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INTRODUÇÃO Doença autoimune → manifestação cutânea em forma de bolhas. Podem ter localização: epidérmica (mais efêmeras) ou subepidérmicas (mais duradouras). Obs: mais superficial >> mais rápida a resolução. PÊNFIGOS Doenças com comprometimento cutâneo e/ou mucoso. Presença de bolhas intraepidérmicas. Acantólise → perda de adesão entre as células epiteliais (queratinócitos) – principal fator predisponente para pênfigos. Haverá um mecanismo autoimune envolvido: auto-AC da classe igG. Os queratinócitos são ligados pelos desmossomos, logo anticorpos dirigidos a esta proteína de ligação gera um descolamento com consequente formação de bolhas. Etiologia desconhecida Fatores genéticos estão envolvidos. Formas clínicas → pênfigo foliácio (endêmico e não endêmico), vulgar, paraneoplásico, desencadeado por drogas. TIPOS FOLIÁCIO VULGAR Considerações Exclusivamente cutânea, envolvimento com IgG anti desmogleina. Forma não endêmica>> ocorrência universal, acomete mais a 4° e 5° década de vida. Forma endêmica (fogo selvagem) >> ocorrência familiar, mais comum no centro-oeste e sudeste, relação com mosquitos simulídeos Forma mais severa de pênfigo, acometimento cutâneo – mucoso. Inicia com lesões exulceradas (+ duradouras) na mucosa oral em mais de 50% dos casos. Acomete qualquer idade – pico na 4° e 6° década de vida. Mais frequente entre os judeus Relacionada c/ passagem de anticorpos pela placenta. Relação com antidesmogleina 1 e 3. Manifestações clínicas Bolhas superficiais que rompem e forma erosão → erosões confluem → formam área eritematosa com crostas e escamas - muitas vezes só consegue ver as erosões. Dissemina sentido craniocaudal Odor característico “ninho de rato” Sensação de ardor e queimação (fogo selvagem). Sensibilidade aumentada ao frio e piora com exposição solar. Sinal de NIKOLSKIY positivo → objeto rombo pressiona perilesionalmente → descolamento de parte ou de toda a epiderme – presença dela indica atividade da doença. Lesões vesico-bolhosas flácidas, de conteúdo turvo, límpido ou hemorrágico, que coalescem e se rompem, deixando áreas exulceradas mais profundas que o foliácio, sem tendência a cicatrização. Nikolsky presente. Doença grave, crônica, com períodos de exacerbação e remissão. Acomete estado geral mais intensamente (desnutrição, desidratação e sepse). DOR, PRURIDO E ODOR (ninho de rato) A gestação pode precipitar o pênfigo vulgar. As confluências dão aspecto de pele de leopardo, que é quando as lesões pigmentadas tem aspecto verrucoso.. As crostas são bolhas rompidas. Diagnótico Só no fato de ter bolhas, já pensar nesse grupo, porém deve haver exame complementar. HE (bolha integra) → bolha sub-córnea/ clivagem alta. Citologia: células acantolíticas. IF direta perilesional (pele integra): IgG e C3 nos espaços intercelulares com 100% de atividade. IF indireta: sensibilidade menor, AC contra desmogleina 1 – acometimento cutâneo. só HP diferencia os pênfigos. Histopatologia→ bolhas acantolíticas intra-epidérmicas baixas, acima da membrana basal. Citologia→ células acantolíticas. Imunofluorescência direta IgG e c3 nos espaços intercelulares. Imunofluorescência indireta IgG circulante 80-90% dos casos. Imunobloting → 70-100% de acurácia, detecta desmogleina 3 (mucoso) e desmogleina 1 e 3 (mucocutâneo). bolha abaixo da epiderme. Tratamento Prednisona 1mg/kg (dose máx de 100-120mg/kg) em regime de crise → manutenção → desmame. Triancinolona caso não responda à prednisna. Cuidados gerais→ banho com permanganato de potássio (1: 30000), dieta hiperprotéica + reposição de K+, corticóide tópico, imunossupressores (azatioprina e ciclosporina), plasmaférese (reduz anticorpos circulantes). Tetraciclina 2g/dia + Nicotinamida 1,5g/dia. Obs: corticoide reduz mortalidade com tratamento a longo prazo. Fazer vigilância de infeções nas erosões, tratar esstrongiloidiase. Dose elevada de corticoide – 2mg/kg/dia; Alguns médicos usam a dapsona 100mg/dia pós controle com corticoide; Azatioprina e ciclofosfamida 2mg/kg/dia; Casos resistentes: ciclosporina + corticoide; Plasmaferese (diminui anticorpo circulante em plasma); Imunoglobulina EV dose total de 2g; COMPLEXO PENFIGÓIDE → grupo de doenças que cursam com bolhas “subepidérmicas”, ou seja, doenças da derme, presença de auto-anticorpos contra componentes do complexo de adesão da zona da camada basal →hemidesmossomos, responsáveis por ligar derme de epiderme. TIPOS DE PENFIGÓIDES BOLHOSO CICATRICIAL POR IgA LINEAR DERMATITE HEPERTIFORME Considerações Autoimune; Bolhas SUBEPIDÉRMICAS; Atinge mucosas Acomete idosos (> 60 anos); S/ predileção por sexo e raça Relaciona com auto-ac igG contra anígenos penfigóides; É o penfigóide benigno das mucosas; É rara, acomete mais mulheres 2M:1H, idosos com tendência a formar cicatrizes. Bolha tensa que acomete pele e mucosas; Predomínio em mulheres. Infância: início com 4-5 anos e raramente persiste após puberdade. Adultos: após puberdade ou após 60- 65 anos. Pode ser induzida por vancomicina, lítio, furosemida, artorvastatina, diclofenaco. Bolhosa crônica associada a doença celíaca em todos os casos. Dermatite herpetiforme e d. celíaca possuem os mesmos achados histopatológico. Adultos 30-40 anos (2H:1M) Manifestações clínica Bolhas grandes e tensas de conteúdo claro ou hemorrágico que aparecem sobre a pele normal ou eritêmato-edematosa, urticariforme e intensamente pruriginosas. Consigo ver bem a bolha! Não se agrupam Predileção por áreas flexurais-coxa, axila e virilha Pode ter comprometimento mucoso – oral. 50% dos casos possuem eosinofilia sanguínea. Acometimento mucoso: oral em 90% - gengivite descamativa; conjuntival em 66% - conjuntivite crônica bilateral, triquíase, entrópio, perda de visão. Esofagiana, laringea e genitália. Acometimento cutâneo: -Lesões vesiculobolhosas e bolhas recorrentes, sem tendência cicatricial. - Tipo brusting-perry no couro cabeludo e pescoço, sem evolvimento mucoso, pode evoluir para alopecia. A 2 formas têm os mesmos achados imunológicos e histológicos. O que muda é a apresentação clínica: Infantil: - Vesículas e bolhas tensas de conteúdo sero-hemorrrágico em configuração anular ou arciforme. Aspecto colar de pérolas. -Localiza: região perioral e períneo. -Prurido intenso ou ausente. - Sem acometimento sistêmico. Adulto: - manifestação semelhante ao penfigóide bolhoso ou dermatite herpitiforme, pode acometer mucosa; L. pápulo-vesiculosas, pru- riginosas, que evoluem pa-ra bolhas tensas, simetria, de tamanhos variados e aspecto herpetiforme. Superfície extensoras. Sem comprometimento do estado geral. Ocorre em surtos. Diagnóstico Histopatológico→ bolha subepidérmica, com infiltrado inflamatório, composto por eosinófilos, linfócitos e histiócitos – deve ser perilesional (ao redor da bolha) IFD→ depósito linear de C3 - 100% e igG – 90% (maior valor diagnótico. IFI→ 70% tem anticorpos circulantes P/ diferenciar da epidermólise adquirida → PB autoanticorpo do lado epidérmico e EBA autoanticorpo do lado dérmico – parte debaixo da bolha. Drogas desencadeadoras: • D-penicilamina, furosemida, amiodarona, AAS. Agravos pela radiação: • UV, radioterapia, PUVA, queimaduras. Histopatológico→ bolha subepidérmica, com infiltrado inflamatório, composto por eosinófilos, linfócitos e plasmócitos. Fibrose na derme superficial que justifica a cicatriz. IDF: 80-90% - depósito linear de igG e c3 na ZMB. Histopatológico→ bolha subeidérmica com predomínio de neutrófilos; IFD→ depósito de igA homogêneo e linear na ZMB (PADRÃO OURO) IFI→ igA anti-MB circulante (30%) Nas outras doenças via-se igG,nessa IgA. OBS: Além de poder ter associação com doenças como, por exemplo, doença de Hodgkin, linfomas B, doença de Crohn, colite ulcerativa. Histoatológico→ microabscessosneutrófilicos característicos na papila dérmica – clivagem subepidérmica. IFD→ sela o diagnóstico – IgA de forma granular, fibrilar ou pontilhada concentradas nas papilas dérmicas. IFI→ negativa. Anticorpos da doença celíaca. - Anti - gliadina, endomísio e transglutaminase tecidual. Tratamento Prednisona 1mg/kg até o controle das lesões e faz desmame posteriormente. Dapsona 100mg/dia e MTX 5mg/semana – na tentativa de poupar corticoide. Outras opções: ciclosporina 3mg/kg/dia, tetraciclina 2g/dia + nicotamida 1,5g/dia, imunoglobulina EV e plasmaferese. Lesões são + leves e de controle + rápido. Dapsona 100-150mg/dia; Primeira escolha Ciclofosfamida 1 a 2 mg/kg/dia; Corticoide sistêmico para evitar cegueira e estenose; Faz de acordo com extensão e severidade da doença; Prednisona 1mg/kg/dia isolado ou associar. Sulfona 100mg/dia (adultos) Tetraciclina 2g/dia + nicotinamida 1,5g/dia. Colchicina. Dieta sem glútem Dapsona 100mg/dia (dosagem de G6PD para avaliar anemia hemolítica.
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