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Planejamento de Unidades de Alimentação e Nutrição Aula 02: Bases legais do PUAN Garantir a execução de cardápios diversificados e voltados para as necessidades dos clientes; Garantir conforto, redução de agravos à saúde e satisfação dos clientes/comensais e colaboradores da unidade de alimentação Garantir a produção de refeições dentro dos requisitos exigidos pelas leis sanitárias, atendendo às Boas Práticas de Fabricação e reduzindo agravantes à saúde Limitar a execução dos itens do cardápio por falta de apropriados ou utilizados – aquisição não planejada (falta de dimensionamento de forma e/ou do equipamentos inadequada desnecessária equipamento); Fatores de ambiência inadequados (excesso de ruídos, iluminação insuficiente, cores inadequadas que podem causar cansaço físico e mental); Longas filas por falta de preparações; falhas nos sistemas de distribuição; falta de utensílios para comensais e para distribuição; número inadequado de mesas e assentos; O adequado planejamento previne: Redução da produtividade (fatores de ambiência e falta de equipamentos); Aumento de custos por: perdas com alimentos, perda da qualidade devido condições inadequadas de armazenamento e preparo, acidentes de trabalho, presença insuficiente de janelas, rotatividade de funcionários, diminuição da procura pelo cliente; Evitar a perda de condições higiênico-sanitárias dos alimentos ou produtos servidos e/ou comercializados. O adequado planejamento previne: Natália, nutricionista da empresa Higinutri, atua na área de assessoria e consultoria em nutrição. Natália assessora arquitetos e engenheiros civis na reforma e construção de cozinhas industriais e está atuando em seu primeiro projeto que é em uma escola. Esta escola tem como objetivo implantar o ensino integral, no entanto, precisará construir uma cozinha para oferecer refeições aos alunos. No primeiro contato com o cliente, várias dúvidas e vários questionamentos foram direcionados à Natália Pretendemos construir a nossa cozinha no primeiro andar do prédio, o que você acha? Já fomos com a equipe de compras avaliar os preços dos pisos, damos preferência aos de cores escura, afinal aparece menos sujeira. Estamos corretos, não é mesmo? Optamos por lustres bem bonitos em toda a cozinha e as portas Serão de madeira, afinal são mais bonitas. Há algum problema? Como a instalação de ar condicionado não cabe no orçamento no momento, vamos optar por instalar ventiladores em toda a cozinha, ok? Diante de todas as colocações e indagações, como Natália se posicionará? Segurança alimentar: direito inalienável de todos os cidadãos terem acesso permanente aos alimentos necessários à vida, em quantidade e qualidade que a torne digna e saudável Avanço das legislações controle de qualidade em estabelecimentos Portarias e Resoluções: definem parâmetros e critérios para o produtores e industrializadores de alimentos. Edificação, instalações e montagem ANVISA recomenda a consulta a diferentes documentos legais para todo o esclarecimento necessário NR-24 (Norma regulamentadora 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho) Objetivo: estabelecer os preceitos a serem observados na organização sanitária do ambiente de trabalho, a fim de assegurar o conforto e a qualidade de saúde e segurança dos trabalhadores e do meio ambiente. Instalações sanitárias Vestiários Refeitórios Cozinhas Alojamento Condições de higiene e conforto por ocasião das refeições Disposições gerais 1. Instalações sanitárias Instalações sanitárias separadas por sexo; Higienizados com frequência durante a jornada de trabalho; Metragem mínima de 1 m2 para cada sanitário; Vasos sanitários e mictórios – porcelana, sistema de descarga automática Lavatórios com 1 torneira (metal) a cada 20 trabalhadores provido de material de limpeza e toalhas de papel descartáveis para secagem das mãos Banheiros com chuveiros – dotados de sistema de água quente, higienização frequente, piso e paredes revestidos de material resistente, liso, impermeável e lavável. Lixeira com tampa Não poderão se comunicar com os locais de trabalho ou locais destinados a refeições 2. Vestiários Todos os estabelecimentos industriais e naqueles em que a atividade exija troca de roupas ou seja imposto o uso de uniforme ou guarda-pó, haverá local apropriado para vestiário dotado de armários individuais, observada a separação de sexos. 1,50 m2 para cada trabalhador Local bem iluminado Armários individuais Aço ou fórmica revestida com tinta lavável Higienizados com frequência 3. Refeitório Obrigatório a estabelecimentos com mais de 300 funcionários; 1 m2 a cada funcionário, divisão em 3 turnos, circulação de 75 cm; Pé direito de 3.00 m, boa iluminação e fiação revestida; Piso, cobertura e paredes devem ser revestidos de materiais impermeáveis e que possibilitem higienização; Bebedouros, proibido uso de copos coletivos; Lavatórios individuais ou coletivos para higienização de mãos; 30 a 300 funcionários: local adequado, fora da área de trabalho; piso lavável; limpeza, arejamento e boa iluminação; mesas e assentos em número correspondente ao de usuários; lavatórios e pias instalados nas proximidades ou no próprio local; fornecimento de água potável aos empregados; estufa, fogão ou similar, para aquecer as refeições. 4. Cozinhas Adjacentes aos refeitórios Cozinha (35%) e estoque (20%) da área do refeitório; Pé-direito de 3,00 m Piso, cobertura e paredes devem ser revestidos de materiais impermeáveis e que possibilitem higienização Ventilação através de exaustores e coifas; Lavatório dotado de água corrente para uso dos funcionários do serviço de alimentação e dispondo de sabão e toalhas. Tratamento de lixo, de acordo com as normas locais do Serviço de Saúde Pública. Funcionários da cozinha - sanitário e vestiário próprios, cujo uso seja vedado aos comensais e que não se comunique com a cozinha. Boas Práticas de Fabricação Conjunto de medidas que devem ser adotadas a fim de garantir a qualidade sanitária e a conformidade dos produtos alimentícios com os regulamentos técnicos No Brasil, as BPF são estabelecidas por legislações federais, estaduais e municipais. Para a inocuidade, o controle operacional deve manter o foco na redução do risco de contaminação do produto durante a sua transformação. Controle PREVENTIVO Estima-se a ocorrência de 2 a 4 bilhões de diarréias infecciosas anualmente. Morbidade e mortalidade - OMS - doenças diarréicas agudas - > 2 milhões óbitos/ano, principalmente em crianças Principal causa: água e alimentos contaminados Países industrializados – diarréia contribui para morbidade. Países em desenvolvimento – causa mortalidade (crianças < 5 anos) Falta de conscientização e treinamento dos manipuladores; Carência de investimentos em instalações; Ausência de recursos financeiros para a implantação; O não comprometimento dos proprietários e/ou responsáveis; Deficiência de apoio e conhecimento para uma adequada implantação Fatores que impossibilitam a implantação das BPF em UAN Contaminantes em alimentos Biológicos Bactérias patogênicas, fungos, protozoários, vírus, príons Químicos Toxinas microbianas, defensivos agrícolas, medicamentos de uso veterinário, metais pesados, aminas, produtos de limpeza e/ou higienização, etc Físicos Metal, vidro, pêlos, casca, osso, pedra, areia, fragmentos de insetos, etc. Âmbitos de ações de BPF Ambiental instalações, móveis, utensílios, controle de pragas etc.; Operacional manutenção/calibração de equipamentos, controle de temperatura, seleção de matéria- prima etc.; Pessoal (Manipuladores) programas de saúde, higiene pessoal, segurança etc. Portaria SVS/MS 1.428, de 26 de novembro de 1993 (portaria sobre a definição de parâmetros de qualidade e segurança ao longo da cadeia alimentar) Objetivo: Estabelecer as orientaçõesnecessárias que permitam executar as atividades de inspeção sanitária, de forma a avaliar as Boas Práticas para a obtenção de padrões de identidade e qualidade de produtos e serviços na área de alimentos com vistas à proteção da saúde da população. Precursora no tema de implantação de Boas Práticas de Fabricação Portaria SVS/MS 1.428, de 26 de novembro de 1993 (portaria sobre a definição de parâmetros de qualidade e segurança ao longo da cadeia alimentar) Objetivos específicos: Definição de parâmetros de qualidade e segurança ao longo da cadeia alimentar Se aplica a todos os órgãos de vigilância sanitária nos níveis federal, estadual e municipal Condições físicas: Instalações e saneamento: recomendações sobre a planta baixa do estabelecimento, materiais de revestimento, instalações elétricas e hidráulicas, serviços básicos de saneamento e respectivos controles sanitários Equipamentos e utensílios: recomendações referentes aos equipamentos e utensílios Condições ambientais: recomendações sobre as condições internas e externas do ambiente e os procedimentos para controle sanitário de tais condições. Portaria SVS/MS 326, de 30 de julho de 1997 (portaria sobre as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de fabricação para estabelecimentos produtores e industrializadores de alimentos) Objetivo: Estabelecer os requisitos gerais (essenciais) de higiene e de boas práticas de fabricação para alimentos produzidos /fabricados produção/industrialização, fracionamento, armazenamento para o consumo humano. Aplicável para setores de e transportes de alimentos industrializados Também se aplica a toda pessoa física ou jurídica que possua pelo menos um estabelecimento que desenvolva tais atividades Condições físicas: Localização: recomendações sobre a área que a UAN deve ser construída Vias de acesso interno: recomendações sobre a área para circulação do estabelecimento (tipo de pavimentação, escoamento de água adequado e controle de meios de limpeza) Edifícios e instalações: recomendações sobre o material de construção, materiais de revestimento, abastecimento de água Equipamentos e utensílios Portaria CVS-6/1999, de 10 de março de 1999 (parâmetros e critérios sobre o controle higiênico-sanitário em estabelecimentos de Alimentos) Objetivo: Estabelecer os critérios de higiene e de boas práticas operacionais para alimentos produzidos/fabricados/industrializados/manipulados e prontos para o consumo, para subsidiar as ações elaboração dos Manuais de Boas Práticas de Manipulação da Vigilância Sanitária e a e Processamento. Aplicada a estabelecimentos que desenvolvam produção, industrialização, fracionamento, armazenamento e transporte de alimentos Portaria CVS-6/1999, de 10 de março de 1999 (parâmetros e critérios sobre o controle higiênico-sanitário em estabelecimentos de Alimentos) Elaborada para o Estado de São Paulo padrão de referência para todo o Brasil Condições físicas Estrutura e edificação: localização, materiais de revestimento, iluminação, ventilação, instalações sanitárias, vestiário, esgoto, recomendações para setorização Equipamentos, utensílios e móveis: materiais de constgrução e acabamento Exaustão e sucção Resolução de Diretoria Colegiada Nº 275, de 21 de outubro de 2002 Objetivo: Estabelecer Procedimentos Operacionais Padronizados que contribuam para a garantia das condições higiênico-sanitárias necessárias ao processamento/industrialização de alimentos, complementando as Boas Práticas de Fabricação. diagnóstico do Check list de verificação estabelecer um estabelecimento . Resolução de Diretoria Colegiada Nº 275, de 21 de outubro de 2002 Condições físicas Edificações e instalações: área externa, vias de acesso, área interna, recomendações para pisos, paredes´, portas, janelas, escadas, instalações sanitárias (visitantes, clientes e funcionários), barreiras físicas, ventilação, abastecimento de água, esgotamento sanitário e áreas de estocagem Equipamentos, móveis e utensílios . Resolução de Diretoria Colegiada Nº 216, de 15 de setembro de 2004 Objetivo: Estabelecer procedimentos de Boas Práticas para serviços de alimentação a fim de garantir as condições higiênico-sanitárias do alimento preparado. Primeiro documento elaborado especificamente para os serviços de alimentação (cantinas, bufês, confeitarias, comissarias, cozinhas industriais, cozinhas institucionais, delicatéssens, lanchonetes, padarias, pastelarias, restaurantes Resolução de Diretoria Colegiada Nº 216, de 15 de setembro de 2004 Condições físicas: Edificação, instalações, equipamentos, móveis e utensílios: acesso, fluxo de atividades, materiais de revestimento, iluminação, instalações elétricas Controle integrado de vetores e pragas Abastecimento de água: material de construção dos reservatórios Manejo de resíduos: características dos coletores e localização dos setores de lixo Resolução de Diretoria Colegiada Nº 216, de 15 de setembro de 2004 Condições físicas: Preparação do alimento: quantitativo de equipamentos, barreiras técnicas, presença de lavatórios na área de produção, climatização dos setores Exposição ao consumo do alimento preparado: características dos equipamentos e móveis destinados a tal fim Armazenamento e transporte: características dos veículos BPF Pontos críticos de controle Instalações Equipamentos Controles de produção Portaria 1.428/93 instituiu o Manual de Boas Práticas, que juntamente com a implantação dos Procedimentos Operacionais Padronizados (programa de Segurança Alimentar) Primeiro passo aplicação do check list contido na RDC 275 relatório de não conformidades e indicação de ações corretivas SOUZA, M.S et al., 2013 Resolução de Diretoria Colegiada Nº 50, de 21 de fevereiro de 2002: Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde Resolução de Diretoria Colegiada Nº 307, de 14 de novembro de 2002: descrição da Resolução que altera a Resolução - RDC nº 50 de 21 de fevereiro de 2002 que dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, com ênfase nos aspectos relacionados à Nutrição e Dietética, instalações elétrica e eletrônica, Hidráulica e Fluido- Mecânica e climatização. 5.1.1.receber, selecionar e controlar alimentos, fórmulas, preparações e utensílios; 5.1.2-armazenar alimentos, fórmulas, preparações e utensílios; 5.1.3-distribuir alimentos e utensílios para preparo; 5.1.4-fazer o preparo dos alimentos e fórmulas; 5.1.5-fazer a cocção das dietas normais, desjejuns e lanches; 5.1.6-fazer a cocção das dietas especiais; 5.1.7-fazer o preparo de fórmulas lácteas e não lácteas; 5.1.8-fazer a manipulação das nutrições enterais; 5.1.9-fazer o porcionamento das dietas normais; 5.1.10-fazer o porcionamento das dietas especiais; 5.1.11-fazer o envase, rotulagem e esterilização das fórmulas lácteas e não lácteas; 5.1.12-fazer o envase e rotulagem das nutrições enterais; 5.1.13-distribuir as dietas normais e especiais; 5.1.14.distribuir as fórmulas lácteas e não lácteas; 5.1.15-distribuir as nutrições enterais; 5.1.16-distribuir alimentação e oferecer condições de refeição aos pacientes, funcionários, alunos e público; 5.1.17-distribuir alimentação específica e individualizada aos pacientes; 5.1.18-higienizar e guardar os utensílios da área de preparo; 5.1.19-receber, higienizar e guardar utensílios dos pacientes além de descontaminar e esterilizar os utensílios provenientes de quartos de isolamento; 5.1.20-receber, higienizar e guardar as louças, bandeja e talheres dos funcionários, alunos e público; 5.1.21-receber, higienizar e guardar os carrinhos; 5.1.22-receber, higienizar e esterilizar mamadeiras e demais utensílios utilizados; e 5.1.23-receber, higienizar e esterilizar os recipientes das nutriçõesenterais. Supõe-se que você foi contratado por uma empresa para auxiliar no processo de construção de um planejamento físico-funcional de uma unidade de alimentação, realizando inicialmente um relatório sobre os principais aspectos que devemos considerar segundo as recomendações da legislação vigente. Em que legislações iria se basear? Quais pontos da estrutura física seriam abordados nesse relatório?
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