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NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM ANATOMIA E VIAS DE ACESSO DO SISTEMA VASCULAR Vascularização do Coração e dos Grandes Vasos da Base Coração atravessado por 2 sulcos cardíacos: onde percorre as artérias e veias coronário ou atrioventricular: entre os átrios e ventrículos longitudinal – interventricular: entre 2 ventrículos, dividido em interventricular anterior na face esternocostal e posterior, na face diafragmática Seio coronariano: onde é drenado todo o sangue e desemboca no AD Aorta: artéria central do coração ao Tebésio. Analisa-lo de frente. Artérias coronárias artérias epicárdicas Óstios situados nos seios de valsalva (2 óstios) localizados imediatamente na valva aórtica. Fluxo médio de 250 a 300ml/min. 5% do DC/12%. Anastomoses inter e intracoronarianas. Drenagem venosa e sistema T. Artéria circunflexa: ramo da coronária E, parte corre no sulco coronariano e irriga parte inferior do coração Coronária D: corre no sulco coronariano e após no sulco interventricular posterior Existem patologias que as artérias coronárias podem emergir de um único óstio ou estarem localizadas em outra região. Coronária E: tronco coronário E (oclusão dessa região é preocupante, pois oclui todo o FS para os demais ramos) Pode se trifurcar em: ramo diagonalis que fica entre a circunflexa e descendente anterior - artéria descendente anterior, ramos septais e diagonais, termina ao nível do ápice, podendo ocasionalmente circular o ápice na sua incisura e penetrar na porção apical do sulco interventricular posterior. Perfurantes septais: irrigam os 2 terços anterior do septo interventricular, dispõem-se perpendicularmente formando o ângulo reto com a DA. Assumem importância quando houver obstruções participando do anel anastomótico de Vieussens - artéria circunflexa, 3 ramos marginais. Pode ultrapassar o sulco interventricular posterior, fornecendo nesses casos a descendente posterior. Ramos atriais, póstero-laterais e póstero-inferiores. Quando ocluída, pode ser confundido com infarto da parede inferior Coronária D: artéria do cone (circunda artéria pulmonar). Grande importância nas obstruções proximais da CD e DA, evitando maiores isquêmicas artéria do nó sinusal, pode ser ramo das artérias atriais. Isquemia nessa área distúrbios de condução bloqueios AV ou bradiarritmia artéria descendente posterior, quando atinge o ápice do coração, dizemos que é dominante (80- 90%) ramo ventricular posterior Veias Coronarianas Maior parte do sangue venoso coronário é drenada pelas veias que acompanham as artérias A veias cardíaca terminam no seio coronário, uma grande veia que se esvazia no átrio direito O restante do sangue da circulação coronária é recolhido do miocárdio por veias pequenas que se abrem diretamente nas quatro câmaras cardíacas Seio coronário Veia cardíaca magna Veia cardíaca média Veia cardíaca parva Veias posteriores do ventriculo E Pequenas veias cardíacas FLUXO CORONARIANO Diretamente proporcional a diferença de pressões entre suas extremidades e inversamente proporcional a resistência do sistema. Determinado pela pressão coronariana e pelo consumo de oxigênio no miocárdio. Substâncias que auto regulam o FS coronariano: Constrição: tromboxane A serotonina A.nó sinoatrial A.descendente anterior A.diagonalis NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM vasopressina endotelina histamina Dilatação: adenosina óxido nítrico prostaglandinas prostaciclinas CO2 VASOS DA BASE Aorta torácica e ramos Porção ascendente, arco da aorta ou crossa da aorta e parte descendente. Artérias coronarianas Tronco braquiocefálico artéria subclávia + artéria carótida D Carótida D Artéria Subclávia D Na vida fetal: presença de duto arterial patente = ligação entre arco da aorta e tronco pulmonar. Quando permanece patente após nascimento shunt artéria coronária para tronco pulmonar. Cruzamento dos grandes vasos, artéria aorta por trás do tronco pulmonar. Porque cateter é introduzido pela artéria femoral? Pode ser pela radial, mas por ser uma artéria menos calibrosa e com mais curvas, não é comum. A femoral, é um ramo próximo da aorta, sobe com facilidade e passa pelo óstio coronariano. Como suspeitar de obstrução na artéria do nó sinusal? Pelo ECG, acometimento da parede inferior + bloqueio AV. Como descobrir patologia venosa cardíaca? Não costuma ter repercussão clínica. Dificilmente realiza cateterismo das veias do coração. Não trombosam. VIAS DE ACESSO M – MONITORIZAÇÃO O – OXIGÊNIO V – ACESSO VENOSO Central: cateter com posicionamento cuja extremidade atinja a veia cava inferior ou superior, independentemente do local de inserção Periférica: muito utilizada, poucas complicações Arterial: utilizada para monitorização continua da PA (paciente com choque circulatório e com componente de elevada resistência circular; necessidade de doses fracionadas de vasodilatadores potentes; coleta de amostra sanguínea arterial como gasometria Venosa: infusão de fluidos e amostras sanguíneas, menor pressão sanguínea Punção: 3 maneiras: - visualização direta das veias, veias superficiais - a partir de limites anatômicos - utilização do USG: ao exercer uma pressão com o USG, a veia colaba devido sua estrutura da parede. Também usado para observar se tem alterações vasculares, malformações Dissecção: flebotomia, mais usada quando ocorre trauma com choque volêmico grave. Predileção pelas veias do terço médio do braço Para medida de calibre dos vasos: French: diâmetro externo, medida de cateter. é diretamente proporcional ao cateter Gauge: mais utilizado para medidas de agulhas, é inversamente proporcional ao calibre Porque saber disso? Para saber o tamanho ideal do calibre do cateter a ser inserido em determinado vaso sanguíneo Fluxo do Cateter: Equação de Poiseulle NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM Quanto mais calibroso o cateter, maior o fluxo. Utilidade prática: o cateter a ser utilizada deve ser o mais curto e o de menor calibre suficiente para atender a demanda do paciente. Acessos Venosos Centrais Intracath: dispositivo plástico por dentro da agulha. O calibre da agulha é maior que o calibre do cateter que passa por dentro da agulha Dispositivos de inserção sobre fio guia (Seldinger): punção com agulha, passa fio guia por dentro da agulha, retira agulha, coloca dilatador que terá mesmo diâmetro que o cateter, introdução do cateter, retirar fio guia, sutura do cateter na pele - sítios de acesso: v subclávio, v. jugular interna e v. femoral (última a ser escolhida pois deixa o paciente restrito ao leito, e é preconizado que ele deambule e maior risco de trombose e infecções bem como hematoma). OBS: em pacientes obesos é preferível o acesso pela v. subclávia Cateter central de inserção periférica: punção numa veia periférica, mas a extremidade navegada vai até veia cava superior ou inferior. - Indicado: inserido em veias de MMSS, menor risco de punção, sangue, plasma, nutrição parenteral. Calibre mais restrito. Técnica: cateter através de cânula removível Recomendações: explicar procedimento, posição em decúbito dorsal horizontal, com clavícula alinhadas (se o acesso for na veia cava superior o ideal é a posição de Trendelemburg), antissepsia do profissional e da superfície Campos estéreis, anestesia local (lidocaína 2% sem vasoconstrictor), técnica escolhida e solicitar radiografia de tórax para confirmaro posicionamento do cateter. Indicações: Pacientes com impossibilidade de acesso venoso periférico Monitorização de parâmetro hemodinâmicos Adm de agentes esclerosantes Hemodiálise Nutrição parenteral Solução glicosada em [] > 10% pois se adm em veias periférica pode culminar com flebite Manejo hidroeletrolítico, hemotransfusão e infusão de drogas durante grandes cirurgias Contra-indicação: infecção local (relativa), discrasia sanguínea (relativa), pulmão contralateral acometido, trombose prévia local, alterações anatômicas e/ou estruturais que interfiram na progressão do cateter Complicações: Punção arterial, hematoma, hemotórax, pneumotórax, arritmia cardíaca, quilotórax. Punções a direita é melhor que a esquerda pois a cúpula do pulmão fica mais para baixo Acesso Venosos Periféricos Cateteres agulhados Cateteres plásticos Punção intraóssea Indicações: Infusão de drogas Coleta de sangue Contra-indicações: Acometimentos locais (flebite, trombose, queimadura, infecção), Membro superior já submetido a esvaziamento linfonodal axilar Membro superior com fistula AV Complicações: Flebite: corsão venoso palpável e rigidez da veia Hematoma: tentativas mal sucedidas de punção Infiltração: edema subcutâneo pelo extravasamento da substância infundida Infecção Cateteres Agulhados: Scalp ou borboleta Agulha + asas de empunhadura Infusões de curta duração e baixo volume Veias de pequeno calibre Evitar áreas de dobra Cateteres Plástico: Abocath ou jelco Infusões de média duração Volume intermediários Cateter plástico + agulha interna + câmara de refluxo (por dentro do cateter passa a agulha) Punção Intraóssea: Acesso de emergência Permanência de no máximo 24h Mais comum em crianças NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM Sítio mais comum= tuberosidade da tíbia QUESTÕES 1.O arco palmar profundo é predominantemente formado pela artéria: a) Ulnar b) interóssea c) braquial d) radial 2.O teste de Allen tem o objetivo de: a) Avaliar as adequações das anastomoses entre as veias radial e ulnar; b) Avaliar as adequações das anastomoses entre as artérias radial e ulnar; c) Avaliar as adequações das anastomoses entre as veias cefálica e basílica; d) Avaliar as adequações das anastomoses entre as artérias interóssea e radial. 3.Se um paciente com atelectasia pulmonar à direita necessita de um acesso venoso central, qual deve ser, preferencialmente, o sítio escolhido? a) jugular interna direita (devido menor risco de pneumotórax e escolher sempre o lado ipsilateral a atelectasia) b) jugular interna esquerda c) subclávia direita d) subclávia esquerda 4.Qual a complicação mais comum de um acesso venoso periférico? a) pneumotórax b) hemotórax c) flebite d) punção arterial 5.Qual dessas não é uma indicação de acesso venoso central? a) hemodiálise b) nutrição parenteral c) adm de drogas quimioterápicas d) coleta sanguínea FARMACOLOGIA NA CIRURGIA VASCULAR Hemostasia: processo dinâmico primorosamente regulado de manter a fluidez do sangue. Sangramento excessivo e trombose descontrole Hemostasia primária: estanca sangramento pela formação do trombo Condições normais: células endoteliais e PGI2 anticoagulantes Lesão vascular: expões a matriz subendotelial (fator deWF e colágeno) fenótipo prócoagulante Tromboxane2 é o principal produto da COX1. Tampão plaquetário: adesão, ativação e agregação das plaquetas e formação do trombo Hemostasia secundário: formação de fibrina que consolida o trombo e evitar reesangramento. Transformação do fibrinogênio em fibrina (insolúvel). Cascata de coagulação sanguínea. Presença de zimogênios (molécula inativa de fator de coagulação que sofrerá uma reação e será transformado em molécula ativa). Na vida real, apenas um processo ocorre: intrínseca (exposição ao colágeno (carga negativa). Tenase da via intrínseca: fator IXa + fator VIIIa + cálcio ionizado (cliva o fator X gerando Xa. TTPa= avalia a via intrínseca. TAP= avalia e via extrínseca Ambas as vias se encontram na formação do fator X em fator Xa via final comum. Responsável por formar trombina a partir de protrombina. Fibrinólise: Processo de degradação da fibrina pela plasmina. Precursor: plasminogênio (forma inativa). A células endoteliais liberam o fator ativador após serem lesionadas. Responsável por aumentar a degradação do fibrinogênio como de fibrina. Antitrombina: anticoagulante endógeno. Inibe os fatores Xa, IXa e IIa (Trombina). Complexos equimolares estáveis. INIBIDORES INDIRETOS DA TROMBINA Anticoagulantes parenterais de ação rápida: Heparina não fracionada Heparina de baixo peso molecular NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM Fondaparinux Não tem efeito intrínseco: atuam se ligando a antitrombina, aceleram a taxa que a antitrombina inibem os fatores. Como assim não tem efeito intrínseco? Ligam se a antitrombina Aceleram a inibição de proteases Promovem mudança conformacional Sítio reativo 1. Formação de complexo covalente 2. Dissociação do complexo 3. Catalização de novas ligações Usos clínicos: Angina instável Infarto agudo do miocárdio TVP Embolia pulmonar Uso terapêutico Fármacos Manejo extra-hospitalar de pacientes com TVP ou embolia pulmonar LMWH ou fondaparinux Angioplastia por balão com ou sem colocação de stent UFH ou LMWH Cirurgias com by-pass cardiopulmonar UFH CIVD UFH ou LMWH Tromboprofilaxia de pacientes imobilizados UFH ou LMWH Não atravessam a placenta. Drogas de escolha na gestação. Não são absorvidas através do TGI. Adm parenteral. Heparina UFH Fondaparinux/LMWH Inicio de ação Imediato (EV) e bem viável (SC) Absorção SC mais uniforme Meia-vida Variável com a dose Maior veia vida Degradação Sistema reticulonedotelial Excreção urinária Monitoramento da Terapia Heparina não fracionada TTPa normalmente utilizado. A cada 6h. Monitoramento uma vez ao dia só com a dose estabelecida. ACT: tempo de coagulação ativado intervenção coronária percutânea. Heparina de baixo peso molecular e fondaparinux Não necessitam de monitoramento de rotina Efeitos Indesejáveis Sangramentos leves: revertidos sem antagonista Sangramentos ameaçadores a vida: sulfato de protamina (só se liga nas moléculas longas da heparina), portanto na heparina de baixo peso molecular vai ter ação parcialmente revertida, e heparinux não vai ter INIBIDORES DIRETOS DA TROMBINA Hirudina: obtido da saliva de sanguessugas Desirudina e lepirudina (formas recombinantes da hirudina): trombose na trombocitopenia induzida pela heparina. Tempo de meia vida 2h (SC) e 10min (EV). Excreção renal (uso com cautela, monitoramento da creatina sérica e TTPa diariamente). Bivalirudina: alternativa a heparina em pacientes submetidos a angioplastina coronária. Tempo de meia vida curto. Argatroban: ligação reversível ao sítio ativo da trombina. Metabolização fígado. ANTAGONISTA DA VITAMINA K Varfarina: VO mais comum. Fatores de coagulação II, VII, IX e X são biologicamente inativos são ativados na reação de carboxilação. A vitamina K entra nessa reação de oxidação. Fator VII IX X II Meia vida 6h 24h 36h 50h Fator II. Efeito antitrombótico completo da varfarina só é atingido depois de 5 dias. Anticoagulante parenterais de ação rápida devem ser usados nesse período. - Biodisponibilidade oral quase completa - Concentração plasmática após 8h - Interação com alimentos - Uso terapêuticos: impedir progressão ou profilaxia deTVP, embolia pulmonar e prevenção de AVC Antes de iniciar a terapia: investigar deficiências de fatores de coagulação. Monitoramento e cálculo de INR entre 2 e 3. Tromboembolismo venoso agudo: Iniciar anticoagulante parenteral de ação rápida (heparina não fracionada, heparina de baixo peso molécular ou fondaparinux) por pelo menos 5 dias. Descontinuação da droga parenteral com base no INR. Inicio tto: anticoagulante parenteral + varfarina INR terapêutico por 2 dias seguidos: suspender anticoagulante parenteral e continuar varfarina Interações medicamentosas: drogas (colestiramina, barbitúricos), alimentos e fatores genéticos. Metabolizada pela CYP2C9: amiodarona e clopidogrel (inibem essa enzima). Efeitos colaterais: sangramentos incidência <3% por ano com INR alvo. NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM Gravidez: defeitos congênitos e aborto. INIBIDORES ORAIS DIRETOS DA TROMBINA Dabigatrana: pró-droga. Bloqueio competitivo e reversível da trombina (bloqueia a conversão de fibrinogênio em fibrina, o feedback positivo da coagulação e ativação plaquetária).Pico de ação em 2h, meia vida de 12-14h. Doses fixas: respostas previsíveis. Monitoramento de rotina desnecessário. - Uso: Tromboembolismo venoso agudo depois de pelo menos 5 dias de anticoagulação parentenral e no AVC. - Efeito colateral: sangramentos INIBIDORES ORAIS DIRETOS DO FATOR Xa Rivaroxabana, apixabana e edoxabana: inibem o fator Xa associado ao coágulo e o fator Xa livre. Redução da geração de trombina. Monitoramento de rotina desnecessário. Função renal. - Rivaroxabana: absorção estômago. Deve ser adm com refeição para maior absorção. Excreção rim e metabolização no fígado. - Usos clínicos: prevenção AVC, trombose venosa profunda e embolia pulmonar (rivaroxabana deve ser iniciada após 5 dias de tto com anticoagulante parenteral) - EC: sangramento - CYP3A4: carbamazepina e fenitoína (indutores) e claritromicina e eritromicina (inibidores). DROGAS FIBRINOLÍTICAS t-PA (ativador do plasminogênio tecidual) recombinante: uroquinase e estreptocinase. Serinoprotease responsável por ativar o plaminogênio. - Uso: IAM, AVC isquêmico agudo e embolia pulmonar - Reteplase e tenecteplase (variável recombinantes): meia vida plasmática maior e resistência ao PAI-1 (inibidor do ativador de plasminogênio) - EC: hemorragia intracraniana e sangramentos pela degradação da fibrina (injuria vascular e impede a formação de trombo) ou pela geração sistêmica de plasmina INIBIDORES DA FIBRINÓLISE Ácido e-aminocaproico Ácido tranexâmico: análogos da lisina, bloqueiam da interação com a fibrina e reversão de estados hiperfibrinolíticos. DROGAS ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS Plaquetas hemostasia primária Trombos patológicos IAM, AVC e trombose arterial periférica Plaquetas quando ativadas produzusem TXA-2 funções: promove a agregação plaquetária e vasoconstrição Aspirina: bloqueio da produção do TXA-2 (acetilação de um resíduo de serina próximo a COX1) com ação permanente na vida plaquetária. Doses repetidas de AA produzem efeito cumulativo. Clopidogrel: inibidor reversível do P2Y12 (MONABHCG) pró droga que requer ativação no fígado. Uso: AVC e IAM. Uso junto com AAS após implantação de stent coronário. - Interação: inibição da enzima CYP219 pelo omeprazol (IBP) reduzindo a formação da sua forma ativa Prasugrel: requer ativação metabólica no fígado. Efeito mais previsível. Ligação irreversível ao P2Y12 (duração de ação igual ao tempo de meia vida das plaquetas) Prasugrel Clopidogrel Menor incidência de trombose no stent de intervenção coronária aguda. CI: pacientes com históra de AVC ou ataque isquêmico transitório e >75 anos Menores txs de sangramento ameaçadores a vida Ticagrelor: droga ativa e inibição reversível do P2Y12. Inicio e término de ação mais rápidos. Uso clínico: redução risco de morte por SCA, IAM, AVC. - EC: dispneia transitória, sangramentos - CYP3A4: cetoconazol e claritromicina (inibidores) e rifampicina e fenobarbital (indutores). - Interações medicamentosas: aumenta as [] séricas sinvastatina e de lovastatina Vorapaxar: antagonista competitivo do APR-1. Inbe a agregação plaquetária induzida pela trombina. 90% biodisponivel. Meia vida 3-4 dias. Efeito por mais de 4 semanas. ADM VO em combinação com AAS ou clopidogrel para redução de eventos CV em pacientes com história de IAM ou de doença arterial periférica. - CYP3A4: cetoconazol e claritromicina (inibidores) e rifampicina e fenobarbital (indutores). INIBIDORES DA GP11b/IIIa Abcximab: fragmento Fab do anticorpo monoclonal. Inibe o receptor para fibrinogênio e para o fvW. Tempo circulação 30min. Resumindo... NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM ANTICOAGULANTES, ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS E FIBRINOLÍTICOS HEMOSTASIA Processo dinâmico que mantem a fluidez do sangue Promove reparo da lesão vascular Limita a perda de sangue Evita a ocorrência de oclusão vascular (trombose) e a perfusão inadequada dos órgãos vitais Lesão Vascular Exposição de proteínas reativas de matriz Secreção e síntese de vasoconstritores (TXA-2, serotonina liberados pelas plaquetas quando ativadas) Recrutamento e ativação plaquetária (adenosina difosfato) Ativação da cascata de coagulação (ativação de fatores de coagulação) Eventos da Hemostasia Constrição vascular (serotonina e TXA-2) Formação do tampão plaquetário (plaquetas com alteração conformacional devido ativação de glicoproteína de superfície) Formação do coágulo (deposição de fibrina sobre as plaquetas e hemácias) Crescimento do tecido fibroso (fatores de crescimento liberados no local do trombo) 1. Constrição Vascular: espasmo miogênico, fatores autacoides (substrato produzido pelo próprio tecido e age localmente, como as prostaglandinas ex.: TXA2 produzida pela plaqueta que promove o aumento da agregação plaquetária e a vasoconstrição e a PGI2 – prostaciclina - sendo o oposto do TXA2 – vasodilatação e efeito anti- agregante plaquetário) equilíbrio para que nenhum lado seja sobreposto e reflexos nervosos (simpático e parassimpático) - objetivo: reduzir o fluxo sanguíneo para diminuir as perdas 2. Tampão Plaquetário: devido exposição da matriz subendotelial (colágeno e o fator de von Willebrand) interagem com as plaquetas promovendo alteração conformacional – GPIIb/IIIa (glicoproteína, proteína gancho após alteração conformacional que adere ao fibrinogênio e que adere outra plaqueta) adesão plaquetária liberação de ADP, 5HT, TXA2 (grânulos) recrutamento de mais plaquetas. - Alvos farmacológicos: droga que bloqueia a glicoproteína GPIIb/IIIa (abciximab); droga que bloqueia o TXA2 (aspirina), droga que bloqueia o receptor do ADP (clopidogrel), bloqueia tivação da plaqueta pelos receptores PAR-1 e PAR-4 (vorapaxar) - Prostaciclina: antiagregante plaquetário para evitar exacerbação da formação do tampão plaquetário. Produzido pelo próprio endotélio. 3. Coagulação – via extrínseca: exposição do fator tecidual, ativador de protrombina e tromboplastina e a pro-trombina em trombina NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM OBS: EDTA: sequestrador de cálcio – usado em tubos de ensaio para que o sangue não coagule, pois o cálcio ionizado entra na cascata de coagulação. Na superfície da plaqueta possui fosfolipideos específicos que intensificam a ativação da trombina. Via intrínseca: trauma com ativação do fator XII, plaquetas e seus fosfolipideos. Ambas as vias levam a ativação do fatorXa, dando continuidade a uma cascata em comum. Anticoagulantes Naturais Inibidor da via do fator tecidual –TFPI Antitrombina – diminui IIa, IXa, Xa, XIa e XIIa Proteina C e S – proteólise dos cofatores Va e VIIIa Varfarina quando usado, no início pode ter efeito paradoxal, pois na proteína C ocorre degradação primeiro enquanto os demais fatores estão inibidos e isso pode exacerbar o quadro de formação de tampão Coagulação Fibrinogênio – polímeros de fibrina. Drogas: fibrinolíticos, anti-agregantes plaquetários, anticoagulantes Asprostadil: mesmo efeito da prostaciclina endógena TXA2 X PGI2 Ácido aracdônico produzido a partir da degradação de fosfolipideos de membrana, como na plaqueta tem fosfolipideos na membrana, tem ativação da fosfolipase A2 que quebra o fosfolipideo de membrana e libera o ácido aracdonico que cai no citoplasma e a COX-1 age nele produzindo TXA-2 na plaqueta, já a COX-2 promove a produção de prostaciclina (PGI-2) no endotélio do vaso. Antiinflamatórios: AINES boqueiam as duas COXs. Mas existem medicamentos que bloqueiam seletivamente a COX2 que é mais pró-inflamatória em relação ao organismo como um todo (Ex.: COXIBES e meloxican). Quando bloqueia totalmente um componente, passa a ser ruim pois desequilibra muito, mas se é parcialmente seletivo é bom pois não bloqueia totalmente. Aspirina bloqueia preferencialmente a COX-1 que está na plaqueta e dessa maneira impede a produção de TXA-2 e é o único AINE que destrói a COX-1. Como a plaqueta é um fragmento de célula, as COX-1 destruídas, não são produzidas novamente naquela mesma plaqueta com o princípio da aspirina, pois não é uma célula. Por isso as doses diárias usadas são baixas 75-100mg. Vida média da plaquetas: 7-10 dias. Fibrinólise Células endoteliais – ativador de plasminogênio tecidual (t-PA exógeno) t-PA – depuração rápida, inibido pelo inibidor do ativador de plasminogênio (PAI-1, PAI-2) inibe o ativador de plasminogênio Plasminogênio – plasmina Plasmina – inibida por alfa2-antiplasmina inibe diretamente a plasmina que já foi ativada Estreptoquinase quebra diretamente a fibrina e não depende de outros fatores. Coagulação in Vitro Tempo De tromboplastina parcial ativada (TTPa)= plasma recalcificado + fosfolipideos de carga negativa/cefalina e substâncias particulada (silicato de alumínio) mensura via intrínseca (VN 26-33s) mais sensível para heparina que deve aumentar o tempo de 2-3x, se >4x indica hemorragias importantes Tempo de atividade de protrombina= plasma recalcificado + fator tecidual (tromboplastina) – mensura via extrinseca (VN 10-14s) mais sensível para varfarina INR – Relação normalizada internacional= valores de TP, média de TP e índice internacional de sensibilidade (específico de cada reagente) – normal = 0,8 – 1. Com anticoagulante= 2-3 ALTERAÇÕES DA HEMOSTASIA Alterações hereditárias ou adquiridas Infecção Câncer Medicamentos Dipirona foi retirada do mercado em vários países pois em doses altas poderia causar aplasia de medula óssea. NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM FÁRMACOS UTILIZADOS NAS DESORDENS DA COAGULAÇÃO Anticoagulantes, trombolíticos e antiagregantes plaquetários. Tratamento e prevenção do IAM e outras síndromes coronarianas agudas, fibrilação atrial, isquemia e trombose venosa profunda. Ou seja, correção de distúrbios. Reposição de fatores, vitamina K e drogas antiplasmia. Tratamento e prevenção de quadros hemorrágicos. ANTICOAGULANTES Parenterais (heparina de alto peso molecular ou só heparina e heparina de baixo peso molecular) Orais Perfil Ideal: Impedir ocorrência de trombos Limitar a lesão por reperfusão Preservar resposta normal a lesão vascular Limitar sangramento Inibidores Indiretos de Trombina – pois potencializam um substrato endógeno Interagem com antitrombina Heparina não fracionada (alto peso molecular) Heparina fracionada (baixo peso molecular) – tem mais previsibilidade de sua ação e dose. Ex.: enoxaparina Fondaparinux (análogo sintético) São parenterais Mecanismo de ação: Heparina se liga na antitrombina e forma um complexo que potencializa a antitrombina antitrombina se liga na trombina impedindo seus efeitos Alto peso molecular: faz a antitrombina se ligar na trombina (IIa) e também neutraliza o fator Xa proporcionalmente igual (heparina sódica, unidade USP). Heparina não é consumida no processo, sendo constantemente desacoplada e acoplada em outros substratos. Prolongamento TTPa analisa os efeitos do medicamento - Doses altas: anti-agregante plaquetário - Usos: TVP, embolia pulmonar (inicio de ação rápida) - Não atravessa a placenta, por isso utilizado durante gestação - Interromper 24h antes do parto (risco de hemorragia) - Vias de adm: EV (bomba de infusão continua), alguns casos SC pois biodisponibilidade cai muito (são mucopolissarideos por isso não são absorvidas VO) - Meia vida: dependente da concentração (1-5h) - Necessita de monitoramento – TTPa 2-3x o normal, se via SC não necessita de monitoramento - Resistência a heparina: depuração acelerada, aumento fator plaquetário 4 (reação de neutralização da heparina) e diminui antitrombina - Excreção não renal Baixo peso molecular: liga-se nos 2 substratos mas age mais no bloqueio do fator Xa - Vias de adm: sempre SC, meia vida maior, dose mg, mais seguro, uso bastante em ambulatório/casa - Meia vida: maiores (4-6h) - Não necessita de monitoramento - Excreção renal Fondaparinux: só bloqueia o fator Xa e não consegue se acoplar a trombina - Vias de adm: sempre SC, meia vida maior, dose mg, mais seguro, uso bastante em ambulatório/casa - Meia vida: maior (17h) - Não necessita de monitoramento - Excreção renal Mas todos são efetivos Efeitos adversos: hemorragia, trombocitopenia pela indução de IgG (heparina induz produção de anticorpos antiheparina que podem fazer ligação cruzada com as plaquetas e causar plaquetopenia, mais chances na heparina de alto peso molecular), alterações nas transaminases hepáticas, osteoporose (, diminui aldosterona - Antidoto: protamina (1mg para cada 100U de heparina). Cuidado com a dose, pois se muito pode funcionar como anticoagulante Inibidores Diretos da Trombina Lepirudina: análogo da hirudina (saliva da sanguessuga). Usos: trombocitopenia induzida por heparina. Adm: EV, excreção renal Argatrobana: Uso: trombocitopenia induzida por heparina, adm EV infusão continua metabolizada por CYPs hepáticas, monitorada pelo TTPa, alternativa a lepirudina Anticoagulantes Orais Varfarina: derivado cumarínico - Mecanismo de ação: antagonista da vitamina K. Os fatores de coagulação são produzidos de forma inativa, e para serem ativados precisão sem carboxilados, e nesse processo entra a vitamina K. A vitamina K é oxidada e o fator inativo vira ativo, para ser reaproveitada, a vitamina K precisa ser reduzida. A varfarina bloqueia a enzima redutase da vitamina K que acontece no fígado - Também bloqueia os fatores de coagulação II, VII, IX e X e proteínas anticoagulantes C e S inativos na ausência de vitamina K. A proteína C é a substância a ser degradada primeiro. Num 1º momento do uso, pode ocorrer aumento da coagulabilidade devido ao NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM desequilíbrio entre eles (> pró-coagulantes e <anti- coagulantes) - Para evitar esse problema: combinação de heparina + varfarina por 5 dias, depois tira heparina e mantém varfarina A varfarina é degradada pelo citocromo CYP2C9, portanto atentar-se a medicamentos que alteram essa enzima ou alterações genéticanessa enzima. - Não exerce efeito sobre os zimogênios já carboxilados (funcionais), sendo necessário esperar que eles degradem sozinhos - Efeito anticoagulante total em dias - Adm oral – polimorfismo genéticos, idosos - Monitorar TP - Elevada biodisponibilidade oral (alimentos diminuem absorção) - 99% de ligação a proteína plasmática, atravessa a placenta, não é excretada no leite materno - Cuidados com drogas que podem deslocar a varfarina da ligação plasmática e causar intoxicação - Metabolismo hepático – CYP2C9 - Interações medicamentosas: colestiramina, barbitúricos, BZD, rifampicina, alimentos e suplementos ricos em vitamina K, amiodarona, clopidogrel, dissulfiram, fluoxetina, furosemida, ceftriaxona, dipirona, valproato de sódio, ATBs (pois inibem a microbiota que inibem a produção da vit K) - Efeitos adversos: hemorragia, mal formação fetal e aborto, necrose cutânea por trombose (depuração rápida da proteína C – no começo do tto com varfarina), náusea, febre, diarreia e anorexia - Usos: impedir progressão e recidiva de TVP ou embolia pulmonar, prevenção de tromboembolia, associação inicial com heparina, HBPM ou fondaparinux por 5 dias. Dabigatrana: pró-farmaco, bloqueia sítio ativo da trombina. Uso VO, prevenção de TVP, tromboembolismo, AVC, FA (redução da mortalidade). Monitoramento de coagulação não necessário. Biodisponibilidade de 6% (alimentos retardam absorção). - Interações medicamentosas: cetoconazol, amiodarona, quinidina e clopidogrel - Prolongamento do efeito na doença renal - Efeitos adversos: sangramentos Rivaroxana (xarelto): VO, inibidor do fator Xa. Profilaxia de TVP, tromboembolismo, AVC. 1/3 eliminado inalterado na urina e 2/3 eliminados pelo fígado - Metabolismo CYP3A4 (cetoconazol inibe a enzima) - Maior meia vida em idosos, doença hepática e renal - Adm em doses fixas, não necessita monitoramento FIBRINOLÍTICOS Fibrinólise: ativação da plasmina para degradação da fibrina. Ou seja, dar medicamento que imita a plasmina ou aumenta plasmina. Estreptoquinase: proteína extrauda de cultura de estreptococos beta-hemolítico. Complexo estreptoquinase-plaminogênio – ativação de plasmina. Presença de anticorpos antiestreptoquinase (tto por mais de 5 dias) - Uso em emergência - EV (hospitalar) - Efeitos adversos: hemorragia, desenvolvimento de anticorpos antiestreptoquinase, redução da PA, bradi ou taquicardia, isquemia, náusea, vômito, cefaleia - Efeito disseminado, ativa plasmina onde puder ativar, no corpo todo Alteplase – ativador de plaminogênio tecidual recombinante (igual plasmina só que exógeno) - Mecanismo de ação: age dissolvendo a fibrina - Meia vida de 5min (depuração hepática) - Usos: trombólise coronariana, AVCi NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM - Efeitos adversos: hemorragia - Reteplase e tenecteplase – maiores meias vidas Inibidores da Fibrinólise Ácido aminocaproico: mecanismo de ação: inibição dos ativadores de plasminogênio, bloqueio campetitivo com plasmia - Usos: tto he hemorragias associadas com hiperfibrinólise - Uso: EV ou oral, depuração predominantemente renal - Rações adversas: náuseas, vomito, eventos tromboembólico, miopatias (rara) ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS Aspirina: agem destruindo COX1 e dessa forma não produz TXA2 (inibidor irreversível da COX1) - Ação por 7-10 dias - Farmacocinética: melhor absorvido em ambiente básico apesar de ser ácido, aspirina tamponada é uma aspirina que vem com um alcalinizador junto no cp - Efeito ideal: 75-320mg/dia. Em doses maiores começa a bloqueasr COX1 e COX2 e assim bloqueia a prostaciclina (antiagregante plaquetário) - Efeitos adversos: sangramentos Ticlopidina: bloqueia o ADP, menos usada pois é mais tóxica - Plaquetas tem receptores P2Y no qual o ADP se liga, a ticlopidina é um antagonista irreversível do ADP - Efeito máximo: 8-11 dias após início do tto (VO) -Efeitos adversos: náuseas, vômitos, diarreia, neutropenia grave, agranulocitose - É um pró-farmaco, sendo necessário ser metabolizada no fígado antes Clopidogrel: pró-farmaco. Mecanismo igual da ticlopidina. Inicio de ação mais lento e menor toxicidade. Polimorfismo no CYP2C19, uso de IBP cria resistência nessa enzima, e o fármaco clopidogrel não é ativado - Maior segurança do que a ticlopidina - Uso: angina instável, IAM, AVC - Associação com AAS maior redução de mortalidade - Efeitos adversos: náuseas, vômitos, diarreia, hemorragias Ticagrelor: inibidor P2Y ativo por VO. Inicio e término de ação mais rápidos em relação ao clopidogrel. Maior potência em relação ao clopidogrel. - Efeitos adversos: sangramento Bloqueadores de Glicoproteinas de Superfície Abcximabe: - Mecanismo de ação: inibidor da glicoproteína IIb/IIIa (receptor para fibrinogênio e fator de von Willebrand) e receptores de vitronectina - Anticorpo monoclonal, ligação duradoura em plaquetas (anticorpo é manipulado) - Meia vida de 30min (ação por 18-24h) – adm EV - Efeitos adversos: sangramentos e trombocitopenia - Uso curto prazo, porém caro Eptifibatida: inibidor da glicoproteína IIb/IIIa. Peptideo cíclico derivado do veneno da cascavel, não é anticorpo monoclonal - Uso EV infusão associado a heparina - Depuração renal - Efeitos adversos: sangramento, trombocitopenia QUESTÕES 1.Sobre hemostasia, marque o item correto: a) A hemostasia primária, visa evitar o ressangramento, pela formação de uma rede adesiva de fibrina que consolida o trombo. b) A trombina (fator VIIa) desempenha um papel central na hemostasia. c) A fibrinólise refere-se ao processo de digestão da plasmina pela protease fibrina. d) A hemostasia primária estanca o sangramento pela formação do trombo. 2.Sobre drogas anticoagulantes parenterais, marque o item correto: a) A LMWH, diferentemente da heparina não- fracionada, possui uma atividade anticoagulante intrínseca, bloqueando diretamente a trombina. b) O fondaparinux tem efeito na inibição do fator Xa, pela antitrombina. c) A antitrombina é um pró-coagulante endógeno, que induz a protease dos fatores de coagulação. d) Em relação ao uso terapêutico, representantes dessa classe de drogas não podem ser usadas para o manejo inicial de pacientes com angina instável. 3.Qual dessas drogas atua bloqueando o recrutamento e a ativação plaquetária, através do TXA-2? a) Abciximabe b) Clopidogrel c) Prasugrel d) Aspirina 4.Sobre o clopidogrel, responda: NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM a) Não pode nunca ser utilizada no infarto. b) É um inibidor irreversível do TXA-2. c) É uma droga utilizada, por exemplo, para redução da taxa de AVC em pacientes com história recente de AVC. d) Não possui ação no receptor P2Y12. 5.Qual dessas drogas inibe a glicoproteína GPIIb/IIIa? a) Abcximabe. b) Aspirina c) Clopidogrel d) Heparina de baixo peso molecular HIPERTENSÃO RENOVASCULAR E ACESSOS PARA HEMODIÁLISE 16/06 Condição Clínica caracterizada pela elevação sustentada dos níveis pressóricos >=140 e/ou 90mmHg. Pode ser: Primária: quando não tem uma causa especifica conhecida (90% casos) Secundária: quando origina-se de uma causa identificável. Ex.: hipertensão renovascular HIPERTENSÃO RENOVASCULAR Aumento sustentado da PA sistêmica secundário a doença renovascular (DRV). Uma das cuasas mais comuns de HAS 2ª (5% dos pacientes hipertensos). Maior prevalência na população idosa (>65 anos) Importante determinante de morbimortalidade cardiovascular. Principais causas: Aterosclerose (90%) Displasia fibromuscular (9%) Outras causas: arterite de Takayasu Etiologias Estenose Ateroscleróticada Artéria Renal Decorrente de um quadro de aterosclerose Pacientes >65 anos Fatores de risco associados: DM, tabagismo, doença vascular periférica, doença arterial coronariana Estenose acomete a porção inicial da artéria renal (placas de extensões da artéria aorta) Acometimento uni ou bilateral das artérias renais Displasia Fibromuscular Grupo heterogêneo de doenças arteriais não- ateroscleróticas e não-inflamatórias que afetam a camada íntima ou média da parede de artérias de pequeno e médio calibre. Comumente afeta as artérias cerebrais e renais (65-70%) Hipertensão renovascular é a apresentação clínica mais comum. Mulheres jovens são o grupo mais acometido. Estenose acomete porção média ou final do vaso. Acometimento bilateral em 2/3 casos. Subtipos: displasia fibromuscular multifocal e displasia fibromuscular focal. Displasia multifocal: várias estenoses que causam deformação chamada ‘’colar de contas’’. Provocam a redução da perfusão distal. Tipo mais comum. Displasia focal: única estenose, menos comum NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM Fisiopatologia Estenose da artéria renal Diminuição do FS renal Diminui a filtração glomerular Estimula a liberação de renina (percepção pelo aparelho justaglomerular) Renina transformada em angiotensina I (fígado) e depois em II (pulmão) Angio II efeito de vasoconstrição e age na glândula renal que estimula a secreção de aldosterona Aldosterona efeito vasoconstritor age nos rins causando retenção de sódio e água Resultado final: aumento da PA sistêmica, na tentativa do rim manter uma perfusão renal e a filtração glomerular Edema agudo de pulmão súbito e recorrente Portanto essa ativação do SRAA é o principal causador. Portanto medicamentos que bloqueiam esse sistema são bons. As repercussões hemodinâmicas ocorrem quando tem mais de 60-70% de oclusão do lumem arterial. Se ocorre de maneira prolongada: Hipóxia prolongada do tecido renal Ativação de vias inflamatórias Liberação de TNF-alfa, MCP-1, linfócitos T, macrófagos Fibrose tecidual (atrofia renal) Disfunção renal lesões renais irreversíveis refratariedade a revascularização Quadro Clínico Inicio abrupto de HÁ < 30 anos ou após 50 anos Hipertensão refratária a múltipla terapia Hipertensão na presença de aterosclerose difusa Hipertensão com IR sem explicação Perda de função renal significativa (diminuição >30% da TFG) após uso de IECA ou BRA ocorre pq o aumento da PA ocorre numa tentativa do rim de mantem uma boa TFG, se tem um bloqueio desse sistema, tem uma quebra desse sistema e uma piora ainda mais de ssa taxa de filtração) Assimetria do tamanho renal Edema pulmonar sem causa aparente em paciente com HÁ Presença de sopro abdominal sistólico/diastólico (turbilhonamento de sangue na área de estenose) Exames de Imagem USG com doppler de artérias renais: exame inicial - vantagens: baixo custo, não invasivo, ausência de exposição a radiação ionizante, avaliação anatômica e funcional das artérias renais - desvantagens: operador-dependente Angiografia com TC - vantagens: não invasivo, imagens 3D das artérias renais - desvantagens: alta dose de radiação e uso de meio de contraste (contraste iodado) avaliar risco de nefropatia induzida por contraste Angiografia por RNM com contraste: - vantagens: não-invasivo, ausência de exposição a radiação, relativa segurança na insuficiência renal - desvantagens: alto custo, uso de meio de contraste (gadolíneo) e cooperação do paciente (precisa realizar apneia por alguns segundos) Angiografia convencional: método diagnóstico e terapêutico - vantagens: boa resolução, detecção de estenoses em artérias menores, possibilidade de intervenção terapêutica se necessária - desvantagens: invasivo - complicações: hematoma, sangramento Fluxograma – Investigação 1. Suspeita de HRV 2. Doppler de artérias renais 3. Se doppler + angiografia das artérias renais se indicação para tto invasivo 4. Se doppler - acompanhamento clínico até que se justifique nova investigação OU alta suspeita clínica solicitar ANGIOTC 5. Se ANGIOTC + e indicação para tto invasivo angiografia das artérias renais Diagnóstico Diferença do diagnóstico DRV X HRV Doença renovascular: demonstração da estenose da artéria renal por exame de imagem. A estenose pode coexistir com uma HAS 1ª sem ser ela o fator determinante do aumento da PA Hipertensão renovascular: melhora na pressão arterial após procedimento bem-sucedido de revascularização renal. Relação causa-efeito comprovada. Tratamento Clínico X Revascularização Estudos atuais indicam não haver benefício na revascularização em relação ao tto medicamentoso nos casos de estenose aterosclerótica da artéria renal com controle satisfatório da PA. Portanto: NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM Hipertensão arterial Clínica sugestiva de HRV Estenose da artéria renal demonstrada por exame de imagem Controle satisfatório da PA com tto medicamentoso Tratamento Clínico Etiologia Aterosclerótica: MEV Cessação tabagismo Controle glicêmico Estatinas AAS (>100mg/dia devido alto RCV) Drogas anti-hipertensivas: IECA ou BRA (estenose unilateral) BCC Diuréticos Betabloqueadores Retardam a progressão da perda da função renal. Problema IECA/BRA: perda da função renal em 5% dos pacientes (>30% da TFG) ocorre nos 3 primeiros meses de tto e é uma indicação de troca da medicação. Mais perigosas nos casos de estenose bilateral ou rim único funcionante). Revascularização Bem estabelecida na displasia fibromuscular: Cura em 35-50% dos casos Fatores preditores de cura: baixos níveis de PAS, idade (mais jovens) e curta duração da hipertensão Na aterosclerose, a indicação depende probabilidade de se obter algum benefício clínico (pois muitas vezes o parênquima renal já tem lesões irreversíveis). Levar em consideração: Tempo de estabelecimento da HÁ Controle da PA (se apenas com tto medicamento ou não) Nível de comprometimento da função renal Quadros Clínicos que revascularização deve ser considerada: Sd cardíacas (EAP súbito ou SCA) com HÁ severa HA resistente Perda progressiva de função renal Quadros clínicos que a revascularização raramente é considerada: EAR aterosclerótica com PA controlada com tto clínico e função renal estável por 6-12 meses Estenose bilateral (ou unilateral com rim único) com tamanho renal <7cm Estenose bilateral (ou uni com rim único) com DRC em estágio final em hemodiálise > 3meses Angioplastia Transluminal Percutânea (com ou sem stent): Dilatação mecânica do vaso estreitado ou obstruído por meio de um cateter de balão e um stent metálico, se necessário Duração: 30- 90min Displasia fibromuscular: angioplastia com ou sem stent Aterosclerose: angio com stent pois a placa de ateroma é mais rígida a dilatação do balão somente Complicações: hematoma no local da punção e embolia gordura (aterosclerose) ACESSOS VASCULARES PARA HEMODIÁLISE Hemodiálise: modalidade de terapia de substituição renal realizada em pacientes portadores de insuficiência renal. Objetivo: filtrar e depurar substâncias indesejáveis do sangue como creatinina e ureia. A eficácia desse processo depende dentre outros fatores de um acesso vascular satisfatório ACESSOS VASCULARES Cateter venoso central (temporário) Enxerto arteriovenoso (permanente) Fístula arteriovenosa (FAV – permanente) A indicação de cada um depende: Estado vascular do paciente (se tem sistema vascularque cumpra os requisitos para aquele acesso), Estado clínico do paciente (se paciente aguenta a ser submetido a cirurgia) Tempo disponível ate o inicio da hemodiálise Cateter Venoso Central: Cateter inserido por via percutânea em veias centrais Acesos vascular temporário Pode ser usado imediatamente após sua inserção Boa opção em casos de hemodiálise imediata: início da TRS e falha de um acesso permanente Complicações: trombose, infecção no local de inserção e pneumotórax por erro de procedimento Tratamento Clínico! NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM Cateter de curta permanência: cateter não tunelizado (Shilley) ou seja, não seja, não passa por um túnel e não tem kupffers - Período: 1-2 semanas (femoral 5 dias) - Indicações: estabelecimento imediato de AV em paciente com IRA e uso a curto prazo em pacientes com mau funcionamento do AV permanente. Cateter de longa permanência (permcath): cateter tunelizado (parte do cateter vai passar por um túnel no tecido subitâneo após deixar o interior da veia) - Tem kupffer – induzir o tecido adjacente a ter uma reação inflamatório e produzir um tecido fibroso para melhor fixação e fator protetor contra infecções - Periodo de uso: meses ou anos - Indicações: estabelecimento de AV imediato em pacientes com necessidade de TRS por mais de 2 sem; impossibilidade de obtenção de uma AV permanente; necessidade de instituição de terapia dialítica durante o período de maturação da FAV Escolha da Veia a ser cateterizada VEIA VANTAGENS DESVANTAGENS E COMPLICAÇÕES Jugular interna (1ª escolha) Melhor visualização com USG, mais facilmente localizada sem USG (triangulo de Sedillot) Risco médio de infecção; risco médio de sangramento; desconfortável quando não tunelizado Femoral (2ª escolha) Menor risco de sangramento, não necessita de controle Maior risco de infecção; maior risco de trombose; radiográfico após inserção performance ruim do cateter quando paciente está sentado Subclávia (3ª escolha) Menor risco de infecção Maior risco de sangramento; maior risco de pneumotórax; maior risco de trombose; procesimento ‘’as cegas’’ pois não pode ser guiado por USG Triângulo de Sedillot Fistula arteriovenosa (melhor opção): conexão construída cirurgicamente entre uma artéria anastomosada a uma veia, permitindo que o sangue arterial de alta pressão flua diretamente para a veia, causando o seu alargamento e o espessamento de sua parede. - Objetivo: tornar a veia mais espessa e resistente para suportar repetidas punções necessárias nas sessões de hemodiálise - Construção deve ser realizada 6 meses antes da previsão de início da hemodiálise: arterialização e maturação, correções as vezes são necessárias (ex.: estenoses nos seguimentos da fístula) NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM - DRC 4 ou TFG em rápida deterioração encaminhamento precoce se hemodiálise for a opção de tto preferida - Avaliação pré operatória da fístula: Antecedentes de implantação de cateter arterial e/ou venoso (associado a alto risco de estenose central) Braço dominante (evitar o braço dominante para melhor qualidade de vida) Cardiopatia (FAV pode agravar condição cardíaca pré-existente não controlada) Traumas ou cirurgia anterior Teste de Allen (averiguar a a adequação das anastomoses entre a. radial e a. ulnar, pois ocorrerá um desvio de fluxo sanguíneo da artéria para veia) Pulsos braquial, radial e ulnar Presença de veias colaterais USG com doppler Local da escolha: preferência a mais distal possível devido as chances de ocorrer trombose ou a necessidade de trocar o local. Maturação: processo de arterialização da veia como resultado do turbilhonamento do FS. Tempo= 1 a 3 meses após a construção da FAV Critérios de Maturação (regras dos 6) Fluxo >600ml/min Diâmetro mínimo do vaso 6mm Profundidade do vaso <6mm da superfície cutânea Se atender a todos os critérios, podemos dizer que FAV está madura. Uma fistula funcionante tem frêmito! Que significa o turbilhonamento do sangue passando de uma artéria para uma veia. Não é um parâmetro clínico para maturação, mas sua presença é um parâmetro + para FAV. Enxerto Arteriovenoso (EAV): acesso vascular permanente; construído a partir da interposição entre uma artéria e uma veia por meio de um enxerto ou prótese. - Permite anastomose entre vasos distantes - pode ser usado 2-3 sem após a confecção Indicação: impossibilidade da realização da FAV (obesos extremos e fragilidade vascular extrema como na púrpura trombocitopenica) - Complicações: maturação insuficiente FAV, estenose (angioplastia ou correção cirúrgica); trombose; infecção; sd do roubo associada a FAV sd clínica que ocorre devido o menor fluxo sanguíneo distal decorrente desse desvio para a veia esfriamento da extremidade, dor, fadiga muscular, diminuição ou ausência de pulsos distais) QUESTÕES 1.Qual das características a seguir é menos sugestiva de Hipertensão Renovascular? a) Hipertensão arterial leve e bem controlada b) Edema agudo de pulmão súbito c) Aumento de creatinina induzido por IECA d) Assimetria de tamanho renal 2.Sobre os exames de imagem indicados para a investigação da Hipertensão Renovascular (HRV), marque a alternativa CORRETA: a) A angiografia por TC, na maioria dos casos, é o exame inicial na suspeita de HRV b) A angiografia por ressonância magnética com contraste está associada ao risco de Nefropatia Induzida por Contraste em pacientes com insuficiência renal prévia c) O USG com doppler de artérias renais fornece uma avaliação anatômica e funcional das artérias renais, porém tem a desvantagem de ser um exame de alto custo d) A angiografia convencional é comumente feita nos casos em que existe também a indicação para tratamento invasivo 3.Qual dos grupos de medicamentos abaixo é contraindicado em casos de estenose bilateral das artérias renais? a) Betabloqueadores b) Diuréticos c) Inibidores ECA d) Bloqueadores dos canais de cálcio 4.Paciente com quadro de Insuficiência Renal aguda, necessitando iniciar terapia dialítica imediatamente, com previsão de duração menor que 2 semanas. Qual o acesso vascular mais indicado para esse paciente? a) Cateter venoso central de curta permanência b) Cateter venoso central de longa permanência c) Fistula arteriovenosa d) Enxerto arteriovenoso NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM 5.Qual das opções abaixo NÃO constitui uma complicação associada aos acessos vasculares permanentes? a) Trombose da fistula arteriovenosa b) Estenose da fistula arteriovenosa c) Infecção do local de inserção do cateter venoso central d) Sindrome do roubo associado a fistula arteriovenosa PÉ DIABÉTICO Diabetes: principal causa de insuficiência renal; aumenta 2-4x DCV, principal causa de perda visual, principal causa de amputações não traumáticas. 6ª causa de morte e diminuição de expectativa de vida em 5 a 10 anos. PÉ DIABÉTICO Definição: infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos moles associados a alterações neurológicas e vários graus de doença arterial periférica (DAP) nos MMII. Caso Clínico: BGA, 65 anos, feminino, portadora DM2 há 17 anos, HAS e insuficiência renal. Deu entrada na emergência apresentando febre, taquicardia, hipotensão, vômitos e confusão mental. Epidemiologia O risco de amputação na pop diabética é 15x > que na pop não-diabética. As amputações são comumente precedidas por ulceração e infecçãonos pés. A prevenção de úlceras pode reduzir a taxa de amputações Fisiopatogenia Hiperglicemia toxicidade nos órgãos e vasos sanguíneos + a maior predisposição de aterosclerose + disfunção endotelial = efeito negativo nas conduções nervosas disautonomia. Vias de ulceração: polineuropatia diabética (complicação do DM pelo descontrole da glicemia) gera insensibilidade das fibras nervosas finas (tipo C e delta): insensibilidade a dor e temperatura. Comprometimento de ff grossas (alfa e beta): pode levar o desequilíbrio, sensibilidade protetora plantar. Limitação da mobilidade articular: a alteração neuropática leva a atrofias musculares, diminuição irrigação, deformidades ósseas e ligamentares. Alteração na pressão plantar: deformidades mecânicas. Triade de ulceração: polineuropatia diabética + limitação mobilidade + traumas. Deformidades: dedo em garra e dedo em martelo formando pontos de pressão. Joanetes: atrito em calçados, levando a fissuras, erosões, ulcerações e infecções. Disautonomia: diminuição de estímulos simpáticos. Pele desidratada. Formação de calosidades. Fissuras interdigitais. Neuropatia de Charcot: Liberação de neuropeptídios vasodilatadores: substância P, CGRP, TNF Aumento da resposta inflamatória, da atividades osteoclástica e dano neural Ocorre desabamento do arco ósseo do pé por aumento dessa atividade osteoclástica Desnervação, alteração fluxo capilar, oxigenação prejudicada, filtração de fluidos, resposta inflamatória Doença Arterial Periférica DAP + ulcera de pé diabético = amputação em DM. Predominante infrainguinal, 5x > em DM. Clínica: 25-50% são assintomáticos ou manifestações atípicas. 30% tem claudicação intermitente. 20% formas mais graves com isquemia crítica e dor lacerante. Diagnóstico Identificar os fatores de risco já mostrados. História clínica: lembrar de perguntar se... histórico de ulcera e de amputação doença renal do DM, retinopatia se individuo mora sozinho, inacessibilidade ao sistema de saúde tabagismo NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM Exame físico: Inspeção do pé! Marcha, calçados, pele, anexos, unhas, arco plantar, deformidades e espaços interdigitais palpar pulsos: pedioso ausente e tibial posterior reduzido presença de pulsos amplos e cheios não descarta DAP Algumas Ferramentas... Monofilamento de náilon 10g Perda sensibilidade protetora: ausência de sensação de monofilamento exclui: dois ou mais sítios normais Sensibilidade protetora alterada: 1 sítio alterado podemos inferir diminuição da sensibilidade protetora Diapasão 128Hz, martelo, pino ou palito Comparação da vibração (alteração de fibras grossas sensitivas alfa e beta), dor (fibras finas sensitivas tipo C), temperatura, reflexos. Indice tornozelo-braquial Comparação das pressões da artéria braquial e tibial posterior. 0,9- 1,3 – normal Pressão Plantar Pode anteceder os achados clínicos de PND. Plantígrafos sem escala de força e podômetro (palmilhas dotadas de sensores) Manejo Avaliação periódicas pelo menos 1x por ano, ideal seria mais vezes. Identificar se é um pé com risco para úlceras. Se já tem úlcera, é necessário fazer todos os exames no pé durante a consulta (monofilamento, diapasão, pressão plantar...) Antecedentes: ulceração, amputação, pé de Charcot, tabagismo, retinopatia, queimação, DCV, angioplastia ou cirurgia vascular, doença renal. Claudicação ou diminuição/ausência de pulso pedioso? ITB e avaliação vascular. Tratamento Classificar a lesão (neuropática, neuroisquêmica ou isquêmica) para prevenir amputações. Abordagem multidisciplinar. Medidas preventivas: educação sobre a doença. Importância do autocuidado. Calçados confortáveis. Controle glicêmico. Alimentação. Infecção: Leve: > 2 manifestações: dor, secreção purulenta, eritema, calor, empastamento, estendendo até 2cm ao redor da úlcera, sem acometimento sistêmico Moderado: paciente estável, hemodinâmica estável, com >1 das manifestações: celulite com >2cm, linfangite, extensão a fáscia, músculo, tendões, articulações e/ou osso, gangrena Grave: paciente com úlcera + 1 dos sintomas: febre, calafrio, taquicardia, hipotensão, confusão mental, leucocitose, acidose, hiperglicemia ou insuf. renal. - caso clínico!!! Úlcera: hemograma, VHS, PCR RX RNM (acometimento de partes moles) Cintilografia com leucócitos marcados PET-CT Cultura, mas inicia a ATB empírica, não espera resultado Biópsia óssea ATB se há infecção cutânea ou de tecidos moles por 1-2 sem, se osteomielite tto prolongado para 6sem. Se não houver melhora depois 4sem, reavaliar e rever diag. Cãmara hiperbárica ou terapia com oxigênio tópico não deve ser a escolha para tratar infecção. Tratamento adjunto com fatores estimuladores de granulócitos, mel, larvas ou terapia com pressão negativa não devem ser usados dirigidos especificamente para tratar infecção. Infecção moderada grau 2 ou grave/grau 3: ATB empírica, parenteral e de largo espectro, visando a bactéria comuns gram positivas (estafilococo e estreptococo) e negativas, incluindo anaeróbios. ATB deve ser alterado com base na resposta clínica, cultura e sensibilidade. Leves: colher material local por aspiração, raspagem ou biópsia (pós limpeza com SF) - comunitária: cefalexina (1g VO 6/6h) ou clavulin - hospitalar: clindamicina (600mg EV/OV 6/6h) + ciprofloxacin (400mg EV 12/12) Moderados: Colher hemocultura (2-3 amostras) - comunitária: clavulin ou cefuroxima (1,5g EV 8/8) + clindamicina - hospitalar: tazocin (4,5g EV 6/6) ou timentin ou cefepine (2g EV 8/8) + clindamicina Graves: colher amostra hemocultura NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM - comunitária: clindamicina + ciprofloxacin - hospitalar: vancomicina (1g EV 12/12) + tazocin Se osteomilite (sinais radiográficos): ideal seria remover o tecido ósseo cirurgicamente, se não conseguir remover, tto ATB de 6-12 sem, mas tem alta probabilidade de recorrência. Se remoção do tecido, tto por 3sem, se o osso não foi removido completamente o tto é de 10 – 12 sem. QUESTÕES: 1.As úlceras, principais manifestações do pé diabético, surgem em decorrência de três problemas principais. São eles: a) Neuropatia diabética, doença arterial periférica e deformidades. b) Neuropatia diabética, trombose venosa profunda e deformidades. c) Doença arterial periférica, neuropatia autonômica e hiperglicemia sustentada. d) Neuropatia diabética, doença venosa periférica e osteomielite. 2.O exame anual do pé deve ser rotina na avaliação de pessoas que tem diabetes e deve conter um exame clínico completo. Entre os testes abaixo, assinale os mais recomendados pelas diretrizes nacionais e internacionais para a avaliação em um momento INICIAL. a) Teste do Monofilamento de Nylon e Ecodoppler manual. b) Teste do Palito e palpação de pulsos periféricos (pediosos e tibiais posteriores) c) teste do Monofilamento de Nylon e Palpação de pulsos periféricos (pediosos e tibiais posteriores). d) Teste do Diapasão e Ecodoppler Manual. 3.Sobre a avaliação clínica do pé diabético, assinale a alternativa INCORRETA. a) Faz parte da avaliação clínica do pé diabético uma anamnese detalhada, a fim de identificar pacientes de risco para ulcerações. b) Após a anamnese detalhada, devem ser feitos os exames específicos nos pacientes para rastreio de lesões já formadas, de uma neuropatia diabética ou doença arterial periférica. c) Em pacientes com fatores de risco, o exame de rastreio do pé diabético deve ser feito anualmente ou em menor espaço de tempo, dependendo da avaliação médica. Em pacientes sem fatoresde risco, o exame pode ser feito bienalmente ou trienalmente. d) A avaliação clínica e o tratamento das lesões deve ser feito por uma equipe multidisciplinar. 4.Das complicações abaixo, a única em que obrigatoriamente é necessária excisão cirúrgica da parte afetada, sem perspectivas atuais de um tratamento clínico efetivo, é: a) Úlcera de pressão superficial em calcâneo. b) Osteomielite infecciosa. c) Mal perfurativo plantar em estágio inicial. d) Ulcera neuropática em pé de Charcot. 5.As estratégias de prevenção do pé diabético são a melhor forma de lidar com esse problema, evitando o surgimento de complicações a longo prazo. Sobre as estratégias de prevenção assinalem a alternativa VERDADEIRA: a) Um dos pilares da prevenção é a Terapia Educacional que deve ser feita exclusivamente entre médico e paciente. b) As estratégias de prevenção envolvem uma equipe mutidisciplinar, que requer necessariamente um médico (clínico geral ou endocrinologista), um cirurgião de cabeça e pescoço e um psicólogo/psiquiatra. c) A avaliação psicológica/psiquiátrica é importante nesses pacientes tendo em vista o comprometimento de qualidade de vida que a doença pode causas d) As estratégias de prevenção devem abordar apenas pacientes com úlceras, para evitar complicações. Os pacientes sem lesões não necessitam de prevenção. INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA Introdução A doença venosa crônica dos MMII ocorre por alterações anatômicas e fisiológicas primárias ou secundárias dos sistemas de drenagem (venoso e linfático). Anatomia Microscópica As vênulas de até 50um tem apenas células endoteliais. Vênulas de 0,2 a 1mm tem adventícia formada por colágeno, mas sem a camada média. Veias de grande calibre >9mm Veias de médio 2,5 a 9mm Veias de pequeno calibre 1 - 2,5mm Anatomia Macroscópica Sistema venoso superficial: acima da fáscia Sistema venoso profundo Veias perfurantes: comunicação das veias profundas e superficiais Sentido d FS: das superficiais profundas Superficial: NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM Safena magna: inicia anteriormente ao maléolo medial e ascende até sua desembocadura na veia femoral Safena parva: nasce posteriormente ao maléolo lateral, ascende posteriormente até a veia poplítea onde desemboca OBS: veia safena magna: grande vaso de acesso venoso em caso de pacientes em choque. Fácil acesso, principalmente quando contraindicação de punção venosa. Feita próximo ao maléolo. Fisiologia Mecanismo de propulsão do retorno venoso: Pressão vinda do capilar (vis a tergo) – pressão da microcirculação Compressão lateral pelas artérias (vias a vis) Compressão da rede venosa de Lejars Válvulas venosas Contração muscular Contração da parede da veia Pressão negativa do tórax (vis a front) As válvulas são pregas do endotélio que direcionam centripetamente o sangue sendo mais raras na veia femoral e ausentes na ilíaca Esponja de Lejars: rede venosa na planta no pé, responsável por iniciar o retorno venoso ao ser comprimida no andar. Única exceção que manda o sangue preferencialmente para o sistema superficial. Veias comunicantes: conectam pontos diferentes de um mesmo sistema. Fisiopatologia Doença venosa crônica: Resulta da perda de funções de cada um dos componentes do sistema venoso Veias dilatadas e tortuosas varizes Ocorre em capilares, interstício e linfático doença da microcirculação (doença mais grave) Etiologia: congênitas, primárias ou essenciais (mais comuns) e secundárias (pós-trombóticas ou pós-traumáticas). Primária: incompetência valvular primária, enfraquecimento da parede venosa, defeito genético intrínseco da síntese de colágeno tipo III e fibronectina, menor número de válvulas. A doença venosa crônica é progressiva, inicia das veias superficiais e pode acometer as veias comunicantes até chegar nas profundas. OBS: ruptura venosa: grande ejeção de sangue devido ao acúmulo e alta pressão. Imediatamente decúbito supino com pernas apoiadas na parede. 1. Enfraquecimento da parede venosa (doença da parede 2. Distanciamento das valvas 3. Incompetência valvular 4. Coluna de sangue gera uma progressão hidrostática progressivamente maior que termina por transmitir para os capilares sanguíneos 5. Edem:a entradade liquido e proteinas no interstício ultrapassa a capacidade de captação pelo vaso linfático (CEAP III) 6. Eczema: hipoperfusão tecidual relativa e agressão celular com depósito de hemossiderina culminam na expressão da fase CEAP IV 7. úlcera de estase: proporciona a destruição da pele e solução de continuidade com os tecidos mais profundos Doença Venosa dos MMII Doença venosa profunda – clínica: edema Doença venosa superficial – clínica: varizes. Veias dilatadas, tortuosas e alterações funcionais (refluxo sanguíneo). Prevalência Mais frequente em mulheres o desenvolvimento de varizes. 51% em mulheres e 38% em homens no BR. Bilaterais em 75%. Idade de 40, 50 e 60 anos aumenta a prevalência. 1, 2, 3 e 4 ou mais gestações: de 32%, 38%, 43%, 48% e 59%. Varizes são mais comuns em membro E. Fatores Predisponentes: hereditariedade pai e mãe com varizes= 90% filhos só a mãe com varizes= 62% só o pai com varizes= 25% Fatores Agravantes: postura de trabalho NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM nº de gestações idade hormônios femininos: estrógeno = causa varizes e intensifica varizes existente obesidade: aumento da pressão do tecido gorduroso sobre as veias etnia (brancos) Insuficiência Venosa Crônica Varizes de longa duração; aumento da pressão venular e capilar; acúmulo de elementos figurados no subcutâneo; provoca reação inflamatória crônica; acúmulo de proteinas e hemoglobina (degradação hemácia); acúmulo de hemoglobina oxidada (hemossiderina e ferro) hiperpigmentação no terço distal da perna. Perna em garrafa invertina/garrafa de champanhe: inflamação crônica no terço distal da perna que provoca fibrose na região, deformando a perna, deixando-a mais fina e com edema logo acima. Grande morbidade Afastamento do trabalho: é direito do trabalhador ser afastado, pois precisa de repouso para fechar a úlcera Complicações frequentes: tromboflebites (trombose superficial), eczemas, edemas, ulceras venosas Impacto na Qualidade de Vida Queda da qualidade de física e mental Quando úlcera presente: pior que uma doença pulmonar crônica Subir escadas, salto alto, dançar, pular não causam varizes. Mas para quem já tem varizes, não é indicado. Tipos de Varizes Telangiectasias: vênulas ou capilares, intradérmicos dilatados Varizes primárias reticulares: <3mm Varizes primárias essenciais de calibres variados: > 3mm Varizes secundárias: pós-trombóticas (destrói a válvula), pós-traumáticas (fístula) Congênitas: aplasia de veias profundas (nasceu sem veias profundas) ou de suas válvulas, sd. Klipper- Trenaunai Anamnese Queixas principais: cansaço/dor postural e vespertina, com piora no período menstrual, edema, parestesia e prurido, alteração da cor da pele, úlcera a perna, hemorragia, estética. Passado mórbido: vv. primárias: gestações, obesidade, ortostatismo prolongado, sedentarismo (musculatura flácida, prejudica o retorno venoso pois não comprime bem as veias) vv secundárias: TVO/tromboflebites de repetição (trombofilias); traumas, uso de droga injetável Exame físico: Inspeção: tipo de varizes, edema, alterações cutâneas Palpação: trajetos venosos, tromboflebites (áreas mais endurecidas), edema (sinal de Godet) , temperatura Percussão: piparote para analisar progressão dorefluxo Ausculta: refluxo da croça da safena (na tosse) – paciente de pé, esteto na croça da safena e pede para paciente tossir, se tiver refluxo confirma Classificação Clínica CEAP: classificação e graduação da doença venosa dos MMII. C clínica, E etiológica, A anatômica, P fisiopatológica. EP: etiologia indeterminada (primária). Doença venosa crônica: todas as alterações das veias, incluindo CEAP 0 – CEAP 6. Insuficiência venosa: mal funcionamento do sistema superficial e/ou profundo. Insuficiência venosa crônica: fica reservado as alterações classificadas como CEAP 3 até 6! Diagnóstico Por Imagem Podem ser utilizados para fechas diagnóstico. USDoppler: diagnóstico e para pré-operatório Flebografia: pouco usado, exame invasivo com complicações graves, esclarecimento de diagnóstico Ecodoppler venoso: determinada a localização e morfologia das alterações, avalia existência de refluxos, investiga trombose venosa prévia NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM Pletismografia venosa: avalia o grau de comprometimento da função venosa, e prevê os resultados da cirurgia Tratamento Medidas gerais: evitar sedentarismo, obesidade, ortostatismo prolongado, salto muito alto ou sem salto (1- 3cm), repouso com MMII elevados pode dormir na posição de Trendelemburg. Terapia compressiva: principal sintoma a evitar edema e sensação de peso Suave compressão (15-21mmhg): varizes incipientes ou tromboprofilaxia Media compressão (23-32mmhg): varizes leves a moderadas, moderado edema, pós-escleroterapia e varizes da gravidez Alta compressão (34-46mmhg): edema grave, insuficiência venosa crônica grave, síndrome pós- trombótica e linfedema Extra alta compressão (>49mmhg): linfedema avançado OBS: mas deve evitar prescrever meias de alta compressão (clínico geral). Medicamentos venoativos (flebotônicos): reforçam o tônus da parede venosa, efeito anti-inflamatório, ajudam na drenagem linfática, diminuem a permeabilidade capilar. Tópicos Proteger e hidratar a pele Combater eczemas e micoses cutâneas Escleroterapia: estética, varicorragias, ajudar na cicatrização em úlceras venosas. Medicamentos aplicados dentro das veias que levam a sua inflamação e oclusão. Baixo custo. Ambulatorial. Poucas complicações, porém maior grau de recorrência. Efeitos adversos: hiperpigmentação, necrose da pele. Indicações: telangiectasias e microvaricosas, varicosas recorrentes e isoladas. Cirúrgico: safenectomia interna (parcial, total); safenectomia externa (parcial, total); preservação da veia safena magna, radiofrequência, laser. Menor chance de recidiva. - Termoablação endovenosa com lase ou radiofrequência: cateterização venosa guiada por ultrassom e causam ‘queimaduras e morte’’ da veia. - Cirurgia convencional Hoje não é retirada toda a safena, apenas os seguimentos comprometidos, pois ela pode ser utilizada no futuro para uma ponte de safena. Ligadura de veias perfurantes (para evitar progressão da doença do sistema profundo para superficial). Exérese de veias colaterais (sem corte, sem cicatriz). Contra-indicações ao tto cirúrgico: úlcera infectada; isquemia no membro com varizes (PALPAR PULSOS), sistema venoso profundo ocluído ou ausente (USDoppler no pré-op), gravidez (solicitar BHC no pré-op), discrasias sanguíneas, linfedema (tratar linfedema primeiro e depois analisar se opera). Complicações: hemorragias, linforragias e linfocele, tromboflebites, TVP, EP, infecções, linfedema, lesões iatrogênicas, recorrência, varizes residuais. Úlceras ativa: bandagens elásticas e inesláticas, tto cirúrgico. QUESTÕES: 1.A insuficiência venosa crônica (IVC) ou varizes de membros inferiores é uma queixa comum, na população em geral, e pode se apresentar desde pequenas veias varicosas discretamente assintomáticas até insuficiência venosa crônica grave. Com relação a essa patologia, é CORRETO afirmar que: a) O quadro clínico inclui dor, sensação de peso e desconforto. A dor pode ser insidiosa ou lancinante e pode preceder o aparecimento clínico das varicosidades. O desconforto piora com temperaturas mais elevadas. b) O sistema C-E-A-P é um sistema que estratifica a doença venosa baseado no quadro clínico, etiologia, anatomia e complicações e tem importância na escolha do tratamento mais adequado. c) O sexo feminino é um fator de risco para o desenvolvimento da IVC, porém não há influência de hormônios femininos como progesterona e estrogênio. d) A maioria dos casos é tratada conservadoramente com métodos de compressão externa, porém esse tipo de tratamento está contraindicado em casos de úlcera associado à IVC, situação onde se indica o tratamento cirúrgico. 2.A insuficiência venosa crônica é uma das afecções mais prevalentes no mundo. A estratificação do grau da doença é importante para a orientação do tratamento. A classificação mais difundida e recomendada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Vascular é a CEAP (clínica, etiológica, anatômica, fisiopatológica). Segundo esta classificação, uma mulher portadora de telangiectasias, veias varicosas e edema é classificada: a) C1 b) C2 c) C3 d) C4 3.A complicação observada com maior frequência durante a extração cirúrgica da veia safena parva é: a) Hematoma perimaleolar b) Lesão de ligamentos do maléolo lateral c) Lesão do nervo sural d) Migração do fleboextrator para o sistema profundo NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA VASCULAR Ana Carolina Sbeghen Matheus – Medicina FASM 4.A droga mais adequada para o tratamento de veias varicosas, utilizando-se a escleroterapia com microespuma, é: a) Glicose 75% b) Sotradecol c) Polidocanol d) Glicerina cromada 5.Um professor de 46 anos de idade queixa-se de sensação de dor em queimação na perna esquerda, com acentuação vespertina e câimbras noturnas. O exame físico do membro inferior esquerdo mostrou edema 3+ em 4+, hiperpigmentação em terço inferior da perna, microvarizes em região maleolar esquerda e descamação furfurácea. Ele informa que há três anos sofreu acidente de moto que resultou em fratura da fíbula esquerda. O diagnóstico atual mais provável é de: a) Insuficiência venosa crônica b) Sindrome isquêmica crônica c) Reflexo distrofia simpática d) Linfedema INSUFICIÊNCIA ARTERIAL CRÔNICA PERIFÉRICA Conjunto de sinais e sintomas secundários a redução do aporte sanguíneo aos tecidos (DAOP). Exceção doenças cerebrovasculares e doença coronariana. Epidemiologia 10-20% na pop adulta e 20% após 75 anos 70 -80% são assintomáticos Risco aumentado de DCV (IAM, AVE, morte) ATEROSCLEROSE Doença sistêmica inflamatória e fibroproliferativa que ocorre em resposta a agressão endotelial. Sistêmica, crônica e progressiva. Acomete principalmente a camada íntima de artérias de médio e grande calibres. Acumulo de cristais HDL na camada íntima. Variantes Morfológicas da aterosclerose: Aterosclerose: presença de ateromas nas artérias de médio e grande calibre Esclerose calcificante da média (esclerose de Monckberg): fibrose e calcificação da camada média das artérias de médio e grande calibre, sem redução da luz Arteriolosclerose: proliferação fibromuscular ou endotelial, com diminuição da luz vascular e que atinge as pequenas artérias e arteríolas. Fatores de Risco associados a DAOP Idade e sexo (aparece 10 anos antes nos homens e em mulheres após menopausa) Dislipidemia Tabagismo (3-4x mais frequentes em tabagistas e 2x risco amputações) HAS DM (evolução mais rápida e precoce) Doença renal crônica Estado inflamatórios Hiperfibrinogenemia Fator genético Hiper-homicisteinemia Fatores Protetores Prática regular de atividade física Perda de peso Ingestão moderada de álcool
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