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Aula 02 - Avaliação Institucional

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Avaliação Institucional e seus pressupostos
Ações avaliativas sempre se fizeram presentes nas escolas, nas ações 
educativas, muito antes de serem utilizadas como instrumento para que 
administradores tomassem decisões ou fossem utilizadas para controle 
e regulação. Esse contexto referia-se à avaliação da aprendizagem dos 
alunos, mas a evolução e as novas exigências para acompanhar as mu-
danças apontaram que essa proposta é insuficiente.
A avaliação necessitou abraçar o currículo e os programas de ensino e, 
ao tomar essa dimensão, ultrapassou seus próprios limites. Posteriormen-
te seu espaço ampliou-se para avaliar também os docentes, o ensino, a 
pesquisa e a extensão. A avaliação assume papel principal no âmbito das 
transformações sociais, políticas e econômicas.
No bojo das inúmeras mudanças, as universidades vivem um momento 
de intensa busca por sua identidade institucional, uma identidade que lhe 
proporcione contribuir para o desenvolvimento social e humano, compreen-
dendo que o processo de globalização é uma realidade na qual está imersa.
Ressalte-se que por globalização não podemos enxergar apenas as 
possibilidades de inovação, de produção ilimitada e socializada, mas de-
vemos avistar também o descortinamento da miséria e marginalização 
que convive em todos os povos.
Nesse cenário, as universidades se debatem para encontrar na educa-
ção a saída, a alternativa para a formação humana. Para tanto, é preciso 
criar um processo que favoreça o repensar constante de todas as práticas 
que acontecem no interior das Instituições de Educação Superior. Esse 
processo de autoconhecimento pode ser realizado por meio de processos 
de avaliação, mais especificamente, de autoavaliação.
Se autoavaliar, entretanto não é suficiente, não basta levantar o autor-
retrato dos currículos, dos projetos, dos professores, dos alunos, das es-
truturas físicas, é preciso que esse retrato não seja imóvel, mas favoreça o 
Avaliação Institucional
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Avaliação Institucional
despertar da consciência dos indivíduos, dos papéis de cada um, da instituição e 
sua contribuição para a construção de uma sociedade mais justa. Assim, a subje-
tividade permeia as relações avaliativas e suas análises.
É necessário, então, que a avaliação não se resuma apenas em ser delatora dos 
problemas educativos e institucionais, mas que seja, antes de tudo, um processo 
que proporcione instigar o avanço das discussões sobre como os resultados das 
avaliações têm contribuído para mudanças nos contextos sócio, político e econômi-
co das instituições. Deve então, ser compreendida como Avaliação Institucional.
Dias Sobrinho (2000, p. 89) destaca a força instrumental e a densidade polí-
tica necessárias aos processos de Avaliação Institucional, pois embora “também 
seja uma questão técnica, muito mais importantes são a sua ação e seu signifi-
cado políticos”.
A Avaliação Institucional é o espaço mais adequado, no âmbito das Institui-
ções de Educação Superior, para produzir reflexões e críticas, aliás, isto é o que 
se espera dela: que ultrapasse os limites dessas ações, analise o já realizado para 
embasar a discussão dos paradigmas reinantes e busque construir um futuro 
novo. Sob essa compreensão, é preciso que a Avaliação Institucional ultrapas-
se seus limites técnicos de constatações e mensurações, com o intuito de não 
perder o dinamismo, a vida institucional.
Situada nesse contexto e imersa em muitas discussões, na verdade em anos 
de ensaio, a Avaliação Institucional começou a sair do papel, do plano das ideias, 
para fases de tentativas de implantações, pois os temores de sua prática sempre 
foram muitos. Nessa alternância de erros e acertos, a preocupação dos envolvi-
dos continua sendo a de buscar as melhores definições, os melhores ângulos 
metodológicos para que o processo ultrapasse a existência formal e se constitua 
em realidade. 
Os processos de Avaliação Institucional ganharam força, então, impulsiona-
dos por duas correntes: de um lado as universidades e seus estudiosos tentan-
do se manter como instituições contemporâneas, na vanguarda de seu tempo, 
como polos geradores de pesquisa e conhecimento, garantindo, ainda, os neces-
sários financiamentos para sua manutenção. Do outro lado o Estado, precisando 
orientar suas políticas de financiamento e responder às pressões da sociedade 
no tocante à ampliação de acesso e à manutenção da qualidade.
O interesse pela implantação de processos de Avaliação Institucional vai além 
de seu potencial de transformação qualitativa, de melhoramento pedagógico e de 
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Avaliação Institucional
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eficácia de gestão, atinge também a necessidade de atender as exigências de regu-
lação e de controle da Educação Superior pelos Estados (DIAS SOBRINHO, 1998).
Observamos, dessa forma, que os esforços para a implantação e realização 
de programas de Avaliação Institucional têm se intensificado, constituindo-se 
numa realidade no campo das políticas universitárias, dos governos e de alguns 
organismos internacionais de financiamento da educação, fazendo com que as 
Instituições de Educação Superior tenham suas políticas internas construídas a 
partir de ajustes de sua prática cotidiana aos padrões existentes, às pressões po-
líticas, sociais e governamentais.
Avaliação dos níveis de ensino
Construir uma sociedade educativa é um desafio sempre atual. E é nesse con-
texto que a avaliações podem contribuir ao apontar criticamente se as institui-
ções de educação estão cumprindo a missão de construir uma sociedade mais 
desenvolvida, sob os aspectos tecnológicos e científicos, e ainda mais rica em 
conhecimento e cultura, com solidariedade e justiça.
O Estado, em sua necessidade de se aproximar da escola e reverter experiên-
cias malsucedidas ou de valor inexistente, encontra nos processos avaliativos o 
meio mais eficaz para exercer mecanismos de controle e regulação, sob o véu de 
promover melhorias na gestão pedagógica e de recursos materiais. Em instância 
mais elevada, promover a aprendizagem dos alunos seria o principal ganho dos 
diferentes processos de avaliação.
Coordenados pelo Ministério da Educação (MEC), diferentes processos avalia-
tivos do sistema de ensino existem com mais consistência desde 1990, além de 
censos que vão da Educação Básica à Educação Superior. Para se ter uma noção 
da amplitude desse processo, destacamos as principais iniciativas: 
Provinha Brasil � – aplicada às escolas de Educação Básica das redes pú-
blicas de ensino, mediante adesão voluntária das Secretarias Estaduais 
e Municipais de Educação, a partir de 2008. Deverão ser realizadas duas 
avaliações por ano.
 Objetivo: diagnosticar o nível de alfabetização das crianças, após um ano 
de escolaridade, permitindo, assim, intervenções para a correção de pos-
síveis insuficiências apresentadas nas áreas de leitura e escrita.
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Avaliação Institucional
Saeb � (Sistema de Avaliação da Educação Básica) – Censo nacional – aplica-
da em escolas que agregam a partir de 30 alunos. As provas são respondidas 
por alunos da quarta e da oitava séries do Ensino Fundamental e da terceira 
série do Ensino Médio. Teve início em 1990 e ocorre a cada dois anos. 
 Objetivo: coletar informações sobre o desempenho acadêmico dos alu-
nos brasileiros, apontando o que sabem e o que são capazes de fazer. O 
aluno pode fazer até 500 pontos. Já os professores e diretores respondem 
a questionários para se conhecer as condições internas e externas que in-
terferem no processo de ensino e aprendizagem.
Prova Brasil – � exame complementar ao Saeb, a Prova Brasil avalia estu-
dantes do Ensino Fundamental, de quarta e oitava séries, e todas as esco-
las públicas urbanasdo Brasil com mais de 20 alunos. Duas edições: 2005 
e 2007.
 Objetivo: avaliar as escolas públicas em áreas urbanas; produzir informa-
ções sobre o ensino oferecido pelos municípios e escolas, a fim de auxiliar 
os governantes nas decisões para o direcionamento de recursos. 
Enem � (Exame Nacional do Ensino Médio) – aplicado a alunos voluntários, 
recém-saídos do Ensino Médio ou que tenham concluído este curso há 
alguns anos (chamados egressos). Os resultados do Enem só representam 
aqueles estudantes que participaram da prova. Ocorre anualmente.
 Objetivo: possibilitar uma referência para autoavaliação dos alunos, a par-
tir das competências e habilidades medidas pelo exame, com ênfase na afe-
rição das estruturas mentais usadas na construção do conhecimento. 
Enade � (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) – é aplicado en-
tre alunos no final do primeiro e último anos de graduação. É obrigatório 
para os alunos selecionados, que só recebem o diploma se comparecerem 
à prova ou justificarem sua ausência. 
 Objetivo: avaliar o desempenho dos estudantes com relação aos conteú-
dos programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos de gra-
duação, o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias ao 
aprofundamento da formação geral e profissional, e o nível de atualização 
dos estudantes com relação à realidade brasileira e mundial. 
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Avaliação Institucional
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Capes � (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior) – 
avalia e acompanha a pós-graduação desde 1976, por meio de relatórios 
anuais, credenciamento de cursos, recredenciamento, visitas in loco e ava-
liação por pares.
 Objetivo: promover a avaliação dos programas de pós-graduação stricto 
sensu.
Apesar de todo esse trabalho já em desenvolvimento no cenário nacional, 
o ensino de graduação ainda é debatido entre várias proposições de Avaliação 
Institucional. Um problema central é que a avaliação é vista como ameaça pelas 
Instituições de Educação Superior, ao apresentar-se através de políticas de sub-
missão, quando o Estado age como “colonizador, impondo seus decretos, crian-
do secretarias de avaliações, comissões de elaboração de provas e avaliação de 
exames” (LEITE; TUTIKIAN; HOLZ, 2000, p. 39).
Avaliação Institucional: avaliar ou medir?
Os procedimentos da Avaliação Institucional são bem mais aceitos na atuali-
dade, entretanto, ainda hoje provocam medos e ansiedade nos atores envolvidos, 
uma vez que, sempre ao se falar em avaliação, os fantasmas da punição voltam a 
assombrar, pois se tem em mente os conceitos de medir, controlar e regular. 
Muitas vezes, os termos avaliar e medir são aplicados como sinônimos, o que 
é, na realidade, uma herança do tecnicismo, quando avaliação era compreendida 
como instrumento de medida precisa, o que é puramente uma forma de quanti-
ficação, uma forma em que se atribui valores numéricos ao objeto avaliado. Essa 
postura, mediante o desafio de avaliar, teve seu ápice no período compreendido 
entre 1920 e 1940, mas sua herança pode ser sentida até os dias atuais.
A avaliação, pelo contrário, deve extrapolar o âmbito do que pode ser 
medido, estratificado; deve estender seu olhar às relações acadêmicas e é tanto 
mais institucional quanto mais global se apresentar, tendo em vista que só assim 
conseguirá compreender a Instituição de Educação Superior em seu conjunto. 
É a visão do todo que auxiliará na compreensão da instituição em sua realidade 
mais concreta. 
Se avaliar deve se aproximar dos conceitos de aprimorar, dialogar, formar, 
o processo de Avaliação Institucional deve contribuir para proporcionar ações 
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Avaliação Institucional
integradoras que proporcionem compreender melhor a Instituição de Ensino 
Superior.
É importante compreendermos que um processo de Avaliação Institucional 
deve partir de um diagnóstico, de um autorretrato, de um autoconhecimento, 
desembocando num processo de autoconsciência institucional, esse movimen-
to precisa ter um ponto de referência, que pode ser o Projeto Pedagógico, o pro-
jeto institucional, ou seja, um horizonte, uma meta a ser atingida, tendo em vista 
que avaliar é produzir questionamentos e sentidos, é atribuir valores e contribuir 
para as emancipações pessoais, institucionais e sociais.
O processo de Avaliação Institucional pressupõe a elaboração de juízos de 
valor sobre os elementos identificados na busca de um melhor fazer institucional. 
Quando os fundamentos são os de uma avaliação formativa e as informações são 
coletadas no seio da própria instituição mediante instrumentos de autoavaliação, 
a reflexão é estimulada, o que permite à instituição a oportunidade de realizar 
um questionamento sobre si mesma, com objetivo de aprimorar seus programas 
e serviços. Não é o momento fotografado e estático, mas precisa fazer parte de 
um programa permanente de ações institucionais em busca de melhorias.
Um Programa de Avaliação Institucional, na realidade, nunca é neutro, pois 
indica sua opção política, seus propósitos ideológicos e sua posição ética, e o 
processo terá a opção de tomar duas direções: uma crítica, proporcionada por 
discussões, reuniões, exercícios de autocrítica, e outra, menos flexível e direta-
mente inversa à anterior, pois pode ser a da manipulação, do exercício do poder, 
da punição, da pressão, do controle e da barganha. Consequentemente, os obje-
tivos, o planejamento e os métodos, derivarão da filosofia adotada. 
Se até mesmo a intenção de promover um processo de Avaliação Institucional 
é um importante indicador da predisposição da instituição em rever seu papel 
social e os resultados de suas ações, pois como aponta Dias Sobrinho (1997, p. 
19), “a Avaliação Institucional começa muito antes que esteja pronto o seu dese-
nho, estejam elaborados os seus instrumentos e se levantem os primeiros dados 
da realidade a ser avaliada.”, é preciso que se observe cuidadosamente os marcos 
metodológicos que subsidiarão o trabalho, dando-lhe significado e evitando 
que se transforme numa atividade meramente burocrática e sem sentido, caído 
na vala da medição de produtos, sem levar em conta a diversidade e a riqueza 
dos envolvidos no processo avaliativo.
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Avaliação Institucional
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Avaliação Institucional: processo
Outra importante característica que precisa gravitar ao redor da Avaliação 
Institucional é de compreendê-la enquanto processo, proporcionando-lhe co-
nhecer os campos necessários sobre onde intervir e como intervir. A avaliação 
deve ser resultado de um processo de construção coletiva, voltado para a pro-
moção da qualidade social (DIAS SOBRINHO, 2000, p. 102).
Avaliação Institucional deve ser aplicada como um processo global, revisa o 
que foi planejado e se reconstrói continuamente, proporcionando às instituições, 
em especial às universitárias, um processo de autoconhecimento que aborda sua 
missão, seu contexto e sua história. Por isso, é pertinente a preocupação em se 
conhecer os diferentes modelos de Avaliação Institucional para adequar aquele 
que é o mais pertinente às necessidades da instituição, ainda que se considere 
que cada uma tem uma identidade própria que precisa ser respeitada.
Um programa de Avaliação Institucional, para ser eficiente e lograr êxito, pre-
cisa ter finalidades bem definidas, claras, executáveis. Além disso, é preciso apro-
fundar o conhecimento da instituição, promover a análise de seu projeto, perfil 
e percurso, e também apontar alterações, desencadeando importantes ações de 
melhoria das Instituições de Educação Superior.
Os primeiros passos de um processo de Autoavaliação Institucional inter-
na passam pela definição de seu objeto, que é a Instituição Superiorcomo um 
todo, compreendendo todas as suas dimensões, relações, processos e sujeitos, 
configurando-se, assim, em ações de reflexão sobre a realidade institucional, de 
modo a valorizar cada setor, cada ator. Também a definição de seus objetivos é 
marcadamente importante e significativa nessa fase, pois deve envolver o de-
senvolvimento das pessoas e o aperfeiçoamento da instituição.
Todos os atores acadêmicos devem participar dessa etapa, com críticas e su-
gestões que são decisivas para as melhorias almejadas, ou seja, aproximar-se 
cada vez mais de uma instituição ideal. Esse momento culmina com o fluxo de 
informações obtidas, o diagnóstico do processo e a fase in processo.
Definido o objeto da Avaliação Institucional e seus objetivos, é chegado o 
momento de se coletar dados e de trabalhar com os indicadores. Os dados terão, 
inicialmente, um caráter descritivo da realidade, de maneira a enriquecer as in-
formações. Se essa descrição for capaz de construir articulações, será possível 
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Avaliação Institucional
delinear a instituição de maneira a respeitar suas características, a leitura dessas 
articulações por sua vez, constituir-se-ão num processo pedagógico que confi-
gura a avaliação com o objetivo de melhorar a realidade.
Esse processo de sistematização dos dados passa, naturalmente, pela “opção 
do tipo quantitativo ou qualitativo e eventualmente quantificação” (DIAS SO-
BRINHO, 2000, p. 123). Um cuidado importante é saber a adequação de cada um 
dos tipos, tratando-os com igual importância, pois o que aponta a sua definição 
ou este ou aquele tipo são os dados a serem trabalhados. Para isso é imprescin-
dível que se tenha clareza que o importante é a combinação adequada dos en-
foques, pois o que se objetiva é compreender a realidade como um todo, não 
apenas fragmentos.
A constituição dos critérios para o tratamento dos dados é outra importante 
fase do processo de Avaliação Institucional. Segundo Dias Sobrinho (2000, p. 
126), “os juízos de valor são emitidos com referências e critérios ou parâmetros 
de qualidade”. O autor destaca, ainda, o cuidado que se deve ter para que os 
critérios sejam construídos coletivamente e “identificados socialmente como 
sendo os marcos padrões a que devem referir-se os objetivos”.
Os passos seguintes apontam para o processo de tomada de decisão, com 
base nas informações da Autoavaliação Institucional. Tais passos refletem sobre 
a mesma, discutem e elaboram um plano de ações a serem desencadeadas no 
seio da realidade institucional.
A execução do plano de ações configura-se nos passos decisivos do proces-
so, pois integra as decisões dos diferentes órgãos, setores e atores institucio-
nais, a fim de investir em melhorias institucionais, tomando como subsídios as 
prioridades identificadas a partir do processo de autoavaliação. Se de fato se 
pretende minimizar as dificuldades e entraves, estabelecer um plano de ações 
e executá-lo é condição obrigatória para dar legitimidade ao processo de Ava-
liação Institucional.
Em última instância, o processo de Avaliação Institucional deve proporcionar 
uma identificação das instituições educacionais com a sociedade em que estão 
inseridas, para que o conhecimento e a cultura tornem-se domínio de todos. Ou 
seja, a Avaliação Institucional precisa ser compreendida como um compromisso 
com a aprendizagem de todos e com as inovações institucionais.
A existência de relações diretas entre os resultados da Avaliação Institucional, 
a tomada de decisões e a reorganização do trabalho acadêmico, é um processo 
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Avaliação Institucional
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que pode desvendar os bastidores do funcionamento das relações existentes na 
Educação Superior. Por isso, a Avaliação Institucional precisa captar os pontos frá-
geis da instituição e apontar novos rumos de sua superação, objetivando elevar 
o nível do desempenho institucional em face aos seus compromissos sociais. 
Utilizar a Avaliação Institucional, enquanto processo de conhecimento e re-
flexão da realidade institucional, e os resultados obtidos tanto das autoavalia-
ções como das avaliações externas, como indutores de melhorias nos Projetos 
Pedagógicos e nos processos de ensino e aprendizagem, é um ganho muito 
importante, pois parte de reflexões que se originaram nos dados coletados na 
realidade em foco. 
Avaliação Institucional: 
quantitativo X qualitativo
É de fundamental importância compreender que o processo de avaliação 
não pode ficar circunscrito aos indicadores quantitativos, mas, ao contrário, 
deve levar em conta outros indicadores que ampliam o olhar sobre a instituição 
avaliada, a saber: sua identidade, sua história, sua diversidade, sua contribuição 
e seu compromisso com a sociedade. Os números, os dados quantificáveis, são 
as cores que ilustram a tela, mas a compreensão do quadro só é possível com a 
combinação certa das cores, dos contornos, das sombras, enfim, quantidade e 
qualidade não se excluem, antes, se integram.
A ideia de qualidade nos leva a refletir sobre o conceito qualitativo, objeto de 
controvérsias no âmbito da educação, pois, apesar de ser um fator de peso a in-
terferir na condução das Instituições de Educação Superior, foi justamente o mo-
dismo da qualidade total, adotado nas organizações empresariais, que chegou 
às universidades, em especial como uma das exigências do Banco Mundial1, que 
estabelece como satisfatório o valor agregado ao ensino, ou seja, a aquisição 
de mais e novos conhecimentos, resultando em maior probabilidade de que se 
execute atividades geradoras de renda.
Todo esse cuidado em detalhar um pouco mais o conceito de qualidade se 
deve principalmente à intenção de evitar que se atenda nas universidades, so-
1 De acordo com José Dias Sobrinho, o Banco Mundial é o braço operacional e o instrumento ideológico da economia globalizada, que empurra a 
universidade para o moinho da competitividade do mercado, formando pessoas competitivas. Deve também consolidar a competitividade como 
valor central da vida humana.
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42
Avaliação Institucional
bretudo as brasileiras, unicamente aos propósitos do mercado que busca nos 
egressos da Educação Superior eficiência funcional. Dias Sobrinho (2000, p. 92) 
observa que:
[...] querem impor uma orientação positivista e tecnicista à avaliação de todos aqueles que 
pensam e vivem a universidade como uma instituição a serviço do mercado, tendo como 
função principal a formação entendida como capital humano e voltada para o atendimento 
das demandas imediatas postas pela nova ordem econômica de amplitude global (embora 
não totalmente global). Em nome da determinação objetiva do mercado, entenda-se em 
função do lucro que interessa aos que detêm o poder econômico, produz-se a despolitização 
e se tenta produzir a desnacionalização [...].
Diferentemente disso, é preciso compreender que falar em Avaliação Institu-
cional implica falar em qualidade da educação oferecida. Qualidade essa que, so-
zinha, não resolve todos os problemas de uma Instituição de Educação Superior; 
mas funciona como um dos elos de uma corrente que, para denotar resistência, 
precisa contar com a ação de todos: do sistema administrativo e da gestão, do 
corpo docente, da infraestrutura física e até do conjunto de valores e atitudes 
que permeiam a instituição. 
Quando se menciona qualidade na educação, é preciso que se remeta à ca-
pacidade de gestão do sistema de ensino para que se alcance a real amplitude 
semântica da palavra. Em se tratando de educação, a compreensão do termo 
qualidade não se dá num processo linear, facilmente adaptável; é preciso que 
seja subsidiado por reflexões. 
Para as universidades, a construção do conceito de qualidadeé cada vez mais 
problemática, pois pressupõe um real interesse em rever e reavaliar seu papel 
na sociedade, suas contribuições, sua missão e sua estrutura interna; somente 
assim o interesse pelo tema será assumido por todos os atores institucionais. 
Entretanto, uma Instituição de Educação Superior não pode prescindir da quali-
dade, pelo contrário, segundo Buarque (1994), ela deve ter tanta qualidade que 
lhe permita definir o que de fato é qualidade.
Para que o conceito de qualidade não seja apenas mais um vocábulo da moda 
para as Instituições de Educação Superior, é preciso aventurar-se por novos ca-
minhos e compreender, por exemplo, que um curso de qualidade é aquele que 
oferece conhecimentos básicos para o desenvolvimento de competências e 
habilidades que são necessárias para o sucesso dos estudantes quando de sua 
atuação na sociedade, no mundo profissional, na família, enfim, no contexto em 
que estão inseridos como cidadãos.
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Avaliação Institucional
43
Pedro Demo (1996) aponta que a Avaliação Institucional é um componente 
intrínseco a todo o processo comprometido com a qualidade educativa, defi-
nindo qualidade não como algo contrário, oposto ou apenas diferente de quan-
tidade, mas como a dimensão histórica da intensidade; lembremos que todo 
fenômeno qualitativo é, desde logo, um processo de (re)construção com marca 
humana. É assim, portanto que a (re)construção ou aperfeiçoamento deve im-
plicar necessariamente em melhoria da qualidade (do ensino, da pesquisa, da 
gestão, enfim das atividades ligados à Educação Superior).
A Avaliação Institucional tem importante papel na identificação dos fatores 
que interferem – favorável ou negativamente – na qualidade, oferecendo subsí-
dios bastante claros para a tomada de decisão, isto é, para a formulação de ações 
pedagógicas e administrativas que tenham essa finalidade.
No âmbito da Avaliação Institucional, é usual se falar em qualidade, mas sua 
natureza polissêmica tem assumido a centralidade das discussões, já que o con-
ceito de qualidade apresenta diferentes conotações. O conceito de qualidade 
está revestido da especificidade histórica de cada contexto e, assim, ultrapassa 
a perspectiva apenas empresarial do modelo da qualidade universitária medida 
pela eficiência/produtividade. Deve-se ressaltar que a palavra qualidade, tem 
para os atores sociais, sentidos diferentes. Se tomarmos como exemplos alunos 
e professores, observaremos que para os alunos quando o conceito é aliado à 
educação, ele compreende que a qualidade da educação é o atendimento às 
suas necessidades pessoais, à contribuição ao seu desenvolvimento, à sua for-
mação. Já para os docentes, qualidade acadêmica é observada quando há boa 
“transferência de conhecimentos, em um bom ambiente de aprendizagem e na 
boa relação entre ensino e pesquisa” (CAVALIERI; MACEDO-SOARES; THIOLLENT, 
2004, p. 53).
Entretanto, a universidade deve ser comprometida com sua história, sua au-
tonomia, sua função social de desenvolvimento e de formação de cidadãos. Uma 
vez que, a busca pela qualidade deverá, portanto, ultrapassar o olhar limitado da 
produção de resultados imediatos para adentrar na interpretação dos resulta-
dos, dando especial atenção ao funcionamento do todo, como um organismo 
que só funciona com o compartilhamento de todos os órgãos. 
Se o discurso primeiro é o da busca de qualidade, num segundo plano não 
podemos deixar de identificar que não há outro caminho senão o que leve as 
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Avaliação Institucional
Instituições de Educação Superior a tomarem para si o compromisso de se auto-
avaliarem, de buscarem a reflexão de suas práticas cotidianas. Sobre isso, Tejedor 
(1997, p. 10) ressalta que:
A exigência de um sistema de Avaliação Institucional é uma clara expressão da crescente 
atenção da dimensão extrínseca da qualidade de uma universidade em crise: a sociedade 
não parece disposta a seguir aceitando que as universidades se autojustifiquem e desejam 
conhecer como as atividades se desenvolvem.
Dessa forma, compreende-se o modo como a sociedade tem influenciado 
a tomada de decisões das Instituições de Educação Superior, valorizando, na 
maioria das vezes, aspectos não relevantes à instituição, distanciando-a, assim, 
de sua personalidade institucional. 
Nesse sentido, a Avaliação Institucional pode auxiliar no aprimoramento da 
qualidade acadêmica, evitando que a Educação Superior se prenda, única e ex-
clusivamente, às demandas do mercado. Para tanto, será necessário ter clareza 
de que é responsável pela formação de profissionais que atuarão no mercado de 
trabalho, ainda que sua atuação não se encerre nesse patamar. As Instituições 
de Educação Superior são responsáveis também pela manutenção, evolução e 
desenvolvimento das ciências.
Por isso, é de fundamental importância destacar que, apesar da Avaliação Ins-
titucional ser o foco principal para a garantia da melhoria da qualidade, outras 
questões específicas ao sistema de educação nacional precisam ser discutidas 
para reorientar o funcionamento das Instituições de Educação Superior, dentre 
elas: os sistemas acadêmicos, os sistemas de gestão administrativa e financeira. 
É importante, porém, que esteja claro que, sob essa perspectiva, devem-se res-
peitar as diferentes identidades institucionais, as vocações e o contexto em que 
as Instituições de Educação Superior estão inseridas.
Texto complementar 
Significado da avaliação no campo 
das políticas públicas e das políticas de educação
(ZAINKO, 2008)
Entendida a avaliação como uma opção política vinculada a um dado 
projeto político-institucional, equivale a dizer, pedagógico, na universidade 
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Avaliação Institucional
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ela deve ter como perspectiva colocar em evidência a produção do saber, 
contribuindo de maneira significativa para a criação, difusão e consumo de 
um bem que é de todos – o conhecimento.
Frente às exigências do mundo contemporâneo, a universidade brasileira 
deve encontrar formas de enfrentamento da crise na qual vivemos, encami-
nhando um projeto de desenvolvimento institucional que leve em conta 
as condições político-sociais da nossa população, ousando formar, cada vez 
mais, a maioria dos homens, a partir de uma proposta político-institucional 
que estabeleça efetiva relação com a sociedade.
Para tanto, é preciso que de forma circular se pense e repense a cada mo-
mento, a partir de práticas sistemáticas de avaliação, como uma salutar ma-
neira de prestar contas a esta mesma sociedade e de se autoconhecer.
É esse autorretrato em processo permanente de autoestudo, avaliação ex-
terna e reavaliação, que resgatará como princípio articulador da avaliação a 
sua função diagnóstica, procedendo à indicação de situações problemáticas, 
as alternativas para a correção dos rumos e, portanto, se constituindo em po-
deroso instrumental dialético de identificação de novos rumos para a prática 
universitária.
Uma prática balizada por conceitos claramente explicitados e pelo en-
gajamento de todos os responsáveis pelo fazer universitário no proces-
so de construção cotidiana e coletiva de uma universidade em constante 
aperfeiçoamento.
Uma universidade que se autoconhece e que com o olhar voltado para a 
utopia da construção de uma nova sociedade vai lenta e progressivamente 
se transformando em uma nova universidade.
Em documento denominado “Lineamentos para la Evaluación Institu-
cional” a Comissão Nacional de Avaliação e Acreditação Universitárias, do 
Ministério da Cultura e Educação da Argentina, estabelece que a Avaliação 
Institucional deve ser entendida como
[...] um processo complexo para determinar o valor de algo, que implica uma delicada 
tarefa de interpretaçãode um conjunto de elementos que interatuam configurando uma 
realidade particular e significativa. De fato, avaliar não é rigorosamente a etapa posterior 
ou final de um processo, senão um momento no caminho para apreciar o caminhado e 
decidir como continuar. Aprofundando a questão, pode-se dizer que a avaliação que se 
formula deve aspirar a credibilidade e o consenso. Uma avaliação não se caracteriza pelos 
dados, muito embora esses sejam indispensáveis, mas sim pelo processo pelo qual se 
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Avaliação Institucional
aprecia e se discerne o valor das ações e realizações; um processo profundamente humano 
que se nutre e se articula no diálogo, na discussão e na reflexão. (CONEAU, 1997)
A construção dessa nova universidade deve necessariamente ter na ava-
liação seu instrumento mais fundamental da mudança que se faz necessária. 
Uma avaliação como processo sistemático, participativo, democrático e prin-
cipalmente de caráter construtivo, possibilitando a indispensável autocrítica, 
identificando pontos positivos e problemáticos da instituição universitária, 
indicando as questões prioritárias para o melhoramento da qualidade dos 
processos institucionais: ensino, pesquisa, extensão, gestão.
Neste processo complexo, mas fundamental, três tipos de movimentos se-
quenciais e complementares, conforme já afirmamos, se fazem necessários: a 
autoavaliação, como autoconhecimento, que pressupõe uma análise interna 
e a avaliação externa ou o olhar externo por parte de um corpo de especialis-
tas que, a partir do conhecimento dos resultados do movimento interno e dos 
documentos produzidos pela autoavaliação, aprofunda as análises ressaltando 
os pontos fortes e ajuda a comunidade acadêmica a melhorar, a compreender 
e a buscar na reavaliação uma visão positiva de seu projeto de desenvolvimen-
to institucional.
A dificuldade para se estabelecer estes tipos de movimentos está quase 
sempre associada à ausência de uma cultura de avaliação. Há um medo invo-
luntário daquilo que não conhecemos, porém é preciso ter como Félix Mar-
tinez a certeza de que 
la Universidad, como lugar de racionalidad científica y tecnológica, como lugar social de la 
verdad, tiene la exigencia básica de lograr su autoconocimiento para orientar su acción en 
relación directa con el medio, plantearse un plan y proyectos de futuro en función de los 
escenarios que enuncian y que es capaz de anticipar, en su interacción con el medio. 
Em seu desafio de participar da construção do século XXI os atores da vida 
universitária têm um compromisso inadiável com os processos de avalia-
ção. Segundo Ristoff (1996), “a avaliação precisa ser espelho e lâmpada, não 
apenas espelho. Precisa não apenas refletir a realidade, mas iluminá-la, crian-
do enfoques, perspectivas, mostrando relações, atribuindo significados”.
A avaliação presente como princípio educativo no processo de formação “é 
uma resposta ao desejo de ruptura das inércias, é por em movimento um con-
junto articulado de estudos, análises, reflexões e juízos de valor que tenham 
alguma força de transformação qualitativa [...]” (DIAS SOBRINHO, 1996). 
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Na realidade atual, a avaliação das Instituições de Educação Superior, uni-
versitárias ou não, se faz indispensável, em relação à qualidade acadêmica dos 
processos de formação/informação de diferentes cidadãos e profissionais.
Neste sentido, se insere e ganha relevância a elaboração/revisão dos 
conceitos que sustentam os projetos de avaliação que se desenvolvem no 
interior das universidades, principalmente quando estas são estimuladas a 
elaborar e dar consistência aos seus Planos de Desenvolvimento Institucio-
nal (ZAINKO, 2003).
Conceituando a avaliação
Ristoff (2003) reafirma que a definição de avaliação é, na verdade, uma 
questão mais complexa do que normalmente se imagina. Em sua análise, 
cita David Nevo que, após rápida discussão da bibliografia sobre o assunto, 
referenda a definição do Joint Committee, de 1981, qual seja, a de que a ava-
liação deve ser definida como sendo “a investigação sistemática do valor e do 
mérito de um objeto”. Nevo entende que o que predomina na literatura é a 
ideia de que é, sim, preciso emitir juízos, que a neutralidade é uma fantasia e 
que expressar os juízos é uma obrigação de quem conhece melhor o objeto 
avaliado, embora, admita, esta definição nem sempre seja a mais simpática. 
No Brasil, as definições adquirem nuances próprias. Em 1993, o Paiub 
definiu avaliação como “um processo contínuo de aperfeiçoamento aca-
dêmico; uma ferramenta para o planejamento da gestão universitária; 
um processo sistemático de prestação de contas à sociedade; um pro-
cesso de atribuição de valor [...] a partir de parâmetros derivados dos ob-
jetivos; um processo criativo de autocrítica”. É ainda Ristoff quem nos for-
nece os elementos para identificar no Paiub algumas questões centrais 
– a natureza formativa da avaliação, – o caráter sistemático do processo, – 
a ideia da prestação de contas à sociedade, – a ideia da avaliação como ins-
trumento útil à administração educacional e – a ideia da avaliação centrada 
nos objetivos, acenando para um processo contínuo e com maior grau de 
complexidade.
Para Dias Sobrinho (1995), um dos destacados estudiosos da questão, a 
Avaliação Institucional é “um empreendimento sistemático que busca a com-
preensão global da universidade, pelo reconhecimento e pela integração de 
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Avaliação Institucional
suas diversas dimensões”. A definição de Dias Sobrinho amplia a concepção 
de processo complexo e dá destaque à necessidade de superação da visão 
fragmentada ou pontual das atividades avaliativas.
Para Isaura Belloni, outra estudiosa de destaque no campo da avaliação, 
considera
[...] a Avaliação Institucional [...] é um empreendimento que busca a promoção da 
tomada de consciência sobre a instituição. Seu objetivo é melhorar a universidade. A 
autoconsciência institucional constitui importante subsídio para o processo da tomada 
de decisão, tanto em nível individual quanto em nível coletivo, da instituição como um 
todo, com vistas ao seu aperfeiçoamento, e tem como ponto de fundamental importância 
a intensa participação de seus membros tanto na forma de encaminhar a avaliação na 
identificação de critérios e procedimentos, como na utilização dos resultados (1995).
Para Ristoff (2003), o que parece ressaltar esta definição é a preocupa-
ção com o processo educacional da avaliação, na medida em que desperta 
a consciência dos indivíduos sobre o seu papel e o da instituição, bem como 
chama a atenção para a avaliação como processo de constante negociação, 
desde a decisão de iniciá-lo, até a sua implementação e a utilização dos 
resultados. Tal concepção vai mais uma vez reforçar a necessidade de uma 
participação efetiva dos diferentes atores e, portanto, a imprescindível cons-
trução de uma cultura avaliativa.
Muitos são os estudiosos da questão e já dispomos de um acervo consi-
derável de produção científica acumulada nos sete anos de publicação inin-
terrupta da Revista Avaliação da Raies.
É, porém, Maria Isabel da Cunha quem de forma enfática nos assegura 
que a avaliação educacional existe em decorrência de um Projeto Pedagó-
gico que deve estar explícito para os sujeitos que a desenvolvem. Ao avaliar 
estabelecem-se critérios de análise em relação a alguma ideia ou formulação. 
Portanto definir um processo de avaliação para o ensino superior brasileiro, 
exige a formulação clara do que o mesmo está propondo para si.
A avaliação não se define só em decorrência dos processos educativos. Ela é também 
uma estrutura de poder que conforma as instituições e as pessoas,atingindo-as nas suas 
subjetividades; tem relações com a divisão social do trabalho e com o mundo da produção. 
Entendida como processo, deve mobilizar as pessoas que a realizam para que os efeitos 
sejam eficientes e eficazes. Para isso é necessário um elemento de protagonismo dos 
sujeitos envolvidos e de equilíbrio entre as dimensões regulatórias e emancipatórias para 
que ela possa exercitar seu caráter educativo. Nesse sentido as perspectivas quantitativas 
e qualitativas devem ser complementares e não antagônicas. (CUNHA, 2003)
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Dicas de estudo
Leia os capítulos I e II do livro de José Dias Sobrinho: Avaliação da Educação 
Superior, Editora Vozes. O capítulo I “Universidade, globalização e construção do 
futuro” pauta para a avaliação e para uma pedagogia prospectiva, discute a influ-
ência das mudanças mundiais para a educação, em especial a Educação Superior, 
o que nos leva, invariavelmente, a refletir sobre a busca de novas posturas frente 
a construção do conhecimento, às relações de ensino-aprendizagem. Uma im-
portante questão que o capítulo coloca é: Qual o valor do conhecimento? 
Ressalte-se que o referido capítulo destaca a importância da universidade 
promover a articulação entre o contexto e horizontes futuros, favorecendo o 
princípio da equidade, por meio da função formativa. Nesse caminho, o objetivo 
é formar profissionais competentes e cidadãos críticos e participantes.
O capítulo II “Avaliação do ensino de graduação, pesquisa e extensão”, traz 
importantes contribuições para compreensão das funções essenciais das insti-
tuições universitárias. Nessa perspectiva discute também o ensino, a pesquisa 
e a extensão, com vistas ao ensino de qualidade, obrigação de toda Instituição 
de Educação Superior. Para acompanhar a efetividade dessas obrigações, os 
processos de Avaliação Institucional são preciosos mecanismos de acompanha-
mento e valorização da graduação, incentivando processos que dinamizem e 
transformem cursos e programas.
Discute com propriedade as funções da pesquisa, do ensino e da extensão, 
colocando a educação como alternativa fundamental para emancipação políti-
ca. Para tanto, os conhecimentos devem ser trabalhados com concretude e sig-
nificação para os sujeitos, deve ter intencionalidade educativa de reconstrução 
crítica, transformando qualitativamente os sujeitos e os processos. 
Atividades
1. Releia o subtema Avaliação Institucional: processo e aponte os pontos princi-
pais do mesmo.
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Avaliação Institucional
2. Construa uma linha do tempo situando as principais iniciativas de avaliação 
dos níveis de ensino no Brasil. 
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