sim Especificidade / Seletividade Sim Sim Sim Sim Recuperação Não Sim não Sim LD Não Não Sim Não LQ Não Sim Não Não Linearidade / Faixa Não Sim Não Sim Robustez Sim Sim Sim Sim Caso prático Ferraz LRM, Santos FLA, Ferreira PA, Maia-Junior RTL, Rosa TA, Costa SPM, Melo CM, Rolim LA and Rolim-Neto PJ: Quality by Design in the Development and Validation of Analytical Method by Ultraviolet-Visible Spectrophotometry for Quantification of Hydroxychloroquine Sulfate. Int J Pharm Sci Res 2014; 5(11): 4666-76.doi: 10.13040/IJPSR.0975-8232.5 (11).4666-76. IMPORTANTE! SELETIVIDADE E / OU ESPECIFICIDADE DEFINIÇÕES Define-se o termo específico para métodos que produzem uma resposta somente para um analito, enquanto o termo seletivo refere-se a métodos que fornecem respostas para um número de compostos que podem ou não ser distinguidos um do outro (ex. doseamentos de carboidratos, lipídeos, fosfolípides, proteínas, etc.). DIFERENÇA ESPECÍFICO UM ÚNICO COMPOSTO SELETIVO COMPOSTOS SEMELHANTES SENDO DIFERENCIADOS Especificidade e Seletividade É a capacidade que o método possui de medir exatamente um composto em presença de outros componentes tais como impurezas, produtos de degradação e componentes da matriz. SELETIVIDADE SELETIVIDADE Os interferentes podem aumentar ou reduzir o sinal, e a magnitude do efeito também pode depender da concentração PROCEDIMENTO Em 3 concentrações realizar análises com e sem a matriz ou na presença e ausência de um importante contaminante. INTERVALO É a faixa entre os limites de quantificação superior e inferior de um método analítico. Normalmente é derivado do estudo de linearidade e depende da aplicação pretendida do método. APLICAÇÃO FAIXA LINEAR Doseamento (Teor) De 80 a 120% da concentração teórica do teste. Determinação de Impurezas Do nível de impureza esperado até 120 % do limite máximo especificado. Quando apresentarem importância toxicológica ou efeitos farmacológicos inesperados, os limites de quantificação e detecção devem ser adequados às quantidades de impurezas a serem controladas. Uniformidade de conteúdo De 70 a 130% da concentração teórica do teste. Dissolução De ± 20% sobre o valor especificado para o intervalo. Caso a especificação para a dissolução envolva mais que um tempo, o alcance do método deve incluir –20% sobre o menor valor e +20% sobre o maior valor. Faixa de Trabalho Art. 31 - A faixa de trabalho deve ser estabelecida a partir dos estudos de linearidade, juntamente com os resultados de precisão e exatidão, sendo dependente da aplicação pretendida. 33 LINEARIDADE É a habilidade das respostas analíticas serem diretamente proporcionais às concentrações das substâncias em estudo. Deve ser verificada em triplicata, obtendo três curvas autênticas da(s) solução (ões) padrão com 5 ou mais concentrações diferentes, dispostas em um intervalo estabelecido pela faixa de trabalho. EXPERIMENTAL LINEARIDADE O coeficiente de correlação linear é calculado pelo método dos mínimos quadrados § 2º Nos testes estatísticos, deve ser utilizado um nível de significância de 5% (cinco por cento). § 3º O coeficiente de correlação deve estar acima de 0,990. § 4º O coeficiente angular deve ser significativamente diferente de zero LIMITE DE DETECÇÃO (LD) “Limite de detecção é a menor quantidade do analito presente em uma amostra que pode ser detectado, porém não necessariamente quantificado.” LIMITE DE QUANTIFICAÇÃO (LQ) “O limite de quantificação é o menor valor do analito de uma amostra que pode ser determinado com precisão e exatidão aceitáveis sob as condições experimentais estabelecidas.” LQ X LD LIMITE DE QUANTIFICAÇÃO(LQ) Os limites de quantificação é calculado pela razão entre o desvio padrão dos coeficientes lineares (b) das três curvas do ensaio de linearidade pela média dos coeficientes angulares (a) das respectivas curvas multiplicadas por 10. PRECISÃO Repetitividade (precisão intra-corrida); Precisão intermediária (precisão inter-corrida); Reprodutibilidade (precisão inter-laboratorial). PRECISÃO EXATIDÃO “É a concordância dos valores experimentais com o valor verdadeiro.” Ex.: Precisão x Exatidão Exatidão ROBUSTEZ A robustez mede a capacidade do método analítico em resistir a pequenas e deliberadas variações dos parâmetros analíticos definidos indicando a confiabilidade do método durante o seu uso normal. As variáveis analisadas foram: Composição do sistema de solventes; Fabricante do solvente. ROBUSTEZ Parâmetros da ROBUSTEZ O QUE PODE SER VALIDADO? Metodologias Analíticas; Processos; Limpeza de equipamentos. VALIDAÇÃO DE PROCESSOS FARMACÊUTICOS PROCESSO: é uma série de atividades que combinam competência e tecnologias para agregar valor a um produto transformando recursos em resultados previamente estabelecidos ou especificados. O que garante um status Validado? Estágios da Validação Especificar / Delinear Qualificação de Instalação (IQ) Qualificação Operacional (OQ) Qualificação de Desempenho (PQ) Monitorar Um processo é considerado validado, se todos estes passos forem satisfatórios A Validação não deve ser tratada como uma operação única e isolada. Quality by design – criar um espaço adequado para produção de maneira a tender os atributos criticos de qualidade e estabelecer diretrizes para controlar o processo Em segundo momento a Qualificação – confirmação da capacidade desse em se reproduzir Monitorar – garantia continua d q o processo permanece em controle atraves da coleta de dados e procediemntos estatisticos 53 O QUE VALIDAR? VALIDAÇÃO DE PROCESSO Processos novos ou que envolvam equipamentosnovos Processos que foram alterados Processos que apresentam como resultados produtos de qualidade duvidosa Injetáveis de grande volume Injetáveis de pequeno volume Oftálmicos e produtos biológicos Sólidos estéreis Sólidos orais com ativos potentes e em pequena dose Outros sólidos (em função das etapas) Líquidos orais e preparações tópicas Outros 54 Documentação BPF 17/2010 A documentação associada à validação deve incluir: I Procedimentos Operacionais Padrão (POP); II especificações; III Plano Mestre de Validação (PMV); IV protocolos e relatórios de qualificação; e V protocolos e relatórios de validação. Independentemente do tipo de validação adotada, deve-se elaborar alguns documentos para dar início ao processo de validação. Protocolo de validação : É um documento que descreve as atividades a serem realizadas no processo de validação, incluindo-se os critérios de aceitação ou limites de aceitação das especificações, para a provação de um processo de produção ou parte dele. 55 VALIDAÇÃO DE PROCESSO DOCUMENTOS PARA VALIDAÇÃO Plano Mestre de Validação Inclui os critérios de aceitação para a aprovação de um processo de produção ou parte do mesmo. Neste estão definidos os objetivos, procedimentos, prazos e responsabilidades. Validação de processo A validação de processos visa: Atender à exigência regulatória; Conformidade às especificações; e Processo seguro e confiável. TIPOS PROCESSO: é uma série de atividades que combinam competência e tecnologias para agregar valor a um produto transformando recursos em resultados previamente estabelecidos ou especificados. Prospectiva Concorrente Retrospectiva Validação prospectiva É o ato documentado com base na execução de um plano de testes previamente definidos, que demonstra se um novo sistema, processo equipamento ou instrumento ainda não operante, satisfaz as especificações funcionais e expectativas de desempenho. Essa validação é realizada ainda durante o estágio de desenvolvimento do produto e viabiliza a identificação de pontos críticos antes da efetivação do processo de fabricação. “RDC 17/2010 - Validação prospectiva: validação realizada durante o estágio de desenvolvimento do produto, com base em uma análise de risco do processo produtivo, o qual é detalhado em passos individuais; estes por sua vez, são avaliados com base em experiências para determinar se podem ocasionar situações críticas.” *É considerado o Processo de Validação ideal, pois é realizado antes do início da linha de produção e da entrega do produto final para venda. *Geralmente realizada em lote piloto. (as farmacêuticas) * Equipamentos e Instalações qualificadas. 58 Validação concorrente Também conhecida por Validação Simultânea; É um ato documentado com base na execução de um plano de testes previamente definidos, que demonstra se um sistema, processo, equipamento ou instrumento em operação satisfaz as especificações funcionais e expectativas de desempenho; É realizado durante a produção de rotina, e os primeiros lotes devem ser monitorados da forma mais abrangente possível, avaliando-se os resultados do controle de processo e produto acabado; “RDC 17/2010 - Validação concorrente: validação realizada durante a rotina de produção de produtos destinados à venda.” 59 Revalidação É um ato documentado que assegura as mudanças, intencionais ou não, no processo de produção, equipamentos e no ambiente. Portanto, é feita periodicamente ou em virtude de mudanças no processo. RDC 17/2010 - Revalidação: repetição parcial ou total das validações de processo, de limpeza ou de método analítico para assegurar que esses continuam cumprindo com os requisitos estabelecidos; IMPORTANTE: Para garantir que mudanças não intencionais no processo produtivo ou no ambiente em que ele ocorre não tenham afetado as características do produto! Ainda há a requalificação, ou seja, um processo deve ser revalidado após a expiração do prazo de validade do estudo, ou mesmo após alguma mudança no procedimento, processo, formulação ou equipamento que cause impacto direto no estudo em questão. AS FARMACÊUTICAS Para garantir que mudanças não intencionais no processo produtivo ou no ambiente em que ele ocorre não tenham afetado as características do produto, é necessário que sejam conduzidas revalidações periódicas. No caso das mudanças serem intencionais e conhecidas, estas devem ser gerenciadas pelo controle de mudanças e avaliada a necessidade de revalidação. TEREZINHA 60 Etapas Crítico (S/N) Fator Influente Influência sobre Granulação S Quantidade de água Tempo de molhagem Homogeneidade do conteúdo Granulometria Fluidez Densidades Secagem S Temperatura do produto Umidade residual Tamização S Tamanho da malha Granulometria Fluidez Densidades Mistura Final S Tempo de mistura Tipo de misturador Quantidade de estearato Fluidez Densidade Homogeneidade PONTOS CRÍTICOS VALIDAÇÃO DE PROCESSO O QUE PODE SER VALIDADO? Metodologias Analíticas; Processos; Limpeza de equipamentos. VALIDAÇÃO DE LIMPEZA Garantir que possíveis contaminantes não cheguem ao produto final. Ex.: os agentes estranhos, a contaminação cruzada e a contaminação microbiológica. VALIDAÇÃO DE LIMPEZA OBJETIVO VALIDAÇÃO DE LIMPEZA Tipos de Limpeza Manuais; Semi-automáticas; Automáticas. Agentes de Limpeza Água / Vapor; Detergentes / Desinfetantes; Solventes. VALIDAÇÃO DE LIMPEZA VALIDAÇÃO DE LIMPEZA Limpeza Manual = Limpeza direta do equipamento por um operador treinado, utilizando ferramentas manuais e agentes de limpeza. Embora alguns parâmetros do processo possam ser monitorados, o controle e a regulação destes parâmetros estão sob responsabilidade do operador. O controle da limpeza se dá, principalmente, pelo treinamento do operador (Agalloco et al, 1998). VALIDAÇÃO DE LIMPEZA TIPOS DE LIMPEZA TIPOS DE LIMPEZA Limpeza semi-automática = Pode consistir simplesmente na remoção manual de partes menores, para limpeza manual, antes de limpeza automática em um tanque ou, o operador pode apenas, utilizar um dispositivo de alta pressão para limpar uma superfície. Limpeza Manual requer um aparato mais sofisticado para auxílio do operador na execução do procedimento de limpeza (Lombardo et al, 1995). TIPOS DE LIMPEZA Limpeza automática não envolve a intervenção de pessoas diretamente no processo de limpeza. Este tipo de sistema promove limpeza reprodutível devido à automação do processo. Princípio ativo; Excipientes; Detergentes utilizados; Contaminação microbiana; Contaminação de endotoxinas (Parenterais) Umidade (resíduos de água) Impurezas (lubrificantes) Outros (Fibras, resíduos de material, etc.). VALIDAÇÃO DE LIMPEZA CONTAMINANTES Elementos da validação de limpeza Um protocolo, revisto e aprovado por pessoas devidamente formadas VALIDAÇÃO DE LIMPEZA E PROCESSO Um procedimento de limpeza específico; Um procedimento que determine o nível de limpeza desejado; Um método de ensaio Um limite residual Programa de validação de limpeza Protocolo de validação Relatório de validação VALIDAÇÃO DE LIMPEZA E PROCESSO Determinar procedimento de limpeza POP Critérios de aceitação Determinar método de amostragem Esfregaço Avaliar as superfícies do equipamento Os pontos difíceis Determinar o volume Método de limpeza Critérios de aceitação VALIDAÇÃO DE LIMPEZA E PROCESSO Desta forma, o ponto de partida para qualquer determinação de limite de aceitação é a quantidade de resíduo resultante do processo de limpeza que poderá estar presente no próximo produto a ser fabricado no mesmo equipamento, sem causar riscos acima do considerado aceitável. 72 Resíduos presente sem causar riscos Cálculos Valor máx permitido (Dose diária e toxicológicos) Adotar LD não é adequado Técnicas de amostragem Os dois métodos de amostragem geralmente empregados são o esfregaço (swab) e/ou rinsagem VALIDAÇÃO DE LIMPEZA E PROCESSO Swab Essa técnica permite a amostragem de resíduos insolúveis devido à açãofísica associada. Método analítico Extrapola para todo equipamento Um plano de amostragem para o estudo de validação deve, antes de tudo, ser baseado em justificativa técnico-científica para a escolha dos critérios de aceitação e as limitações do método de amostragem relativas à superfície a ser amostrada. Como esse método emprega tanto forças físicas quanto químicas, é necessário desenvolver técnicas de amostragem. 73 2. Rinsagem Cobre toda a superfície do equipamento (incluindo partes inacessíveis ao swab). Escolha do solvente apropriado A determinação do volume do solvente de rinsagem O resíduo é determinado por método analítico apropriado Técnicas de amostragem Métodos analíticos Métodos validados e documentados Os requerimentos básicos : 1. Capacidade de detectar a substância ou objeto de análise em níveis consistentes com o critério de aceitação. 2. Capacidade de detectar a substância na presença de outros materiais que possam estar presentes na amostra 3. O método analítico deve incluir cálculos para converter a quantidade de resíduo detectada na amostra para 100%. 4. Deve-se considerar a estabilidade das amostras caso o intervalo de tempo entre a amostragem e a execução da sua análise afetar a integridade da amostra. VALIDAÇÃO DE LIMPEZA VALIDAÇÃO DE LIMPEZA E PROCESSO Para que os resultados sejam confiáveis, os métodos analíticos utilizados nos ensaios devem ser validados e documentados. 76 Métodos analíticos Espectrofotometria CLAE Sólidos totais, pH, condutividade) Métodos Bioquímicos: Radioimunoensaio, ELISA. REFERENCIAL TEÓRICO INMETRO, Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial. DOQ-CGCRE-008: Orientação Sobre Validação de Métodos Químicos, 2007. SKOOG, WEST, HOLLER E CROUCH, Fundamentos de Química Analítica, 8ª edição, 2010. Brasil, 2017. RE n°166: Guia para Validação de Métodos Analíticos; Brasil, 2010. RDC n°17: Guia de Boas Praticas de Fabricação de Medicamentos. O O L a p a c h o l O O O H 3 C C H 3 b - L a p a c h o n a O O O C H 3 C H 3 a - L a p a c h o n a