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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE FACULDADE DE MEDICINA BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA OS MUAPALA’S INTEGRAÇÃO EM PEDIATRIA Helhodoro Miguel Félix P. Muapala, Estudante da Faculdade de Medicina-UEM Conteúdo: Resumo de quadro clínico, diagnóstico e conduta das patologias pediátricas. MAPUTO, 2015 BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 5 Í NDÍCE FICHA TÉCNICA .................................................................. 11 NEONATOLOGIA .................................................... 12 História clínica-neonatologia ............................................. 12 ASFIXIA PERINATAL ........................................................... 17 Hipoglicemia ..................................................................... 18 Ictericia Neonatal .............................................................. 20 Sepses neonal ................................................................... 22 Meningite Bacteriana ........................................................ 23 Resumo dos medicamentos em neonatologia(rotina) ....... 23 Convulsões ........................................................................ 24 Diarreia .............................................................................. 24 FLUIDOTERAPIA ................................................................. 24 INFECÇÕES CONGENITAS ................................................... 28 ANEXO ............................................................................... 30 LACTENTES/UCIP ..................................................33 Diarreia .............................................................................. 33 Disenteria .......................................................................... 33 Desidratação leve ......................................................... 36 Plano A. Tratar a diarreia em casa .............................. 36 Desidratacao noderada .................................................... 36 Desidratacao grave ...................................................... 39 Rehidratacao e correção do DHE...................................... 40 Necessidades Hidricas Diarias (NHD ................................. 40 Desidratação ...................................................................... 41 Hiponatramia ..................................................................... 43 BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 6 Hipernatrémia ................................................................... 43 Hipocaliémia – Tratamento1 ............................................. 46 Hipercaliémia .................................................................... 47 Hipocalcémia ..................................................................... 48 Hipercalcémia – Tratamento ............................................. 48 Hipofosfatémia - Tratamento ........................................... 49 Hiperfosfatémia - Tratamento .......................................... 50 Hipomagnesémia - Tratamento ......................................... 50 Hipermagnesémia ............................................................. 50 Cetoacidose Diabetica ....................................................... 51 HIPOGLICEMIA .................................................................. 53 Queimadura ...................................................................... 53 MANEJO ............................................................................ 55 Intoxicação em pediatria ................................................... 58 Convulsões na urgência...................................................... 62 Anexo ................................................................................ 64 Escama de coma de Glasgow ........................................... 64 Desidratação Isotónica ..................................................... 65 Hipernatrémia com Hipovolémia ..................................... 66 Hipernatrémia com Hipervolémia .................................... 67 Hipocaliémia ..................................................................... 68 Hipercaliémia.................................................................... 69 Hipocalcémia .................................................................... 69 Hipercalcémia ................................................................... 70 Hipofosfatémia ................................................................. 71 Hiperfosfatémia ................................................................ 71 Hipomagnesémia .............................................................. 72 Medicamentos mais usados na UCIP .................................. 72 antiviral ............................................................................. 73 Diureticos ......................................................................... 73 Anticonvulsivantes ........................................................... 73 Antiinflamatorios .............................................................. 73 Broncodilatodores ............................................................ 74 BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 7 Inotropico ......................................................................... 74 Analgesicos ....................................................................... 74 Antieméticos ..................................................................... 74 DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS ................. 75 Hospital dia pediátrico ...................................................... 75 Sequencia de criança seguida no HDP .............................. 75 Critérios para iniciar TARV em Moçambique .................... 77 Dosagens de formulações pediátricos .............................. 77 Razões para mudança de terapia ..................................... 78 Toxicidade ou intolerância aos ARV .................................. 79 Indicação clinica para mudança de TARV por intolerância/toxicidade ..................................................... 79 NOVAS NORMAS DO TARV ............................................... 80 Avaliação da eficácia do tratamento ................................ 83 Estadios da OM ................................................................. 84 MEDICAMENTOS:.............................................................. 85 ESQUEMA RÁPIDO DE TARV: ............................................ 88 Doenças oportunistas ........................................................ 88 PNEUMONIA BACTERIANA: ............................................... 88 PNEUMONIA POR PNEUMOCUTIS JIROVECI: ................... 88 PNEUMONIA INTERSTICIAL LINFOIDE: ................................ 89 MAC: COMPLEXO DE MICOBACTERIAS ATIPICAS:............... 89 Toxoplasmose ................................................................... 89 CITOMEGALOVIRUS- ......................................................... 90 CRIPTOCOCOSE ................................................................. 90 TUBERCULOSE .................................................................. 90 CANDIDIASE ...................................................................... 91 VARICELA .......................................................................... 91 HERPES ZOSTER ................................................................ 91 MENINGITE BACTERIANA ................................................. 92 Diagnostico: LCR ..........................................................93 Contra Indicações para P.Lombar ................................ 93 TRATAMENTO ANTIMICROBIANO- HCM ...................... 95 MALÁRIA ........................................................................... 96 HEPATITE ......................................................................... 100 Tetano ............................................................................. 104 Enterobíase: ..................................................................... 105 BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 8 Ascaridíase ...................................................................... 105 Teniase ............................................................................ 106 DISENTERIA, DIARREIA PERSISTENTE, DIARREIA CRÓNICA E COLERA ........................................................................... 107 DIARREIA PERSISTENTE ................................................... 107 DIARREIA CRÓNICA ......................................................... 108 COLERA: .......................................................................... 108 PNEUMOLOGIA PEDIATRICA ......................... 110 Modelo de Historia HCM ................................................. 110 ASMA .............................................................................. 111 TUBERCULOSE: ................................................................ 113 Tratamento tuberculose infantil em Moçambique ........ 115 Pneumonia ...................................................................... 116 DOENÇAS GERAIS ............................................... 120 Introdução ....................................................................... 120 Resumo dos pontos importantes da história clínica ......... 120 FEBRE REUMATICA ........................................................... 124 Sindrome nefrótico .......................................................... 126 GLOMERULONEFRITE AGUDA .......................................... 130 INFECÇÃO URINÁRIA ........................................................ 132 Insuficiencia Renal ........................................................... 136 Tratamento das complicações ....................................... 138 HEMATOLOGIA .................................................... 141 ANEMIA NA INFANCIA ..................................................... 141 Classificação de anemia segundo OMS .......................... 142 LEUCEMIAS ...................................................................... 144 Linfomas .......................................................................... 146 A)Linfomas (doença) de Hodgkin ................................... 147 BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 9 B)Linfomas não hodgkin (LNH) ....................................... 149 Retinoblastoma ............................................................... 151 Insuficiencia cardiaca ...................................................... 153 NEUROLOGIA PEDIÁTRICA ............................. 156 Parasilisia cerebral infantil .............................................. 156 Epilepsia .......................................................................... 158 MALNUTRIÇÃO.................................................... 159 Desnutrição ..................................................................... 159 Segundo o manual de reabilitação nutricional do MISAU ........................................................................................ 159 Tratamento da Desnutrição no Internamento ............... 160 Tratamento da Desnutricao em Ambulatório................. 161 Tabela para ver o volume de F75 a dar em cada refeição na Fase 1. ........................................................................ 164 Nutrientes tipo 1 e tipo 2................................................ 169 Marasmo ......................................................................... 170 Kwashiorkor ..................................................................... 171 Séptico Choque .............................................................. 171 BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 10 À Bela, Meu factor intrinseco... BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 11 FICHA TÉCNICA Titulo: BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA Compilado e editado por : Helhodoro Miguel Félix P. Muapala, Estudante da UEM- Faculdade de Medicina Aranjo Gráfico: Helhodoro Muapala com apoio da Carla Monjane Local: Cidade de Maputo Data: Fevereiro- Dezembro de 2015 Fonte: Aulas de pediatria (slides de Docentes de Pediatria da FACMED-UEM) & Brochura de fármacos (sem bibliografia), apanhados, protocolos do MISAU e dos diferentes serviços BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 12 NEONATOLOGIA História clínica-neonatologia Identificação Gravidez actual Trabalho de parto Historia Familiar Historia Materna Gestações anteriores Motivo de internamento Exame Físico RN A TERMO >37 sem. gestação <42 sem. gestação PESO Médio ± 3.500 gr. Normal 2.500 gr. < 4.500 gr. BAIXO PESO AO NASCER PESO < 2500 GR Perda de peso fisiológica na 1ª semana de vida, até ± 10% - recupera pelo fim da 2ª semana COMPRIMENTO – Médio 50 cm (vértex ao calcanhar) Normal – 45 – 55 cm TAMANHO: (Perímetro Craniano) Média a Termo – 35cm Normal – 33 a 37 cm Aumento médio durante o 1° mês – 2 cm Exame Neurológico (detalhado, incluindo os reflexos primitivos: MONRO Obtém-se por extensão brusca da cabeça Abertura súbita dos braços e mãos, extensão dos MI seguido de lento retorno à posição inicial. Verificar assimetria ou ausência. Reflexos de Sucção, Deglutição e Engasgar BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 13 Presentes geralmente a partir das 32 sem. de gestação, são vitais para a sobrevivência do RN. O R. de Sucção permanece intacto mesmo na ausência do prosencéfalo.A sua ausência depois das 32 SG pode significar lesão neurológica severa Reflexo de busca ou R. dos pontos cardeais Quando se tocam as comissuras labiais ► desvio da boca e cabeça para o lado respectivo. Quando se tocam os lábios superior ou inferior, desencadeia abertura da boca na busca do mamilo Respostas dos nervos craneanos Reacção pupilar à luz - presente às 30 sem. de gestação. Exige abertura dos olhos e uso dum foco de luz.Rotação da cabeça e olhos em direcção a uma fonte de luz, mais fácil de observar a partir de 2 semanas após o nascimento Respostas dos nervos cranianos Reflexo da Glabela – Presente às 32-34 sem. de gestação. Um leve toque brusco logo acima da ponte do nariz, entre as sobrancelhas ► encerramento das pálpebras de ambos os lados Reflexo de Preensão palmar e plantar Presente às12 sem. de gestação. Surge quando se toca a palma das mãos ou planta dos pés ► flexão dos dedos -cReflexo tónico-cervical-assimétrico cervical assimétric Predomina entre as 30-36 sem. de gest., depois , e aumenta de novo entre as 4-6 semanas póstermo. Virando a cabeça para um lado, estendem-se o braço e perna desse lado e flectem-se os membros do lado oposto (posição de esgrima). Resposta à tracção Consiste numa resistência à extensão dos cotovelos qd. se puxa lentamente o RN para a posição sentado, segurando-o pelas mãos e punhos. Presente a partir das 35-37 Sem. Gest Respostas de “progressão R. de extensão cruzada – Estimulação da plantado pé retirada da mm perna → flexão da perna oposta BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 14 seguida de forte extensão e adução R. da marcha automática – Qd. se segura o RN na posição erecta com a planta do pé assente numa superfície dura tende a simular movimentos de marcha. Presente às 34 sem. de gestação. R. do degrau – Na posição erecta, qd. se toca com o dorso do pé numa superfície dura, tende a simular a subida dum degrau Resumo da historia (apenas achados positivos da historia clinica). Exames complementares de Diagnostico Diagnostico definitivo CÍNDICE DE APGAR Forma quantitativa de avaliação do estado geral do bebé imediatamente após o nascimento É geralmente feito ao 1° minuto, 5° minuto e 10° minuto Serve como orientação para a necessidade e tipo de manobras de reanimação RECÉM-NASCIDO COM ÍNDICE DE APGAR INFERIOR A 7 AO 1° MINUTO NECESSITA DE MANOBRAS DE REANIMAÇÃO SINAL 0 1 2 BATIMENT CARDÍACOS Ausente <100/min >100/min RESPIRAÇÃ Ausente Fraca/Irregular Forte/Grita TÓNUS MUSCULAR Hipotonia marcada Ligeira flexão dos membros Movim. Activo Bem flectidos RESPOSTA A ESTÍMULOS Nula Movim. fracos Caretas Choro forte CÔR Completame nte cianosado ou pálido Corpo rosado Extremid.cianos. Completa/te rosado BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 15 APGAR 1° MIN. – Indica sobretudo o RN que necessita atenção imediata APGAR 5° MIN. – Mais relacionado com a mortalidade e morbilidade neonatais APGAR 10° MIN. – Mais relacionado com a gravidade da Asfixia e possíveis sequelas neurológicas NÃO ASPIRAR POR ROTINA TODOS OS RN NA SALA DE PARTOS – Aspirar se: - Líquido Amniótico com mecónio espesso - Não inicia respiração conduta Aspirar delicadamente 1° a boca, depois as narinas. Com visão directa da laringe se mecónio espesso ENXUGAR O CORPO – Rápida e cuidadosamente com panos secos, limpos e se possível aquecidos para prevenção da hipotermia DETERMINAR O ÍNDICE DE APGAR (1°, 5° e 10° min.) IDENTIFICAR O RN (pulseira com o nome da mãe, sexo, data de nascimento, hora do nasc., peso do nasc.) VITAMINA K – 1 mg IM (profilaxia da Doença Hemorrágica do RN) PESAR O RN TETRACICLINA OFTÁLMICA POMADA -(profilaxia da Conjuntivite gonocócica) ALEITAMENTO MATERNO Imediato ou pelo menos nas primeiras 2 horas de vida Idade gestacional segundo metodo de BALLARD BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 16 Caluculo de IG- forma simples 1. Posição lateral do RN- < 29 SG 2. Reacção a luz-29 SG 3. Reflexo da glabela-31-34 SG 4. Sucção- 33-34 5. Tracção- 35 SG 6. Nódulo mamário de 5mm ou mais-36 SG 7. Prega no terço anterior da planta do pé- 36SG 8. Pregas em todo o pe- > 36 SG BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 17 ASFIXIA PERINATAL Estadiamento de Sarnat e Sarnat As manifestações clínicas da encefalopatia hipóxica isquémica, podem ser divididas em 3 estadios (I, II e III).Este classificação é aplicavél aos RNs IG> 36 semanas Estadio I (Ligeiro) Hiperalerta, irritável, tonus muscular normal Reflexo de sucção fraco Midríase bilateral Respiração espontânea, taquicárdia, secreções salivares Não tem Convulsões: raras, Frequência cardíaca instável, Secreções salivares e bronquiais abudantes e espessas, sintomas podem durar horas até semanas, O prognóstico é geralmente mau. Os sobreviventes têm sequelas neurológicas severasconvulsõe. Os sintomas duram menos de 24h .Bom prognóstico. Estadio II (Moderado) Letárgico, ↓ dos movimentos espontâneos e hipotonia ligeira Hipereactivos ou com mioclonus Reflexos:Sucção ↓ ou ausente Moro fraco ou incompleto oculovestibular hiperactivo Tónico do pescoço forte Pupilas mióticas Respiração espontânea, por vezes com apnéia Frequência cardíaca instável (bradicárdia ou taquicárdia) Secreções salivares e brónquicas profusas Convulsões focais ou multifocais (6 a 24horas após o nascimento) Os sintomas duram entre 2 a 14 dias Pequena parte tem mau prognóstico Estadio III (Severo) Grave comprometimento do nível de consciência (coma) com sinais de descerebração.Os movimentos espontâneos abolidos Flacidez muscular Reflexos Sucção ausente Moro ausente Tónico do pescoço ausenteOculovestibular↓ ou ausente Pupilas assimétricas e com fraca reacção à luz Respiração irregular e períodos de apnéiaConduta BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 18 Reanimação neonatal na sala de partos Control térmico (temperatura entre 35- 36ºc) Sinais vitais, monitorar a SaO2 Evitar manipulação excessiva Dieta zero Soro de manutenção Ventilação adequada Restrição hídrica: 60 ml/kg/dia em RNs em RNs com Asfixia grave. Correção da hipoglicémia se < 2.2 mmol/L (40mg/dl) Correção dos desiquilíbrios hidroelectróliticos ECN : Iniciar a alimentação entre 5-7 dias, ou após a normalização da motilidade intestinal e ausência de sangue nas fezes. CID: Plasma fresco congelado e/ou concentrado de glóbulos. Hipoglicemia Glicémia < 40mg/dl (2.2mmol/L) em qualquer RN deve ser tratada: Glicémia< 2.2 mmol/L (40mg/dl): Administrar um bolus de dextrose a 10% 2ml/Kg em 3-10 minutos. Continuar com 3.6 – 4.8ml/kg/h de dextrose a 10% , mantendo os níveis de glicémia a volta de 45mg/dl (2.5mmol/l) e iniciar a alimentação enteral logo que for possível. Repetir a glicémia após 20min, posteriormente 1-2 horas até a estabilização. Após a estabilização a glicémia deve ser medida a cada 6 horas. Correcção da Acidose: Bicarbonato de sódio a 8.4%, 2- 4ml/Kg EV, lento (+ de 20 min). Atenção:O bicarbonato de sódio pode causar alteração da função cardíaca, hipernatrémia, edema cerebral e hemorragia intracraniana. →utilização ponderada. BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 19 Hipotensão: Soro fisiológico ou Lactato de Ringer, 10ml/Kg EV em 5-10 min.Se os expansores de volume em bolus não forem eficazes → administrar inotrópicos (Dopamina e Dobutamina). Classificação: Subtis, Clónicas, Tónicas ,Mioclónicas e Apnéia do RN Medidas básicas: Vias aérias permeáveis, Posição decúbito lateral, Evitar broncoaspiração, Aspirar secreções, Sinais vitais , Dieta zero e Soro de Manutenção onduta. Fenobarbital: É o fármaco de eleição pois tem efeito neuroprotector. Dose de ataque: 15-20mg/Kg, EV lento em 20min (diluir o fenobarbital em 2-5ml de soro fisiológico). Se necessário, administrar doses adicionas de 5mg/kg a cada 10 min, não excedendo a dose máxima de 40 mg/Kg/dia. Manutenção: 3-5mg/kg/dia, EV, 12 horas após a dose de ataque, 1 vez por dia até que as convulsões cessem. Fenitonina: Dose de ataque: 15-20 mg/Kg, EV; manutenção 4-8 mg/Kg/dia EV 12/12h. Atenção:- A fenitoína deve ser diluída em água destilada ou dextrose e nunca em soro fisiológico. - Durante e após a administração da fenitoína é importante vigiar os sinais de depressão do centro respiratório. Tratamento das Convulsõ/ patologia de base Midazolam(Dormicum: ampolas de 3ml=15mg; 1 ml=5 mg) .Diluição: 1 ml de Midazolam+ 9 ml de soro fisiológico. 1 ml da preparação diluída contém 0.5mg de Midazolam. Dose de ataque: 0.2-0.4 mg/kg/dose, lento em 2-3 minutos Manutenção: 0.1-0.2 mg/kg/hora em infusão contínua (0.2-0.4 ml/kg/hora). BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 20 Ictericia Neonatal classificacao Icterícia Fisiológica e Ictericia Patológica I.fisiologica: É comum no RN.Inicia-se após 48h de vida;Pico entre 3º e 5º dias de vida em RNT e entre 5º e 7º dias de vida em prematuros;Duração média de 7 dias em RNT e de 14 dias em prematuros. A icterícia é visivel ao 3º dia e comeca a desaparecer a partir de 5º a 7º dia Não é muito marcada (cabeca e tronco) .Desaparece sem tratamento. Causada pela destruição rápida dos Gv contendo Hgb fetal e imaturidade do fígado à nascença Patologica. Se presente ao nascimento ou no 1º dia de vida. da conc. da bilirrubina plasmática > 5mg/dl em 24h Conc. de bilirrubina directa >2mg/dl Prolonga-se por mais de 1 semana no RNT e mais desemanas no prematuro Ictericia nas 1ª 24h: Eritroblastose fetal,(Dça hemolitica do RN), hemorragias localizadas,infecçoes congenitas,sepsis Ictericia no 3º e 4º dia: Ictericia fisiologica Ictericia depois da 1ª semana: Ictericia do leite materno, sepsis, atresia das vias biliares, hepatite, inf.congenita e por medicamentos,defeitos do eritrócito,enzimopatias Kernicterus: Sind .neurológico resultante da deposição da bilirrubina não conjugada nas células do cérebro RN termo- níveis 18-20mg/dl RN pré-termo- valores mais baixos (8-10mg/dl) quando associado a outros fatores(hipoxia,hipoglicemia Tratamento Tipos de tratamento:Fototerapia, Exsanguíneotransfusão; Tratamento de suporte – hidratação, aporte calórico, manutenção da temperatura corporalFototerapia: Contínua ou intermitente (2- 12 horas) Usada luz branca ou azul Deve-se aumentar o aporte hídrico em + 25 % das necessidades. Proteger os olhos e região genital, Distância da fonte luminosa 40–80 cm. Niveis de bilir. para fototerapia:Rntermo- 17.5mg/dl e Rnpretemo - 12mg/dl BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 21 1mg/dl = 17mmol/l Indicações para fototerapia peso Doença hemolitica ou facotes de risco Sem dça hemolítica/FR < 1000gr Zona I Zona I 1000- 1499gr Zona I-II Zona I-II 1500- 1999gr Zona II-III Zona III 2000- 2499g Zona III Zona III-IV >2500gr Zona IV Zona IV 2.Exsanguineotransfusão:Remoção de hemácias hemolizadas e Ac livres/ remoção da bilirrubina plasmática/ correção da anemia. Deve-se usar sangue fresco. Usa-se a técnica de infusão/remoção. 180 ml/kg de sangue lig. aquecido (36/37˚c) Indicações para exsanguineotransfusão Aumento de Bilirrubina > 1mg/dl/hora;Bilirrubina total> 5mg nas prim. 6 horas de vida;B.T. >10 mg/dl no prim. dia de vida;B.T > 15 mg/dl no 2º dia de vida;B.T > 20 mg/dl – sempre!Outros tratamentos. Fenobarbital – 1 dose diária; Indutores da UDPGT;Imunoglobulina EV zona Localizacao anatomica Nivel serico de BRB(mg/dl) I Cabeça e pescoço 5.0- de 4.3 a 7.8 II Até umbico 8.9- de 5.4 a 12.2 III Até joelhos e cotovelos 11.8 – de 8.1 a 16.5 IV Até tornpzelos e punhos 15 – de 11.1 a 18.8 V Mãos e pés > 15 BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 22 Sepses neonal Infecção Bacteriana severa caracterizada por uma bacteriemia Aspectos comuns da Sepsis Neonatal idade de inicio Sepse precoce Sepse tardia « 7dias »7dias Factor de risco perinatal elevado moderado patogeno Trato genital Meio ambiente Progressão da infec fulminante insidioso Meningite associa Possivel Alta/ possivel CONDUTA: Suspeita– sinais clinicos / historia materna /factores de risco Pedir: hemograma/cultura / Rx do torax Iniciar tratamento ATB empirico Hemocultura/urocultura + ATB 10-14 dias L.C.R. + ATB 21 dias Cultura negativa- suspeita mantem-se ATB 10-14 dias - melhoria,sem suspeita parar ATB antibiotico Dose Hora ampicilina 200mg/kg/dia 12/12 ou 8/8h Gentamicina 5mg/kg/dia 12/12h cefotaxima 100- 200mg/kg/dia 12/12h ceftriaxone 100mg/kg/dia 24/24h p. cristalina 100- 200.000U/kg/dia 12/12 ou 8/8h amicacina 15mg/kg/dia 12/12h CLIOXACILINA 100mg/kg/dia 12/12h Logo que se tenha a cultura e o antibiograma,escolher o ATB consoante a sensibilidade. BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 23 TERAPIA DE SUPORTE: Dieta 0, SNG, Oxigenio, Ventilacao SOS, Corrigir shock, Corrigir desiquilibrio, hidroelectrolitico, Drogas vasoactivas (Dopamina,Dobutamina) Meningite Bacteriana DIAGNOSTICO: Puncao lombar: L.C.R. turvo ou opaslecente, Proteinas elevadas ( >170 mg/dl), Glicose baixa (<50% da glicemia) G.brancos aumentados (>30/ml) Cultura do LCR e Antibiograma TRATAMENTO: Ampicilina 400mg/kg/dia ev de 6/6 h + Gentamicina 5 mg/kg/dia ev de 12/12 h ou Ampicilina + Cefotaxime 200 mg/kg/dia ev de 6/6 h ou Penicilina Cristalina 200.000 U /kg/dia ev de 6/6 h + Gentamicina ou Ampicilina + Ceftriaxona 100mg/kg/dia ev de 12/12h Tratamento de suporte = ao da Sepsis SIHAD- Restricao de liquidos (60ml/kg/dia) Resumo dos medicamentos em neonatologia(rotina) 1.Vitamina K profilaxia de sangramento: RN < OU = 2,5Kg-0,5mg/kg-DU,IM RN >2,5kg-1mg/kg DU, IM 2. Tetraciclina oftalmica-profilaxia de conjuntivite Aplicar 1xdia 3. antibioticos em caso de sepses neonatal a) 1 linha: Ampicilina 50mg/kg dose maxima 150mg/kg/dia se RN <=7dias-12/12h se RN > 7dias-8/8h + Gentamicina Se RNPT-1,5mg/kg-12/12h(Dose maxima diaria 3mg/kg) Se RNT-2,5mg/kg-12/12h(Dose maxima diaria 5mg/kg) b) 2 linha: Ceftriaxona 40-50mg/kg-2x/dia ou 80-100mkg/dia 1x/dia Se meningite usar dose 100-200mg/kg/dia Se sepse + ictericia esta contraindicada o uso de ceftriaxona (lig. com albumina)- risco de Kernitus, neste caso usar cefitaxima 40- 50mg/kg-12/12h. c) 3 linha: Vancomicina 15-20mg/kg + SF ou Dext5%(30ml) em 1 hora (fluxo- 0,5ml/min).nao se pode associar com aminoglicosidios Strep. B hemolitico B ampicilina 360mg/kg/dia BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 24 Aminofilina- estimula o centro respiratorio DA-6-8mg/kg + Dxt5%(10ml- lentamente) 8horas depois- DM- 1-2mg/kg+SF OU Dext5% 12/12h EC: taquicardia,hipoglicemia, convulsoes Convulsões Diazepam – 0,3 mg/kg ev ou rectal Fenitoina – ataque 10-15 mg/kg - manut. 5 mg/kg/dia de 12/12 h Fenobarbital – ataque 20 mg/kg ev manut. 5 mg/kg/dia de 12/12 h Diarreia PERDA DE PESO > A 10% NA 1a SEMANA Erros de pesagem, Calculo incorrecto das necessidades hidricas, Diarreia e vomitos, Edemas a nascenca. Mau funcionamento das incubadoras. DIAGNOSTICO: Historia clinica/exame fisico. Meios auxiliares:Coprocultura/urocultura/hemocultura, Hemograma Bioquimica (ionograma/ureia/creatinina/glicemia TRATAMENTO Isolar o RN Leite materno (suspender se vomitos/dist.abdominal) Fluidoterapia – hidratação Antibioticos = a Sepsis Controle de peso diario FLUIDOTERAPIA 1- Sem sinais de desidratação SRO a 50% - 50-100 ml/kg/dia. 2- Com desidratação lig/mod BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 25 SRO a 50% 100 ml/kg/dia, dar por SNG se RN tiver < 2500grs Hidratação ev se: Vómitos repetidos, Distinção abdominal Dispneia/polipneia, Resíduo gástrico superior a 4 mlMau estado geral Perda de peso brusca > 10% SOROS EV (100 ml/kg a correr em 6 horas) 1. Soro fisiologico- 1 parte Dextrosea 5% - 4 partes Bic de Sodio a 8.4% - 2,5ml por 100 ml de soro KCl 10% -1-2ml por 100 ml de soro 2. Dextrose a 5% - 2 partes S.R.P.(Half S.D.)- 1 parte KCl a 10% -1,5 ml por 100ml de soro 3. Dextrose a 5% - 2 partes Lact.de Ringer – 1 parte KCl 10% - 1,5 ml por 100ml de soro NÃO JUNTAR KCL SE A CRIANCA NÃO URINA. Protocolos 1.Plano de administração de liquidos Em RN deveser efectuado de acordo com idade gestacional, peso, idadepos natal, estado geral, uso de incubadorea, aquecedor radiante ou tratamentocom fototerapia. NHD ml/kg/dia NHD 1 dia 2 dia >3dia <1000g 90-120 Dex5% 120- 130Dx5% 120- 150Dx5% 1000-1499g 80-100 Dx10% 100-120 Dx10% 100-140 Dx10% 1500-2499g 70-90 Dx 10% 90-110 Dx10% 100-140 Dx10% BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 26 Deve se atribuir a faixa mais baixa das NHD nos seguintes casos: a) Sinais de distres respiratorio(adejo nasal, gemidos, retracao intercostal e /ou subcostal, etc. b) Suspeita de cardiopatia ou cardiopatia confirmada com ou sem insuficiencia cardiaca). Deve sefazer restricao hidrica (60-70ml/kg/dia) nos seguintes casos: a) Asfixia grave nas primeiras 24-48h de vida b) Edema cerebral c) Convulsoes d) Hemorragia intracraneana Atenção a restrição exagerada pode agravar isquemia,precipitar a ocorrência de choque hipovolemico, em contrapartida, o excesso de liquidos pode causar convulsoes, edema cerebral e/ou hemorragia intracraniana Perda de peso a) Nos casos em que a perda de peso é superior a 2% é importante aumentar as NHD em 10-20ml/kg/dia. b) Os RN com perda de peso > 10% durante uma semana de vida devem receber os liquidos para suprir as NHD e mais um suplemento dos liquidos correspondentes a perda. Plano de administração de electrolitos 1. Dextrose: o soro de manutencao deve conter Dxt10% (RN termo) ou Dxt5% RN pre termo. 2. Calcio:desde p primeiro dia de vida os RNs graves sem alimentação por via oral devem receber um soro de manutencao (de acordo com as NHD). O soro deve ter gluconato de calcio a10% 3-4ml/kg. Se o RN apresentar sinais sugestivos de hipocalcemia , deve se medir a glicemia(se possivel) e senecessario seguir o protocolode tratamento de hipocalcemia. 3. Sodio: as necessidades fisiologicas de sodio devem ser adicionadasao soro apartir do segundo de vida. 4. Potassio: as necessidades fiosiologicas de potassio devem ser adicionados ao soro apartir do terceiro dia. Em caso de necessidades, as correções devem ser efectuadas de acordo com resultado da bioquimica, se disponivel. BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 27 Necessidades Diarias do RN de sodio, potassio e calcio. 1dia 2 dia 3 dia Apos 3dia sodio ------ 1mEq/kg/dia 1- 2mEq/kg/dia 2- 3mEq/kg/dia potassio ------ ------- 1mEq/kg/dia 2- 3mEq/kg/dia Gluc de calcio 3-4ml/kg 1-2ml/kg/dia 1- 2ml/kg/dia 1-2ml/kg/dia Conversão de Sodio, potassio e de calcio Nacl 20% 1ml=3,4mEq Nacl 0,9% (SF) 1ml=0,15meq Gluc de Calcio10% 1ml=45mEq=9,3mg de Ca elementar Kcl 10% 1ml=1,34mEq Peso ao nascimen t Nr de refeicoes/d 1 dia (ml/kg) 2dia (ml/kg) 3 dia (ml/kg) 1000 4 1 1-15 2 1250 6 15 2 2.2 1500 8 12 15 17 1750 8 14 18 20 Peso ao nascimen to Nr.ref /d 4 dia (ml/kg) 5 dia (ml/kg) 6-13 dia (ml/kg) 14 dia ml/kg 1000 4 2.2 2.5 2.5-4 4 1250 6 2.5 3 3.5-4.5 4.5 1500 8 19 22 23-33 35 1750 8 22 24 26-42 45 Quantidade aproximada de leite materno por refeicoespor idade ao nascimento BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 28 INFECÇÕES CONGENITAS T Toxoplasmose O Outras => HIV, Hepatite B, Varicela, Malaria R Rubeola C Citomegalovirus H Herpes S Sifilis Sifilis congenita: Lesoes cutaneas, Rinite, mucopurulenta ou serohematica, Hepatoesplenomegalia, Anemia /Ictericia, Edema (lesao hepatica/renal) Lesoes osseas osteocondrite,periostite (pseudoparalisia de Parrot), Falencia de crescimento DIAGNOSTICO VDRL ( titulos > 1/32), RPR, Rx dos ossos longos (periostite,osteocondrite), Hemograma (anemia,trombocitopenia), LCR (GB e Prot↑,VDRL TRATAMENTO: Penicilina Cristalina 100.000 U I /kg/dia( im ou ev ) de 12/12 horas ou Penicilina c/ Procaina 50.000 U I /kg/dia durante 10 dias Se LCR for anormal Penicilina Cristalina 100.000/150.000 UI /kg/dia (ev) de 12/12 ou 8/8 horas durante 21 dias SEGUIMENTO E CONTROLE Apos a alta VDRL aos 3,6 e 12 meses Se o LCR foi anormal fazer PL aos 3,6 meses Toxoplasmose QUADRO CLINICO BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 29 Corioretinite, Calcificacoes intracranianas Hepatoesplenomegalia, Ictericia, Anemia. DIAGNOSTICO: Serologia - Teste de Sabin-Fieldman (Ac IgG e IgM), Imagiologia Rx do craneo, Ecografia Transfontanela, TAC, Culturas - isolamento do agente(dificil) TRATAMENTO Pirimetamina – 1mg/kg/dia de 12/12 horas oral Sulfadiazina – 100mg/kg/dia de 6/6 horas oral Ac Folinico – 5 mg de 3/3 dias ou 1 mg/dia Prednisolona – 2 mg/kg/dia oral se LCR anormal- duracao do tt 21 dias Prevenção e Tratamento da Apneia do Prematuro Aminofilina Dose de ataque: 6-8mg/Kg EV em 30 minutos. Dose de manutenção: 8h após a dministração da dose de ataque, continuar com 1.5- 3mg/Kg a cada 12 horas. Efeitos colaterais: taquicárdia, hiperglicémia, intolerância alimentar, irritabilidade, lesão renal. Sinais de toxicidade: taquicárdia, vómito, tremores, hiperreflexia e convulsões. Tratamento da Persistência do Canal Arterial (PCA) Indometacina: Indicação: RN com PCA com idade < 2 semanas Creatinina < 1.8mg/dl Plaquetas > 50.000/ mm3. Idade para a 1dose 1dose( mg/kg) 2dose( mg/kg) 3dos e(mg /kg) «48h 0.2 0.1 0.1 2-7dias 0.2 0.2 0.2 »7dias 0.2 0.25 0.25 Deve-se monitorar o hemograma, creatinina, electrólitos. BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 30 Jejum 3h antes e 3h após a administração da indometacina. Vigiar os sinais de intolerância alimentar, sangramento, enterocolite necrosante. Não administrar a indometacina com glicose em concentração superior a 5%, nutrição parenteral, gluconato cálcio, dobutamina, dopamina ou gentamicina. Ibuprofeno: Pode substituir a indometacina. Tem menos efeitos colaterais ao nível da circulação cerebral, renal, mesentérica.Dose de ataque: 10 mg/Kg/ dose (10 dia) ,Dose de manutenção: 5mg/Kg/dose (20 e 30 dia), a cada 24h. Via oral EV na dose acima citada, durante 30 minutos, com intervalos de 24h entre as doses. Efeitos colaterais: hipertensão pulmonar. Tratamento de anemia no prematuro Concentrado de Glóbulos (CG)Dosagem: 10-15ml/kg. Dose única diária (15ml/Kg) ou 12/12h horas (10ml/kg). Administração: velocidade não superior a 5ml/kg/h. ANEXO BERÇÁRIO: História Clínica: Data: __/__/__ Parto:_____Local:______Dia:__/__/__ Hora: __:__ Hora:__ :__ Sexo: ____Peso:_______APGAR:_______________ Idade mãe: ___ G__P__A__FV___HIV___ MI:____________________________________________ ________ EO IG: Coloração: Dispneia: FA: ______Sucçao:_______ BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 31 Tonus:______Reactividade:_________ LM/A:___________ FR:____cpm AP:________________ ATB: FC:____bpm AC:________________ Vit K:___________ Abdom:________________________ Cordão umbilical:_________________ Genitais:fenotipo típico ___________ Membros:_______________________ Ânus:__________________________ Coluna:________________________ Diagnóstico:_____________________ MEDICAMENTOS Ampicilina: 100 mg/Kg/dia 12/12hrs/ Inj 500 mg/ Susp oral 250mg/5 ml Gentamicina: 4-5 mg/Kg/dia 12/12 hrs/Inj. 80mg/2ml/Inj 20mg/2ml/Colirio 0,3% - fr 10 ml P cristalina: 100-200 000 UI/Kg/dia 12/12 hrs/Inj 5 000 000 - 10 000 000 UI-fr Cefotaxima: 100 mg/Kg/dia 12/12 hrs/Inj 500 mg Ceftriaxona: 100 mg/Kg/dia 12/12 hrs/Inj 1gr/4 ml Leite: 3/3 hrs- 1º dia: 70 ml/Kg/dia- 2º dia: 90 ml/Kg/dia- 3º dia: 110 ml/Kg/dia-4º dia: 130 ml/Kg/dia- 5º dia: 150 ml/Kg/dia vai-se aumentando até 200 ml/Kg/dia Vitamina K: 1 mg im > 2500 gr se <2500 gr 0,5 mg im HIPOGLICÉMIA: 1º dia: Glc 10% (bolos): 5 ml/Kg Manutenção: 70-100 ml/Kg/dia 2º dia: Glc 10 % oral: 50-80 ml/Kg/dia ou Glc 5% oral: 100 ml/Kg/d Se persistir: Prednislona: 1 mg/Kg de 12/12 hrs ou Hidrocortisona 5 mg/Kg 12/12 hrs BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 32 RECÉM-NASCIDOS < 34 SEMANAS: Aminofilina: 5 mg/Kg im 1,2-2 mg/Kg/dose oral 12/12 hr SOROS DE HIDRATAÇAO Peso 1500 gr 1500- 2000 gr >2000 gr Dext 5% 70 ml 100 ml 200 ml Dext 30% 75 ml 150 ml 300 ml HCO3 8,4% 5 ml 5 ml 10 ml HCO3 4,2% 10 ml 10 ml 20 ml Soro manutenção: 24 hrs – 100 ml/Kg/dia SF: Dex 5%:, NaCl: Na x 3/3.4, KCl 10%: K x 2/ 1,34 ICTERICIA NEONATAL: Fototerapia Dext 5% ou 10%: dose leite em gastroclise 24 hrs. Pré-termo: < 38 semanas Termo: 38-42 semanas Pós-termo: > 42 semanas BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 33 LACTENTES/UCIP Diarreia O número de dejecções diárias varia de acordo com a idade. De forma geral, a diarrreia é definida pela ocorrência de três ou mais dejecções de fezes moles ou aquosas, num período de 24 horas. Foram definidos três tipos de diarreia: Aguda Disenteria Diarreia persistente 1.Aguda: Dura menos de 14 dias e envolve dejecções de fezes aquosas, sem sangue visível. Pode ocorrer vómitos e haver febre. Causas mais importantes de diarreia aguda: o Rotavirus, a Escheria coli enterotoxigenica, Shigella, Campylobacter jejuni e Crytosporidium BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 34 Em alguma áreas são causas também importantes Vibrio cholera 01, Salmonella e E.coli enteropatogenica. Disenteria: é a diarreia com sangue visível nas fezes.A causa principal de disenteria é a Shigella; Campylobacter jejuni e, com menos frequência, a E.coli enteroinvasiva ou Salmonella. Diarreia persistente:Esta diarreia inicia-se de forma aguda, presumivelmente infecciosa, mas é de uma duração longa (mais de 14 dias).Não há uma única causa microbiana de diarreia persistente: a E. coli enteroagregativa, Shigella e Cryptosporidium. Tratamento Diarreia aquosa requer a substituição de fluidos e electrólitos Deve-se continuar com a alimentação Não se deve usar por rotina os antibióticos e antiparasitários. As excepções são: disenteria, suspeita de cólera com desidratação grave Diarreia persistente, com trofozoítos ou quistos de Giardia ou trofozoítos de E. histolytica são vistos nas fezes ou no fluido intestinal BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 35 Sinais Ligeira 3-5 % Moderada 6-10 % Grave 10-15 % Estado Geral Alerta/irritável Agitado/irritável Letárgico/com a F.A. Lig. Deprimida Deprimida Muito deprimida Olhos Normais Encovados Muito encovados Lágrimas Normais Ausentes Ausentes Mucosas Ligeir. Secas Secas Muito secas Boca/Língua Húmida Seca Muito seca Sede N./sedento Beb avidament pouco/incapaz de beber Pulsos Cheio Finos Impalpáve l P. Cutânea Ausente D. lentamente Muio lenta T.A. Normal Baixa Muito baixa Diurese N ( > 1ml/kg/h) Oligúria (entre 0.5 a 1ml/kg/h) Oligoanúria (< 0.5ml/kg/h) P.C. < 3s 3-5 s > 5s BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 36 Classificação Diarreia secretora é causada pela secreção anormal de água e electrólitos no intestino delgado, Isto ocorre quando a absorção de sódio pelas vilosidades está diminuída enquanto que a secreção de cloro nas células das criptas continua ou aumenta, O resultado nítido é a secreção de fluido- isto causa desidratação. Diarreia osmótica: a mucosa do intestino delgado é um epitélio poroso através do qual a água e os electrólitos movem-se rapidamente para manter o balanço osmótico entre o conteúdo do intestino e do FEC, Ocorre a diarreia quando uma substânci osmoticamente activa mas fracamente absorvida é ingerida Desidratação leve Plano A. Tratar a diarreia em casa 1. Dar fluidos adicionais Amamentar com frequência e durante mais tempo Aleitamento materno exclusivo (oferecer SRO) Para as crianças que já comem, oferecer SRO, alimentos ricos em potássio e água potável SRO(soro de rehidratação oral) Até 2 anos: 50-100ml após cada dejecção ≥2: 100-200ml Instruir a mãe a dar pequenos goles com frequência por um copo; se a criança vomitar, aguardar 10 min depois continuar a dar; continuar a dar líquidos extras até a diarreia passar Desidratacao noderada- Plano B Défice de água é 50-100ml/Kg de peso BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 37 A quantidade de solução SRO requerida para rehidratação pode ser estimada como défice aprox. usando 75ml/Kg O volume de SRO aprox.(ml) pode ser calculado multiplicando o peso (em gramas) por 0,075. Assim, uma criança com 8Kg necessitará cerca (8000x0.075)= 600 ml de solução de SRO. Nota: usamos a idade quando não temos disponível o peso. Quando temos o peso multiplicamos por 0.75. Após 4 horas reavaliar a criança e classificar a desidratação, escolher o plano de tratamento adequado, iniciar a alimentação no hospital. Explicar as 4 regras de tratamento em casa. Todas as crianças com diarreia deverão receber suplementação de Zinco: Crianças com menos de 6 meses na dose de 10mg/dia, durante 10 dias Crianças com mais de 6 meses na dose de 20mg/dia, durante 10 dias. SRO Gramas/litro Cloreto de sódio- 2,6 Citrato trissódico diidratado- 2,9 Cloreto de potássio- 1,5 Glicose, anidro- 13,5 Total 20,5 Idade até 4 meses 4-12 meses 12-24 meses 2-5anos Peso < 6kg 6 < 10kg 10 < 12kg 12-19kg Em ml 200- 400 ml 400-700ml 700-900 ml 900- 1400 ml BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 38 mMol/litro de água Sódio 75 Cloreto 65 Glicose 75 Citrato 10 Potássio 20 Osmolaridade T 245 BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 39 Desidratacao grave- plano C Critérios para Terapia endovenosa Lactente ˂ 2 meses Desidratação moderada x vómitos persistentes(˃4) Desidratação grave (todos os casos) Outros: Choque de qualquer causa Estado séptico Vómitos incoercíveis Perdas fecais mais de 10ml/Kg/hora Íleo paralítico, alter. da consciência, impossib de TRO 1- Fase de expansão (rápida) OMS Lactato de Ringer ou Soro fisiológico 0,9% e Soro glicosado 5% em partes iguais- 100ml/Kg Idade Primeiro dar 30ml/Kg em: Depoisdar 70ml/Kg Bebés (menor de 12 meses) 1 hora 5 horas Mais velhos 30 minutos 2 ½ horas 2- Fase de Manutenção e Reposição A fase de manutenção é para cobrir as perdas normais (ou necessidades hídricas diárias) e a fase de reposição deve compensar as perdas anormais decorrentes da diarreia e vómitos. O volume a ser administado nesta fase é o resultado da soma dos volumes da manutenção e reposição. A quantidade administrada por via endovenosa deverá ser reduzida progressivamente à medida que for aumentando a ingestão de alimento e SRO. Utiliza-se uma solução de 1:4, o que significa que para cada 100ml de líquido: Soro glicosado 5%- 80ml Soro fisiológico 0,9%- 20ml KCl a 10% - 2ml BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 40 Quanto à reposição, a primeira prescrição admitirá perdas de 50ml/Kg/dia. A solução a ser reposta deve conter uma parte de soro fisiológico 0,9% e uma parte de soro glicosado a 5%. Para se calcular o gotejo da solução usar a fórmula: No de gotas/min = Volume a administrar na fase 3 x h h= Tempo previsto para infusão 3= constante Monitorização: Clínica, Laboratorial- ionograma, Função renal, Gasometria- Bicarbonato e ECG-alterações específicas Rehidratacao e correção do DHE Entradas – exógenas e endógenas Necessidades Hidricas Diarias (NHD) Superfície corporal mEq/kg N K Ca Mg P (mmol/kg) Prematuros 2-8 1-4 1-2,5 0,25-1 1-3 RN termo 1-4 2-4 0,5- 1 Lactentes 2-4 0,5-1 0,5 1-1,5 Crianças Adolescentes 2-3 2-3 0,25-0,5 0,5-1 Peso NHD Ate 10 kg 100ml/Kg 11-20 kg 1000ml + 50ml por cada kg acima de 10 kg 21-30 kg 1500 + 20 ml por cada kg acima de 20 kg Holiday BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 41 Segundo as perdas Saidas=? Diurese diaria+ perdas insensiveis de agua Necessidades electroliticas diarias Diurese – 2-4 ml/kg/h Fezes – 5-10 ml/kcal Suor – 0-25 ml/100 Kcal Respiração – 10-20ml/kcal Perdas patológicas – variáveis Desidratação surge como consequência de perda excessiva de liquidos e/ou ingestão insuficiente dos mesmos. Pode ser classificada segundo : - gravidade: leve < 5% do peso corporal SF (9gr NaCl/l) Conteúdo electrolítico mmol/l Glic(g/l Solução Na K Cl lactato A Preferida LR (s. Hartmann) 130 5,4 111 27 0 B Aceitável 154 0 154 0 0 Darrow a metade com Glic 5% 61 17 52 27 50 SF a metad (4,5 gr NaCl/l) 77 0 77 0 0 Glicoringer 65 2,7 56 14 50 C Não aceitável (dextrose) 0 0 0 0 50 Fluidos disponiveis BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 42 moderada 5-9% do peso corporal grave >10% do peso corporal - nivel sérico de Na : isotónica- Na 130-150 mEq/l; hipotónica-Na< 130mEq/l hipertónica-Na>150mEq/ Desidratação Isotónica Moderada 1ª Fase - 75ml/kg em 4 a 6 hrs 8 Usa-se preferencialmente lactato de ringer 2ª Fase Se mantiver as perdas, usar soro com glicose e electrólitos por 24 h segundo a fórmula: NHD + perdas (20-50ml/kg) *Se tiver febre adicionar 12% de líquido por cada grau centígrado de febre Se melhoria dos sinais de desidratação e ausência de perdas passa-se a terapia oral com SRO e dieta geral Desidratação Isotónica Grave 1ª Fase – Expansão Bolus de 20ml/kg em 30 min até um máximo de 60ml/kg Usa-se preferencialmente lactato de ringer /S. fisiologico Repete-se 2 a 3 vezes se persistência de sinais de má perfusão 2ª Fase –Manutenção Primeiras 8 h - ⅓ NHD + ½ do défice - vol da 1ª Fase Restantes 16 h - ⅔ NHD + ½ do défice Para calcular Defice: BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 43 Defice (litros)= pesoX 10% Depois converter em ml Usa-se de preferência solução de Darrow ou glicorringer. 3ªFase –Manutenção NHD + Perdas (50ml/kg) Usar Soro polielectrolítico em 24 horas Hiponatramia 3.2. Na < 120 mEq/l O aumento de sódio não deve ser brusco, deve ser de 0,5 à 1 meq/l/hora e não se deve elevar o Na acima de 12-15mEq/dia pelo risco de desmielinização pontina. 100ml de Nacl 3% = 85ml de Detrose a 5% + 15ml de Nacl a 20% ou = 89 ml de NaCl 0,9% + 11 ml de Nacl a 20% ou = 87 ml L.Ringer + 13 ml NaCl 20% 1ml de Nacl 3% contém 0,5meq de Na+ Hipernatrémia Concentração de sódio > que 150 mEq/l Aumento da osmolaridade → movimento de água do espaço intracelular para o extracelular BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 44 → desidratação celular -neurónio - hemorragias intracraneanas/ hematomas subdurais que podem levar a morte . Hipernatrémia com Hipovolémia 1.1 Choque hipovolémico: - Expansão do EEC com cristalóide 1.2 Sem Choque 1.2.1 Na <160 mEq/l Correcção durante 4horas por via oral 1. Hipernatrémia com Hipovolémia (continuação) 1.2.2. Na > 160 mEq/l Volume total =Déficit de água livre (4 x peso x meq de sódio acima de 150meq) + NHD Administrar 20 mEq/l de Na para cada 1000 ml de volume total Volume total =Déficit de água livre (4 x peso x meq de sódio acima de 150meq) + NHD Volume de NaCl 0,9% (1000 ml→154 mEq /l) ou NaCl 20% (1ml → 3.4 mEq/l) Volume de DX5% = volume total – volume de Nacl Tempo de Correcção - A correcção deve ser lenta para não alterar a osmolaridade presente e correr-se o risco de evoluir para o edema intracelular (cerebral). BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 45 Exemplo :peseo de 7Kg- Na-175 1. NHD= 100Xpeso = 7000ml 2. Défice de H20=7x4(175-150) = 700ml 3.volume total =défice+ NHD 700ml+700ml =1400ml 4.1000voltotal----------20meq/l de Na+ 1400m-------------------------X X=28meq Na+ 5.1mlNaCl0,9%----------0,154meq/l X--------------------------28meq/l X=182ml de NaCl0,9% 6.VolDext5%=voltotal –volNaCl = 1218m 1218ml de Dext5% 182ml NaCl0,9% Fluxo -17ml 6ml/h Exemplo1 Soro de manutenção criança de 8kg. NHD: 8 x 100ml = 800 ml KCl10%: 2 x8/ 1,34meq= 11,9ml NaCl 0,9% 3X8/0,154=155,8ml Cálcio: 0,5x 8/2 = 2ml Gluconato cálcio 10% Dext5%= volume total-NaCl0,9%+KCl10%+ Glu calcio10% = 800-169,7 Dext5%= 630mlFluxo24h BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 46 Hiponatrémia: Criança 8 kg, Na – 117, Défice de Na= 0,6xpeso (Na desejaado- Na actual) = 0,6X8(150-117) =115,2meq 1mlNaCl0,3%--------0,5MeqNa+ X-------------------115,2meq X=230,4ml 100ml Nacl0,3----------85mlDext5% 230,4ml-----------------------X X=195,8ml de Dext5% 100mlNaCl0,3%----------15mlNaCl20% 230,4---------------------------X X=34,5ml de NaCl20% Dext5%= 196ml NaCl20%= 35ml Fluxo_65ml/h Hipocaliémia – Tratamento1. 1. Leve (K entre 3-3,5 mEq/l) Aumentar o aporte na dieta. Se for recém-nascido pré-termo a administracao deve ser feita por via endovenosa 1-2 mEq/kg em 4 horas e adicionar ao soro de manutenção. 2. Moderada (K entre 2,5 -3,0 mEq/l) -Asssintomática: - KCl 10% em xarope (900 mg /15ml) ou -Solução oral de KCl (OMS) - 4 ml/kg/dia/8/8h. BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 47 -Sintomática: - KCl 2 mEq/kg em 4 a 6 horas EV ou adicionar no soro de manutenção >3mEq/kg/dia Grave ( K menorde 2,5 mEq/l) Sempre sintomática, e corrige-se sempre por via endovenosa: Défice em Potássio = 0,6 x peso x (K+ ideal – K+ real) Volume de KCl a 10% (1ml → 1,34 mEq K) ou a 7,5% (1ml → 1mEq K) Volume de soro fisiologico (1000 ml → 80mEq) Ritmo de infusão (RI =0,3- 0,5 mEq x peso/h) Tempo de infusão (TI = mEq de KCl: RI) Fluxo ( Fluxo = liquido total : TI) Nota : Para prevenir lesão das células endoteliais a perfusão não deve ultrapassar: veia periférica -80 mEq de K/l, veia central - 120 mEq de K/l,v eia umbilical -150 mEq de K/l Hipercaliémia Leve (5,5-6,5 mEq/l) e moderada (6,5-7,5mEq/l) - assintomática/ sintomas inespecificos; Severa (>7,5 mEq/l) - altera o potêncial de repouso da membrana celular, tornando-a incapaz de se repolarizar, criando alterações neuromusculares: parestesias, fraqueza e fadiga muscular, caimbrãs, paralisia, diarreia, desorientação, palpitações, arritmias e paragem cardiaca. 1.Sem alteração do ECG - suspender o aporte dietético ou endovenoso de K e prevenir todas as situações que possam gerar hipercatabolismo 2. Com alteração do ECG BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 48 salbutamol (aerossol- 0,03 ml/ kg + 3-4 ml NaCl 0,9%) resinas trocadoras de K por Na ( Kayexalato 1g/kg/dose a cada 2 ou 4 hrs -enemas). - Insulina e Dextrose em bolus (2ml/kg de Dx 10% + 0,05 UI/kg de insulina) ou em infusão (2-4 ml/kg/h de DX 10% +10 UI de insulina / 100ml de Dx 10%) bicarbonato (1-2 mEq/kg em 5 min) - gluconato de cálcio 10% (0,5-1 ml/kg diluido na mesma quantidade de SF 0,9% 10 a 20 min EV) - diálise Hipocalcémia Tratamento: Emergente: Gluconato cálcio 10% - 0,5-1 ml/Kg/dose (máx 20ml/dose, ritmo máx 5ml/min, risco de bradicardia, hipotensão, necrose tecidual) Se hipomagnesémia, corrigir primeiro Mg: Sulfato magnésio 50% - 25-50mg/Kg/dose (0,05- 0,1ml/Kg/dose), 15 min Não emergente: Gluconato cálcio 10% - 5ml/Kg/dia Hipercalcémia – Tratamento Leve (9,8-12 mg/dl) Moderado (12-15 mg/dl) Correcção hídrica, dieta pobre em Ca e restrição de Vitamin D ↓Sem resposta NaCl 0,9% 200-250 ml/kg/dia, Furosemida 1mg/kg 6h EV , calcitonina 1-5UI/kg/dia BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 49 Grave (>15 mg/dl ou 3,74 mmol/l) Correcção hídrica, dieta pobre em Ca e restrição de VitaminD Bloqueadores dos canais de cálcio se arritmias ou HTA Corticóides – Hidrortisona /prednisolona ( EV)---- - ↓reabsorção intestinal e ↑ reabsorção óssea Bifosfonatos – Etidronato , Pamidronato, Clodronato Sais de Fósforo ( fosfato monossódico ou monopotássico) - Calcitonina , Hemodiálise, Paratiroidectomia de emergência (hipertiroidismo) Hipofosfatémia - Tratamento 1. Ligeira (0,61-0,77 mmol/l) – Asssintomática, não se trata 2. Moderada (0,46-0,60 mmol/l) Aporte nutricional de fósforo Folato 2-3g VO/dia 3. Grave (˂0,46 mmol/l) - Fosfato monossódio (1ml=1mmol de P=31mg) diluido em NaCl 0,9% Ataque - P˂0,5 mg/dl /grave – 0,15-0,36 mmol/Kg perfusão EV /6h P 0,5- 1 mg/dl – 0,08-0,24 mmol/Kg perfusão EV /6h Manutenção – 0.44-1,4 mmol/dia (EV) ou 0,9-2,8 mmol/kg/dia (VO) até alcançar valores ˃2-2,5 mg/dl *Riscos: Hipotensão, hipocalcémia, Calcificações metastáticas, hipercaliémia (se uso de fosfato potássico) e diurese osmótica com desidratação. BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 50 Hiperfosfatémia - Tratamento Tratar a causa se possivel Tratar os transtornos hidrelectroliticos e hipocalcémia associados Diminuir o aporte nutricional de fósforo Acetazolamida (15-25 mg/kg/dia/8/8h/Vo)- ↑excrecção Hidróxido de Aluminio 81mg/kg/6/6h/Vo) - ↓ absorção Insulina + Glicose – mobiliza fosfato para o liquido intracelular Hemodiálise Hipomagnesémia - Tratamento Quando sintomático/Grave: Sulfato de Mg Ataque -25-50 mg/Kg/dose em 30-60 min (máx 2g/dose) , repetir 1 a 2 vezes em intervalos de 6h em crianças e de 8/12 h em recém-nascidos. Manutenção – 0,2-0,5 mEq/Kg/dia , pode levar 2-3 dias para normalizar Hipermagnesémia Incidência insignificante Mg˃2,4 mg/dl (1,1mmol/l) Etiologia Neonatal (tratamento materno com sulfato de Mg) Frequentes – insuficiência renal, administração excessiva parenteral, antiácidos e enemas (iatrogénica) Raras- Doença de Adisson, hiperparatiroidismo, intoxicação por litio, hipoaldosteronismo Quadro Clínico Quando Mg˃ 4mg/dl Consequência do bloqueio neuromuscular : hiporreflexia, hipotonia, depressão respiratória, bradicardia, hipotensão e coma. BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 51 Cetoacidose Diabetica Causas: baixo nivelda insulina Aumento dos Hormonios contrareguladores Que cursa com: - hiperglicemia- ˃ 11mmol/l e glicosuria - cetonuria e cetonemia Acidose- PH˂7,3 e Bicarbonato ˂15mmol/l Q. clinico da diabetes: poliuria, polidipsia,plofagia, emagrecimento, historia familiar. Quadro clinico da cetoacidose: letargia, hiperventilacao,desidratacao, odor cetonico, febre/hipotermia, instabilidade hemodinamica Objectivos do tratamento: -correcção do defice de fluidos e disturbios electroliticos , - interrupcao da produção de cetonas, - cetoacidose e resolução da glicémia com uso da insulina. -correcção da acidose metabolica através da hidratação e insulinoterapia. - avaliacao e tratamento do factor desencadeante. Monitorização rigorosa e tratamento das potenciais complicações. Complicações Edema cerebral-raro mas muito grave Hipolicemia e coma hipoglicemico DHE(hipokaliemia) BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 52 Insulinoterapia Glicemia˃ 17mmol/l e PH˂7,3 -iniciar infusao de insulina-0,1U/kg/hr- na segunda hora de fluidoterapia - praparar 500ml de SF 0,9% + 50U de insulina regular e correr na velocidade do peso da criança . Monitorar a glicemia de 1h a 1h . Se menor de 5 anos iniciar 0,05u/kg/hr ate obter decrescimo da glicemia plasmatica entre 2- 5mmol/l. Se decrescimo menor de 2mmol/l aumentar perfusao de insulina para 0,15-0,2U/kg/hr Manter perfusao de insulina ate que a glicemia esteja entre 14-17mmol/l e cetonuria menos de +++ nesta altura fazer gasometria. Se PH˃ 7,3 Iniciar insulina semilenta a dese de 0,2- 05U/kg/dia (⅔) manha e ⅓ a noite. Iniciar dieta ½hora depois com leite, cha(sem acuçar ou sumo natural). Suspender a perfusao de insulina ½ hora depois. Se PH ˂7,3 - substituir o soro de manutencao por 50% de SF + 50% , Dext 10% Manter insulina a 0,1 u/kg/h Iniciar esquema de insulina simples (rapida sbcutanea) segundo os resultados do DX feito 4/4h por 24h: BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 53 Se DX˃8mmol/l e ˂14mmol/l=0,14U/kg Se Dx˃ 14,1mmol/l e ˂17mmol/l= 0,15U/kg Se Dx˃17mmol/l= 0,2U/kg. HIPOGLICEMIA Dextroses disponiveis Dext 5%/ Dext10%/ DExt25%/ Dext30% O ideal e mais fácil de usar e Dext 10% com 5ml/kg para dar em bolus. Caso não tenha Dext10%, pode se preparar da seguinte maneira: 1/5 Dxt30% + 4/5Dext 5% ou ¼ Dext 25% + 4/5 Dext 5% Queimadura Clasisificacao segundo: Profundidade 1grau - so epitelio 2 grau- destroi ep.e parte do corion 3 grau – destroi toda a espessura da derme Extensão Percentagem da área queimada Queimadura grave No adulto: 2o grau> 25% 3o grau > 10% Na criança: 2o grau > 20% 3o grau > 10% No adulto e na criança: a/ qualquer que atinja mãos, face, pés ou perineo. b/ todas as lesões eléctricas Queimadura complicada por: a/ inalação de fumo. b/ traumatismos graves. c/ doenças pré- existentes. BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 54 Queimadura moderada No adulto: 2o grau 10-25% 3o grau 3-10% Queimadura ligeira No adulto: 2o grau < 10% 3o grau < 3% Na criança: 2o grau < 10% 3o grau < 3% Na criança: 2o grau 10-20% 3o grau 3-10% Formas de Classificao Regra dos 9 Gravidade da queimadura 1 Extensão da queimadura 2 Profundidade da queimadur, 3 Localização da queimadura, 4 Tipo de queimadura, 5 Idade do paciente, 6 Lesão associada, 7 Doença pré-existente Criterios de internamento 1. Percentagem de s.c. queimada a) < 1 ano: > 5% b) > 1ano: 10-15 % 2. 3o grau > 5% 3. Localizacao, 4. Queimadura química, 5. Inalação de fumo 6. Traumatismos graves associado, 7. Doença pré- existente RN 3A 6A > 12A Cabeça 18 % 15 % 12 % 6 % Tronco 40 % 40 % 40 % 38 Braços 16 % 16 % 16 % 18 % Pernas 26 % 29 % 32 % 38 % BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 55 MANEJO Primeiras 24 horas A- Cuidados pré-hospitalares 1.refrigeração dos tecídos queima dos com água ~ 20˚ C nunca usar Gelo 2. retirar as roupas a arder, quentes ou queimadas 3- cobrir as áreas queimadas co pensos esterilizados ou roupa limpa (lençol) Queimadura Conduta de emergencia , Avaliacao da extensao da queimadura, gastrico Reposicao da volemia, Algaliar, Limpeza das feridas, Medicação, Monit. fluidos,electrolitos e proteinas Vias aéreas e respiração (Sinais de complicações respiratórias Dificuldade em eliminar as secreções brônquicas ou expectoração, Partículas carbonizadas nas secreções brônquicas,Rouquidão, Dificuldade na deglutição e na ventilação, Queimadura da língua, Flictenas de queimadura em torno da boca e do nariz Tratamento: oxigénio; entubação endotraqueal S.O.S. Fluidoterapia Na crianca: Risco > de perda de calor Grande troca de liquidos em relacao a agua corporal Nec de > vol. de urina para depuracao Perdas insensiveis aumentadas ►calculo das necessidades com base na superficie corporal Fluidos nas 1as 24 h BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 56 Se choque → administrar 10-20 ml de s.fisiol ou Lact. de Ringer em 10-20 mins (1-3 bolus de acordo com a evolucao) Calculo do volume Formula de Parkland:4ml x S.Q.x peso + manutencao (NHD Administração ½ de Parkland +1/3 das NHD nas 1as 8 horas (contar a partir do momento da queimadura) ½ de Parkland + 2/3 das NHD nas restantes 16 horas Apos as 1as 24 horas Solucao : ½ lact. de Ringer + ½ Dext 5% Volume diario : 75% do vol.(Parkland + manutencao) Coloides:plasma fresco (10-15 ml/kg) ou albumina humana(1 gr/kg) Ajustar sempre o volume total a resposta do doente Manter a diurese 1,5-2,0 ml/kg/hora Monitorizar FC,TA. Iniciar pequenas quantidades de leite Reduzir progressivamente liquidos e.v Liquidos a administrar Proteinas-12,5 gr de albumina/litro nas 1as 24h Na 130-135mEq/l Bic. ou Lact.- 20-30mEq/l Mantem a osmolaridade e os electrolitos nos limites normais e previne a acidose Nao dar potassio nas 1as 24h BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 57 Depois 20-30 mEq/l de solucao dependendo do debito urinario e dos valores da ureia Monitorização Deb.urinario (30ml/h/m2),Estado de consciencia, Pulso,T.A, Preenchimento capilar, Peso, Hematocrito,Ureia, Electrolitos. Dieta 0 nas 1as 24h, Toxoide Tetanico (prevencao do Tetano),Antibioticos,Sedativos,Transfusoes de CG 10ml/kg de 3/3 dias, Plasma,Albumina Humana, Nec.caloricas (1800 kcal/m2/dia + 2200kcal/m2 de area queimada) e uso protectores gástricos. Tratamento da ferida remoção dos tecidos necrosados e corpos estranhos as grandes bolhas intactas podem ficar durante 48 hs (prevenção da hipotermia) queimadura química: a diluição dos agentes químicos é prioridade absoluta! - irrigação com água durante 60 min não se recomenda o uso de antídotos para químicos:a reacção química pode produzir calor. Agente antimicrobiano tópico agente espectro Penetracao Toxicidade Local geral dor mafenida largo excelente media acidose sim Sulfadiazina de prata largo boa baixa leucopeni min Gentamicina largo fraca baixa nefro min Betadina largo fraca baixa nefro sim Nitrato de prata largo Ø Ø argiria Ø Método de “líquido salino” Líquido salino 0.5% (uma colher de chá de sal para um litro de água) Início do tratamento: depois da recuperação do choque BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 58 Cobrir as feridas com compressas secas e pôr as áreas no líquido salino por 20 minutos Depois retirar as compressas Repetir de 12 - 12 horas Intoxicação em pediatria Produtos mais frequentes Produtoscaseiros(petroleo,lixivia,raticidas,Insecticidas,be bidas alcoolicas,desfrizantes), Medicamentos (sal ferroso,aspirina), Produtos agricolas (adubos,insecticidas) Produtos industriais (Tintas,vernizes), Plantas (galamaluco,cogumelos,mandioca. Manifestações clinicas Cianose,Dispneia,Bradipneia,Resp.de Kussmall, Diarreia,Vomitos(as x com sg),Secura da pele e muc.,Queim. e ulceras na mucosa, Sudorese↑, Hipertermia, Midriase/Miose, Diplopia, Obnubilacao, Taquicardia/Bradicardia, Hipertensao, Paralisia muscular, S.extrapiramidais, Convulsoes.Coma. Conduta CRIANÇA EM COMA Decubito lateral, Aspiracao de secrecoes e vomito,SNG – aspirar o conteudo gastrico,O2 se necessario Fluidoterapia (shock,perfusao tissular,equilibrio hidroelectrolitico), Monitorizar (pulso,TA,FR,diurese), Evitar hipotermia HISTORIA Tipo de toxico – antidoto,lavagem?vomito?/Idade/sexo/Toxico – nome/quantidade/Tempo decorrido dp da ingestao/Refeicoes,vomito/Primeiros cuidados recebidos/Progressao dos sintomas = SUSPEITA => evitar tt intensivos e invasivos se a cr. esta bem BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 59 Remoção do toxico= Emese, Lavagem gastrica, Acelerar a excrecao(Carvao activado,CatarticoDiuretico,Dialise peritoneal/hemodialise, Neutralizar o toxico, Antidotos). REMOÇÃO DO TOXICO Emese(provocar o vomito) Metodo manual Xarope de Ipeca 15 -20 ml=>+ 2 copos de agua Apomorfina 0,05-0,1mg/kg sc CONTRA INDICACAO DA EMESE Intoxicacao por petroleo e derivados,Convulsoes e coma,Hematemeses,Menores de 6 mese. LAVAGEM GASTRICA Indicado: Falência da emese/Criança com < 6 meses/Convulsões e coma. Contra indicado:Ingestao de corrosivos/Ingestão de petróleo ACELERAR A EXCREÇÃO Carvão activado: (1 gr/kg/dose) oral/Purgante salino/Sulfato de sódio (300mg/kg/dose) oral Forçar a diurese: Furosemida (1-2mg/kg/dose)e.v., Soro glicosado 5%(50-100ml/kg/24h), Manitol 10%(30ml/kg ) e.v. Dialise peritoneal/Hemodialise: Intox. por salicilatos,barbituricos Coma,apneias,ologo-anuria ANTIDOTOS Neutralizantes especificos do toxico Organofosforados – ATROPINA Metoclopramida – DIFENIDRAMINA BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 60 Opiáceos – NALOXONE Cianetos – NITRITO DE AMILO Monóxido de Carbono – O2 a 100%. Anexo Síndrome Anticolinérgicos Sintomas: hipossecreçãogl exócrina, sede, pele ruborizada, midríase, hipertermia, retenção urinária, delírio, alucinações, taquicardia, disfunção respiratória Causas: Atropina , anti-histamínicos, amitriptilina, escopolamina. Tratamento: difenidramina 5 mg/Kg/d de 8/8 hrs Sindrome colinergico Sintomas:hipersecreçao gl exócrinas, miccao, náuseas, vómitos, diarreia, fasciculaçoes ms, paralisia, convulsões, miose, broncospasmo, taquicardia/bradicardia causas: organosfofosrados, tabaco, picada aranha tratamento: atropina 0,05 mg/Kg de 15-15' até atropinizaçao (secura pele, e mucosas, midriase, taquicardia, hipertermia) Sindrome extrapiramidal Sintomas:tremor, rigidez, opistotonus, torcicolo, disfonia, crise oculogira. Causas: fenotizaidas,haloperidol,metoclopramida Tratamento: difenidramina Sindrome hipermetabolico Sintomas: febre, taquicardia, hiperpneia, inquietude, convulsões, acidose metabólica. Causas: salicilatos , herbicidas Sindrome narcotico Sintomas: depressão SNc, hipotermia, hipotensão, hipoventilacao, miose. Causas: narcóticos, heroína,propoxifeno BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 61 Tratamento: nalaxona: 0,01 mg/Kg Sindrome simpaticomimetico Sintomas:excitação, psicose, convulsoes, hipertensão, taquipneia, hipertermia, midriase Causas: anfetaminas,cocaína, teofilina, cafeina Outras intoxicaçoes Paracetamol Antitodo: Acetilcisteína Dose: DA: 150 mg/Kg + 200 ml Dex5% em 15' DDM: 50 mg/Kg + 500 ml Dext5% de 4/4 hrs Efeitos colaterais: nauseas, vomitos, cuidados com asmaticos, vigiar K Sulfamidas Antidoto: Azul de metileno 0,1-0,2 ml/Kg (1-2 mg/Kg) por 5 ' ev. Pode repetir-se 60 min dps EC: náuseas, vómitos, cefaleia, tonturas Ferro Antidoto: Desderoxamida 1 gr seguido de 2 doses de 0,5 g espaçadas de 4 hrs EC: hipotensão, reacção alérgica Metanol Antidoto: Etanol 5% ou 10% DA: 740 mg/Kg DM: infusão de 80-15 mg/Kg/hr EC: sedação, náuseas, vómitos Benzodiazepinas Antidoto: Flumazenil 0,2 mg diluído em Sf ou Dex5%. Repetir de min a min até dte despertar EC: Sd abstinência BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 62 Convulsões na urgência Classificação: Convulsões febrís/ Crise única não provocada/ Crises recorrentes 1. Convulsões febrís Forma típica:- Ocorre entre os 9m e 5anos de idade, Aumento rápido da temperatura até 39°C, Menos de 10 min de duração, Crise única - Tipo tônico-clónico generalizada - Pós ictal é breve e com sonolência Forma Atípica: Crises repetidas no mesmo dia, Mais de 15 min de duração, Tipo focal, Pós- ictal com sinais focais (hemiparésia, anisocória, paralisia do facial) Sinais que predispõe o desenvolvimento de epilepsia futura: - Crises e/ou período pós- ictal atípicos, Antecedentes familiares de epilepsia, Primeira crise antes dos 9 meses Surgimento de sinais de retardo/regressão do DPM depois da crise, Alterações neurológicas pré-existentes 2. Crise única não provocada Características semelhantes as das convulsões febris 3 Crises recorrentes Dif: Duas crises não provocadas com mais de 24h de intervalo entre si sugere distúrbio epiléptico cerebral e que pode levar a recorrências. Podem ser - Parciais simples/complexas - Generalizadas/Crise de Ausência/Crise tônico-clonicas generalizada/ Forma mioclônica da infância/Espasmos infantís/ Sdr de Landau-Kleffner (autismo) Tratamento de urgência: BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 63 Criança com febre, já sem convulsão: Despir, observar, temperatura, Tranquilizar, ambiente calmo, Se Observar 4-6 horas. Detectar causa da febre. Avaliar, Exames complementares, hidratar, Tratar a causa da febre Explicar aos pais o sucedido e o futuro. Abordagem: Diazepam: 0,3-0,5 mg/Kg. Ampola-10mg/2ml via rectal no momento da crise: 0,5mg/kg (seringa de tuberculina) via Ev usar a dose de 0,3mg/kg Em caso de não ter o peso Idade Peso Dose ev Dose rectal 0-2 meses <4 Kg 0,1-0,2 ml 0,3 ml 2-3 meses 4-5,9 Kg 0,3 ml 0,5 ml 4-11 meses 6-9,9 Kg 0,5 ml 1 ml 1-3 anos 10-13,9 Kg 0,8 ml 1,25 ml 3-5 anos 14-18,9 Kg 1ml 1,5 ml Repetir se necessário após 15-20 minutos até 4 vezes (com cuidado perigo de paragem cardio-respiratória) Evitar a hipoxia: aspirar secreções, oxigenar, decúbito lateral. Se as convulsões não cedem ou se repetem: Fenitoina: DA-15-20mg/kg ampola de 20mg/5ml. DM: 8mg/kg-12/12h Fenobarbital 15 mg/Kg ev + 30 ml de Dextrose 5% ou im. 8-12 horas depois continuar 3-5 mg/Kg/dose oral ou por SNG em 2 tomas. No caso de doença aguda, o fenobarbital será suspenso após 24 horas sem convulsões e com hipotonia. BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 64 Se as convulsões não respondem com fenobarbital . Midalozam: amp 15 mg/3ml. Dose:0,1-0,2 mg/Kg lentamente. . Tiopental: Gluconato de cálcio 10% 2 ml/Kg ev. lentamente com controle da frequência cardíaca ou Clonazepan ev 0,2 mg/Kg ou Sulfato de magnésio 50% im 0,25 mg/Kg. Anexo Escama de coma de Glasgow normal Modificada para lactentes Abertura ocular espontânea 4 espontânea 4 Estimulo vocal 3 Est. vocal 3 Est. doloroso 2 Est. doloroso 2 Sem resposta 1 Sem resposta 1 Normal lactentes Resposta verbal orientado 5 balbucia 5 confuso 4 irritado 4 Palavras inapropriadas 3 Chora a dor 3 Palavr. inespecíficos 2 Geme a dor 2 Sem resposta 1 Sem resposta 1 Resposta motora Normal lactentes Obedece o comando 6 Espontânea N 6 Localiza a dor 5 Reage ao toque 5 Reage a dor 4 Reage a dor 4 Flexão dos membros 3 Flexão anormal 3 Extensão dos memb 2 Extensão anormal 2 Sem resposta 1 Sem resposta 1 BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 65 Desidratação Isotónica Ligeira SRO (sais de rehidratação oral) - 50-75 ml/kg de peso por 4 h. Reavaliação - Melhoria / sem perdas - alta com SRO em ambulatório e tratamento da doença de base - Desidratado e com perdas – hidratação endovenosa Critérios para hidratação venosa Lactente < 2 meses Desidratação moderada com vómitos persistentes (>de 4 vezes) Desidratação grave ( todos casos) Choque de qualquer causa Vômitos incoercíveis Perdas fecais mais de 10 dejecções por dia Íleo paralítico Alterações do nivel de consciência Impossibilidade de rehidratação ora Desidratação Isotónica Moderada 1ª Fase - 75ml/kg em 4 a 6 hrs (veja anex 3o ) 2ª Fase - Se mantiver as perdas, usar soro com glicose e electrólitos por 24 h segundo a fórmula: *Se tiver febre adicionar 12% de líquido por cada grau centígrado de febre - Se melhoria dos sinais de desidratação e ausência de perdas passa-se a terapia oral com SRO e dieta geral NHD(veja anexo 2) + perdas (20-50ml/kg) BROCHURA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM PEDIATRIA UEM H ELHO DO RO M UAPA LA-FAC MED Página 66 Desidratação Isotónica Grave 1ª Fase – Expansão - Bolus de 20ml/kg em 30 min até um máximo de 60ml/kg - Usa-se preferencialmente lactato de ringer - Repete-se 2 a 3 vezes se persistência de sinais de má perfusão 2ª Fase –Manutenção - Primeiras 8 h - ⅓ NHD + ½ do défice do peso - vol da 1ª Fase - Restantes 16 h - ⅔ NHD + ½ do défice do peso - Usa-se de preferência glicorringer. 3ªFase –Manutenção - NHD + Perdas (50ml/kg) - Usar Soro polielectrolítico em 24 hora Hipernatrémia Hipernatrémia com Hipovolémia Na > 160 mEq/l