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Projeto de Fábrica Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Antônio Carlos F. Bragança Pinheiro Revisão Textual: Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco Movimentação e Armazenagem de Materiais • Introdução • Objetivos da Movimentação e da Armazenagem de Materiais • Tipos de Armazéns • Layout de Armazéns • Estrutura de Modulação • Equipamentos para Movimentação de Materiais • Escolha de Equipamentos de Movimentação • Transportadores · Conceituar e apresentar a importância da movimentação e armazenagem de materiais no projeto de fábrica. · Apresentar os tipos e as atividades fundamentais dos armazéns, bem como as unidades padronizadas de produtos. · Apresentar os principais tipos de cargas unitizadas. · Apresentar os sistemas de armazenagem e tipos de paletes. · Apresentar os equipamentos para movimentação de materiais e produtos em armazéns e fábricas. OBJETIVO DE APRENDIZADO Iniciaremos nossos estudos conceituando e apresentando a importância da movimentação e armazenagem de materiais no projeto de fábrica. A partir de então veremos os tipos e as atividades fundamentais dos armazéns. Em seguida, aprenderemos as características das unidades padronizadas dos produtos. Serão apresentados os principais tipos de cargas unitizadas e os sistemas de armazenagem, bem como os tipos de paletes. Conheceremos também os equipamentos para movimentação de materiais e produtos em armazéns e fábricas. É interessante que você reveja alguns conceitos de gestão, a fim de facilitar seu entendimento dessas definições. Para ajudá-lo(a), realize a leitura dos textos indicados, acompanhe e refaça os exemplos resolvidos. Não deixe de assistir, também, à apresentação narrada do conteúdo e de alguns exercícios resolvidos. Finalmente – e o mais importante –, fique atento(a) às atividades avaliativas propostas e aos prazos de realização e envio. ORIENTAÇÕES Movimentação e Armazenagem de Materiais UNIDADE Movimentação e Armazenagem de Materiais Contextualização É importante compreender as principais variáveis que influem no projeto de fábrica. Saber avaliar a importância da movimentação e armazenagem de materiais no projeto de fábrica, bem como os sistemas de padronização e equipamentos de movimentação são predicados essenciais para a produtividade de uma fábrica. A produtividade em fábrica depende de vários fatores. Para cada tipo de estratégia empresarial existem soluções que permitem sua competitividade comercial. Contudo, aliar os aspectos econômicos e a produtividade da fábrica ainda é uma tarefa árdua para o engenheiro de produção. Aspectos do dia a dia de nossa vida pessoal ocorrem também nas atividades profissionais. Exemplo disso é o nosso trabalho diário, no qual realizamos a escolha de elementos simples, como no caso da opção por uma embalagem, como uma sacola para movimentar produtos. É possível perceber que para produtos menores – como arroz – torna-se necessário utilizar sacos, enquanto que para bananas é possível utilizar sacolas de mão com alças. Isso ocorre também nas fábricas, no processo de produção industrial. Em nossa vida pessoal e nas fábricas é necessário prever as atividades que serão realizadas, com o objetivo de atender à produção e garantir altos níveis de produtividade fabril. Assim é realizado o projeto de fábrica, a fim de garantir os níveis de segurança e produtividade necessários para manter a competitividade das empresas dentro dos padrões aceitáveis de qualidade. Exemplificando com fatos do cotidiano, como podemos avaliar os condicionadores adequados para os produtos que serão transportados? Qual a carga máxima que uma pessoa poderá transportar utilizando uma sacola com alças? Tendo essas informações, é possível determinar a quantidade do produto a ser transportada em cada viagem. Podem surgir questões pontuais, como variações no formado dos produtos, caso de bananas ou tomates. Todas essas preocupações são similares quando comparadas às necessidades de uma grande estrutura, como em uma fábrica. O cálculo da produtividade de uma fábrica pode passar por situações mais complexas como, por exemplo, a variação da demanda de produção em função da sazonalidade das vendas, como as que ocorrem com os produtos de estação. Mas, similarmente ao nosso cotidiano com a escolha do material para o transporte de produtos domésticos, a produtividade industrial precisa estimar as eventualidades inerentes a cada linha de produção. Para cada tipo de estrutura fabril existem questões estabelecidas e eventualidades que devem ser administradas na condução do projeto de fábricas. 6 7 Nos projetos de fábrica, além da utilização das normas técnicas, a experiência acumulada das pessoas é ponto fundamental para a determinação das linhas de produção e da composição e distribuição dos diversos processos envolvidos. Nos métodos de avaliação da produtividade são realizados tratamentos matemáticos, com o objetivo de prever as solicitações futuras. Assim, com esse exemplo simples de nosso cotidiano, como a escolha de um meio para o transporte de mercadorias, lembre-se que no projeto de fábrica podem ter situações muito mais complexas em seu dia a dia. Cabe ao engenheiro identificar as características do processo de fabricação, projetar e construir sistemas de produção capazes de atender às demandas das organizações para que esta possa atender aos níveis de segurança, qualidade e produtividade previstos. 7 UNIDADE Movimentação e Armazenagem de Materiais Introdução Todos processos de fabricação utilizam meios para realizar a movimentação dos produtos pelas atividades fabris. A produção industrial tem eficiência diretamente relacionada à escolha dos meios de movimentação de seus produtos na cadeia produtiva. Para que se mantenha competitiva, precisa decidir como fará a armazenagem de seus produtos, de modo que o processo de armazenagem é decisivo para o atendimento às demandas produtivas. Objetivos da Movimentação e da Armazenagem de Materiais O objetivo da movimentação e da armazenagem de materiais em processos fabris é atender aos pedidos dos clientes, proporcionando produtividade ao processo de manufatura. Tipos de Armazéns A armazenagem é o processo de manuseio e guarda temporária de produtos. A estocagem é uma das atividades que ocorrem na armazenagem, consistindo na localização estática dos materiais. Um armazém realiza quatro atividades fundamentais, a saber: · Recebimento; · Estocagem; · Administração de pedidos; · Expedição. Os tipos de armazéns, geralmente, dependem dos produtos e da relação comercial com os clientes. Assim, podem ser locais para armazenamento de unidades padronizadas, utilizadas na cadeia fornecedor-cliente, classificadas como: · Unidade de Movimentação (Unimov) – é uma unidade de padronização, onde todos os produtos e embalagens de comercialização são modularizados, conforme os contratos de venda dos produtos; · Unidade de Comercialização (Unicom), ou módulo mínimo de vendas – é uma unidade de padronização, onde o peso máximo da unidade de comercialização, para efeito de manuseio, é de 250 N (25 kg); · Unidade de Apresentação (Uniap) – é uma unidade de padronização, onde os usuários têm contato direto com o produto padronizado. 8 9 A vantagem da organização modularizada são as facilidades produzidas pela padronização na movimentação dos materiais e produtos. A padronização na movimentação de materiais e produtos facilita o transporte, pois envolve a padronização dos modais e dos meios como caminhões, navios, aviões, trens etc. Assim, são também utilizados equipamentos padronizados que conduzem a menores tempos de carga e descarga de materiais e produtos. Os armazéns são classificados conforme o tipo de padronização dos produtos armazenados: · Armazém primário – armazenamento de Unimov; · Armazém secundário – armazenamento de Unicom; · Armazém terciário – armazenamento de Uniap. A modulação, ou padronização das cargas, tem comoobjetivo maximizar a ocupação volumétrica de movimentação de cargas. Todas as cargas das unidades devem ser convenientemente embaladas e estáveis à sua movimentação interna e externa à fábrica. A modulação deve ser: · Interna – é idealizada pelo fabricante em função de variáveis como, por exemplo, tipo de produto, suas dimensões e características de uso. Nesse caso, as unidades adotadas são agregadas até formarem um volume, ou peso que possa ser movimentado por equipamentos e transportado pelos sistemas modais – hidroviário, aeroviário, rodoviário, ferroviário, dutoviário; · Externa – o fabricante adota a padronização relacionada aos meios de transporte existentes – modais – e fraciona em unidades convenientes à sua movimentação interna as embalagens dos produtos. A Figura 1 apresenta o processo de modulação de cargas nas fábricas: Figura 1 – Processo de modulação das cargas nas fábricas Fonte: acervo do conteudista 9 UNIDADE Movimentação e Armazenagem de Materiais As cargas unitizadas são a reunião de pequenos volumes de materiais diversos, com a intenção de constituir unidades maiores, com formatos padronizados. Esses formatos unitizados possibilitam o aumento da eficiência na movimentação ao longo da cadeia de transporte. Os principais tipos de cargas unitizadas são: · Carga unitizada sobre plataforma ou carga paletizada – os materiais são colocados sobre paletes, superfícies moldadas ou sobre patins skid; · Carga pré-lingada – os materiais são amarrados por cintas com alças ou olhais, utilizadas em sacarias. Esses materiais autounitizados podem ser unidos por feixes – tubos – ou fardos – materiais prensados como algodão; · Carga conteinerizada – os materiais são colocados em contetores que têm formas que facilitam sua movimentação. Os materiais estão isolados e soltos dentro de contêineres. Layout de Armazéns O layout do armazém é a distribuição e localização das estações de trabalho e componentes nos armazéns. O layout leva em consideração os produtos, a movimentação de materiais, as máquinas e a mão de obra. A preocupação no projeto do armazém está diretamente relacionada com: · O fluxo de materiais; · A acessibilidade; · A eficiência da mão de obra; · A segurança do pessoal e do material armazenado. Na ocupação dos espaços de armazenagem existem duas variáveis importantes, a ocupação volumétrica do ambiente e a acessibilidade aos materiais e produtos estocados. Se o foco da armazenagem é a maximização da ocupação volumétrica, o objetivo é armazenar a quantidade máxima de unidades. Se o foco da armazenagem é a acessibilidade, o objetivo é o serviço ao usuário do armazém. Qualquer que seja a opção escolhida para a armazenagem, é importante que o armazém consiga fornecer rastreabilidade dos materiais e produtos estocados, bem como a acessibilidade e condições de carregamento desses materiais e produtos. A estrutura dos armazéns deve permitir a padronização de equipamentos de movimentação e de endereços para a armazenagem dos materiais e produtos. A padronização de endereços permite o armazenamento de qualquer material acondicionado em uma Unimov, isso faz com que se aumente significativamente a produtividade da fábrica. A relação entre o espaço ocupado na armazenagem por um material (m3), ou por um produto, e o espaço total que poderia ser utilizado (m3), é denominada ocupação volumétrica. 10 11 O conceito de ocupação volumétrica também é aplicado às embalagens de apresentação de produtos. Nesse caso, é a relação entre o volume do produto e o volume da Uniap. Igualmente é possível relacionar o volume das Unicom com o volume na disponibilidade total das Unimov. No caso das Unimov, podem surgir folgas relacionadas a um determinado endereço de armazenagem. Quanto menor a folga, maior será a ocupação volumétrica e maior deverá ser a precisão dos equipamentos utilizados na movimentação. As folgas são associadas a cada tipo de equipamento de movimentação – folgas mecânicas. A Figura 2 apresenta um exemplo de folgas em projeção no piso do armazém. Figura 2 – Folgas de armazenagem em projeção horizontal Fonte: acervo do conteudista Os sistemas de armazenagem podem ser classificados conforme a data de armazenagem em: · First In First Out (Fifo) – o primeiro item que entra na fila de armazenamento é o primeiro item a sair (Figura 3); · Last In First Out (Lifo) – o último item que entra na fila de armazenamento é o primeiro item a sair (Figura 4). Figura 3 – Sistema de armazenagem Fifo Fonte: acervo do conteudista 11 UNIDADE Movimentação e Armazenagem de Materiais Figura 4 – Sistema de armazenagem Lifo Fonte: acervo do conteudista Para o transporte interno geralmente são utilizados paletes. Os paletes são bases que servem para apoiar os materiais que são movimentados. Os paletes podem ser constituídos em madeira, plástico, metal e papelão. Podem ser classificados de diversas maneiras, por exemplo: Em função da durabilidade: · Paletes descartáveis – não duráveis. Nesse caso, o seu custo deve ser inferior aos dos produtos que transportará; · Paletes retornáveis – resistentes ao transporte e armazenagem dos materiais que servirão. Em função da possibilidade de movimentação: · Paletes de movimentação – utilizados para estocar e transportar materiais; · Paletes fixos – utilizados somente como assoalhos, não servindo para o transporte de produtos ou materiais. Em função do número de entradas para os garfos da paleteira: · Paletes com duas entradas – são executados com longarinas, sendo mais resistentes que os paletes feitos com tocos; · Paletes com quatro entradas – são executados com tocos, possibilitando quatro entradas pelas empilhadeiras. Dependendo do produto, podem ser descartáveis, de movimentação ou retornáveis. Em função da padronização: · Paletes PBR – têm medidas padronizadas de 100 cm x 120 cm e são identificados por marcação a fogo, indicando o fabricante e a data de fabricação. Foram padronizados pela Associação Brasileira de Supermercados para servirem como vasilhames, utilizados várias vezes; · Paletes Euro – são padronizados, utilizados em países da comunidade europeia. Suas medidas são 80 cm x 120 cm; 12 13 · Paletes CP – compõem a série com medidas distintas – CP1 a CP9 –, utilizadas na indústria química europeia. Os mais comuns no Brasil são o CP2 (80 cm x 120 cm) e o CP3 (114 cm x 114 cm). Em função do tempo de uso: · Paletes novos – que nunca foram utilizados; · Paletes usados – podem ser reformados, empregados como matéria- prima para outros produtos, ou – os de madeira – utilizados como fonte de produção de energia; · Paletes reformados – geralmente a reforma somente é realizada em paletes uniformizados – PBR, Euro, CP. Em função da superfície: · Paletes vazados – com vãos entre os elementos constituintes; · Paletes com face superior fechada – chamados também de paletes assoalhados, sendo geralmente utilizados para transportar materiais contenedores frágeis, como papelão; · Paletes reversíveis – têm as faces superiores e inferiores iguais. São uteis para superposição de cargas com superfícies regulares; · Paletes com dupla face – construídos com tábuas em cima e em baixo. Podem ser reversíveis ou não. Em função da utilização: · Paletes para exportação – além de serem padronizados, devem ter tratamento fitossanitário; · Paletes para o mercado interno – em alguns casos podem ser executados fora de padronização. Estrutura de Modulação A estrutura de modulação é função dos produtos a serem estocados. Os corredores dos armazéns e de fábrica devem proporcionar condição de acesso a todos os produtos estocados, bem como a todas as estações de trabalho. No caso dos armazéns, quanto maior a quantidade de corredores, maior será o acesso aos produtos estocados e menor o espaço disponível para o armazenamento. A largura dos corredores é função dos tipos e dimensões dos equipamentos de manuseio e movimentação de materiais.A largura mínima do corredor é de 60 cm, a fim de possibilitar acesso às instalações de combate a incêndio. É importante, também, a atenção às dimensões das portas de acesso. Devem proporcionar condição para as operações de carga, descarga e manuseio dos materiais. 13 UNIDADE Movimentação e Armazenagem de Materiais O topo das pilhas de produtos deve estar afastado, pelo menos, em um metro de equipamentos suspensos no teto, como luminárias e sprinklers. O Quadro 1 apresenta algumas dimensões importantes para o projeto de armazéns em função dos equipamentos de movimentação. Quadro 1 – Dimensões importantes para projeto de armazéns Movimentação Altura máxima de empilhamento (m) Largura mínima do corredor (m) Manual 1,50 – 2,00 1,00 – 1,50 Empilhadeira retrátil 4,00 – 5,00 2,00 – 3,00 Empilhadeira de contrapeso 4,00 – 5,00 3,00 – 4,00 Transelevador de garfos deslocáveis para entrada lateral 10,00 – 15,00 1,00 – 1,50 Empilhadeira de garfos laterais 10,00 – 15,00 1,50 – 2,00 Empilhadeira direcional com garfos retráteis 10,00 – 15,00 1,50 – 2,00 Fonte: elaborado pelo professor conteudista Alguns dos fatores intervenientes na armazenagem dependem de características próprias dos produtos a serem armazenados, tais como: · Peso; · Volume; · Forma; · Fragilidade; · Perecibilidade; · Ponto de ignição – combustibilidade; · Ponto de volatilidade – evaporação; · Corrosão; · Toxidade; · Radioatividade. Os armazéns podem ter estruturas fixas ou móveis. As estruturas móveis são úteis para atender demandas sazonais de produção. Para a armazenagem dos produtos e materiais, geralmente são utilizadas estruturas metálicas: · Estrutura leve em prateleiras de bandejas – são estantes, compostas por chapas de aço dobradas, com posição regulável na altura. São utilizadas para armazenamento de materiais leves – até 35 kg –, que são manuseados sem a utilização de equipamentos; · Sistema flow rack – é um sistema de armazenagem idealizado para materiais com pequeno volume e pouco peso – menores que 80 kg/m. 14 15 É indicado para o sistema Fifo. Utiliza trilhos que são apoiados sobre longarinas, permitindo a regulagem da altura e inclinação. Os materiais são depositados por trás, pelo lado mais alto, e descarregados pela frente; · Estrutura porta-palete – são estruturas de aço compostas por vigas e colunas. A armazenagem dos materiais é realizada por paletes. Podem ter sistemas para alta densidade – drive-in e drive-through – e a armazenagem dinâmica, com sua variação – push back. · Estrutura cantilever – são estruturas ideais para armazenar materiais de grandes comprimentos – barras, tubos e perfis. São cavaletes que possuem braços, cuja altura é regulável. Os cavaletes são interligados por distanciadores. Sistema Drive-In É um sistema de porta-palete formado por um bloco contínuo. Não existem corredores intermediários. As empilhadeiras se deslocam dentro da estrutura. Essa solução de armazenamento é utilizada quando existem pequenas variedades de materiais, mas em grandes quantidades. Assim, o estoque é movimentado de uma única vez e em intervalos longos. Vantagens: · Grande aproveitamento da área disponível para armazenagem, em consequência da ausência de corredores. Ocupa metade da área que seria ocupada por porta-paletes convencionais; · Custo baixo, se comparado com outros sistemas de grande densidade e armazenamento; · Facilidade de utilização de vários tipos de empilhadeiras; · Não há a superposição de cargas, o que poderia causar o esmagamento ou o tombamento de pilhas. Desvantagens: · Para alcançar os paletes armazenados no meio do porta-paletes, deve-se movimentar os que estão à frente; · Dificuldade de movimentação do estoque, porque retira-se por último o que foi depositado primeiro (Lifo). Por isso, não é adequado para produtos perecíveis. 15 UNIDADE Movimentação e Armazenagem de Materiais Sistema Drive-Through Neste sistema de armazenagem as empilhadeiras atravessam o conjunto porta-palete. Nesta solução o produto pode ser armazenado por um lado e ser retirado pelo lado oposto. Assim, retira-se primeiro o produto que foi colocado primeiro (Fifo). Sistema de Armazenagem Dinâmica Neste sistema de armazenagem, onde o primeiro item que entra é o primeiro item que sai (Fifo), existem dois corredores, na entrada e na saída de itens. O fluxo de armazenagem é constante, onde os paletes são deslocados em pistas de roletes, ou de trilhos de roletes, através da ação da aceleração da gravidade. Assim, não são utilizadas empilhadeiras ou operadores. A velocidade de deslocamento é constante devido a utilização de reguladores de velocidade. No final do percurso existem separadores de paletes, que proporcionam a retirada dos paletes do sistema de movimentação. Sistema Push Back Este sistema de armazenagem é parecido com o da armazenagem dinâmica. Neste caso, porém, é utilizado um sistema de impulsão, onde cada palete é colocado no trilho, sendo empurrado pelo palete seguinte. Na retirada sai o último palete colocado, descendo os demais por gravidade (Lifo). Equipamentos para Movimentação de Materiais A movimentação de materiais é um conjunto de operações que tem como objetivo a mudança de posição de qualquer coisa, quer seja para processamento, serviço ou armazenagem. O manuseio ocorre no local de trabalho e na linha de fabricação. A movimentação dos materiais se dá entre setores, dentro ou fora da fábrica. O transporte ocorre entre fábricas e entre empresas. Embalagem e acondicionamento são as bases para a constituição de sistema integrado de movimentação e armazenagem de materiais. Embalagens são envoltórios de pequenas dimensões, bem como a ação de colocar os materiais em envoltórios fracionários. Acondicionamento são os recipientes utilizados na armazenagem, operações e transportes relacionados, bem como ações para assegurar proteção mecânica ou química dos materiais. 16 17 A escolha dos equipamentos de movimentação depende das formas que os materiais são manuseados e armazenados (Quadro 2). Quadro 2 – Formas dos materiais para manuseio e armazenamento Forma Tipo Acondicionado Barril; bobina; caixa; saco; tambor Container Aberto; fechado Contenedor Metal; plástico; outro material Granel Líquido; sólido; pastoso Isolada Componente; outro Unitizada sem suporte Autopaletizada; filme termorretrátil; unidade integrada Unitizada com suporte Caçamba; palete; outro Fonte: elaborado pelo professor conteudista O manuseio dos diversos materiais pode ser feito de várias maneiras, por exemplo: · Manualmente – é realizado pelo esforço físico dos operadores; · Carrinhos manuais – são utilizados carrinhos que são impulsionados manualmente pelos operadores; · Empilhadeiras – são equipamentos de movimentação horizontal e vertical, impulsionados por motores elétricos ou à combustão – gás, gasolina, diesel; · Paleteiras – são empilhadeiras manuais, limitadas a manuseios horizontais. Seus dispositivos podem ser mecânicos, hidráulicos ou elétricos; · Pontes rolantes – são dispositivos constituídos por duas vigas laterais de aço, onde se desloca uma ponte de aço que contém um carrinho com um guincho. A movimentação dos materiais é realizada por três motores – movimento vertical de ascensão dos materiais, movimento ao longo do comprimento da ponte e movimento ao longo do comprimento das vigas; · Guindastes – são dispositivos utilizados em áreas externas, utilizando motor à combustão. São empregados em operações de guindar – ascensão e rotação – com cargas acima de 50 kN (5 toneladas). 17 UNIDADE Movimentação e Armazenagem de Materiais Escolha de Equipamentos de Movimentação Para a escolha de um equipamento de movimentação, deve-se observar: · Características do material que será movimentado; · Tipo de movimento que será realizado; · Capacidade de movimentação do sistema e/ou equipamento. A movimentação poderá ser manual, por equipamento não motorizado e equipamentomotorizado. Os equipamentos de movimentação de materiais podem ser classificados em três grupos: transportadores contínuos, equipamentos suspensos e veículos industriais. Transportadores Contínuos São utilizados para mover cargas uniformes de maneira contínua de ponto a ponto, utilizando caminhos fixos. Nesse caso, a função primária é o transporte contínuo. Podem ser equipamentos transportadores por gravidade ou equipamentos motorizados. Exemplos: · Plano inclinado; · Transportador de correia; · Transportador de rolos; · Transportador de troles; · Transportador pneumático; · Transportador de caçamba. Equipamentos Suspensos São equipamentos aéreos e, geralmente, utilizados para movimentar cargas variáveis, de maneira intermitente entre os postos de uma determinada área, sendo a função primária transferir. Exemplos: · Pórtico rolante; · Ponte rolante; · Guindaste giratório de lança; · Monovia; · Talha; · Transelevador. 18 19 Veículos Industriais São veículos, motorizados ou não, que movimentam cargas uniformes ou mistas, de maneira intermitente, por caminhos variáveis, com superfícies e espaços adequados a cada equipamento, sendo a função primária manobrar ou transportar. Exemplos: · Carrinho de mão com duas rodas; · Empilhadeira manual; · Paleteiras; · Empilhadeiras; · Trator com reboque. A classificação dos equipamentos de movimentação também pode ser feita em função do tipo de sistema de movimentação (Quadro 3). Quadro 3 – Classifi cação dos equipamentos de movimentação Variável Classifi cação Tipo de material •Transporte a granel; •Transporte em unidades de carga; •Transporte de gases; •Transporte de líquidos. Tipo de método •Movimentação manual; •Movimentação mecânica e automática; •Movimentação de produção em massa. Tipo de função •Sistema de transporte; •Sistema de elevação; •Sistema de transferência; •Sistema de transporte contínuo; •Sistema de autocarregadores. Tipo de equipamento •Sistema de carrinhos; •Sistema de veículos industriais; •Sistema de empilhadeiras; •Sistema de tratores; •Sistema de transportadores contínuos; •Sistema aéreo. Fonte: elaborado pelo professor conteudista Os veículos industriais têm grande mobilidade e podem manipular quase todos os tipos de materiais, desde que estejam adequadamente condicionados. Podem ser dirigíveis ou dirigidos, podendo ser ou não motorizados. Eles, também, podem compor um sistema de comboio quando utilizam uma unidade de reboque, que pode ser um trator ou uma empilhadeira. O comboio pode ser dirigido por um operador, ou operado remotamente, ou programado. 19 UNIDADE Movimentação e Armazenagem de Materiais Veículos Industriais Não Motorizados Os veículos industriais não motorizados são os carrinhos de mão utilizados na movimentação de materiais de pequeno peso e à curta distância. Podem ser: · Carrinhos de mão de alavanca – utilizam duas rodas, tendo capacidade para até 25 kN (2,5 toneladas); · Plataformas rodantes – geralmente têm superfícies carregadoras planas. Possuem três ou mais rodas, transportando grandes cargas; · Carrinhos de mão de uma roda – possuem uma roda colocada no centro de duas barras. A roda pode ser de metal ou pneumática; · Carrinhos de mão de duas rodas – existem vários modelos e sua carga máxima é de 2,5 kN (250 quilos); · Carrinhos de mão de rodas múltiplas – possuem plataforma lisa, tendo geralmente três, quatro ou seis rodas. Servem para várias aplicações; · Carrinhos de mão especiais – são carrinhos construídos para aplicações específicas; · Carrinhos de mão para levantamento de paletes – possuem dispositivo para as atividades de levantar, transportar e depositar os materiais; · Carrinhos de mão trilocomotor – têm três rodas de cada lado, dispostas de modo a possibilitar o acesso do carrinho por escadas; · Carrinhos com escada e plataforma – são utilizados para a coleta de pedidos. Possuem escada, geralmente de até 2,5 m, e plataforma para acesso e deposição do material coletado; · Carretas – são utilizadas no transporte entre a área de produção e os pátios. Podem transportar até 100 kN (10 toneladas). Veículos Industriais Motorizados Os veículos motorizados podem ser empilhadeiras, tratores, autocarrinhos, guindastes, porta-contêineres. · Empilhadeiras – são veículos autônomos autopropelidos, com o mínimo de três rodas, que levantam, transportam e posicionam materiais. São utilizadas para distâncias de até cem metros. Nessas, os materiais são carregados por meio de garfos. As rodas fronteiras são propulsoras e as traseiras são direcionais. As empilhadeiras podem ser: · Frontal de contrapeso – o material carregado é balanceado por um contrapeso posicionado na parte traseira do veículo; · Lateral – transporta materiais com grande comprimento; · Especiais para armazéns – possuem chassis baixos e rodas pequenas. · Tratores – são utilizados para transportes maiores que cem metros. Puxam carretas, engatadas umas às outras, onde estão os materiais. As carretas podem ser plataformas simples, caçambas, ou ter carrocerias especiais. As carretas podem ficar paradas para carga e descarga de materiais, 20 21 enquanto que o trator se desloca continuamente para movimentar outras carretas já carregadas; · Autocarrinhos – são utilizados em distâncias curtas e médias. Podem ter plataforma baixa ou alta; · Rebocadores sem operador – realizam o transporte de materiais em superfícies planas ou com pequenas declividades. São controlados por indução eletromagnética realizada em trajetos previamente estabelecidos, por meio de fitas posicionadas ao longo do trajeto. O sistema é desligado quando existe a presença de qualquer corpo à distância de 30 cm no sentido do deslocamento; · Guindastes móveis – possuem uma coluna e lança com guincho, acionada através de dispositivo mecânico ou elétrico. São utilizados quando os materiais a serem transportados pesam mais de 50 kN (5 toneladas); · Pórticos móveis sobre pneus – são utilizados quando a instalação de pórticos fixos é muito cara. Contêm uma viga elevada e se movimentam sobre rodas. Podem transportar materiais que pesam até 450 kN (45 toneladas); · Porta-contêineres – são utilizados para movimentar contêineres no pátio. Existem dois tipos: · Van-carrier – que descarrega e transporta até o local de armazenagem; · Travel-lift – que somente retira dos caminhões, deixando no chão. · Colchões de ar – possuem autopropulsão, sendo utilizados para movimentação de materiais pesados. O ar é comprimido em almofadas de ar que são esvaziadas, realizando a movimentação dos materiais. Os equipamentos suspensos geralmente operam em áreas limitadas, porque se movem em pontos fixos. Comumente são utilizados para movimentação de materiais pesados ou de grande volume. · Monovia – é um sistema composto por uma viga de aço que conduz um sistema de elevação e transporte de materiais. A elevação dos materiais é realizada por meio de dispositivos denominados talhas. As talhas podem ser manuais, elétricas, pneumáticas ou hidráulicas; · Guindastes – são utilizados para realizar a elevação de cargas pesadas. Os guindastes fixos giratórios – de coluna ou de parede – são empregados quando existe um raio limitado de giro, onde o material é movimentado por meio de uma talha; · Pontes rolantes – são utilizadas para levantamento e movimentação de materiais em duas direções. Utilizam talhas para sua operação. Neste grupo estão os pórticos rolantes, que podem ser movimentados manualmente e não têm percurso fixo, uma vez que utilizam rodas que são apoiadas diretamente no piso. Estão também neste grupo os transelevadores, que são torres rolantes e empilhadeiras. 21 UNIDADE Movimentação e Armazenagem de Materiais Transportadores Os transportadores são dispositivos utilizados para transportar materiais por meio de rotas fixas. São empregados para transportar materiais em volumes ou a granel. Podem ser: transportadores de correias;transportadores de roletes; transportadores helicoidais; transportadores de corrente – monovias ou teleféricos –; transportadores vibratórios; transportadores de caçamba; transportadores elevados – canecas, caçambas, bandejas etc. · Transportadores de correias – são utilizados para cobrir grandes distâncias. Podem conduzir materiais diversos no estado sólido até o estado quase líquido. Podem transportar no plano horizontal ou inclinado; · Transportadores de roletes – o material é movimentado sobre roletes. Alguns roletes podem ter movimento próprio; · Transportadores helicoidais ou de rosca sem fim – fazem a movimentação a curtas distâncias – máximo de 60 metros – e em linha reta; · Transportadores de corrente – podem ser suspensos ou no nível do solo – embutidos. Movimentam materiais a altas temperaturas, com áreas vivas ou abrasivos; · Transportadores vibratórios – o material é transportado por uma calha ou tubo, por meio de sua vibração; · Transportadores de caçamba – são utilizados para transporte de materiais a granel em longas distâncias. O transporte pode ser na horizontal ou na vertical. · Teleféricos – os materiais são transportados por via aérea por meio de caçambas. São utilizados para transporte a grandes distâncias. 22 23 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Administração de produção e operações: manufatura e serviços: uma abordagem estratégica CORREA, H. L. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013. Trabalho: mais resultado com menos esforço, custo: passos para a produtividade FULLMANN, C. O São Paulo: Educador Contemporâneo, 2009. A meta: um processo de melhoria continua GOLDRATT, E. M. 2. ed. São Paulo: Nobel, 2005. Administração da produção MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. Leitura Integração de ferramentas computacionais aplicadas ao projeto e desenvolvimento. TORRES, I. São Carlos, SP, v. 1, n. 1, 2001. http://www.simucad.dep.ufscar.br/simucad/dn_isaias01.pdf 23 Referências GROOVER, M. P. Automação industrial e sistemas de manufatura. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. RITZMAN, L. P.; MALHOTRA, M. K.; KRAJEWSKI, L. J. Administração de produção e operações. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. SLACK, N. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2011. 24
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