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SEJA BEM-VINDO! Para oferecer o melhor conteúdo cervejeiro a você, desenvolvemos este guia prático com as principais informações sobre o nosso líquido sagrado. Você vai aprender mais sobre a degustação da cerveja, algumas dicas sobre harmonização, os copos indicados para cada estilo, a função das escolas cervejeiras na história da cerveja e, claro, entender do que se trata a cerveja artesanal: suas peculiaridades, o que a cerveja precisa ter para ser considerada artesanal e muito mais. Então pega sua caneta marca-texto e venha descobrir com a gente as complexidades, curiosidades e particularidades de uma das bebidas mais antigas do mundo, que vem se inovando cada vez mais e conquistando o coração e o paladar de todos por onde passa. Não é à toa que é a bebida número 1 do mundo. Cheers! O QUE É CERVEJA ARTESANAL?O QUE É CERVEJA ARTESANAL? Essa é uma dúvida muito recorrente, pois cada vez mais cervejas artesanais estão ocupando as prateleiras dos supermercados, ocasionando muita confusão com o conceito de “cervejas de massa”. O termo cerveja artesanal surgiu para podermos diferenciar a produção de cervejas focadas na experiência sensorial (aromas e sabores) da fabricação das famosas American Standard Lager — que nada mais são do que aquelas cervejas mais baratas, que costumamos levar para festas, beber em grande quantidade e não se atentar às características sensoriais delas, até porque não existe nada muito intensificado nelas. Uma característica das cervejas especiais é a menor adoção de componentes químicos. Não podemos dizer que as cervejas consideradas especiais não recebam esse tipo de ingrediente, pois eles colaboram para o prazo maior de validade ou para ajustes durante o processo produtivo, por exemplo. Mas elas tendem a ter menos desses aditivos. Outro fator relevante é o respeito aos períodos de fermentação e maturação que cada estilo pede, algo que em produções em grande escala de cervejas de varejo pode ser suprimido para aumentar a produção. Mas aquilo que faz a maior diferença é o uso de insumos melhor selecionados, mais frescos e variados. Toda essa combinação entrega um produto final com aspectos sensoriais mais agradáveis, com aromas e sabores diversos. E essa percepção é o maior delimitador entre cerveja artesanal e "cerveja de massa". Contudo, não podemos afirmar que apenas perceber gostos diferentes é sinal de qualidade. As cervejas entendidas como industrializadas têm o seu estilo, sua finalidade e seu público. Se uma bebida produzida em larga escala e com baixo custo atende às características para as quais foi criada, ela é sim uma boa cerveja. Pode não ser a mais saborosa, mas tem qualidade dentro da sua proposta. Agora que o mistério foi desvendado, é hora de você encher o copo e conferir mais informações! DEGUSTAÇÃODEGUSTAÇÃO As cervejas artesanais são trabalhadas para oferecer as mais diferentes experiências sensoriais. Então é fundamental entendermos como podemos extrair todas essas características. Agora é a hora de pegar a sua cerveja na geladeira, aguçar os seus 5 sentidos e acompanhar a gente. O primeiro sentido a ser ativado é a audição. Preste atenção no som ao abrir a garrafa, isso indica como está a carbonatação da cerveja, permitindo avaliar se aquele rótulo está dentro do seu estilo nesse quesito. Em seguida, vamos ativar nossa visão. Ao servir a cerveja, se atente na cor da bebida e na formação, retenção e cor da espuma. A transparência da cerveja também é legal de se notar, assim fica mais fácil de entender se ela é filtrada ou não. Hora do aroma, ou seja, é o momento de usar o seu nariz! Ao cheirar a cerveja, vamos identificar se ela é lupulada, pois sentiremos aromas que podem ser cítricos, frutados, herbais. Ou se é mais maltada, lembrando caramelo, grãos e cereais. O aroma é um ótimo convite para o sabor. Chegamos na melhor parte de todo esse processo, a degustação propriamente dita. Aqui você vai usar tanto o palato quanto o tato para também identificar os lúpulos, maltes e especiarias ou ingredientes especiais adicionados. Dê aquele primeiro gole e deixe a cerveja passar por todos os cantos da boca. Vamos utilizar a língua como o tato, para entender se é uma cerveja carbonatada, como é seu corpo e se possui alguma adstringência. Se sentimos aquele “calorzinho” ao tomar, é porque temos um exemplar mais alcoólico ou mais picante. Usando esses sentidos podemos ainda perceber o corpo da cerveja, se ela “preenche” a boca, deixa ela com aspecto untuosa ou traz uma finalização seca. E claro: não podemos esquecer do retrogosto ou aftertaste, que é aquele sabor remanescente após engolir a cerveja e que também vai nos trazer mais características da bebida. Uma boa dica é usar sua “memória sensorial” para associar tudo o que você sente na cerveja com sensações experimentadas previamente. Seja um aroma frutado numa IPA ou um gosto de cravo em cervejas de trigo, é muito interessante relacionar as experiências cervejeiras com lembranças sensoriais que você já criou com certas situações, ingredientes, lugares e diferentes alimentos. Preencheu seu caderno com as características? É muito legal termos essas anotações para fazer comparações com vários rótulos do mesmo estilo. É muita informação, muitos detalhes para serem reparados, e não existe nada melhor do que a prática para ir evoluindo na percepção de todas essas nuances da cerveja! você sabia Sabe aquelas siglas que aparecem nas garrafas de cerveja artesanal? Veja o que elas significam: Este é o indicador de Álcool por Volume. É a porcentagem de álcool etílico presente em cada 100 ml de cerveja (medida a 20 ºC). Geralmente varia de 0% a 30% de álcool. Sim, 30% é muita coisa, né? ABV Alcohol by Volume A IBU é a escala da Unidade Internacional de Amargor. Geralmente um baixo indicador de IBU, como 15, significa que a cerveja é bem menos amarga do que uma com 60 de IBU, por exemplo. Mas é claro que a sensação de amargor depende da receita, dos sabores combinados e do paladar de cada pessoa. IBU International Bitterness Unit COPOSCOPOS Tudo começa pela escolha do copo ideal. Você sabia que o copo tem uma grande influência na hora de experimentar sua cerveja? Cada tipo de copo foi desenvolvido para melhor explorar as características dos diferentes estilos de cerveja. Os copos possuem quatro características que desempenham funções muito importantes para você degustar a cerveja da melhor forma possível: Vai dizer que não é bonito tomar cerveja naquele copão que destaca a espuma e a cor do líquido sagrado? Sim, o “caneco” serve para deixar sua cerveja mais bonita também; - estética - Diferentes estilos de cerveja devem ser consumidos em temperaturas distintas. Alguns copos ajudam a evitar o contato da mão e o aquecimento indesejado do líquido, enquanto outros visam o oposto: “esquentar” a cerva para que ela libere ainda mais aromas, por exemplo; - temperatura - - aroma - O formato do recipiente pode ainda influenciar na maneira como o aroma é dispersado. Os copos com a boca mais larga são feitos para cervejas mais aromáticas e complexas. A abertura faz com que a gente consiga extrair bem mais dessas propriedades. formação - e retenção - de espuma O popular “colarinho” serve como um escudo para a cerveja (o que vai colaborar com os dois próximos itens deste tópico). Assim, cada tipo de copo foi pensado para manter a espuma conforme o estilo pede; A taça tulipa, por exemplo, vai muito bem para cervejas belgas; seu formato ajuda a manter a espuma intacta e a pegarmos o líquido que está no fundo da taça. Até a forma como sua mão vai segurar o copo influencia na degustação da cerveja. HARMONIZAÇÃOHARMONIZAÇÃO Harmonizar é polêmico SIM! Podemos dizer que cada pessoa harmoniza da melhor forma para o seu paladar, ou seja, é algo bastante individual que não podemos forçar garganta abaixo. A carbonatação da cerveja é responsável por ajudarna limpeza do paladar: as “bolhas” reforçam a sensação de frescor, aumentam a percepção do amargo, ácido e picante, e favorecem os aromas da cerveja, que é sem dúvida o principal sentido utilizado na hora de comer. Mas afinal, como harmonizar? Existem três formas de se buscar a harmonização perfeita: O conceito de juntar a comida e a bebida pode ser algo surpreendente, que amplia a riqueza do prato e da bebida, realçando ajustes finos e balanceados entre ambos. A cerveja, além de ser um ótimo componente para harmonizar, também pode ser utilizada como um ingrediente na hora de cozinhar. Ela se comporta como o ingrediente perfeito em muitos pratos para garantir ainda mais sabor. corte Quando alguns elementos da cerveja como a carbonatação, amargor ou álcool “quebram” os sabores e gorduras do prato, limpando o paladar para uma nova porção. contraste Quando as características da cerveja e do prato se equilibram pela diferença, ou seja, você consegue sentir e valorizar cada um individualmente, porém juntos criam um “terceiro sabor”, que deixa o conjunto ainda melhor. semelhança Quando sabores do prato e da cerveja se misturam, acentuando algo comum a ambos, e os elementos são parecidos ou comuns entre a bebida e o prato. algumas das cervejas brasileiras mais premiadas em 2019 colorado ithaca Australian International Beer Awards International Beer Challenge 2019 World Beer Awards carvoeira pimenta lohn bier South Beer Cup Copa Cerveja Brasil World Beer Awards paulistânia marco zero World Beer Awards South Beer Cup Copa Cervezas de América bohemia alba Australian International Beer Awards World Beer Awards bierbaum dunkel South Beer Cup Copa Cerveja Brasil stannis scarlett Australian International Beer Awards South Beer Cup World Beer Awards königs bier rauchbier South Beer Cup Copa Cerveja Brasil World Beer Awards barba ruiva/ manobier rauchbock Copa Cervezas de América World Beer Awards ESCOLAS CERVEJEIRASESCOLAS CERVEJEIRAS Afinal, o que são Escolas Cervejeiras? As escolas cervejeiras são regiões que produzem cervejas há muitos anos, seguindo alguns critérios e parâmetros. São grandes nações que influenciaram a cerveja produzida no mundo todo e também responsáveis pela criação da grande maioria dos estilos. A Escola Alemã é possivelmente a mais tradicional de todas. Foi por lá que surgiu a Reinheitsgebot, a Lei da Pureza, que em 1516 determinou que a cerveja fosse feita somente com água, malte e lúpulo — na época a levedura ainda não era conhecida, sendo incorporada tempos depois. Foi na Alemanha também que surgiu a Lager, família de cerveja mais consumida no mundo atualmente. Na Alemanha, praticamente cada cidade, vila ou bairro possui sua cervejaria regional. Vale lembrar que a Áustria e República Tcheca fazem parte da escola alemã. A Escola Belga traz criações cervejeiras mais ousadas e se destaca pela criatividade e sabores complexos. Mesmo em um território tão pequeno, a Bélgica possui mais de 200 cervejarias, quase 1000 marcas e dezenas de estilos próprios. Com suas Ales bastante complexas, a cerveja especial belga é produzida com uso de vários tipos de ingredientes. Também se destacam por produzirem, de maneira geral, cervejas mais alcoólicas, com teor passando de 10% de álcool. Outra característica da cerveja especial belga são seus aromas e sabores que vão do ácido, condimentado e frutado ao adocicado e alcoólico, tudo isso graças ao uso da levedura belga. É na Bélgica também que estão 6 dos 12 mosteiros trapistas. A Escola Inglesa possui todas essas características: cervejas equilibradas com sabores pontuais e produzidas visando à perfeição. Ingleses são tão dedicados no preparo da cerveja, levando tão a sério essa tradição, que existe a CAMRA (Campaign for Real Ale ou Campanha pela Ale Verdadeira em tradução livre). É também de origem britânica a queridinha IPA. O nome India Pale Ale veio do seu destino e não do local de fabricação. Alguns estilos clássicos de cerveja inglesa incluem Bitter e suas variedades (Best Bitter, Special Bitter e Extra Special Bitter), Old Ale, Pale Ale, India Pale Ale e Porter. Apesar da Escola Americana ter ficado muito tempo “abandonada” devido à Lei Seca e ao domínio das grandes cervejarias, as Craft Beers ressurgiram fortemente devido à necessidade de novos estilos de cerveja. Essa escola também tem a versatilidade de criação da escola belga. Então a releitura de receitas tradicionais, de outras escolas cervejeiras, é feita de maneira criativa. Os insumos americanos também são marcantes, principalmente os lúpulos que por lá são produzidos. Alguns dos principais estilos dessa escola são: American Lager, American Pale Ale, American IPA, Pumpkin Ale, American Porter, American Strong Ale e American Barleywine. Inicialmente, nos Estados Unidos, as cervejas eram produzidas pelos imigrantes europeus e até 1840 eram bastante influenciadas pela cultura inglesa. São mais amargas, mais encorpadas e mais alcoólicas, resultando em cervejas complexas e extremas. É uma escola bastante criativa e inovadora. 01 pilsen copo sugerido: pokal ou lager Também chamado de Pilsner, o estilo surgiu na cidade de Pilsen, região da Bohemia, na República Tcheca, com a criação da cerveja Pilsner Urquell. As cervejas Pilsen são caracterizadas por um lúpulo acentuado no aroma e sabor, geralmente da variedade Saaz, e por sua cor dourada brilhante. Podem aparecer em dois estilos diferentes: Bohemian Pilsner, representada pelas tchecas Pilsner Urquell e Czechvar e German Pilsner, com a Bitburger, Warsteiner e Konig Pilsener. 02 munich helles copo sugerido: lager ou tulipa Esse estilo foi criado na Alemanha, em 1895, com o objetivo de concorrer com o crescente mercado da Pilsen da Bohemia. É um estilo bem maltado, de cor dourada e com amargor sutil e equilibrado revelado pelo lúpulo. Tem corpo e carbonatação medianos, espuma branca e cremosa e retrogosto de malte. Marcas conhecidas são Hofbräu Original e Paulaner Original Munchner Hell. 03 vienna lager copo sugerido: pokal, lager ou tulipa Este estilo, que teve origem em Viena, na Áustria, apresenta uma cerveja com cor variando do vermelho-claro ao cobre, corpo médio e um sabor suave e adocicado de malte levemente tostado que se equilibra com o amargor do lúpulo. Sua graduação alcoólica varia entre 4,7% e 5,5%. Algumas principais marcas disponíveis são Brooklyn Lager, Samuel Adams Boston Lager e Bierland Vienna. ESTILOS CERVEJEIROSESTILOS CERVEJEIROS Estima-se que hoje há mais de 150 estilos de cervejas fabricadas e comercializadas no mundo. As cervejas são categorizadas dentro de três principais famílias: Lager, de fermentação de fundo (baixa), Ale, de fermentação de superfície (alta) e Sour, que inclui as cervejas ácidas. Os estilos podem se diferenciar pelo método de produção utilizado, cor, aroma, teor alcoólico, região de origem, etc. Reunimos aqui mais de 30 dos principais estilos de cervejas, apresentando um breve relato de suas características, baseadas na classificação do Beer Judge Certification Program Inc. (BJCP). O BJCP organização sem fins lucrativos, criada para certificar críticos e avaliadores e que desenvolveu um Guia de Estilos, reconhecido e utilizado em praticamente todo o mundo. 04 oktoberfest (märzen) copo sugerido: mug (caneca) ou pint Também conhecido como Märzen, este estilo é produzido na região da Baviera durante o mês de março (März), especialmente para as celebrações da Oktoberfest. Inspirado no estilo Vienna Lager, apresenta aroma suave de malte tostado. Sua cor varia do âmbar-alaranjado a cobre-avermelhado profundo. De corpo médio, com dulçor de malte no início e final moderadamente seco. Algumas referências desse estilo são: Paulaner Oktoberfest, Hacker-Pschorr Original Oktoberfest e Hofbrau Oktoberfest. 05 schwarzbier copo sugerido: lager ou tulipa A palavra Schwarzbier é a tradução literal de “cerveja preta em alemão”, emborasua cor seja marrom-escura. Uma Lager alemã escura, que apresenta uma cerveja suave, balanceando os sabores torrados, mas suaves de malte, com um moderado amargor do lúpulo. Tem aroma de malte torrado que remete ao café ou chocolate. Se comparada as Porter ou Stout, é uma cerveja mais leve e refrescante, com sabor menos torrado e menos amargor. 07 kölsch copo sugerido: stange Pela regra geral, o nome Kölsch só pode ser usado por aproximadamente 20 cervejarias da cidade de Köln (Colônia), na Alemanha. Entretanto, existem várias cervejarias pelo mundo que produzem sua versão. É uma cerveja delicada, de coloração clara e brilhante. Produz uma espuma branca de baixa persistência. No aroma revela um tom frutado, produzido pelo efeito característico da fermentação empregada nesse estilo. 06 bock copo sugerido: snifter ou stem O estilo de cerveja Bock teve origem na cidade de Einbeck, na Alemanha. São cervejas mais robustas que outras Lagers, possuem maior presença de malte e são mais escuras, podendo chegar a tonalidades castanhas. Com graduação alcoólica alta, normalmente as Bock tradicionais possuem até 6% de teor alcoólico, 10% nas Doppelbock e 14% nas Eisbock. Outra variação do estilo Bock é a Maibock, também chamada de Helles Bock, uma Bock clara, porém mais amarga, com até 7,4% de álcool. Todas são cervejas ricamente maltadas e requerem um período mais longo de maturação. 08 altbier copo sugerido: stange O estilo Altbier é originário da cidade de Dussenldorf, na Alemanha, e caracteriza-se por usar leveduras do tipo Ale em temperaturas mais baixas, como as usadas na produção das Lagers. Seu aroma apresenta intensas notas de malte granulado e lúpulo condimentado. No sabor, possui um assertivo amargor do lúpulo bem equilibrado por um caráter de malte intenso. 09 english pale ale copo sugerido: shaker ou pint Um dos mais antigos estilos de cerveja, a expressão Pale Ale significa cerveja clara de alta fermentação. A English Pale Ale é também chamada na Inglaterra de English Bitter, por ser uma cerveja perceptivelmente mais amarga. As denominações variam em: Ordinary Bitter, de 3,2% a 3,8% de álcool; Best Bitter, ABV de 3,8% a 4,6%; e Extra Strong Bitter (ESB) com teor alcoólico entre 4,6% e 6,2%. Em razão da baixa carbonatação, uma característica típica desse estilo é a pouca formação de espuma. 11 amber/red ale copo sugerido: thistle O Amber Ale, também chamado de Red Ale, é um estilo muito semelhante ao American Pale Ale, porém com mais corpo e presença marcante de caramelo proveniente do malte. Normalmente são cervejas bem carbonatadas, com boa formação de espuma, de coloração cobre a vermelha e duração persistente. 10 english brown ale copo sugerido: shaker As cervejas do estilo English Brown Ale são típicas da Inglaterra, com algumas variações regionais: as do norte (Northern English Brown Ale) e as do sul (Southern English Brown Ale). As Northern English Brown Ale são as mais conhecidas. Um estilo que evidencia o sabor e o aroma do malte. É uma cerveja seca, com caráter mais próximo ao de nozes. A Southern English Brown Ale, conhecida também como London Style, é o estilo característico de Londres. São cervejas mais fortes, maltadas e escuras. 12 india pale ale copo sugerido: ipa glass ou pint India Pale Ale ou simplesmente IPA. Uma cerveja do século XVIII, fabricada especialmente para os oficiais do Exército Britânico residentes na Índia. Originalmente, surgiu como uma variação mais lupulada e alcoólica da English Pale Ale. Para ajudar a suportar a longa viagem da Inglaterra para a Índia, a bebida era produzida com bastante lúpulo, o que lhe conferia muito mais amargor, com aroma e sabor fortemente frutado. É uma cerveja que varia na intensidade de amargor e percentual alcoólico, de acordo com as variedades do estilo, como as English IPA, American IPA e Imperial IPA. 13 english ipa copo sugerido: ipa glass ou pint A English IPA surgiu como uma versão mais amarga e alcoólica da English Pale Ale. O aroma de lúpulo de perfil herbal e floral aparece logo ao servir. No paladar é encorpada, com um final seco e amargor presente. O malte e o amargor do lúpulo estão normalmente em equilíbrio e são mutuamente complementares, podendo o lúpulo ter destaque no sabor. É menos amarga que sua versão americana. 15 imperial ipa copo sugerido: snifter Para agradar aos mais apaixonados por lúpulo e amargor, o estilo Imperial IPA surgiu há pouco tempo nos Estados Unidos. Trata-se de uma variação do estilo IPA com uma carga maior de lúpulo. Seu índice de IBU pode chegar a 120. Também tem como característica um alto teor alcoólico, podendo chegar a até 10% de ABV. É apresentada como uma cerveja complexa, clara e com espuma persistente. 14 american ipa copo sugerido: ipa glass ou pint As American IPAs foram criadas como uma versão americana da English IPA utilizando ingredientes do continente americano. O caráter de malte e, principalmente, os lúpulos utilizados diferenciam as IPAs americanas das inglesas. As American IPAs apresentam sabor de lúpulo que varia de médio alto a alto. Os lúpulos americanos oferecem à cerveja qualidades cítricas, frutadas e resinosas. As cervejas americanas são mais secas e menos maltadas do que as inglesas, e com isso a percepção de amargor aumenta. 16 new england ipa copo sugerido: Snifter ou ipa glass As cervejas New England IPA são parte de um novo estilo, ou subestilo, que deriva das famosas IPAs americanas. A principal característica é a aparência turva e nublada. Muito comum em alguns estilos, como as Hefeweizen, mas, até então, indesejável em uma IPA. Ao sentir o aroma cria-se a expectativa de um sabor bem amargo, mas, ao contrário, encontra-se um sabor frutado, cítrico e mais suave do que uma tradicional West Coast IPA. O objetivo não é atingir altos níveis de amargor, mas sim enaltecer o sabor. Estas cervejas não são filtradas e nem pasteurizadas. 17 porter copo sugerido: pint Criado no século XVII, na Inglaterra, como a cerveja para trabalhadores portuários ingleses e irlandeses, o estilo Porter é hoje um dos mais populares do mundo. Trata-se de uma cerveja escura, produzida com malte torrado. Suas principais características são notas que remetem a café, chocolate amargo, to�ee e biscoitos. O estilo possui três variações: Brown Porter (mais leve, adocicada e menos alcoólica), Robust Porter (mais densa, encorpada e amarga) e Baltic Porter (menos amargas, mais claras e com mais álcool). 19 weizenbier copo sugerido: weizen ou mug (caneca) Também chamado de Weissbier, Weiss ou simplesmente de cerveja de trigo, a Weizenbier é uma cerveja típica do sul da Alemanha, região da Baviera. Produzidas com, pelo menos, 50% de trigo, são cervejas claras e opacas, com espuma branca e abundante. Apresenta aromas e sabores frutados de banana e maçã e de especiarias, como cravo, além de notas florais. São bastante refrescantes e de moderada graduação alcoólica, tendo entre 5% e 6% de álcool. Algumas variações do estilo Weizenbier são: Hefe-Weiss ou Hefe-weizen, Kristallweizen, Dunkelweizen, Weizenbock e Hop Weiss. 18 stout copo sugerido: pint O estilo de cerveja Stout surgiu como uma versão mais forte e mais escura da Porter. É caracterizado por sua coloração escura, aroma torrado e pelo perfil de leve chocolate ou cacau. É uma cerveja cremosa, amarga, seca e sua espuma pode ir do claro ao marrom. Fazem parte deste grupo seis estilos, que se destacam por serem de cervejas escuras e amargas. Cada uma das derivações do estilo de cerveja Stout possui características distintas de amargor, álcool, densidade e coloração. 20 witbier copo sugerido: tumbler ou shaker De origem belga, o estilo Witbier significa "cerveja branca", pois a cerveja possui aparência clara e, por não ser filtrada, é turva. Diferente da Weiss alemã, a cerveja Witbier é produzida com trigo não maltado e temperada com sementes de coentro e casca de laranja. Seu sabor traza refrescância cítrica da laranja, com um leve sabor picante de semente de coentro. 21 belgian pale ale copo sugerido: bolleke ou snifter As cervejas Belgian Pale Ale foram criadas na Bélgica, ainda no século XVIII. Caracterizam-se por serem maltadas, frutadas, com presença de um leve amargor, deixado pelo lúpulo, e sutilmente picantes. Sua cor varia do âmbar ao cobre. É uma cerveja de excelente drinkability e seu teor alcoólico está entre 4,8% e 5,5%. 23 sour copo sugerido: snifter ou bolleke Também conhecidas como cervejas azedas, as Sour são cervejas ácidas, com significativo aroma e sabor de fermentação. É uma cerveja de acidez elevada intencionalmente. Todos os exemplares trazem essa característica tanto no aroma quanto no sabor, sendo alguns mais ou menos intensos. Essa categoria contém os tradicionais estilos de cervejas ácidas como Berliner Weiss, Flander Red Ale, Oud Bruin e as Lambics. 22 saison copo sugerido: pokal ou lager A Saison é uma cerveja originalmente criada na Valônia, a parte da Bélgica que faz fronteira com a França, como uma cerveja de temporada. Produzida no inverno para ser consumida no verão, é uma bebida complexa tanto no aroma quanto no paladar. É uma cerveja refrescante, altamente carbonatada, frutada e com um perfeito equilíbrio entre o dulçor do malte e o amargor do lúpulo. 24 lambic copo sugerido: flute ou snifter A Lambic é uma cerveja de fermentação espontânea, com leveduras selvagens, sem a adição controlada de fermento. Geralmente são maturadas em barricas de madeira. O estilo possui algumas variações: Straight/Unblended, que se refere à Lambic pura, sem misturas de frutas, açúcares ou misturas de diferentes barris; Fruit Lambic, que conta com adição de frutas; Gueuze, que é um “blend” de Lambics novas (1 ano) e antigas (2 a 3 anos), retirada de diferentes barris e engarrafadas para uma segunda fermentação; e Faro, com adição de candy sugar, açúcar mascavo ou melaço de cana. 25 belgian dubbel copo sugerido: trapist ou goblet Criada pelo Mosteiro Trapista de Westmalle, na Idade Média, o nome surgiu para diferenciá-la da tradicional Ale da dieta dos monges, que era menos alcoólica. São cervejas com forte presença de malte, produzindo um sabor torrado de nozes e chocolate, e pouca presença de lúpulo, o que resulta em uma cerveja com baixo amargor. A coloração vai do cobre ao marrom. No aroma apresenta um toque de banana e frutas não cítricas. É uma cerveja que produz uma espuma cremosa e duradoura. 27 belgian blond ale copo sugerido: trapist ou snifter De produção relativamente recente, destinada como alternativa aos consumidores de Pils europeias. Trata-se de uma Ale dourada, de intensidade moderada, que tem uma complexidade sutilmente frutada-picante, com um pouco de sabor de malte doce e um final seco. Esse estilo apresenta cervejas complexas, perfumadas e cremosas, com presença de malte, lúpulo e álcool em equilíbrio. 26 belgian tripel copo sugerido: trapist ou goblet Também desenvolvido pelo Mosteiro Trapista de Westmalle, o estilo foi copiado no mundo todo. Se comparada com a Dubbel, as cervejas Tripel são mais claras, mais amargas, levemente frutadas e cítricas. São cervejas bem carbonatadas, que apresentam uma espuma cremosa e persistente. Trata-se de uma cerveja um pouco condimentada, seca e forte, com um agradável sabor arredondado de malte e um amargor firme. Possui drinkability surpreendente alta, considerado o alto nível de álcool. 28 belgian golden strong ale copo sugerido: trapist ou snifter É um dos mais clássicos estilos de cerveja. Trata-se de uma cerveja forte, frutada, com muito lúpulo e de alto teor alcoólico, geralmente entre 7,5% e 10,5%. Os exemplares desse estilo são bebidas claras e efervescentes, com sensação seca e retrogosto levemente amargo. Um clássico desse estilo é a cerveja Duvel, produzida pela cervejaria Duvel Moortgat desde o fim da Primeira Guerra Mundial. 29 english barley wine copo sugerido: snifter ou goblet É uma cerveja de origem inglesa, com alto teor alcoólico, entre 8% e 12%, de coloração cobre, bastante frutada e licorosa. É tradicionalmente maturada em barril de madeira usado para fabricação de outras bebidas. Trata-se de uma excelente cerveja de guarda, já que seu sabor melhora com o tempo. A sua versão americana, a American Barley Wine, utiliza ingredientes locais e carrega mais lúpulo à receita, o que resulta em mais toques florais e amargor à cerveja. 31 fruit beer copo sugerido: flute Diferente das Fruit Lambics, que são cervejas de fermentação espontânea com adição de frutas, as Fruit Beers são receitas com adição de frutas. Sua criação parte de um estilo base ao qual se acrescenta uma fruta, que lhe confere aroma e sabor com o objetivo de obter uma bebida diferente. Aqui a fruta não deve se sobrepor ao estilo original da cerveja, mas sim enriquecê-lo. 30 rauchbier copo sugerido: mug (caneca) ou pint A cerveja Rauchbier é um estilo típico de Bamberg, região da Alemanha, sendo que Rauch significa fumaça em alemão. A cerveja ganhou esse nome por ser produzida a partir de maltes defumados. Ela pode ser produzida combinando vários estilos. Os mais usados são Marzen e Weizen, porém o uso de maltes defumados é obrigatório. Seus aromas e sabores variam muito de acordo com a intensidade do defumado, indo do levemente queimado ao tostado parecido com bacon. Para saber as novidades do mundo cervejeiro, cadastre-se em nosso blog BLOG.CLUBEDOMALTE.COM.BR e nos siga nas redes sociais do Clube do Malte. fb.com/clubedomalteonline @clubedomalte faleconosco@clubedomalte.com.br www.CLUBEDOMALTE.com.br