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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Avançado Três Corações MATERIAL DIDÁTICO CURSO: Inspetor de Qualidade DISCIPLINA: Qualidade e Produtividade PROFESSOR INSTRUTOR: João Paulo Pereira PROFESSORES TUTORES: Ana Cláudia Elias, Fernando Rocha Athayde, Lucas Couto Moreira e Tancredo Rocha De Castro SEMANA 9 PERÍODO 29/06 a 06/07/2020 REFERÊNCIA CAMARGO, Wellington. Controle de Qualidade Total. IFPR, 2011. Páginas 51 a 54 – Material Completo Disponível em: http://proedu.rnp.br/handle/123456789/444 Controle de Qualidade Total Curso Técnico em Segurança do Trabalho Wellington Camargo Controle de Qualidade Total Wellington Camargo 2011 Curitiba-PR PARANÁ Educação a Distância Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância Catalogação na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal do Paraná © INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA – PARANÁ – EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil – e-Tec Brasil. Prof. Irineu Mario Colombo Reitor Prof. Ezequiel Westphal Pró-Reitoria de Ensino – PROENS Prof. Gilmar José Ferreira dos Santos Pró-Reitoria de Administração – PROAD Prof. Paulo Tetuo Yamamoto Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e Inovação - PROEPI Profª Neide Alves Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e Assuntos Estudantis – PROGEPE Prof. Carlos Alberto de Ávila Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional – PROPLADI Profª Mara Christina Vilas Boas Chefe de Gabinete Prof. José Carlos Ciccarino Diretor Geral de Educação a Distância Prof. Ricardo Herrera Diretor Administrativo e Financeiro de Educação a Distância Profª Mércia Freire Rocha Cordeiro Machado Diretora de Ensino de Educação a Distância Profª Cristina Maria Ayroza Coordenadora Pedagógica de Educação a Distância Profª Monica Beltrami Coordenadora do curso Adriana Bello Cassiano Luiz Gonzaga da Silva Karmel Louise Pombo Schultz Rafaela Aline Varella Assistência Pedagógica Profª Ester dos Santos Oliveira Idamara Lobo Dias Lídia Emi Ogura Fujikawa Profª Linda Abou Rejeili de Marchi Luara Romão Prates Revisão Editorial Goretti Carlos Diagramação e-Tec/MEC Projeto Gráfico Aula 10 - Just-in-time (JIT) e-Tec Brasil51Aula 10 - Just-in-time (jit) O JIT (Just-in-time) amplamente usado no STP é o assunto da nossa aula. A técnica de reduzir espaços, disponibilização de materiais na quantidade certa e no tempo certo é o fundamento desta ferramenta. Promove mudanças estruturais, elimina os desperdícios na cadeia produtiva. Nela iremos aprender um pouco mais sobre GQT, e as ações voltadas à organização na liderança e controle do “sistema de gestão”. Um dos pilares do STP (Sistema Toyota de Produção), o Just-in-time é considerado como sendo uma revolução no campo administrativo se tratando de processos produtivos. É fato que após a 2ª Guerra Mundial, o Japão um país praticamente destruído, as empresas começaram a utilizar o JIT, que é uma ferramenta apontada como responsável pelo sucesso das empresas japonesas. O sistema JIT apresenta resultados significativos e facilita os processos nos aspectos de: qualidade, produtividade, flexibilidade, competitividade e de lucratividade. 10.1 O que é Just-in-time? Observa-se nos sistemas produtivos, muito desperdício. Sua regra básica é: eliminação de perdas. O conceito do JIT é bastante simples: produzir e entregar os produtos em sintonia com a demanda do mercado. A idéia é produzir quantidades suficientes para corresponder à procura, eliminando ao máximo a retenção em estoque (custos). Em cada etapa do processo de produção, são produzidas somente as quantidades necessárias e no tempo exato. Seu objetivo final é eliminar totalmente os estoques, equilibrando a produção de acordo com o consumo e em níveis superiores de qualidade. Controle de qualidade totale-Tec Brasil Ao eliminar desperdícios se obtém a melhoria contínua em todos os processos de uma organização, é se transforma em evolução constante na base e potencial competitivo de uma organização, considerando especialmente as vantagens de ganho de tempo, qualidade, produtividade e redução de preços. A gestão eficiente de materiais, da qualidade, organização física dos insumos para a produção, desenvolvimento e engenharia de produto, organização do trabalho e gestão de recursos humanos fizeram do “just-in-time” uma filosofia adotada pelas organizações de ponta. Alguns atributos são explícitos nesta filosofia: Eliminação de estoques; Eliminação de desperdícios; Manufatura de fluxo contínuo; Esforço contínuo na resolução de problemas; Melhoria contínua dos processos. Curiosidade! Em 1971 a Toyota iniciou um desafio para baixar os tempos de preparação de seus equipamentos. Uma prensa de 800 toneladas que era usada para moldar peças automotivas necessitava de 1 (uma) hora para ser preparada. Em 5 anos de estudos e muito trabalho este tempo foi reduzido para 12 minutos. Em contra partida um concorrente dos EUA, necessitava de 6 horas para executar o mesmo trabalho. No entanto, a Toyota não parou e queriam reduzir este tempo e chegaram a conseguir executar a preparação em menos de 1 minuto. Como? Desenvolveram um processo que a máquina era alterada através do deslizamento da peça (molde) para um dos lados, ao mesmo tempo em que do outro lado entrava a nova chapa a ser moldada. Porém é um sistema que requer mudanças e controle. Exige do o abastecimento equilibrado da produção no lugar, tempo e quantidade certos. Assegurando uma produção suficiente e necessária para atender o consumo: e-Tec Brasil53Aula 10 - Just-in-time (jit) Estrutura organizacional: deve ser modificada para reduzir os departamentos de apoio. A filosofia JIT prevê autonomia e delegação aos departamentos de produção. Esta responsabilidade também se estende à qualidade e manutenção, equilibrando as linhas e aprimoramento os processos internos. Organização do trabalho: seu objetivo é facilitar e destacar o trabalho em equipe e a capacidade de criatividade dos colaboradores, além da comunicação clara e objetiva. Processos: o domínio dos processos, fluxo de materiais e a informação correta para todas as atividades, identificação e eliminação das situações que geram desperdício. Fluxos: tanto na área administrativa como na produtiva devem ser criados procedimentos baseados nos fluxos de materiais e informações. 10.1.1 - Características do Just in Time De acordo com os princípios do Just in Time algumas características principais devem ser consideradas: Não tem adaptação perfeita em relação à produção de muitos itens diferentes. Normalmente exige muita flexibilidade na produção. O layout do processo de produção deve ser por células, e os componentes produzidos devem ser divididos em famílias. Configurando-se um layout de pequenas linhas de produção, para tornar o processo flexível e rápido. É fundamental a autonomia dos encarregados por cada setor produtivo e no equilíbrio harmônico de cada célula. Esta medida reduz os erros e aumenta a qualidade. A produção baseia-se em grupos de trabalho compostos por colaboradores multifuncionais, com domínio de todo o processo. A questão “qualidade” é de responsabilidade da célula produtiva. Os erros são eliminados na origem, dando ênfase aos princípios do controle da qualidade (a redução de estoques e solução de problemas) Tempo – a redução dos tempos no processo, visto que tempo gasto com atividades que não acrescentam valor ao produto devem ser eliminados, e o melhor aproveitamento do tempo com procedimentos que agregam valor devem ser enfatizados para aumentar a qualidade. Para saber mais sobre Just in Time, consulte o site: http://www.techoje.com. br/site/techoje/categoria/ detalhe_artigo/509 Controlede qualidade totale-Tec Brasil Materiais – o fomento de materiais tem como objetivo atender a demanda produtiva conforme a necessidade. Esta programação aumenta a produtividade com qualidade. Planejamento da produção – mantém a estabilidade produzida, promovendo produtividade e flexibilidade. Essa ação estabelece um fluxo contínuo na produção. Características sociais – Valorização dos colaboradores, pela sua importância e autonomia dentro do processo. Eles são os grandes responsáveis pelo sucesso. É deles a responsabilidade da qualidade, estabelecimento de um clima de participação e trabalho em equipe e a redução das distâncias hierárquicas. Resumo Nesta aula vimos que um sistema de Qualidade Total, deve utilizar-se de ferramentas de apoio, e mostramos uma destas ferramentas, o “just-in- time”. Pôde conhecer que é uma ferramenta que agrega valores, organização e planejamento nos processos produtivos (produtos e serviços). Outro ponto importante é a questão de autonomia das pessoas nos processos, com poder de decisão e desenvolvimento da atividade com valorização. Anotações Currículo do professor-autor e-Tec Brasil149 Wellington Camargo Formação em Administração de Empresas, com especialização em MARKETING e atuação em atividades empresariais relacionadas a área. MBA em Gestão Empresarial, participação em plano Gestor e consultoria envolvendo toda dinâmica de estratégia e planejamento empresarial. Gestor do programa “Focus” de Qualidade, e do programa de “QCP”-Qualidade, compromisso e participação, da Ford Brasil, em concessionárias da marca. No campo didático, desenvolvimento e autoria de conteúdos didáticos e docência em: Empreendedorismo, Desenvolvimento de Recursos Humanos, Qualidade Total, Marketing de Serviços, Gestão Empresarial, Avaliação de Projetos de Investimentos e Matemática Financeira. ISBN: Instituto Federal do Paraná – Educação a Distância 0800 643-0007 www.ead.ifpr.edu.br Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Avançado Três Corações MATERIAL DIDÁTICO 2 CURSO: Inspetor de Qualidade DISCIPLINA: Qualidade e Produtividade PROFESSOR INSTRUTOR: João Paulo Pereira PROFESSORES TUTORES: Ana Cláudia Elias, Fernando Rocha Athayde, Lucas Couto Moreira e Tancredo Rocha De Castro SEMANA 9 PERÍODO 29/06 a 06/07/2020 REFERÊNCIA MILESKI JÚNIOR, Albino. Processos Produtivos. IFPR, 2013. Páginas 89 a 93 – Material Completo Disponível em: http://proedu.rnp.br/handle/123456789/1338 Referências ABNT. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 5 p. ABNT. NBR 6023: informação e documentação: elaboração: referências. Rio de Janeiro, 2002. 24 p. ABNT. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. 6 p. COMARELLA, Rafaela Lunardi. Educação superior a distância: evasão discente. Florianópolis, 2009. 125 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia e Gestão do Conhecimento) – Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009. DAL MOLIN, Beatriz Helena et al. Mapa referencial para construção de material didático para o Programa e-Tec Brasil. Florianópolis: UFSC, 2008. 73 p. SOBRENOME, Nome. Título do livro. Cidade: Editora, ano. SOBRENOME, Nome. Título do artigo: complemento. Nome da Revista, Cidade, v. X, n. X, p. XX-XX, mês ano. SOBRENOME, Nome. Título do trabalho publicado. In: NOME DO CONGRESSO. Número, ano, cidade onde se realizou o Congresso. Anais ou Proceedings ou Resumos... Local de publicação: Editora: data de publicação. Volume, se houver. Páginas inicial e final do trabalho. AUTOR. Título. Informações complementares (Coordenação, desenvolvida por, apresenta..., quando houver etc...). Disponível em: <http://www...>. Acesso em: dia mês ano. 201 Curitiba-PR PARANÁ Processos Produtivos Albino Mileski Junior INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ – EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para a rede e-Tec Brasil. Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Prof. Irineu Mario Colombo Reitor Prof. Joelson Juk Chefe de Gabinete Prof. Ezequiel Westphal Pró-Reitoria de Ensino – PROENS Gilmar José Ferreira dos Santos Pró-Reitoria de Administração – PROAD Prof. Silvestre Labiak Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e Inovação – PROEPI Neide Alves Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e Assuntos Estudantis – PROGEPE Bruno Pereira Faraco Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional – PROPLAN Prof. Marcelo Camilo Pedra Diretor Geral do Câmpus EaD Prof. Célio Alves Tibes Jr. Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão – DEPE/ EaD Coordenador Geral da Rede e-Tec Brasil – IFPR Thiago da Costa Florencio Diretor Substituto de Administração e Planejamento do Câmpus EaD Prof.ª Patrícia de Souza Machado Coordenadora de Ensino Médio e Técnico do Câmpus EaD Prof. Roberto José Medeiros Junior Coordenador do Curso Prof.ª Marcia Valéria Paixão Vice-coordenadora do Curso Cassiano Luiz Gonzaga da Silva Assistência Pedagógica Prof.ª Ester dos Santos Oliveira Prof.ª Sheila Cristina Mocellin Prof.ª Vanessa dos Santos Stanqueviski Revisão Editorial Eduardo Artigas Antoniacomi Flávia Terezinha Vianna da Silva Diagramação e-Tec/MEC Projeto Gráfico Atribuição - Não Comercial - Compartilha Igual Catalogação na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal do Paraná Biblioteca IFPR - Campus Curitiba Bibliotecária: Elisete Lopes Cassiano – CRB-9/1446 M643p Mileski Júnior, Albino. Processos produtivos [recurso eletrônico] / Albino Mileski Júnior. – Dados eletrônicos (1 arquivo: 2 megabytes).– Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2013. ISBN 978-85-8299-137-4 1. Administração da produção. 2. Administração de empresas - Teoria. 3. Administração de empresas. I. Título. CDD: Ed. 23 - 658.5 e-Tec Brasil89 Aula 19 – Just In time (JIT) Nesta aula vamos examinar o sistema de administração da produção co- nhecido como Just In Time (JIT). Analisaremos este sistema tanto como uma filosofia quanto como um método para o planejamento e controle das operações. Contudo, é importante entendermos que este sistema tem implicações mais amplas, as quais o tornam conhecido como a “produção enxuta”. Os princípios deste sistema consistem numa mudança radical, em relação à prática tradicional de produção, o que o tem tornado uma esperança na gestão de processos produtivos. 19.1 Definição de JIT Para Slack, Chambers e Johnston (2002), o JIT significa produzir bens e ser- viços exatamente no momento em que são necessários, ou seja, não antes para que não formem estoques, e nem depois para que seus clientes não tenham que esperar. Além desse elemento temporal, podemos adicionar as necessidades de qualidade e eficiência. Uma possível definição pode ser a seguinte: Just In time (JIT) é uma abor- dagem disciplinada, que visa aprimorar a produtividade global e eliminar os desperdícios. Ele possibilita a produção eficaz em termos de custo, assim como o fornecimento apenas da quantidade correta, no momen- to e locais corretos, utilizando o mínimo de instalações, equipamentos, materiais e recursos humanos. O JIT é dependente do balanço entre a flexibilidade do fornecedor e a flexibilidade do usuário. Ele é alcançado por meio da aplicação de elementos que requerem um envolvimento to- tal dos funcionários e trabalho em equipe. Uma filosofia-chave do JIT é a simplificação. É importante entendermos que nenhuma definição de JIT engloba todas as suas implicações para a gestão de operações. É por isso que existem tantas frases e termos para descrever esta abordagem, como: manufatura enxuta; manufatura de fluxo contínuo; manufatura de alto valor agregado; produ- ção sem estoque; guerra ao desperdício;manufatura veloz; manufatura de tempo de ciclo reduzido. A melhor maneira de compreender como a abordagem JIT difere da aborda- gem tradicional de manufatura é analisar o contraste entre os dois sistemas de produção simplificados da figura 19.1. Estágio A Estágio B Estágio C Estoque amortecedor Estoque amortecedor Abordagem tradicional – os estoques separam os estágios Abordagem just-in-time – as entregas são feitas contra pedidos Estágio A Estágio B Estágio C Pedidos Entregas Pedidos Entregas Figura 19.1 – Sistemas de produção simplificados Fonte: Adaptado de SLACK, CHAMBERS e JOHNSTON (2002) O JIT vê os estoques como um “manto“ que fica sobre o sistema de pro- dução, evitando que os problemas sejam descobertos (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002). Figura 19.2 – Problemas ocultos Fonte: Adaptado de CORRÊA e CORRÊA (2004) Processos Produtivose-Tec Brasil 90 19.2 Filosofia JIT JIT é uma expressão ocidental para uma filosofia e uma série de técnicas de- senvolvidas pelos japoneses. A filosofia está fundamentada em fazer bem as coisas simples, em fazê-las cada vez melhor e em eliminar todos os desperdí- cios em cada passo do processo. O líder do desenvolvimento do JIT no Japão foi a Toyota Motor Company. A estratégia da Toyota no Japão tem sido aproximar progressivamente a manufatura de seus clientes e fornecedores. Isso foi feito por meio do desenvolvimento de um conjunto de práticas de JIT. Segundo Slack, Chambers e Johnston (2002) existem três pontos principais que definem a filosofia JIT: a eliminação de desperdício, o envolvimento dos funcionários na produção e o esforço de aprimoramento contínuo. Contu- do, podemos considerar: fluxos puxados; papel dos estoques; tamanhos de lote; erros; papel da mão de obra direta e indireta; organização e limpeza; fim aos desperdícios e melhoria contínua. Para Corrêa e Corrêa (2004), alguns autores definem a filosofia JIT como um sistema de manufatura cujo objetivo é otimizar os processos e os procedi- mentos através da redução contínua de desperdícios. Os sete desperdícios citados são: superprodução; espera; transporte; processamento; movimen- to; produzir defeitos; estoques. As metas do JIT são: zero defeito; tempo zero de preparação; estoques zero; movimentação zero; quebras zero; lead time zero; lote unitário. 19.3 Sistema Kanban O termo kanban , em japonês, significa cartão. Esse cartão tem a função de controlar os fluxos de produção, tendo como princípio “puxar” a produção. O cartão pode ser substituído por outro sistema de sinalização, como luzes, caixas vazias e até locais vazios demarcados. O processo se inicia com a colocação de um kanban em peças ou partes específicas de uma linha de produção, para indicar a entrega de uma deter- minada quantidade. Quando se esgotarem todas as peças, o mesmo aviso é levado ao seu ponto de partida, onde se converte num novo pedido para mais peças. Quando for recebido o cartão ou quando não há nenhuma peça na caixa ou no local definido, então se deve movimentar, produzir ou solici- tar a produção da peça. e-Tec BrasilAula 19 – Just In time (JIT) 91 O kanban permite agilizar a entrega e a produção de peças. Pode ser empre- gado em indústrias montadoras, desde que o nível de produção não oscile em demasia. Os kanbans físicos (cartões ou caixas) podem ser: a) Kanbans de Produção: é o sinal (usualmente cartão ou caixa) que auto- riza a produção de determinada quantidade de um item. Os cartões (ou caixas) circulam entre o processo fornecedor e o supermercado, sendo afixados junto às peças imediatamente após a produção e retirados após o consumo pelo cliente, retornando ao processo para autorizar a produ- ção e reposição dos itens consumidos. b) Kanbans de Movimentação: também chamado de Kanban de Trans- porte, é o sinal (usualmente um cartão diferente do Kanban de Produção) que autoriza a movimentação física de peças entre o supermercado do processo fornecedor e o supermercado do processo cliente (se houver). Os cartões são afixados nos produtos (em geral, o cartão de movimentação é afixado em substituição ao cartão de produção) e levados a outro processo ou local, sendo retirados após o consumo e estando liberados para realizar novas compras no supermercado do processo fornecedor. O kanban puxa a produção e dita o ritmo de produção para atender as demandas. Estes cartões transitam entre os locais de armazenagem e produção subs- tituindo formulários e outras formas de solicitar peças, permitindo que a produção se realize just in time. EE M-12 J-32 Linha EE EEES ES Fluxo de material Fluxo de kanbans de transporte Fluxo de kanbans de produção EE = Estoque de entrada ES = Estoque de saída Figura 19.3 – Esquema simplificado do fluxo de kanban Fonte: Adaptado de CORRÊA e CORRÊA (2004) Resumo Just In Time: significa produzir bens e serviços exatamente no momento em que são necessários, ou seja, não antes para que não formem esto- ques, e nem depois para que os clientes não tenham que esperar. Kanban: significa cartão e tem a função de controlar os fluxos de produ- ção, tendo como princípio “puxar” a produção. Processos Produtivose-Tec Brasil 92 Atividades de aprendizagem Quais são os principais objetivos da filosofia Just In Time? Anotações e-Tec BrasilAula 19 – Just In time (JIT) 93 e-Tec Brasil99 Referências BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/Logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operação. Rio de Janeiro: Prentice-Hall, 2003. CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e operações. São Paulo: Atlas, 2004. CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just in time, MRP II e OPT: um enfoque estratégico. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1996. GAITHER, N.; FRAZIER, G. Administração da produção e operações. 8. ed. São Paulo: Pioneira, 2002. LAUGENI, P. F.; MARTINS, G. P. Administração da produção. São Paulo: Saraiva, 2001. LUSTOSA, L. et al. Planejamento e controle da produção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. MOREIRA, D. A. Administração da produção e operações. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. SLACK, N. Vantagem competitiva em manufatura. São Paulo: Atlas, 2002. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2002. e-Tec Brasil117 Currículo do professor-autor Albino Mileski Junior Formado em Eletrônica (UTFPR) e em Administração (UFPR), com cursos em Especialização em Marketing (UFPR), Especialização em Produção (UFPR), MBA em Gerência de Sistemas Logísticos (UFPR). É mestre em Engenharia de Produção (PUC/PR) e em Tecnologia (UTFPR). Possui 27 anos de experiência na área de administração e engenharia. Tra- balhou em empresas de grande porte com gestão da cadeia de suprimentos, de projetos, de inovação e tecnologia, de produção e operações, logística de distribuição e suprimento e operações do comércio internacional. Atuou como consultor independente em empresas de energia, eletro-eletrônicos, automotivas, tecnologia e telecomunicações (Bematech, Brasil Telecom, Nokia, Renault, Volvo, Volkswagen, Siemens, Ericsson, Harris, Siemens, AmeriCell, BCP, Bell South, Nortel, Anatel, MinCom). Foi assessor junto aos órgãos reguladores governamentais (Anatel, MinCom). Atualmente é professor assistente na PUC/PR, trabalhando na Produtrônica (Departamentos de Engenharia de Produção e de Controle e Automação) nos cursos de graduação e pós-graduação. Atuante pesquisador nas áreas de gestão da produção e operações, gestão da tecnologia e inovação, em logística e transporte. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Avançado Três Corações MATERIAL DIDÁTICO 3 CURSO: Inspetor de Qualidade DISCIPLINA: Qualidade e Produtividade PROFESSOR INSTRUTOR: João Paulo Pereira PROFESSORES TUTORES: Ana Cláudia Elias, Fernando RochaAthayde, Lucas Couto Moreira e Tancredo Rocha De Castro SEMANA 9 PERÍODO 29/06 a 06/07/2020 REFERÊNCIA RODRIGUES, Jaqueline Fonseca. Planejamento e Gestão Estratégica. IFPR, 2013. Páginas 107 a 111 – Material Completo Disponível em: http://proedu.rnp.br/handle/123456789/1367 Planejamento e Gestão Estratégica Jaqueline Fonseca Rodrigues 2013 Curitiba-PR PARANÁ Catalogação na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal do Paraná © INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ – EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para a rede e-Tec Brasil. Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica R696p Rodrigues, Jaqueline Fonseca Planejamento e gestão estratégica / Jaqueline Fonseca Rodrigues. – Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2013. 160 p. : il. col. Inclui bibliografia ISBN 9788582990018 1. Planejamento estratégico. I. Título CDD 658.412 20. ed. Prof. Irineu Mario Colombo Reitor Prof. Joelson Juk Chefe de Gabinete Prof. Ezequiel Westphal Pró-Reitor de Ensino – PROENS Gilmar José Ferreira dos Santos Pró-Reitor de Administração – PROAD Prof. Silvestre Labiak Pró-Reitor de Extensão, Pesquisa e Inovação – PROEPI Neide Alves Pró-Reitor de Gestão de Pessoas – PROGEPE Bruno Pereira Faraco Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional – PROPLAN Prof. Marcelo Camilo Pedra Diretor Geral do Câmpus EaD Prof. Célio Alves Tibes Junior Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão – DEPE/EaD Coordenador Geral da Rede e-Tec Brasil – IFPR Thiago da Costa Florencio Diretor Substituto de Planejamento e Administração do Câmpus EaD Prof.ª Patrícia de Souza Machado Coordenadora de Ensino Médio e Técnico do Câmpus EaD Prof. Adriano Stadler Coordenador do Curso Rafaela Varella Tatiane Gonçalves Assistentes Pedagógicos Prof.ª Ester dos Santos Oliveira Coordenadora de Design Instrucional Prof.ª Sheila Cristina Mocellin Lídia Emi Ogura Fujikawa Cristiane Zaleski Designers Instrucionais Sílvia Kasprzak Iara Penkal Revisores Editoriais Aline de Fátima Kavinski Eduardo Artigas Antoniacomi Fabíola Penso Diagramadores Thaisa Socher Revisora e-Tec/MEC Projeto Gráfico Catalogação na fonte: Norma Lúcia Leal – CRB-9/1047 e-Tec Brasil107 Aula 16 – Just in time (JIT) O objetivo desta aula é conhecermos o just in time. Veremos também quais ferramentas contribuem para esse sistema e o que é o kanban. Analisaremos qual a diferença entre just in time (JIT) e planejamento de recursos materiais (PRM). Entenderemos que o just in time é um sistema de administração da produ- ção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. 16.1 Just in time (JIT) Figura 16.1: Tempo certo Fonte: http://office.microsoft.com Observamos então que a definição de Just in Time tem relação com o conceito de produção por demanda, onde o pro- duto é vendido primeiro e somente após a matéria-prima é adquirida para, em seguida, fabricá-lo ou montá-lo. Um dos casos em que essa redução trouxe resultados negativos foi depois do terremoto que devastou o Japão, em março de 2011. Muitas indústrias (inclu- sive as montadoras da Toyota) ficaram sem fornecimento de matérias-primas por meses, afetando também a produção em outras plantas ao redor do mundo. Os grandes fornecedores da montadora também compravam suas matérias-primas de poucos pequenos fornecedores, o que contribuiu para que toda a cadeia de suprimentos ficasse concentrada na dependência de poucas fábricas, agravando ainda mais o problema nesse episódio do Japão (COELHO, 2011). Ainda Coelho (2011, p.1) diz que: “As modernas fábricas de automóveis são construídas em condomínios industriais, onde os fornecedores Just in Time estão a poucos metros e fazem entregas de pequenos lotes na mesma frequência da produção da montadora, criando um fluxo contínuo”. O Kanban tem se mostrado um das ferramentas que mais se adapta e con- tribui para um melhor funcionamento do sistema Just in Time. Conforme Costa (2007, p. 351): o JIT “é a abordagem gerencial que, por excelência, pos- sibilitou ao Japão garantir supremacia na manufatura so- bre as empresas ocidentais”. [...] é um método racional de fabricação por meio da completa eliminação de ele- mentos desnecessários na produção, com o propósito de reduzir custos. A ideia básica, nesse sistema, é produzir os tipos de unidades necessárias, no tempo necessário e na quantidade necessária. Ou seja, uma expressão popu- lar seria “no tempo certo”. Saad (2012, p.1) questiona: Então qual é a diferença entre PRM e JIT? A ênfase nas duas técnicas é sobre a redução de resíduos no proces- so de produção. Ambos os sistemas alcançam melhorias nos níveis de inventário. Planejamento de recursos materiais (PRM) e proces- samento Just In Time (JIT) são dois métodos de controle de níveis de produção e inventário para os fabricantes. O PRM se concentra na produção de produtos acabados com base em requisitos de previ- são, enquanto o JIT se concentra na produção como uma resposta às ordens reais. Os dois dependem fortemente de processamento de informação computadorizado. Planejamento de recursos materiais é um sistema abrangente de enco- menda de matérias-primas, programação de produção de máquinas, equipamentos e mão de obra com base em ordens de previsão (SAAD, 2012). Segundo a autora, ele incorpora as alterações às ordens, em seu processo de agendamento, para produzir um cronograma de produção dinâmico. Na visão de Saad (2012, p. 1): Planejamento e Gestão Estratégicae-Tec Brasil 108 o PRM abraça o conceito de demanda dependente. Por exemplo, se a produção de produto acabado A requer três unidades do produto B, e a produção do produto B, por sua vez, requer quatro unidades do pro- duto C e seis do produto D, consequentemente, um nível de produção do produto A requer todas as unidades correspondentes de produtos B, C, D para chegar à conclusão. Para um processo de fabricação complicado, que inclui muitos componen- tes, uma vantagem desse método é a sua capacidade de organizar com su- cesso a produção de cada componente. Assim, cada parte estará pronta quando for necessário e a produção não irá parar por falta de componentes acabados. Por sua vez, o JIT é um processo de fabricação que responde a ordens reais e baseia-se que a entrega será no tempo exato, na quantidade certa de matéria-prima e no lugar exato para permitir a produção conforme o planejado (SAAD, 2012). Concluindo Saad (2012) destaca que uma vantagem do JIT é a sua redu- ção da quantidade de matéria-prima e produtos acabados e em estoque, o que pode reduzir os custos de armazenagem e logística e a probabilidade de inventário estragado ou danificado. Também, concentra-se na produção precisa e deixa pouco espaço para erros de produção. Uma desvantagem do JIT é que, se os fornecedores não entregam a matéria-prima, como previsto anteriormente, uma parada na produção pode ocorrer por causa do inven- tário limitado em estoque. Objetivos diferentes de PRM e JIT significam que cada sistema funciona melhor em certas condições. O pri- meiro é bem adaptado a uma linha de produção que opera em um lote ou base de pedidos especiais. A capacidade do sistema para se ajustar constantemen- te para mudanças de requisitos faz com que ele reaja bem a ordens variáveis. Já o segundo, o sistema JIT, funciona bem em um ambiente de pedidos repetiti- vos e de produtos similares. Os fornecedores podem responder mais facilmente a prazos de entrega de urgência para pedidos de rotina de materiais seme- lhantes (SAAD, 2012). Figura 16.2: Produção Fonte: http://office.microsoft.com e-Tec BrasilAula 16 – Just in time 109 A ênfase nessas técnicas é sobrea redução de resíduos no processo de pro- dução. Ambos os sistemas alcançam melhorias nos níveis de inventário. A in- tenção dos sistemas é evitar a perda de tempo de produção, embora o PRM seja mais sensível às flutuações na produção, pois é um sistema de mudança de base (SAAD, 2012). O JIT possui dois focos principais: a simplicidade e a redução de desperdícios. A simplicidade está na utilização de técnicas de controle capazes de acionar a produção somente mediante requisição imediata (COSTA, 2007). 16.2 Kanban Segundo Costa (2007, p. 351), “um importante componente da filosofia JIT é o kanban, uma palavra japonesa que significa, simplesmente, cartão”. Nos esforços para reduzir estoques, os japoneses utilizam um sistema no qual os estoques são “puxados” pelos centros de trabalho. Esse sistema, às vezes, utiliza um cartão, o kanban, para sinalizar a necessidade de material. Por ser o kanban uma das ferramentas que contribui para um melhor fun- cionamento do sistema just in time, não poderíamos deixar de comentar um pouco acerca do assunto. A técnica kanban possibilita o acionamento da ordem de produção uma vez emitida pela operação “imediatamente posterior”. Quanto à redução de desperdícios, ocorre essencialmente pela redução do fluxo de materiais na linha de produção e nos estoques intermediários de matérias-primas, semia- cabados e produtos finais (COSTA, 2007). O kanban serve como auxílio ao sistema just in time, sendo por isso conside- rado uma ferramenta. Enfim, podemos entender que, em linhas gerais, a filosofia da manufatura enxuta é a mesma do JIT. A manufatura enxuta é uma forma melhor de organizar e gerenciar os relacionamentos de uma empresa com seus clien- tes, cadeia de fornecedores, desenvolvimento de produtos e operações de produção, segundo a qual é possível fazer cada vez mais com menos (menos equipamento, menos esforço humano, menos tempo, etc.). Já a ideia base do JIT é bastante simples: cada etapa do ciclo de produção só deve solicitar novas encomendas à etapa anterior na medida em que precisar delas. Impli- ca igualmente uma redução do número de fornecedores. Planejamento e Gestão Estratégicae-Tec Brasil 110 A diferença é que a expressão manufatura foi idealizada por americanos, enquanto o JIT foi criado por japoneses. Resumo Nesta aula você aprendeu que o Just in Time é uma metodologia racional de fabricação que procura reduzir custos eliminando elementos desneces- sários na produção. Aprendeu, também, que o kanban nada mais é do que uma ferramenta de auxílio, ou seja, um cartão que sinaliza as necessidades de material. Outro ponto estudado foi que a manufatura enxuta possui as mesmas premissas do JIT, porém uma é de ideologia americana e a outra japonesa. Atividades de aprendizagem 1. Descreva o sistema Just in Time. 2. Explique o que é kanban e para que serve, e busque um exemplo dessa ferramenta. e-Tec BrasilAula 16 – Just in time 111 e-Tec Brasil159 Currículo da professora-autora Jaqueline Fonseca Rodrigues Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (2003), Especialista e Mestre em Engenharia de Produção, área de gestão industrial com ênfase em conhecimento e inovação pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Ponta Grossa (2007-2009). Atuou na iniciativa privada durante 15 anos, na área de engenharia elétrica. Participou como consultora do projeto Negócio a Negócio para o Sebrae-PR. Avaliadora do EaD/IFPR no curso superior de Tecnologia em Gestão Pública. Docente e orientadora acadêmica de EaD na modalidade de e-learning no Grupo Educacional Uninter para os cursos de MBA em Administração de Empresas, MBA em Administração e Gestão do Conhecimento e MBA em Administração e Marketing.
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