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(ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO)

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4
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Professor(a) Tutor(a) Externo(a): 
CursoLicenciatura em Pedagogia
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Pedagogia ( ) – Trabalho de Graduação
08/06/2011
RESUMO
A alfabetização se ocupa na aquisição da escrita, por um indivíduo ou grupos de indivíduos e os defensores do termo letramento insistem que ele é mais amplo do que a alfabetização ou que eles são equivalentes. Na ambivalência dessa resolução conceitual, encontra-se o desafio dos educadores em face do ensino da língua escrita: o alfabetizar letrando. Nesta reflexão, enfatiza-se a leitura da palavra escrita. Através da leitura todos se tornam iguais, com as mesmas oportunidades. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que dela fazemos. O desafio que se coloca para os primeiros anos da educação fundamental é de conciliar esses dois processos alfabetização e letramento, assegurando aos alunos a apropriação do sistema alfabético-ortográfico e condições possibilitadoras do uso da língua nas práticas sociais de leitura e escrita. O hábito da leitura é de extrema importância na formação intelectual do indivíduo, pois através dela, cria-se o espírito crítico-social. 
Palavras-chave: Alfabetização; Letramento; Aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO 
Aos poucos a educação no Brasil vem se aprimorando na tarefa de alfabetizar, tendo como ponto de partida à realidade brasileira, ela resulta de um movimento na renovação pedagógica, pensando a necessidade de alçar o ensino a um patamar democrático, uma vez que o direito a educação não é apenas o acesso à escola. Sem garantir a permanência da apropriação do conhecimento pelo aluno. Atualmente a educação está voltada para as perspectivas; o desenvolvimento humano é um processo contínuo, o conhecimento humano deve ser construído e reconstruído processual e continuamente sendo a avaliação e os procedimentos metodológicos diagnósticos para a verificação da aprendizagem dentro da escola. Na busca da melhoria e da qualidade de ensino, torna-se existente diversos pontos de vista de pesquisadores com relação a alfabetização e letramento. Durante décadas houve a procura de um método, que criasse um vínculo entre professor e aluno numa relação de segurança, simplicidade e aprendizagem de forma mais eficiente, prazerosa e duradoura, essa metodologia proposta é fundamentada em uma contribuição para a inserção social das crianças e adolescentes como indivíduos participantes do processo pelo qual se compartilham decisões, que afetam a própria vida e da comunidade que habitam é fato que o nosso país possui números significativos de indivíduos que não adquiriram o saber necessário para atender as exigências e adaptações de uma sociedade letrada onde aprender estratégias e habilidades para resolver problemas em diferentes contextos, utilizando os conhecimentos disponíveis para enfrentar situações novas inesperadas é importante para a construção da aprendizagem dos alunos como o domínio do sistema de escrita alfabética. Sendo assim, é necessário no processo evolutivo da aprendizagem, que as crianças elaborem hipóteses, e encontrem respostas para as perguntas.
No decorrer dessa pesquisa observa-se que o letramento vai além de vários métodos para se alfabetizar, pois o letramento não se detém em técnicas de alfabetização, ele é o norteador que dá significado ao que se lê e escreve. Por isso, em nossa sociedade atual alfabetizar letrando é o mais viável, em âmbito escolar, formando seres letrados em diversos ambientes e etapas da vida, que nos ajudam a compreender a importância do letramento associado a diversas formas de alfabetização, pois não basta ler e escrever, mas é preciso que o indivíduo adquira competência e habilidade de interpretar e produzir diferentes gêneros de textos. Nos dias atuais, ser alfabetizado, isto é, saber ler e escrever tem se revelado condição insuficiente para responder adequadamente às demandas da sociedade. Há alguns anos, não muito distantes, bastava que a pessoa soubesse assinar o nome, porque dela, só interessava o voto. Hoje, saber ler e escrever de forma mecânica não garante a uma pessoa interação plena com os diferentes tipos de textos que circulam na sociedade. É preciso ser capaz de não apenas decodificar sons e letras, mas entender os significados e usos das palavras em diferentes contextos.
Infelizmente, a situação de nosso país nas últimas décadas, com relação aos índices de analfabetismo, é muito alarmante, pois muito se discute, mas, na prática, muito pouco é feito. O número de alunos aprovados ao final do primeiro ano escolar não é satisfatório, assim como o número dos que chegam à 4ª série do ensino fundamental sem estarem sequer alfabetizado-letrados também é preocupante. Em um mesmo momento histórico, em sociedades distanciadas tanto geograficamente quanto socioeconomicamente e culturalmente sentiu-se a necessidade de reconhecer e nomear práticas sociais do ler e escrever resultantes da aprendizagem, no Brasil a discussão do letramento surge enraizada no conceito de alfabetização. 
Dissociar alfabetização e letramento é um único equívoco, pois a alfabetização e o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, o letramento, sendo processos simultâneos. Falar em alfabetização e letramento dentro da educação e fora dela é um assunto que não se esgotara facilmente, pois a sociedade vem impondo novos padrões de exigência, mesmo diante de novos paradigmas, métodos, teorias psicológicas, precisamos nos adaptar ao novo. Um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado. O indivíduo alfabetizado e letrado além de saber ler e escrever, responde adequadamente as demandas sociais da leitura e da escrita. 
2 ALFABETIZAÇÃO
 A alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o domínio da tecnologia, técnicas para exercer a arte e ciência da escrita, no qual o indivíduo assimila o aprendizado do alfabeto e a sua utilização como código de comunicação. Esse processo não se deve resumir apenas na aquisição dessas habilidades mecânicas (codificação e decodificação) do ato de ler, mas na capacidade de interpretar, compreender, criticar e produzir conhecimento. 
A alfabetização envolve também o desenvolvimento de novas formas de compreensão e uso da linguagem de uma maneira geral. Ela tem sido entendida tradicionalmente como um processo de ensinar e aprender a ler e escrever, portanto, alfabetizado é aquele que lê e escreve. O conceito de alfabetização para Paulo Freire tem um significado mais abrangente, na medida em que vai além do domínio do código escrito, pois, enquanto prática discursiva possibilita uma leitura crítica da realidade, constitui-se como um importante instrumento de resgate da cidadania e reforça o engajamento do cidadão nos movimentos sociais que lutam pela melhoria da qualidade de vida e pela transformação social. Ele defendia a idéia de que “a leitura do mundo precede a leitura da palavra, fundamentando-se na antropologia: o ser humano, muito antes de inventar códigos lingüísticos, já lia o seu mundo.” 
A alfabetização de qualquer indivíduo é algo que nunca será alcançado por completo, ou seja, não há um ponto final. A realidade é que existe a extensão e a amplitude da alfabetização no educando, no que se diz respeito às práticas sociais que envolvem a leitura e a escrita. Nesse âmbito, muito estudiosos discutem a necessidade de se transpor os rígidos conceitos estabelecidos sobre a alfabetização, e assim, considerá-la como a relação entre o educando e o mundo, pois, este está em constante processo de transformação. 
3 LETRAMENTO
 	O termo letramento tem sido utilizado atualmente por alguns estudiosos para designar o processo de desenvolvimento das habilidades de leitura e de escrita nas práticas sociais e profissionais. Por que esse termo surgiu? Segundo alguns autores, a explicação está nas novas demandas da sociedade, cada vez maiscentrada na escrita, que exigem adaptabilidade às transformações que ocorrem em ritmo acelerado, atualização constante, flexibilidade e mobilidade para ocupar novos postos de trabalho. Os defensores do termo “letramento” insistem que ele é mais amplo do que a alfabetização ou que eles são equivalentes. Letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa “literacy” que pode ser traduzida como a condição de ser letrado. A palavra letramento ainda não está dicionarizada, porque foi introduzida muito recentemente na língua portuguesa, tanto que quase podemos datar com precisão sua entrada na nossa língua, identificar quando e onde essa palavra foi usada pela primeira vez. 
 	
A palavra letramento apareceu pela primeira vez no livro de Mary Kato: No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística, de 1986. Letramento é o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se apropriado da escrita. É usar a leitura e a escrita para seguir instruções (receitas, bula de remédio, manuais de jogo), apoiar à memória (lista), comunicar-se (recado, bilhete, telegrama), divertir e emocionar-se (conto, fábula, lenda), informar (notícia), orientar-se no mundo (o Atlas) e nas ruas (os sinais de trânsito). É o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais e da escrita, ou seja, um conjunto de práticas sociais, que usam a escrita, enquanto sistema simbólico, enquanto tecnologia, em contextos específicos da escrita denomina-se letramento que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler e escrever para atingir diferentes objetivos, permitir que o sujeito interprete, divirta-se, seduza, sistematize, confronte, induza, documente, informe, oriente-se, reivindique, e garanta a sua memória, garantindo-lhe a sua condição diferenciada na relação com o mundo. Compreender o que se lê. Na ambivalência dessa resolução conceitual, encontra-se o desafio dos educadores em face do ensino da língua escrita: o alfabetizar letrando. Desenvolvendo a necessidade de associar teoria e prática. 
O letramento tem início quando a criança começa a conviver com as diferentes manifestações da escrita na sociedade e se amplia cotidianamente por toda vida, com a participação nas práticas sociais que envolvem a língua escrita. Abarca as mais diversas práticas de escrita na sociedade e pode ir desde uma apropriação mínima da escrita, tal como o indivíduo que é analfabeto, mas letrado na medida em que identifica o valor do dinheiro e o ônibus que deve tomar, consegue fazer cálculos complexos, sabe distinguir marcas de mercadorias etc., porém não escreve cartas, não lê jornal, etc. Se a crianças não sabe ler, mas pede que leiam histórias para ela, ou finge estar lendo um livro, se não sabe escrever, mas faz rabiscos dizendo que aquilo é uma carta que escreveu para alguém, é letrada, embora analfabeta, porque conhece e tenta exercer, no limite de suas possibilidades, práticas de leitura e de escrita. 
Para dizer que uma pessoa é letrada é quando faz uso das habilidades de ler e escrever inserindo um conjunto de práticas sociais, não apenas no conhecimento das letras e do modo de associá-las, mas usar esse conhecimento em benefício de formas de expressão e comunicação, reconhecidas e necessárias em um determinado contexto cultural, letramento depende da alfabetização, ou seja, da teoria e prática, pessoas letradas e não alfabetizadas mesmo incapazes de ler e escrever compreendem os papeis sociais da escrita, distinguem gêneros ou reconhecem as diferenças entre a língua escrita e a oralidade. 
4 LEITURA
 	A leitura é a base do processo de alfabetização e também da formação da cidadania. Ao ler uma história a criança desenvolve todo um potencial crítico: pensar, duvidar, questionar. Etimologicamente, ler deriva do latim "lego/legere", que significa recolher, apanhar, escolher, captar com os olhos. Nesta reflexão, enfatizamos a leitura da palavra escrita. 
Mas o que seria leitura? A leitura é uma experiência pessoal, a qual não depende somente da decodificação de símbolos gráficos, mas de todo o contexto ligado à história de vida de cada indivíduo, para que este possa relacionar seus conceitos prévios com o conteúdo do texto, e desta forma construir o sentido. A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a "compreender" o mundo à nossa volta. No constante desejo de decifrar e interpretar o sentido das coisas que nos cercam, de perceber o mundo sob diversas perspectivas, de relacionar a realidade ficcional com a que vivemos, no contato com um livro, enfim, em todos estes casos estamos de certa forma lendo, embora, muitas vezes, não nos demos conta. 
As tecnologias do mundo moderno fizeram com que as pessoas deixassem a leitura de livros de lado, isso resultou em jovens cada vez mais desinteressados pelos livros, possuindo vocabulários cada vez mais pobres. A leitura é algo crucial para a aprendizagem do ser humano, pois é através dela que podemos enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interação. Muitas pessoas dizem não ter paciência em ler um livro, no entanto isso acontece por falta de hábito, pois se a leitura fosse um hábito rotineiro as pessoas saberiam apreciar uma boa obra literária, por exemplo. A literatura de modo geral amplia e diversifica nossas visões e interpretações sobre o mundo e da vida como um todo. O hábito de ler deve ser estimulado na infância, para que o indivíduo aprenda desde pequeno que ler é algo importante e prazeroso, assim com certeza ele será um adulto culto, dinâmico e perspicaz. 
Num contexto onde a escrita e a leitura fazem parte das práticas cotidianas, a criança tem a oportunidade de observar adulto utilizando a leitura de jornais, bulas, instruções, guias para consulta e busca de informações específicas ou gerais; o uso da escrita para confecções de listas, preenchimento de cheques e documentos, pequenas comunicações e atos de leitura dirigidos a ela (ouvir histórias lidas). A participação nessas atividades ou a observação de como os adultos interagem com a escrita e a leitura gera oportunidades para que a criança reflita sobre o seu significado para os adultos. (AZENHA, 1999, p. 44). 
 	Através da leitura todos se tornam iguais, com as mesmas oportunidades. A leitura, além de tornar o homem mais livre, possibilita que ele vá a muitos lugares que, sem a leitura jamais iria. “Através da leitura todos se tornam iguais, com as mesmas oportunidades. A leitura, além de tornar o homem mais livre, possibilita que ele vá a muitos lugares que sem a leitura jamais iria” (HOFFMANN, 2009). A leitura para uns é uma atividade prazerosa para outros um desafio a conquistar, que somente será alcançado através de muito incentivo, das escolas, das famílias e na sociedade. Um bom leitor não é aquele que lê muitas vezes o mesmo tipo de texto, mas aquele que lê diversos tipos de texto com profundidade. 
Na formação de cada cidadão bem como de um povo, a leitura é de máxima importância, representando um papel essencial, pois se revela como uma das vias no processo de construção do conhecimento, como fonte de informação e formação cultural. Ademais, ler é benéfico à saúde mental, pois é uma atividade “neuróbica”, ou seja, a atividade da leitura faz reforçar as conexões entre os neurônios. Para a mente, ainda não inventaram melhor exercício do que ler atentamente e refletir sobre o texto. A pessoa que lê conhece o mundo e conhecendo-o terá condições de atuar sobre ele modificando-o e tornando-o melhor, por que a leitura é o principal aspecto constituinte do pensamento crítico. O homem que não tem oportunidade de aprender a ler, certamente será excluído da sociedade, ou melhor, não terá a mesma participação que aqueles que têm essa oportunidade. O hábito da leitura é de extrema importância na formação intelectual do indivíduo, pois através dela, cria-se o espírito crítico-social. Ensinar a ler e escrever é alfabetizar, levar o aluno ao domínio do código escrito, isso feito principalmentena sala de aula, pois a mesma é o lugar da criação de um vínculo com a leitura. 
5 ESCRITA 
Escrever é um conjunto de habilidades e comportamentos que se estendem desde simplesmente escrever o próprio nome até escrever uma tese de doutorado. Uma pessoa pode ser capaz de escrever um bilhete, uma carta, mas não ser capaz de escrever uma argumentação defendendo um ponto de vista, escrever um ensaio sobre determinado assunto. Assim escrever é também um conjunto de habilidades, comportamentos, conhecimentos que compõem um longo e complexo continuo. 
A escrita tem muitos usos práticos: as pessoas, no seu dia-a-dia, elaboram listas para fazer trocas comerciais, correspondem-se por cartas etc. A escrita, em geral, serve também para registrar a história, a literatura, as crenças religiosas, o conhecimento de um povo. Ela é, além disso, um espaço importante de discussão e de debate de assuntos polêmicos. No Brasil de hoje, por exemplo, são muitos os textos escritos que discutem temas como a ecologia, o direito a terra, o papel social da mulher, os direitos das minorias, a qualidade do ensino oferecido aos cidadãos, e assim por diante. Não basta à escola ter como objetivos alfabetizar os alunos: ela tem o dever de criar condições para que eles aprendam a escrever textos adequados às suas intenções e aos contextos em que serão lidos e utilizados. Muitas crianças chegam à escola com idéias bastante claras a esse respeito, sabem que são lidas coisas escritas e não desenhos. Que um livro tem um título, que lendo pode-se saber o que está dito em um texto. 
Hoje em dia a alfabetização ganha um sentido próprio e específico, ou seja, a alfabetização passa a ser entendida como um processo de aquisição da língua escrita e não apenas como aquisição de um código. E não há como se considerar um processo inicial desvinculado de um processo de desenvolvimento da escrita. 
O reconhecimento da escrita como objeto social, como produção humana, que traz a marca do desenvolvimento histórico da humanidade e que simboliza uma das formas do homem transformar a realidade para se comunicar com outros homens, remete justamente para o entendimento de que o homem, ao se apropriar desse objeto do conhecimento o transforma, porque a ele imprime seu significado único e pessoal e, ao mesmo tempo, se transforma, pois, ao apropriar-se, desenvolve-se. 
Nosso sistema de escrita funciona segundo um princípio alfabético: a quantidade de letras de uma palavra corresponde, a grosso modo, ao número de sons que compõem a palavra. Entender o princípio alfabético não é o mesmo que conhecer os sons das letras. Uma criança pode saber que ao símbolo escrito E corresponde ao som [e], que ao símbolo L corresponde o som [l], mas, mesmo assim, ela pode não ter compreendido o mecanismo que permite formar uma palavra escrita. 
Algumas crianças chegam à escola com a compreensão do princípio alfabético. Outras pensam que o número de letras de uma palavra é igual ao número de sílabas de uma palavra, enquanto outras, sequer entenderam que as letras escritas têm relação com os sons das palavras. Devemos lembrar sempre que as crianças não chegam à escola com o mesmo nível de compreensão que do seja ler e escrever. 
Para ensinar a escrever é preciso, para começar, que o professor queira saber o que o aluno tem a dizer sobre o assunto a respeito do qual pediu que ele escrevesse e que acredite que esse aluno tem realmente alguma coisa a dizer. Para acreditar que o aluno tem algo a dizer é preciso que o professor se perceba como alguém que também tenha algo a dizer, isto é, o texto escrito pelo professor é pré-requisito para que o aluno escreva o seu texto. O professor só pode provar a seus alunos que escrever faz sentido se conseguir mostrar-lhes que, tal como ler, escrever é produzir sentido, que o autor do texto é o primeiro leitor a ser atingido pelos efeitos de sentido provocados por seu esforço de mobilização dos recursos expressivos historicamente construídos na língua, para pôr certa ordem na vida e no mundo. 
Em seguida, é importante que o professor constitua, na sala de aula, o público para os textos de seus alunos e os ponha sistematicamente em discussão. É preciso reverter a tradicional crença de que somos todos incapazes de escrever, substituindo-a pela convicção natural de que somos todos capazes de escrever para descobrirmos o que somos capazes de dizer a respeito do assunto de que estamos tratando. Essa capacidade brota do trabalho de escrever (e não de uma inspiração iluminada) e do diálogo do texto resultante desse trabalho com os seus leitores, e esse diálogo só faz sentido se for para subsidiar uma ou mais reescritas do texto, com a finalidade de construir, a respeito do assunto, a clareza possível nesse momento histórico, pelo qual passa o autor do texto. 
Finalmente, é necessário que o professor seja professor e examine esses textos para orientar, minuciosamente, a reescrita que vai qualificá-los. Orientar a reescrita não é apenas adequar o conteúdo às verdades estabelecidas pela ciência, nem a forma do texto ao modo consagrado de escrever nessa área de conhecimento, mas é principalmente, levar o autor do texto a repensar a pertinência dos dados com que está lidando, a coerência da tese que apresenta a adequação entre dados e tese, em fim, levá-lo a perceber lacunas nas informações de que dispõe e a se perguntar para que vai servir o que está escrevendo. Ensinar a escrever é uma tarefa de uma escola disposta a olhar para frente e não para a repetição do passado que nos trouxe à escola que temos hoje. Trabalhar com o texto implica trabalhar com a incerteza e com o erro e não com a resposta certa, porque escrever é produzir e não reproduzir velhas certezas, pois as certezas nos deixam no mesmo lugar. É o erro que nos leva na direção do novo. 
6 ALFABETIZAR-LETRANDO 
Atribui-se à alfabetização um sentido amplo que está relacionado ao processo de ensino aprendizagem, ou seja, o sistema fonológico para o sistema ortográfico. A Alfabetização designa um processo que leva o indivíduo ao domínio do sistema da escrita, isto é, produção adequada em situações em que a escrita for melhor alternativa. Com o letramento o termo alfabetização foi ampliado além de grafemas e fonemas utilizados. Ao iniciar a escrita a criança constrói e reconstrói hipóteses em relação a língua falada e escrita, a alfabetização e o letramento é o processo de inserção na cultura escrita, não se trata de escolher entre alfabetizar ou letrar, trata-se de alfabetizar letrando. Não se pode pensar como dois processos consequentes, isto é, vindo depois do outro, como se o letramento fosse outra espécie de preparação para a alfabetização. Assim, entende-se que a ação pedagógica mais adequada e produtiva é aquela que contempla de maneira articulada e simultânea, a alfabetização e o letramento. 
Hoje em dia o aluno já vem para a escola com seus conhecimentos, que não é só o professor que tem algo a ensinar. O professor além de ter algo a ensinar também aprende muito com os alunos e devemos deixar que eles participassem cada vez mais investigando e chegado as suas próprias conclusões, o professor é mais um auxiliador do conhecimento dos alunos. Alfabetizar letrando é quando o professor compreende o universo de seu aluno e aplique todo o seu conhecimento e sabedoria com base nessa realidade. O professor não deve dissociar alfabetização de letramento, pois deve trabalhar com seus alunos de forma simultânea. Para melhorar a prática pedagógica, é preciso fazer os alunos compreenderem e utilizarem a leitura e escrita nas mais diversas situações do dia-a-dia, a fim de repensar o ensino da língua.
6.1 O LETRAMENTO NO SER LETRADO 
 	Difere-se alfabetização do letramento, este último não designa o processo individual de apropriação da leitura e da escrita, ao contrário, o mesmo enfatiza seus resultados e consequências e não se restringe somente aos indivíduos, mas abrange também grupos e sociedades. Segundo Szymanski (2007, p. 41) “trata-se de uma questão ética construir juntamentecom as famílias, práticas educativas que garantam às suas crianças a permanência na escola e o sucesso escolar”. Assim, as questões colocadas por este trabalho pautam-se em investigar como as práticas letradas se fazem presentes nos meios escolares e de que forma as relações família e escola são tocadas por tais práticas, uma vez que os indivíduos trazem consigo práticas ou conhecimentos empíricos de seus lares. 
A partir disso, a capacidade de lidar com estas práticas significam mais do que ser capaz de resolver problemas específicos; pressupõe a possibilidade de interagir com os estímulos normais do mundo letrado, o que faz com que os indivíduos possam mover-se à vontade no âmbito dos códigos dominantes do meio. Nessa vertente, Soares (1998, p. 17) apresenta um dos significados de letramento citando o Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa: “... remete ainda para o verbo ‘letrar’ a que como transitivo direto, atribui a acepção de ‘investigar, soletrando’ e, como pronominal ‘letrar-se’, a acepção de ‘adquirir letras ou conhecimentos literários”. “O papel do professor é essencial como estimulador do pensamento e das atitudes criativas em seus alunos, e como proporcionador de condições ambientais que tornem a sala de aula um espaço gerador de novas idéias” (Weschler, 2001, p. 166). 
Ora, observa-se que o ser letrado já tem desenvolvido algum resquício de compreensão da escrita, a partir do momento em que os educandos trazem em seu bojo, conhecimentos prévios a serem organizados na sua vida. É quando o professor torna-se um facilitador da aprendizagem dos indivíduos. Neste sentido, a palavra letramento admite várias interpretações, sendo que, a própria oralidade torna-se objeto de análise, já que a amplitude do conceito compreende estratégias orais letradas sem que crianças ou até adultos estejam alfabetizados. A escola não prioriza o letramento enquanto prática social, apenas se preocupa com a aquisição da língua escrita como forma de promover o sucesso escolar. 
No emaranhado das condições sociais objetivas e atendendo às necessidades historicamente construídas, o relacionamento do ser letrado com o letramento depende do juízo de valores de quem avalia e do momento em que se está realizando a avaliação. Como se percebe, é preciso conscientizar-se como o iletrismo se constrói e, ao mesmo tempo se revela face o que a sociedade determina. 
 6.2 O LETRAMENTO NA VISÃO DE UMA SOCIEDADE 
No contexto atual, o ensino implica o comportamento das famílias com seus filhos e, posteriormente dos professores com seus alunos. Com o grafocentrismo imperado em nossa sociedade, em que todos estão expostos à língua escrita, os pais e professores postulam várias maneiras de ensinar a seus filhos e/ou alunos, respectivamente, como forma de conduzir a maior participação em eventos e práticas letradas. 
[…] Os dados mostram que, de maneira significativa, embora não absoluta, quanto mais longo o processo de escolarização, quanto mais os indivíduos participam de eventos e práticas escolares de letramento, mais bem sucedidos são nos eventos e práticas sociais que envolvem a leitura e a escrita (Soares, 1998, p. 111). 
 	Ainda de acordo com a autora, as relações entre escolarização e letramento na sociedade, são imprecisas e necessitam de maiores pesquisas para melhor compreensão. Assim, os estudos sobre letramento apontam para a necessidade da construção em relação ao conceito nas sociedades, tendo em vista as possibilidades do conhecimento de forma geral e da própria língua. Nesse viés, o papel do professor está intimamente ligado à transmissão de certo conteúdo que é predefinido e pede-se ao aluno a repetição automática dos dados ou exploração racional dos mesmos. A aquisição de informações e demonstrações difundidas é a que propicia a formação de reações estereotipadas e de automatismos denominados hábitos isolados dos outros, somente às situações idênticas em que foram adquiridos. A escola apesar de relativas mudanças ocupa ainda uma posição dogmática. Por exemplo, a escola espera que a criança seja capaz de logo ler materiais como história, ciências e geografia no gênero dissertativo; na aprendizagem da gramática a escola espera do aluno a capacidade de identificação das várias classes de palavras simultaneamente a partir de suas definições. 
Com isso espera-se que a criança deva possuir um certo grau de amadurecimento e, o professor tem que respeitar e propor atividades que conduzam seu desenvolvimento e sua maturidade, ao mesmo tempo em que estimula sua capacidade letrada. Essa proposta de ensino é desafiante e moderna, pois torna o conhecimento a ele transmitido de maneira construtivista, isto é, não deve ser pronto e acabado, pois o professor deve instigar, levando a classe na constante procura dos sentidos, na sua investigação; o educador concede aos alunos o suporte, o estímulo e o incentivo e estes, por sua vez, constroem seus conhecimentos apoiados na base fornecida pelo professor. 
Por sua vez, o educador irá oferecer aos seus alunos a leitura de mundo que precede a leitura da palavra; a conviver, experimentar e dominar as práticas de leitura e de escrita que circulam em nossa sociedade tão centradas na escrita quanto a linguagem e a realidade se prendem dinamicamente. 
O movimento do mundo à palavra e da palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que dela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura de mundo, mas por uma certa forma de ‘escrevê-lo’ ou de ‘reescrevê-lo’, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente (FREIRE, 1984, p. 18). Com essa afirmação, Freire enfatiza que, através da leitura, novos horizontes de conhecimentos são postos em prática pelos indivíduos, buscando adquirir e dar maior visibilidade as discussões, conquistando os elementos necessários ao desenvolvimento da capacidade humana dentro e fora da sociedade.
7 CONCLUSÃO 
Sabe-se que a criança nas suas relações cotidianas entra em contato com uma variedade de informações que a permite criar uma leitura de mundo particularizada, e é nesse sentido que a prática pedagógica voltada à educação deve se efetivar, oportunizando o alcance de níveis qualitativos de aprendizagem. Sabe-se que a criança nas suas relações cotidianas entra em contato com uma variedade de informações que a permite criar uma leitura de mundo particularizada, e é nesse sentido que a prática pedagógica voltada à educação deve se efetivar, oportunizando o alcance de níveis qualitativos de aprendizagem. 
Visto que a sociedade hoje é uma sociedade grafocêntrica, não basta ao indivíduo ser simplesmente alfabetizado, ou seja, aprender meramente a decodificar. Faz-se necessário que o mesmo seja também letrado para que possa exercer as práticas sociais de leitura e escrita nesta sociedade. Percebe-se que tudo que já foi feito ainda é pouco e que muita teoria e discussão não foram suficientes para mudar as estatísticas. 
Do que precisamos, verdadeiramente, é conscientizar o professor alfabetizador, pois somente quando ele tiver consciência da importância de seu papel, na formação do educando em seu exercício das práticas sociais de leitura e escrita na sociedade em que vive, é que vai romper com paradigmas tradicionais e perceber que não basta alfabetizar. Hoje os nossos alunos necessitam de um processo de aprendizagem que focalize o alfabetizar letrando. Enquanto não houver uma ação significativa, um investimento na formação do professor alfabetizador, as estatísticas continuarão gritando e retratando o que encontramos em nossas escolas: alunos que chegam à 4ª série sem estarem alfabetizados e letrados, e professores descomprometidos por falta de formação, de conhecimento e de valorização. 
Propiciando a construção de conhecimentos das crianças precisamos analisar, pensar, escolher novas situações problemas não só para desafiá-las, mas para inferir cada vez mais sobre seu processo de construção de conhecimento. Os desafios que se colocapara os primeiros anos da educação fundamental é o de conciliar esses dois processos (alfabetização e letramento), assegurando aos alunos a apropriação do sistema alfabético-ortográfico e condições possibilitadoras do uso da língua nas práticas sociais de leitura e escrita. Não se trata de escolher entre alfabetizar ou letrar; trata-se de alfabetizar letrando. Nessa compreensão, portanto, é que fazer uso das práticas de leitura e escrita exige mais do que o domínio de um código, exige um necessário reconhecimento mútuo: falar a linguagem da outra pessoa transcende falar numa língua dada, pressupõe certos usos simbólicos da língua que podem favorecer ou dificultar uma linguagem comum. 
Com a busca de novos paradigmas educacionais, várias tendências influenciam as práticas pedagógicas dos professores. Dessa forma, o alfabetizador deve ter um bom conhecimento teórico, que norteie a sua condução das práticas de alfabetização em sala de aula. Ferreiro (2003) explica que o conceito de alfabetização muda de acordo com as épocas, as culturas, a chegada das tecnologias e demais inovações, tornando-se por isso, necessário que o professor esteja aberto as mudanças que ocorrem em seu tempo. O acompanhamento das mudanças exige do alfabetizador novas formas de tornar eficaz e prazeroso o processo de alfabetização. Nesse processo de alfabetização, a linguagem se constitui em meio e objeto da aprendizagem (Nicolau & Mauro, 1986) exigindo que as crianças a utilizem de maneira nova, que pode ser para elas mais ou menos familiar, de acordo com a classe social à qual pertencem. 
Além disso, é necessário a escola ao promover a alfabetização, articular o mundo vivido pela criança, constante de jogos e brincadeiras que estimulem o ato de aprender e para isso, há necessidade do professor estar dominando sua prática pedagógica numa dimensão inovadora e possibilitadoras da articulação com a realidade da criança. Assim, as relações que a criança estabelece no cotidiano, manifestar-se-á no processo de aquisição da leitura e escrita, dimensões essas que a escola deve trabalhar, visando oferecer o aprendizado em bases qualitativas e dialógicas, permitindo o alcance do êxito da criança nas séries posteriores, de acordo com o processo de desenvolvimento revelado por ela.
8 REFERÊNCIAS 
AZENHA, Maria da Graça. Construtivismo: de Piaget a Emilia Ferreiro. 7ª ed. São Paulo: Ática, 1999, p. 44. 
FERREIRO, E. Alfabetização e cultura escrita. Revista do Professor. Nova Escola. São Paulo: maio de 2003 
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 23ªed. São Paulo: Cortez, 1989. 
FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 8. ed. São Paulo: Cortez, 1984, p. 18. 
HOFFMANN, Jussara. Texto de Hoffmann relacionado à Leitura. 2009. 
NICOLAU, Marieta L. M.; MAURO, Maria A. F. Alfabetizando com sucesso. São Paulo: EPU, 1986. 
SOARES, M. B. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
________. Alfabetização e letramento. São Paulo: Contexto, 1998. 
SZYMANSKI, H. A relação família escola: desafios e perspectivas. 2ª. ed. Brasília: Líber Livro, 2007, p. 41. 
WECHSLER, S. Temas e textos em metodologia do ensino superior. 1ª. ed. Campinas: Papirus, 2001. P. 166.
ANEXOS

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