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common law - trabalho direito comparado - final

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ÍNDICE 
1- Introdução ………………………………………………………………… 2 
2 - Sistemas Jurídicos – Famílias Jurídicas ………………………………….. 3 
3 - Formação do Common Law ……………………………………………… 4 
4 – Período Histórico e Evolução do Common Law ………………………… 5 
4.1 – Primeiro Período do Direito Inglês – Período Anglo Saxónico ………………….. 5 
4.2 – Segundo Período do Direito Inglês – Conquista da Normanda …………………... 6 
4.3 – Terceiro Período do Direito Inglês – Dinastia de Tudor …………………………. 10 
4.4 – Quarto Período do Direito Inglês – Período Moderno …………………………… 11 
5 - Características e Conceitos Fundamentais do Common Law ……………. 14 
5.1 - O Constitucionalismo Britânico …………………………………………………... 14 
5.2 - Constituição Consuetudinária e Flexível …………………………………………. 16 
5.3 - «Rule of Law» e os Tribunais ……………………………………………………... 17 
5.4 - Poder Legislativo - O Parlamento Britânico ……………………………………… 17 
5.5 - A Coroa …………………………………………………………………………… 18 
5.6 - Câmara dos Lordes ………………………………………………………………... 18 
5.7 - A Câmara dos Comuns ……………………………………………………………. 19 
5.8 - Governo Parlamentar Britânico – Poder Executivo ………………………………. 19 
5.9 - Primeiro-Ministro …………………………………………………………………. 20 
5.10 - Gabinete do Reino Unido ………………………………………………………... 20 
5.11 - Outros Cargos Políticos ………………………………………………………… 21 
5.12 - Os Partidos Políticos …………………………………………………………… 21 
5.13 - O Sistema Bipartidário …………………………………………………………... 22 
5.14 - Organização Judiciária e Sistemas de Recursos …………………………………. 22 
6 - Organização Judiciária e Sistemas de Recursos …………………………. 23 
6.1 - Os Tribunais Superiores ………………………………………………………….. 23 
6.1.1 – Supreme Court of the United Kingdom ………………………………………………………… 23 
6.1.2 - Senior Courts of England and Wales …………………………………………………………… 23 
6.2 - Os Tribunais Inferiores …………………………………………………………… 23 
6.2.1 - County Court ……………………………………………………………………………………. 24 
6.2.2 - Magistrate’s Court - Tribunais de Magistrados e de Jovens …………………………………… 24 
6.2.3 - Family Court - Tribunal de Família ………………………………………………………….. 24 
7 – Fontes de Direito ………………………………………………………… 25 
7.1 - Common Law - O Direito Comum ……………………………………………… 25 
7.2 - Equity – Equidade ………………………………………………………………… 26 
7.3 - Statute Law / Written Law - Lei Escrita …………………………………………... 27 
8 – O Ensino do Direito e as Profissões Jurídicas …………………………… 28 
8.1 - Barristers ………………………………………………………………………….. 28 
8.2 - Solicitors – Solicitadores ………………………………………………………….. 29 
9 – Considerações Finais …………………………………………………….. 30 
Referências Bibliográficas 
ANEXOS 
 
 
 
 
 
1 - INTRODUÇÃO 
O presente relatório baseia-se num estudo de Direito Comparado, onde pretende traçar 
uma análise sobre o sistema jurídico da família de Direito da Common Law, mais 
especificamente da Inglaterra. 
A exposição sobre o tema irá incidir-se sumariamente sobre a origem e formação do 
Common Law, as características e conceitos fundamentais, as suas fontes de direito e 
sobre o Estudo e as Profissões Jurídicas desse mesmo sistema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 – SISTEMAS JURÍDICOS – FAMÍLIAS JURÍDICAS 
O Direito Comparado é o ramo da ciência jurídica que irá estudar as questões de 
comparação e semelhanças entre as ordens jurídicas, na sua pluralidade e diversidades 
culturais. 
Vários foram os autores que queriam dar respostas às diferentes questões de direito 
comparado, nos diversos sistemas jurídicos, classificando-os, agrupando-os e 
organizando-os em famílias de direito. 
Existem assim vários autores que propõem sistematizações das famílias, como Rene 
David que agrupou assim em “famílias de direitos”, dividindo em 3 grandes famílias: a 
família da Common Law, a família romano-germânica e a família dos direitos 
socialistas. 
O autor ressalta de que “não há concordância sobre o modo de efetuar esse 
agrupamento, e sobre quais famílias de direitos se deve, por conseguinte, conhecer”. 
Galvão Telles por sua vez divide em cinco sistemas: o romanístico, anglo-americano, 
muçulmano, hindu e o chinês. Dário Vicente, distingue cinco grupos de sistemas 
jurídicos: a família jurídica romano-germânica, também designada como Continental ou 
Civil Law. Dentro desta família subdivide-se em três ramos, o sistema jurídico de 
origem francesa (para além da França, inclui a Bélgica, Espanha, países sul-americanos 
de língua castelhana), o sistema de origem germânica (para além da Alemanha, inclui a 
Suíça e a Áustria), e o sistema dos países nórdicos ou escandinavos (Dinamarca, 
Noruega, Suécia, Finlândia e Islândia). 
Outro grupo é o grupo da família jurídica da Common Law, ou também designado 
anglo-americano (Direito Inglês e o dos Estados Unidos da América). 
A família jurídica muçulmana, ou islâmica (são os países africanos e asiáticos que 
predominam o Islamismo e a Xaria). 
A família jurídica hindu (diversos países africanos e asiáticos que predominam o 
hinduísmo, inclui a Índia e o Nepal). 
E a família jurídica chinesa (inclui os Direitos da República Popular da China e de 
Taiwan). 
Para este relatório, em questão será apenas analisado a família do common law, mais 
precisamente o sistema jurídico do Reino Unido. 
 
 
 
 
3 - FORMAÇÃO DO COMMON LAW 
O Common Law, ou o “Direito Comum” é um sistema ou família de direito que é 
adotado por diversos países do mundo, nomeadamente na Inglaterra, bem como outros 
países que herdaram o seu sistema jurídico, tal como País de Gales, Irlanda, Irlanda do 
Norte, colónias do Império Britânico, tal como África do Sul, Nova Zelândia, Índia, 
Malásia, Brunei, Paquistão, Singapura, Hong Kong, Nigéria, Ghana, Tanzânia, Quénia, 
Malawi, Zâmbia, Zimbabwe, Namíbia, Rwanda, Ilhas Seychelles, Ilhas Maurícias, 
Madagáscar, Sudão do Norte, Sudão do Sul, Eritreia, Etiópia, e uma grande parte dos 
Estados Unidos da América (exceto o direito da Louisiana), do Canadá (exceto do 
direito civil do Québec), da Austrália e muitos outros países membros da 
Commonwealth 
1
(exceto Malta e Escócia). 
Ou seja todos os países colonizados pela Inglaterra ou Reino Unido adotam o sistema 
do Common Law, havendo claro uma estrutura comum que os tangencia, somente 
aquelas colónias que já tinham sido colonizadas por outros impérios é que mantiveram o 
sistema anterior, ou seja, o sistema romano-germânico, de forma a respeitar os direitos 
civis dos colonos locais, como é o caso do Québec (segue o sistema jurídico da França), 
da África do Sul e do Sri Lanka (seguem o sistema romano-germânico dos Países 
Baixos). O sistema indiano por sua vez é uma mistura do Common Law com o direito 
hindu local (exceto Goa, que têm o sistema português). Nicarágua (segue um sistema 
misto de Common Law com o direito romano-germânico). Israel por sua vez adotou o 
Common Law como direito complementar. 
A doutrina comparatista divide a história do ordenamento jurídico inglês em quatro 
períodos distintos. O primeiro período denominado direito anglo-saxónico, que antecede 
a conquista da normanda em 1066, seguindo-se pelo próximo período, designado pelo 
período da Common Law. Um terceiro período, com o estabelecimento da dinastia dos 
Tudors em 1485-1603, período esse que se constitui a renascença inglesa, a formação e 
desenvolvimento da Equity e igualmente pela Revolução de 1688. O quarto e último 
período, o período moderno, que terá início em 1832, marcado pela convivência do 
Common Law com uma grande quantidade de lei no sentido restrito, a qual é produzida 
e utilizada como nunca antes visto e continua até aos nossos dias. 
 
1 Commonwealth, é uma organização intergovernamental constituída por 53 países membros independentes. Todos os países membros da organização, com exceção de 
Moçambique (antiga colônia do Império Português), Ruanda (antiga colônia do Império Belga) e Namíbia (antiga colônia do Império Alemão), faziam parte do Império 
Britânico, do qual se desenvolveram. O principal objectivo é cooperam num quadro de valores e metas comuns, ondea promoção da democracia, direitos humanos, boa 
governança, Estado de Direito, liberdade individual, igualitarismo, livre comércio, multilateralismo e a paz mundial está patente. A Commonwealth é uma organização 
intergovernamental enão uma união política, onde prezam igualdades de status, mesmo sendo países de tantas origens sociais, políticas e econômicas. 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_intergovernamental
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_membros_da_Commonwealth
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambique
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Portugu%C3%AAs
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ruanda
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Belga
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nam%C3%ADbia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_colonial_alem%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Brit%C3%A2nico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Brit%C3%A2nico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Democracia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_humanos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_de_Direito
https://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade_individual
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igualitarismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Livre_com%C3%A9rcio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Multilateralismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paz_mundial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_pol%C3%ADtica
 
 
 
 
 
 
 
4 – PERÍODO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO COMMON LAW 
 
4.1 – Primeiro Período do Direito Inglês – Período Anglo Saxónico 
O período inicial, conhecido pelo período anglo-saxónico foi caraterizado por um 
período de muitas crenças, misticismos e uma grande desorganização institucional, 
período este antes da ocupação da normanda, onde o território era habitado pelo povo 
celta desde meados do século V a.C.. Nesta fase as relações sociais eram reguladas 
pelos costumes locais. Os celtas viviam em grupos tribais dispersos no território, sem 
identidade nacional ou até mesmo sem liderança militar. Era uma estrutura social 
baseada no antepassado familiar, o poder era delegado ao chefe tribal, apoiado pelos 
clãs, os valores morais e culturais assentados nos druidas, ligados a vida espiritual, 
alocução com deuses, ou seja, um Direito absorvido de religião. 
Durante os anos 43 e 410 ocorreu a ocupação romana e a província de Inglaterra foram 
administradas pelos romanos neste período. 
No século V ocorre então a invasão do Império Romano pelos Bárbaros. A região da 
Inglaterra foi invadida e dominada, principalmente, por três povos germânicos: jutos, 
anglos e saxões. Estes povos germânicos expulsaram grande parte dos celtas e romanos 
que habitavam a região. 
Nessa altura o direito praticado era o direito local, onde os iletrados vinham colonizar as 
antigas colónias romanas, sem conhecimento da cultura romana, bem como do latim 
clássico. O direito nessa altura era praticado diante o colonizador que aceitavam os 
peregrinus, (os peregrinos) e recepcionava-os no seu império. Estes constituíam um 
grande número de habitantes nos séculos I e II no Império Romano. O espírito de 
liberdade sempre foi característico desse povo, de origem germânica, os conquistadores 
e invasores da Grã-Bretanha eram os saxões que migraram para a Inglaterra durante 
séculos, trazendo as suas famílias e formando as suas comunidades. O traço 
característico fundamental destes saxões, frísios e anglos germânicos era o seu apreço 
da autonomia e individualidade, uma independência própria, um amor à liberdade 
pessoal, ao contrário dos povos romanos, da civilização da Igreja Cristã, pré-medieval e 
as demais civilizações da Antiguidade que não sentiam e até mesmo desconheciam esse 
sentimento de liberdade individual. 
Neste período as relações sociais eram reguladas pelos costumes locais, e era dirigida 
sobretudo pelos tribunais regionais de condado, (County Courts ou Hundred Courts) 
presididos pelo administrador principal ou pelo xerife (High Sheriff), os quais 
 
 
desempenhavam a competência jurídica tanto canónica quanto a civil. Constituía-se 
assim um direito “comum” a toda Inglaterra. 
Nessa altura o País de Gales e a Escócia ficavam cada vez mais fortes, com os seus 
próprios reis, enquanto que a Inglaterra continuava dividida com os senhores anglo-
saxões e os descendentes dos Vikings. 
 
4.2 – Segundo Período do Direito Inglês – Conquista da Normanda 
Começa então o segundo período do Direito Inglês quando o Rei Edward (Edward The 
Confessor), morre em 1066 e a coroa Inglesa foi passada para seu cunhado, o Rei 
Harold II (Harold II Godwinson 1022 — 1066) uma vez que o mesmo não tinha filhos. 
Essa decisão não agradou a Normandia, na atual França, que afirmava que William, 
Duque da Normandia e primo do finado rei, era o verdadeiro herdeiro ao trono. 
A consequência desse conflito foi a Batalha de Hastings, em 14 de Outubro de 1066, 
onde o William, Duque da Normandia, desembarcou com suas tropas no sul da 
Inglaterra, vencendo o exército Britânico e matando Harold com uma flechada no olho. 
William tornou-se no Rei de Inglaterra, se auto-denominando William, o Conquistador 
(William the Conqueror) e desde então, ninguém mais conseguiu invadir com êxito a 
Inglaterra, este foi capaz de reprimir toda a resistência e estabelecer um governo 
duradouro. 
Os nómadas eram um povo distinto dos ingleses, tanto no idioma como nos preceitos, 
foram recebidos com uma grande resistência por parte do povo inglês, uma vez que os 
nómadas invadiram a Inglaterra, mataram o seu Rei, dominaram as terras, impuseram 
uma nova estrutura política (o feudalismo), expulsaram líderes dinamarqueses que 
tinham conquistado parte das terras de Inglaterra, os nobres anglo-saxões foram 
rebaixados da sua escala social, perderam terras e títulos, e até os plebeus livres 
perderam também parte dos seus direitos. 
Apesar da submissão dos nobres ingleses, a resistência continuou, seguindo-se assim 
seis anos de rebelião e apenas em 1072, William controla o seu novo reino, constrói 
castelos para comandar a parte militar, inclui a corte e o governo, introduz a língua 
nómada e outra grande consequência direta da invasão foi a eliminação da velha 
aristocracia inglesa e a perda do controlo sobre a igreja católica na Inglaterra. 
No período anglo-saxões a Inglaterra estava dividida em unidades administrativas, 
denominados condados (shires), com subdivisões, os condados eram governados por 
supervisores ou xerifes. 
 
 
A corte real era o centro do Governo, e existiam para garantir os direitos dos homens 
livres. 
A Monarquia Inglesa naquela altura tinha uma riqueza extrema pois detinham um 
sistema de tributação que incluía um imposto a proprietários sobre as terras. A 
cunhagem das moedas era superior à maioria das outras moedas em uso no Noroeste da 
Europa e a cunhagem era um monopólio real. Os reis de Inglaterra tinham um sistema 
desenvolvido para emissão de mandatos para os seus funcionários, notificações reais, 
para além da prática medieval normal da emissão de cartas e detinham também 
nomeações para cargos ou concessões. 
Assim quando os nómadas entraram na Inglaterra encontraram esta forma sofisticada de 
governo, um sistema jurídico mais evoluído do que o da Normandia. O sistema jurídico 
anglo-saxão possuía uma composição híbrida, formando por leis escritas e pelos 
costumes locais e também pelo Direito Canônico. A decisão de Willian em manter o 
sistema político vigente era óbvia, porem fizeram alterações pessoais e foi a base para 
novos desenvolvimentos. 
O princípio da Common Law não tem data precisa, mas existe um consenso entre 
autores, e pode ser tomada como referencia, que este é o momento atribuído ao 
nascimento do Common Law, com a tentativa da comunidade local manter a forma 
costumeira com a qual resolviam as diferentes situações jurídicas, com jurisdições 
populares e jurisdições senhoriais, um direito comum, a que chamaram Common Law. 
A Common Law não surgiu de um ato único e instantâneo, foifruto de uma lenta 
evolução e melhoria dos institutos constituídos. 
Inicia-se a aplicação de um direito comum oposto às jurisdições locais, onde o Rei 
William passa então a julgar os litígios no Tribunal. 
A jurisdição comum era competência dos Tribunais Reais de Justiça, designados de 
Tribunais de Westminter, produzindo doutrinas e teorias que constituam os fundamentos 
e as mais importantes regras da Common Law, trazendo uma jurisdição forte, 
centralizada e uma experiência administrativa fulminante. 
Esse período precedente da conquista da normanda Inglaterra é denominado o período 
de direito anglo-saxónico, não somente porque as leis eram escritas em língua anglo-
saxónica, mas também porque essas mesmas leis regulavam apenas pareceres 
circunscritos das relações sociais, com base em um conjunto de usos e costumes locais 
Ou seja, a conquista normanda e a chegada dos normandos levaram a uma mudança 
radical na história do estado Inglês, que acabada com uma fase de uma sociedade tribal, 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conquista_normanda_da_Inglaterra
 
 
caraterizada pelo direito fragmentado e local, que irá dar lugar a uma sociedade 
feudalista, ordenada e com uma vasta experiencia administrativa. 
O Rei Willian soube precaver-se dos perigos e por isso na distribuição de terras aos seus 
súbditos não formou nenhum feudo, de modo a que ninguém pudesse rivalizar com ele 
em poder e dependessem diretamente do Rei. 
O Rei registrou os terrenos, casas de todo o reino para ter a noção exata do seu condado, 
assim o rei mantinha as regras e consentia o poder dos feudos aos nobres e assim o 
poder estava nas mãos do soberano. 
O Rei Henrique II, em 1154 assume o poder e com ele várias mudanças políticas no 
país. O rei cria um sistema jurídico inovador, criando conjunto de regras para toda a 
Inglaterra. Assim os costumes locais deram origem a costumes nacionais, pacificando 
peculiaridades locais. No âmbito da justiça, o rei manda organizar um livro de leis, o 
primeiro, e implementa o julgamento por júri. Para os casos de crime criou o Tribunal 
“paz no reino” para os delitos graves, estendendo esse direito não apenas para a realeza 
como ara todo o reino. 
Para as situações menos graves, casos civis, criou-se o júri, os jurados, convertendo 
numa justiça cada vez mais popular. O rei criou também novos tribunais, os Tribunais 
Populares (County Courts ou Hundred Courts), depois começou a ser aplicada por 
instituições mandadas pelos senhores feudais (Courts Leet, Courts Baron e Memorial 
Courts) com a aplicação do direito local. E, posteriormente, a lei era aplicada pelos 
Tribunais Reais de Justiça que, no princípio, davam conta dos casos que atemorizavam 
o reino. Apareceram as figuras dos juízes itinerantes e mais profissionais. 
O “stare decisis” (ou do precedente), foi uma regra criada segundo a qual o juiz estava 
obrigado a seguir a decisão passada e aplicar os mesmos princípios da interpretação 
jurídica do juiz anterior. 
O rei criou também “writs” (mandados reais) para que os súditos passassem suas causas 
do Tribunal dos Lordes para o Real. As “writs” eram ordenações dos reis que 
restringiam o processo. Os oficiais da coroa, os chanceleres, tinham que analisar o caso 
e decidir se deveria ou não ir para os tribunais. 
Com a ausência das Cortes locais, os Tribunais reais ficaram superlotados. Por ser um 
instituto que cuida de casos de interesse público. Todos os processos submetidos aos 
Tribunais Reais deveriam manifestar algum aspeto de interesse público. 
Assim, o Rei conseguiu unificar as leis da Inglaterra e criar o sistema da Common Law. 
 
 
E foi no século XIII que a monarquia inglesa detinha uma particularidade, ou seja, 
possuíam um Parlamento. Onde o poder do rei, depois de atrocidades do Rei João Sem 
Terra, permanecesse sob controlo das leis humanas e não divinas e assim em 1215, o rei 
assina um documento chamado a Magna Carta, onde pela primeira vez um rei tinha o 
seu poder limitado, tornando-se num dos documentos mais importantes na história da 
Inglaterra, trazendo as bases para a norma constitucional de Inglaterra, sendo um marco 
das liberdades acima da vontade do soberano. 
Dentre os princípios contidos na Carta, podemos citar a liberdade religiosa, limitação 
para a imposição e ampliação de taxas, impostos e tributos pelo rei; existência de 
privilégios para a classe burguesa; nenhum homem livre seria preso ou punido sem 
antes a questão ser avaliada pelo sistema jurídico, a garantia do livre acesso à justiça; 
direito à imparcialidade, entre outros. Assim, não há mais poder absoluto do rei. 
A Magna Carta trouxe, ao contrário da paz, a guerra civil entre os barões e o Rei João 
Sem Terra e depois de treze séculos e três reedições foi aceite pela sociedade inglesa, 
tornando-se num dos documentos mais importantes na história da Inglaterra. 
Esse cenário do afastamento da nobreza com o Rei começa a altera-se com a Guerra dos 
Cem Anos e a monarquia inglesa passa a ter os nobres do seu lado. A Guerra dos Cem 
anos, teve início em 1337 foi um dos maiores conflitos da Idade Média entre Inglaterra 
e França, terminando em 1453, durando mais de um século, foram 116 anos de guerra, 
de muitas batalhas, fome e de grandes calamidades. 
Nessa altura Inglaterra era súbdita de França, desde a conquista de Inglaterra pelo 
Duque William da Normandia e quando em 1328 morre o Rei Francês D. Carlos IV sem 
deixar nenhum herdeiro a coroa francesa, o rei Inglês Eduardo III, sendo sobrinho do 
Rei, bem como seu súbdito, o mesmo reivindica o trono. Porém os monarcas franceses 
estavam contra e os mesmos reivindicavam também o trono. E assim começa a disputa 
entre as duas potências pela conquista do território francês. 
A guerra durou mais de um século, não foi sempre contínua, mas foi sempre 
acompanhado por períodos de muita fome, de muita miséria, de muita desgraça, e em 
1347 com a peste negra, uma doença fatidica que atingiu a Europa e espalhou-se por 
Inglaterra matando mais de um terço, quase mesmo, metadade da população. 
A grande consequencia da peste negra foi então a suspensão das campanhas na Guerra 
dos Cem Anos em 1453. Inglaterra nessa altura era governada pelo rei Henrique VI da 
casa Lancaster, com uma admnistração fraca, um rei influenciavél e depois da guerra o 
rei encontrava-se a beira de uma depressão e boatos de um filho ilegitimo, todas essas 
 
 
situações encadearam para que Ricardo Duque de York governasse temporariamente, 
como regente do reino.E assim cria um clima favorável para a disputa do trono inglês. 
Passado dois anos, em 1455, Henrique sente-se restabelecido para voltar ao cargo de 
Rei e retira a regência de Ricardo de York, precipitando assim um confronto aberto entre 
as duas famílias nobres britânicas, originando a famosa guerra das rosas. 
Durante trinta anos várias batalhas ocorreram, milhares de ingleses morreram e 
Inglaterra ficou praticamente dividida. Ricardo morre na Batalha de Bosworth em 1485 
e o vencedor Henrique Tudor sobe ao trono, como novo rei de Inglaterra, Rei Henrique 
VII, colocando fim ao conflito militar, bem como com a disputa política que estava 
instaurada no país, e essa questão fica amenizada quando se casa com D. Isabel de York, 
juntando assim as duas famílias da nobreza inglesa. 
 
4.3 – Terceiro Período do Direito Inglês – Dinastia de Tudor 
Segue-se o terceiro período do Direito Inglês com a dinastia de Tudor, com o 
renovamento inglês, a elevação do país à categoria de super-potência mundial e a 
solidificação do Protestantismo. 
O Parlamento da Inglaterra foi evoluindo desde a Idade Média, a partir de um conselho 
real que ajudavam o rei a tomar decisões no reino. Esse Conselho real era composto 
pela igreja, os eclesiásticos, os nobres e os representantes dos condados. 
Com a evolução da Inglaterra, o parlamento viu-se dividido em duas câmaras distintas: 
a Câmara dos Lordes (composto pelo altoclero e pela nobreza) e a Câmara dos Comuns 
(composto pelos representantes dos condados e municípios). A autoridade dos mesmos 
foi crescente, formando assim o corpo legislativo. 
A nobreza, em virtude das guerras do fim do século XV, perde poder e as suas 
propriedades passam a fazer parte da coroa, que é absoluta no seu reino. 
Na dinastia dos Tudor, a dominação da realeza continuou a crescer, tornando-se o maior 
símbolo da monarquia absolutista na Inglaterra. Nessa época, a Câmara dos Comuns era 
responsável pelos casos mais privados da sociedade, sofreu extenuação, o que significou 
um poder maior por parte da Câmara dos Lordes 
No que diz respeito ao poder jurídico, o rei centralizou esse poder fazendo desaparecer 
as instâncias privadas, devido ao rigor e rigidez do sistema processual, o sistema 
jurídico entrou em crise e os particulares deixaram de ter a sua corte local e, com a 
abolição dos demais tribunais, não tinham nos Tribunais Reais possibilidades de 
submeter os seus casos. 
 
 
Como havia uma rigidez exacerbada no sistema Common Law, uma sentença de um 
Alto Tribunal dificilmente perdia seu valor de anterior e por esse mesmo motivo surgiu 
uma “reação” com a intenção de “trazer justiça”, a Equity. 
A “Equity” era o direito à imparcialidade, a neutralidade na aplicação das leis. Era pelos 
Tribunais do Chanceler que esse direito era aplicado com o objetivo de aliviar os 
Tribunais Reais. Aos injustiçados pelos tribunais recorrer ao Tribunal da Chancelaria. 
O chanceler, maioritariamente, eram teólogos e era conhecedor, estudioso em direito 
romano e no direito canônico. Quando alguma injustiça surgia durante os julgamentos 
nos Tribunais Reais, a parte injustiçada tinha a possibilidade de requerer aos 
chanceleres que levassem seu caso ao Rei, que sentenciaria o caso junto com o 
conselho. Tinha como objetivo eliminar as lacunas e complementar o common law. As 
regras de equidade foram, portanto, obras elaboradas pelos Tribunais de Chancelaria. 
A jurisdição dos chanceleres foi crescendo, com o passar do tempo, tornando o processo 
mais eficiente rápido e justo, agradando a sociedade esse novo sistema. 
A partir de 1529, o chanceler perde a função de confessor do rei ou de um eclesiástico 
para assumir uma função de jurista. Esses juristas começaram a aplicar as regras do 
direito canónico, de inspiração romano-germânico e tinham então uma formação 
distinta dos que vinham dos Tribunais Reais, essa estratégia jurídica dava 
sustentabilidade às intenções políticas dos Tudors, que era impor um regime absolutista. 
Assim sendo, os Tribunais Reais perderam poder e aliaram-se aos membros do 
parlamento, havendo assim essas duas forças. 
Por sua vez o chanceler deu continuidade às suas funções, contudo passou a basear-se 
nos fundamentos nos antecedentes e o Rei não podia usar dos seus privilégios para criar 
uma nova instância de prestação jurisdicional, admitindo o controlo das decisões do 
Tribunal de Chancelaria pela Câmara dos Lordes. E os Tribunais Reais permaneceram 
admitindo a corrigenda de suas decisões pela intervenção de um chanceler. 
Houve momentos que parecia que a Common Law seria substituída pela Equity, pois 
tinha o total apoio da população e do próprio Rei. Por outro lado, havia contraposição 
dessa modificação por parte dos juristas e do Parlamento, que defendiam que a Common 
Law deveria prevalecer. Após momentos conflituosos entre esses tribunais, decidiu-se 
aplicar um “meio termo”, em que os dois sistemas coexistissem. as regras de Equidade 
deveriam se moldar-se ao Common Law e não poderiam ir contra às decisões tomadas 
nos seus tribunais, devendo obediência à jurisprudência. 
 
 
Essa coesão dos dois sistemas de jurisdições aconteceu em 1873 e 1875 em um ato 
denominado “ Judicature Acts” por uma reorganização judiciária. Assim a Equity foi 
interligada ao Common Law. Por esse mesmo motivo que o direito inglês possui uma 
estrutura dualista. 
Entretanto, no século XIX, com o desenvolvimento mundial de ideias democráticas e 
com a doutrina utilitarista de Bentham, que afirma que as ações são boas quando visam 
a provocar a felicidade e más quando visam a promover o oposto da felicidade, 
Inglaterra sofre uma reforma processual, adotando medidas liberatórias dos entraves 
processuais, transmitindo aos juristas e aplicadores do direito a pensarem mais sobre os 
aspetos de direito. Assim, o período de regras de equidade durou até 1832, dando início 
ao período que equivalente à fase atual do direito inglês – o quarto e último período, o 
período moderno. 
 
4.4 – Quarto Período do Direito Inglês – Período Moderno 
Antes de avançar para o período da Satute Law, é importante fazer uma ressalva num 
período que ficou marcado, pela Revolução Gloriosa em 1688, e pela Bill of Rights, em 
1689, traduzindo a letra, por Declaração de Direito e a que marcaram, do ponto de vista 
formal, a história constitucional britânica. 
“Revolução Gloriosa” também conhecida por “Revolução sem sangue”, devido à forma 
pacífica como ocorreu, caracterizou a mudança política de uma Monarquia Absolutista 
para uma Monarquia Parlamentar, estabelecendo a atual configuração da política 
inglesa, em que o poder do rei está submetido ao poder do Parlamento. Por sua vez a 
“Declaração de Direitos” (Bill of Rights) e, em 1689, assumiu a Coroa, colocando fim 
no desentendimento entre o rei e o Parlamento. A “Declaração de Direitos” suprimia a 
censura política e reafirmava os poderes do Parlamento, como o seu direito absoluto de 
determinar impostos, o direito de livre apresentação de petições e o controle da questão 
militar, em que o recrutamento e a manutenção do exército somente seriam admitidos 
com a aprovação do Parlamento. Também, o Tesouro britânico era fiscalizado pelo 
Parlamento inglês e nenhum gasto poderia ser feito sem a sua autorização, os altos 
funcionários do governo eram fiscalizados pelos parlamentares e os gastos da família 
real também eram conferidos e fiscalizados pelo Parlamento. 
O Rei também aceitou e assinou o “Ato de Tolerância” (Toleration Act), que garantia a 
liberdade religiosa aos cristãos, exceto aos católicos, documentos esses elaborados pelo 
Parlamento e que tiveram uma grande importância para o capitalismo e para a burguesia 
 
 
inglesa que passou a exercer através do Parlamento o poder, transformando-se assim 
num Estado Liberal. 
Outra questão que distinguiu este quarto período foi o triunfo das ideias democráticas e 
a influência da obra de um dos mais importantes juristas de todos os temos, o jurista 
Jeremy Bentham (1748-1832). 
Todavia, houve também profunda modificação na organização judiciária, que extinguiu 
a distinção formal entre Common Law e Equity, passando todas as jurisdições inglesas a 
ter competência para aplicar todas as regras do direito. 
Grandes transformações ocorreram no século XIX, representando um período de grande 
importância no direito inglês. Até então, o conhecimento do ordenamento jurídico 
britânico fazia-se pelas obras clássicas de doutrina e compilações de jurisprudência. A 
partir desse século, o panorama muda e o triunfo das ideias democráticas que houve, em 
território inglês, faz com que haja um desenvolvimento sem precedentes da legislação 
como fonte do direito. 
Os anos seguintes foram de profundas modificações nas regras de processo, suprimindo 
o formalismo excessivo das antigas ações e permitindo que os juristas ingleses avancem 
rumo ao desenvolvimento do direito material (estipulam direitos e deveres). 
A Reforma 1832 foi a primeira reforma da lei eleitoral na Inglaterra. Foi o marco do 
início da mudança do princípio da igualdade eleitoral. Com a Revolução Industrial 
surge grandes modificações demográficas na Inglaterra, emergindo novas cidades e 
novos centros económicos. Surgia um novo grupo social, os proprietários que achavam-
se privados da sua representação no Parlamento. Profundas transformaçõessociais não 
poderiam deixar de se refletir no Parlamento. Criando-se então condições para a 
aplicação da Reforma Eleitoral, com a sua aprovação em 1832. 
No que diz respeito ao direito legislado, Estatute Law corresponde aos atos do 
Parlamento (Parliament Acts), a legislação criada pelo Governo, e de legislação 
autonómica, que são as normas escritas por entidades que tem o poder de legislar, 
exemplo Igreja de Inglaterra, autarquias locais, …, ou seja, todas regulamentam as 
matérias constitucionais. 
Fazem parte do Statute Law: Carta Magna, Declaração de Direito de 1689, Estatuto de 
Westminster, Petition os Rights, Haebas Corpus Acts, Acts or Parliament, Europea 
Comunnities Act, Human Rights Act e outros. 
O Common Law, Statute Law e tradições jurídicas compõe o direito da constituição. 
 
 
Entre 1873 e 1875, desaparece a distinção formal dos Tribunais de Common Law e os 
Tribunais da Equity com a nova organização judiciária feita pelos Judicature Acts, na 
Suprema Corte de Justiça (Supreme Court of Judicature), passando a poder aplicar o 
direito consuetudinário (baseado nos costumes) e as regras de equidade, assim tanto o 
Common Law, quanto a Equity poderiam ser aplicadas numa só ação e em apenas uma 
jurisdição, cenário esse que era impossível uma vez que era necessário ir primeiro ao 
Tribunal de Common Law, para recorrer no Tribunal da Chancelaria e obter uma 
solução de Equity. 
Assim a visão do direito inglês altera-se, com a criação de novos órgãos 
administrativos, com a criação do Welfare-State (Estado de bem-estar social) e as leis e 
os regulamentos assumem uma importância nunca antes vista no sistema jurídico inglês. 
O Welfare State (Estado de bem-estar social) teve inicio no século XX, desenvolvendo 
assim uma corrente social que veio substituir as ideias liberais de até então. 
Assim no Welfare State (Estado de bem-estar social) a organização política e económica 
advinha do Estado e o Governo era como um regulador dessa mesma vida política, 
social e económica do país, garantindo assim serviços públicos e proteção da população. 
 
 
 
 
 
5 – CARACTERÍSTICAS E CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO COMMON LAW 
No direito da Common Law grande parte dos indivíduos obedece a lei por convicção 
pessoal ou por dever público, uma obediência que o povo dispensa a lei. 
Qualquer consideração sobre as leis do Reino Unido é primordial ter em conta que 
embora seja um Estado unitário, o mesmo não possui um corpo de leis únicas aplicáveis 
universalmente dentro das suas fronteiras. 
O sistema judicial do Reino Unidos tem três sistemas jurídicos distintos: o Common 
Law aplicado na Inglaterra e no País de Gales, o direito Escocês e a Lei da Irlanda do 
Norte. Assim, a Escócia por si só tem o seu próprio sistema legal e as suas próprias 
cortes de justiça. Por outro lado, na Irlanda do Norte, a estrutura dos tribunais e o 
processo e prática legais são semelhantes aos da Inglaterra e País de Gales, porém a 
 
 
Irlanda do Norte tem o seu próprio Parlamento com poderes definidos, de modo que 
pode haver convergências da legislação aplicadas na Inglaterra e País de Gales. 
Mas este relatório irá incidir-se no Common Law da Inglaterra e do País de Gales. 
 
5.1 - O Constitucionalismo Britânico 
E evolução e formação do Direito Constitucional Britânico é caracterizado por três 
fases, sendo a primeira fase em 1215 com a conceção da Magna Carta, a fase de 
transição no princípio do século XVII, em 1628, pela luta do Rei contra o Parlamento, 
culminante com a Petição de Direito (Petition of Right), em 1648 e 1688 com as 
respetivas revoluções e em 1689 com a Declaração de Direitos (Bill of Rights) e a 
última fase, a fase moderna a partir de 1832, pelas reformas eleitorais propensas a 
extensão do direito de voto. 
Nas últimas décadas, as consequências sociais, económicas e culturais foram muitas e 
criaram mudanças significativas. Várias instituições protagonizaram a história 
constitucional britânica, nomeadamente o Rei, a Câmara dos Lordes e a Câmara 
Comum que no seu conjunto formam o Parlamento. Estas três instituições tiveram 
presente nas três fases da evolução e formação do Direito Constitucional Britânico, 
todavia cada uma tenha assumido uma projeção diferente. 
Até ao século XVII, considera-se o período monárquico onde prevalece a autoridade do 
Rei. Embora não tivessem uma Constituição escrita, o Estado estava juridicamente 
constituído pelo poder do Rei, pela Câmara dos Lords, a Câmara dos Comuns e a 
Magistratura, mas o seu exercício dependia dos limites que esses agentes atribuíam ao 
alcance do poder que detinham, sem afetar os demais. 
Assim o constitucionalismo britânico da altura se baseava não só na Magna Carta mas 
também pelas leis escritas, pelas decisões judiciais do Common Law e do cases law. A 
Common Law vão ser as decisões judiciais escritas que integram os costumes da época 
e os cases law vão ser as interpretações e leituras das normas produzidas no Parlamento. 
Onde o Common law estabelecia que a lei fundamental prevaleceria sobre a lei 
ordinária, de modo que o legislador podia contemplar essa lei ordinária, mas não 
poderia viola-la, uma vez que o direito, em grande parte, estava diminuído pelas 
intervenções do legislador. 
Para além dessas regras existe as Conventions of the Constitution, que versa o 
funcionamento do Parlamento e as relações entre as Câmaras e o Governo, bem como 
com a oposição ou o exercício dos poderes do Rei. 
 
 
Durante os séculos XVII até o século XIX prevalece a Câmara dos Lordes, conhecido 
pelo período aristocrático, onde o Bill of Rights (Declaração de Direitos) de 1689 que 
impede que o Rei cometa atos ilegais, estando submetido ao Direito Comum (Common 
Law), consagra também garantias políticas, consigna o direito de petição, assegura a 
liberdade e inviolabilidade dos membros do parlamento nos seus cargos e a reunião 
regular das Câmaras, entre outras. 
Em 1701, através do Act of Settlement, decretaram as sucessões das coroas inglesas, 
desempenhando assim um papel fundamental na formação da Inglaterra pois desde 1603 
a Inglaterra e a Escócia parti valham o mesmo monarca. Em 1707 deu-se o Tratado de 
União parlamentar dos dois países, abolindo a união das coroas e dando a independência 
dos Estados do Reino da Inglaterra e do Reino da Escócia. O País de Gales por sua vez 
já estava anexado à Inglaterra desde o século XVI, originando um novo Estado que 
designou-se O Reino da Grã-Bretanha. Dissolveu-se assim o parlamento escocês e o 
inglês, os quais foram substituídos pelo novo parlamento da Grã-Bretanha (em 
Westminster) e criou-se uma união aduaneira entre os dois países. 
Despois do século XIX o poder transfere-se para a Câmara dos Comuns, entrando no 
período democrático, onde em 1832 iniciou-se o Reform Act, que veio estabelecer novos 
eleitores, veio trazer novos lugares para a Câmara dos Comuns, incluindo outras 
cidades. Outras alterações foram feitas em 1667 e 1884, designando-se assim como 
Reforms Bills. 
Durante esta fase da democratização foram elaboradas algumas leis constitucionais 
deveras importantes, que vem até aos dias de hoje, como o Parliament Act em 1911 que 
restringiu os poderes da Câmara dos Lords e fixou o mandato da Câmara dos Comuns 
em 5 anos. 
Essa combinação dos três períodos, irá dar origem a um tipo de governo misto, no 
sentido em que a combinação da monarquia, a aristocracia e a democracia, formam um 
governo com a combinação das diferentes formas de governar. 
Atualmente o órgão de completo predomínio e representação é a Câmara dos Comuns, 
que é a representação popular democrática. O sistema atual consagra um bicameralismo 
fortemente assimétrico, no qual os poderes concentram-se no parlamento. 
O poder democrático e o aristocrático, ou seja, o Rei e a Câmara dos Lordes, detêm 
poderes formais e desempenham uma função social e pública, interna e externa, 
insubstituível e só passadooito séculos a Inglaterra pode dizer-se que é um governo 
puro. 
 
 
A Inglaterra nunca dotou o Estado com um documento constitucional rigoroso, modelar, 
coerente, cingiu-se a viver dentro do respeito da Constituição histórica da Nação e do 
Estado, deixando de lado teorias e abrindo caminho para o bom senso político 
constituindo assim como Nação. 
 
5.2 - Constituição Consuetudinária e Flexível 
O Direito Constitucional Britânico provém do costume, o que constitui um caso único, 
sem semelhança em nenhum outro país, sendo até conhecida como uma Constituição 
não escrita (Unwritten Constitution), de origem pré-moderna, onde as regras da 
organização do poder político é consuetudinária e é assente em princípios não escritos, 
assentes na organização social e política dos Ingleses. É o que os juristas ingleses 
chamam de uma Constituição flexível, contrapondo as outras constituições que por 
norma são rígidas. 
Apesar de não terem uma Constituição escrita, a mesma carateriza-se como mista, 
quanto a forma, na medida em que tem uma parte escrita e outra não escrita. 
Assim a parte escrita da Constituição Britânica é constituído por vários documentos 
constitucionais de vários séculos passados, remontando à Magna Carta (1215), na 
Petição de Direitos (1628), na Lei de Habeas Corpus (1679), Declaração de Direitos 
(1689), Ato Estabelecimento (1701), Ato de União com a Escócia (1707), e desde as 
leis eleitorais dos séculos XIX e XX, bem como as leis sobre o Parlamento de 1911 e 
1949, e o Estatuto de Westminster em 1931, lei sobre os Ministros da Coroa (1937), às 
leis sobre o pariato de 1958 e 1963 e todas as leis de reforma constitucional dos últimos 
anos. 
Todas essas leis são importantes, porém não se ligam, porém, sistematicamente as 
mesmas não se qualificam formalmente como constitucionais, nem tão pouco codifica-
las num documento único. 
A sua parte não escrita, irá ser constituída pelos costumes constitucionais não 
acionáveis judicialmente que irá regular a relação entre o parlamento e o gabinete, bem 
como da coroa e do parlamento. Também os direitos fundamentais e o desenvolvimento 
das garantias constitucionais são fundamentais. 
Podemos então dizer que a supremacia da constituição Inglesa resulta da sua função e 
não de postulados e que o Common Law prevalece sobre o Statute Law. 
 
5.3 - «Rule of Law» e os Tribunais 
 
 
A expressão “Rule of Law” quer designar os princípios, as instituições e os processos 
que a tradição e a experiência dos juristas e dos tribunais mostram ser fulcrais para o 
direito dos indivíduos e a sua proteção sob qualquer exercício abusivo de poder. 
Rule of Law se caracteriza como um sistema costumeiro, onde o Parlamento 
desempenha a sua supremacia, mas as leis só se torna em direito (“Law”) quando são 
aplicadas no Tribunal e depois serem interpretadas pelos mesmos e pelos juízes, em 
conformidade com os precedentes judiciais. Basicamente estas origens medievais dão 
origem a uma instituição prática na qual o costume e a autolimitação dos poderes 
contrabalançam com as imperfeições técnicas do sistema. Em suma, mais do que um 
conjunto de normas jurídicas é a convicção social em determinados valores do sistema 
eleitoral, das liberdades de expressão e civis, da harmonia e autolimitação dos poderes. 
 
5.4 - Poder Legislativo - O Parlamento Britânico 
Perentoriamente, o Reino Unido é uma monarquia constitucional, com o poder 
legislativo centrado num governo elegido e o poder executivo centrado num conselho de 
ministros (cabinet) governado pelo primeiro-ministro, cujo poder, embora levado a cabo 
em nome do Rei, presta contas ao Parlamento e, através deste, à Nação. 
O órgão responsável pelo poder legislativo do Reino Unido é o Parlamento, é bicamaral 
e é nele que está todo o poder. É o órgão que pode alterar a Constituição, de fazer leis e 
orientar os ministros que formam o Governo de maneira a conduzir a sua política de 
acordo com a maioria parlamentar. 
Encabeçado pelo Rei, é no parlamento que são elaboradas as leis e essa é imperativa e 
suprema em todos os tribunais, detendo primazia sobre todas as outras fontes de direito. 
O Parlamento é composto pela coroa, formando assim os dois elementos chaves da 
política do Reino Unido, bem como, a Câmara dos Lordes (House of Lords), também 
conhecida por câmara alta e pela Câmara dos Comuns (House of Commons), ou Câmara 
baixa, existindo assim uma espécie de bicameralismo aristocrático. 
O poder legislativo é em grande parte representado por súbditos e eleitos diretamente 
pelo monarca e é o órgão com poderes e prerrogativas das funções legislativas, mas de 
funções executivas governamentais desenvolvendo-se assim um sistema parlamentarista 
com um Gabinete e um Primeiro-Ministro oriundos do sufrágio dos votos populares nas 
eleições. 
É também no parlamento que as ideias e as decisões essenciais são derivadas sem a 
possibilidade de revisão por outro órgão estatal. 
 
 
Assim o parlamento, com a sua supremacia e soberania é talvez o mais importante dos 
princípios constitucionais britânicos. Não há limites formais ao poder do Parlamento. 
É no Parlamento de Westminster, no palácio londrino, também conhecido como casas 
do parlamento (Houses of Parliament) é a sede do parlamento britânico, é onde estão 
instaladas as duas Câmaras do Parlamento do Reino Unido: Câmara dos Lordes e a 
Câmara dos Comuns. 
Há ainda um parlamento adjunto que inclui o Parlamento Escocês, as Assembleias do 
País de Gales e a Assembleia da Irlanda do Norte. 
 
5.5 – A Coroa 
A Coroa corresponde a instituição monárquica, na linguagem continental pelo Estado, é 
o monarca é o chefe de Estado do Reino Unido. 
A medida que o parlamento foi evoluindo o monarca deixou de ter titularidade e 
exercício de certos poderes. Atualmente o monarca Inglês, representada hoje em dia, 
pela rainha D. Isabel II, não tem poder de decisão, podendo apenas sancionar as leis 
votadas no parlamento, nomeia o Governo que resulta da maioria da Câmara dos 
Comuns, os seus atos oficiais têm de ser assinados pelo ministro, ou seja pela referenda 
ministerial, e conserva dois direitos: o direito de ser informado da totalidade dos atos e 
fatos importantes da vida política do país, bem como o direito de aconselhar o governo 
nas suas funções. 
Atualmente, os seus poderes denominados como Prerrogativas Real, podem ser 
aplicados nas diversas áreas. O monarca pode apontar e demitir o Primeiro-ministro e 
Ministros, pode convocar, suspender e dissolver o parlamento, comanda as Forças 
Armadas, pode ratificar e celebrar tratados, pode declarar guerra e paz, pode reconhecer 
Estados entre muitas outras funções. 
O poder executivo é exercido pelo soberano do Governo da sua Majestade em conjunto 
com o Governo Escocês, o Governo do País de Gales e o Executivo da Irlanda do Norte. 
A autoridade executiva do direito constitucional britânico pertence ao monarca e é 
exercida através dos ministros. 
 
5.6 - Câmara dos Lordes 
A Câmara dos Lordes, presidida pelo Lord Chanceler, é um corpo não-eleito e não tem 
um número determinado de membros, atualmente contam com aproximadamente 760 
Lordes. Cabe ao Rei criar os Lordes, que podem ser Lordes Temporais e os Lordes 
Espirituais. Os primeiros, são cargos vitalícios, totalizam 734 lugares no parlamento, 
 
 
são membros da nobreza e possuem hereditariedade e os Lordes Espirituais são os 
Bispos ou outros cargos eclesiásticos da Igreja Anglicana da Inglaterra e constituem 26 
lugares no parlamento, onde 2 são arcebispos e 24 bispos. 
Hoje em dia as suas funções são diminutas, em consequência dos Parliament Acts de 
1911, 1949. Desta forma a Câmara dos Lordes, ou câmara alta ou até mesmo câmara 
vermelha como também é conhecida, tem como papel promover o equilíbrio aos 
projetos legislativos da Câmara dos Comuns, tem também um papel de conselho 
técnico, de retardador, como tribuna política mas não comoórgão do Governo. 
 
5.7 - A Câmara dos Comuns 
E na Câmara dos Comuns (House of Commons) que pertence, atualmente 
preponderância, a supremacia do parlamento. 
Também conhecida por Câmara Baixa, é na Câmara dos Comuns que se manifesta a 
força dos partidos políticos, tem caracter democrático do regime britânico, tem o direito 
de fazer passar leis mesmo indo contra os votos da Câmara dos Lordes, e na Câmara dos 
Lordes que se pode efetivar a responsabilidade política do Gabinete e fazer tombar o 
Ministério. 
Atualmente, com mais de 630 parlamentares, cada um representa uma região do país e 
representa um dos três partidos principais do Reino Unido: O partido Conservador, O 
partido Trabalhista e o Partido Liberal Democrata. É através de eleição que é escolhido 
o primeiro-ministro que através do maior número de votos representa assim o país. 
 
5.8 - Governo Parlamentar Britânico – Poder Executivo 
O Reino Unido é uma monarquia constitucional, com um sistema de governo 
parlamentar. O poder Executivo é realizado pelo Governo de Sua Majestade (Her 
Majesty's Government) bem como com as autoridades nacionais do Governo Escocês, 
Governo do País de Gales e o Executivo da Irlanda do Norte. A autoridade executiva 
pertence teoricamente ao monarca, porém esse poder é exercido através dos Ministros. 
O Governo assume assim um papel de autoridade executiva e assume o centro da vida 
política, onde os Ministros respondem perante ele. Todas as orientações políticas do 
país correspondem com às maiorias (Câmara dos Lords [durante o século XVIII]) e na 
Câmara dos Comuns [desde o século o século XIX]). Atualmente o Governo 
parlamentar da Grã-Bretanha é um sistema em que o Gabinete, (o Governo) provém da 
Câmara dos Comuns. E é na Câmara dos Comuns que o partido da maioria toma poder e 
é este partido que obedece ao Primeiro-Ministro, ao Chefe do Governo e do Gabinete. 
 
 
O Governo é composto por vários cargos, nomeadamente por Senior Ministers e por 
Junior Ministers, sendo os primeiros com funções mais importantes e os outros 
desempenham funções de menor relevo. Todos os Ministros do Governo são membros 
do Parlamento ou constituem a Câmara dos Lordes. 
O Chefe do Governo é o Primeiro-Ministro que também acumula as funções de 
Primeiro Lord do Tesouro (First Lord of the Tresury – superintendente das finanças), 
passando para o Lord Chanceler que presidirá a Câmara dos Lordes e será o Ministro da 
Justiça e o Lord Presidente do Conselho que preside ao Conselho Privado. 
O Primeiro-ministro seleciona alguns Senior Ministers para formar o Gabinete, ou seja, 
um conselho restrito que a sua função será discutir problemas políticos e irá definir a 
orientação do Governo. Será o Gabinete que irá responder tecnicamente, ao Parlamento, 
a Coroa e a Nação pelas políticas gerais do Governo. 
O sistema de governo parlamentar está sempre representado nas reuniões tanto das 
Câmaras dos Lordes, como nas Câmaras dos Comuns e cabe responder às questões que 
lhes são formuladas e debater sobre problemas ou sobre projetos de Lei. Por essa 
mesma razão é que o Governo acaba por ser responsável perante o Parlamento. 
O Conselho Privado de Sua Majestade (Privy Council) são os conselheiros da soberania 
Britânica, foi formado como uma instituição poderosa, mas hoje em dia é basicamente 
protocolar. A maior parte dos seus poderes recai sobre o Gabinete. 
 
5.9 - Primeiro-Ministro 
A própria designação de “Primeiro Ministro” teve origem no século XIX e apenas 
consagrada no século XX por lei, em 1937, no Ministers of the Crown. 
O primeiro-ministro é a cabeça do governo, assume o poder legislativo e lidera o 
Governo de Sua Majestade, como Primeiro Lord do Tesouro (First Lord of the Tresury). 
É a figura principal do governo na Câmara dos Comuns. O mesmo prestará contas no 
Parlamento e representa o monarca nas suas funções. Este seleciona outros ministros, 
formando assim a sua equipa e o seu Governo. O primeiro-ministro é o responsável por 
presidir e coordenar todos os ministérios e todos os cargos executivos, cabe também a 
ele desenvolver a sua política de governo e reportar à coroa. O Primeiro-ministro é o 
principal ministro do Gabinete e o líder do Governo Britânico e é de facto o líder do 
Governo Britânico. 
 
5.10 - Gabinete do Reino Unido 
 
 
O Gabinete do Reino Unido (Cabinet of the United Kingdom) é o conselho de ministros, 
constituído pelo Primeiro-ministro e outros 22 ministros escolhidos por ele. 
Os Ministros da Coroa (Ministers of the Crown), são escolhidos pelo Primeiro-ministro, 
fazendo parte dos membros do Parlamento. 
Semanalmente, durante o Parlamento, os membros do Gabinete (Secretários de Estado 
de todos os departamentos e alguns ministros) reúnem-se para debater as questões mais 
importantes para o governo. 
De acordo com o sistema de Westminster, o Gabinete é o mais alto conselho 
administrativo do país, todavia o seu poder têm declinado nas últimas décadas, sendo 
substituído muitas vezes pelo chamado "governo do primeiro-ministro" (Prime 
Ministerial Government). 
 
5.11 - Outros Cargos Políticos 
Os ministros são: o primeiro-ministro, mais 22 ministros de gabinete e mais 98 outros 
ministros, totalizando 121 ministros (Ver Anexo nº 1). 
Os ministros são escolhidos pelo primeiro-ministro dos membros da Câmara dos 
Comuns e da Câmara dos Lordes. Eles são responsáveis pelas ações, sucessos e 
fracassos de seus departamentos. 
Existe vinte e cinco departamentos do Governo (Ministerial Departments), 
determinados departamentos, tal como o Ministério da Defesa, cobrem todo o Reino 
Unido, outros não, principalmente quando se trata de assuntos do Governo da Escócia, 
País de Gales e Irlanda do Norte. Existe também vinte departamentos não-ministerial, 
que não são governados por ministros, mas sim chefiados por funcionários públicos 
seniores, têm principalmente a função reguladora ou de inspeção. Contabiliza-se 
também mais de trezentas Agências, que vão fazer parte dos departamentos do governo 
que irão fornecer serviços governamentais em vez de decisões politicas. E por último os 
Órgãos Públicos, que têm variados graus de independência, mas são diretamente 
responsáveis perante os ministros. Existem 4 tipos de organismos públicos não 
departamentais (NDPBs): Os NDPBs executivos desempenham funções para o governo 
em áreas específicas; Os NDPB consultivos fornecem consultoria independente e 
especializada aos ministros; Os NDPBs do Tribunal são parte integrante do sistema de 
justiça e têm jurisdição sobre uma área específica da lei; Conselhos independentes de 
monitoramento que são responsáveis pela parte das prisões e prisioneiros. 
 
5.12 - Os Partidos Políticos 
 
 
Os partidos políticos do Reino Unido são peça fundamental do sistema constitucional 
Britânico. No Parlamento os mesmos estão divididos em dois blocos, o partido que está 
em funções no governo e a oposição. O Governo é assim governado por um sistema 
bipartidário 
Os principais partidos políticos são os Tories que originaram o Partido Conservador e 
Unionista (Conservative and Unionist Party fundado em 1678 com o Partido Tory), 
centro direito, e o Partido Trabalhista (Labour Party), que é um partido social-
democrata de centro esquerda, surgiu no final do século XIX, havendo mesmo assim 
uma forte atuação do Partido Liberal Democrata, que foi um dos grandes partidos 
políticos britânicos, na metade do século XIX até 1920, sendo assim a terceira força 
política mais relevante do país, adotando o liberalismo social. Também há outros 
partidos regionais da Escócia e da Irlanda do Norte. 
 
5.13 - O Sistema Bipartidário 
As forças políticas predominantes são os Partidos Conservador e o Trabalhista. Os 
ingleses reagiram ao aparecimento de um novo partido, e assim o Partido Liberal 
Democrata ficou reduzido a um número insignificante de parlamentares. 
Assim passamos a ter um partido bipartidário, onde os ciclosterritoriais (constituencies) 
são pequenos elegendo assim apenas um deputado por círculo, fazendo assim com que 
os votos se dividam e sejam muito utilizadas as técnicas do voto útil. 
O partido que alcançar a maioria nas eleições tem um mandato de cinco anos, salvo 
dissolução do mesmo por proposta ao Rei. O presidente/secretário-geral do partido 
vencedor das eleições irá assumir a função de chefe de governo e do Gabinete. 
 
 
 
 
6 - ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA E SISTEMAS DE RECURSOS 
Geralmente, todos os julgamentos devem ser realizados publicamente, os civis e os 
criminais, que em inglês são designados Open Court. Todavia, há circunstâncias que 
não é possível essa situação dando origem ao tribunal ter que se reunir in Câmera, isto 
é, sem a presença de público e da imprensa. 
Atualmente os tribunais só podem ser criados por Ato do Parlamento e podem ser 
classificados de tribunais superiores (superior courts) e tribunais inferiores (inferior 
courts). 
 
6.1 - Os Tribunais Superiores 
Os tribunais superiores são o Supreme Court of the United Kingdom e os Senior Courts 
of England and Wales. São tribunais de recurso, mas também decidem em primeira 
instância e as suas decisões são sempre vinculativas. 
 
6.1.1 – Supreme Court of the United Kingdom 
O Supreme Court of the United Kingdom (A Suprema Corte) é o tribunal de última 
instância de recurso de decisões proferidas, por todos os tribunais do Reino Unido para 
casos civis e para casos criminais da Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte. Ele 
trata de casos de grande importância pública ou constitucional de interesse para toda a 
população. 
 
6.1.2 - Senior Courts of England and Wales 
Os Senior Courts of England and Wales, foram criados pelos Judicature Acts como o 
"Supreme Court of Judicature" e caracteriza-se com os seguintes tribunais: 
 
 Court of Appeal – é o Tribunal de Recurso com divisão civil e criminal (formalmente 
o Tribunal de Apelação de Sua Majestade na Inglaterra); 
 
 
 Hight Court of Justice – é o Supremo Tribunal de Justiça (Supremo Tribunal, 
formalmente Alta Corte de Justiça de Sua Majestade na Inglaterra), é responsável pelos 
casos de tribunais criminais, civis e familiares e tribunais na Inglaterra e no País de 
Gales; 
 
 
 Crown Court – o Tribunal da Coroa lida com casos criminais graves, como, 
assassinato, violações, roubo, também lida com casos de apelo contra a condenação ou 
sentença de um tribunal de magistrados casos passados de um tribunal de magistrados 
para julgamento ou sentença. 
 
6.2 - Os Tribunais Inferiores 
 
 
Os Tribunais Inferiores são tribunais de primeira instância e são tratados os assuntos de 
menor importância, nas áreas civis e criminais e as suas decisões não constituem 
precedentes vinculativos. 
São três os Tribunais Inferiores: County Court, os Magistrate’s Court e os Family 
Court. 
 
6.2.1 - County Court 
O County Court é um tribunal nacional com jurisdição puramente civil, disperso na 
Inglaterra e no País de Gales em 92 cidades diferentes. Foi só a partir de 2014 que 
houve um único tribunal de comarca para a Inglaterra e País de Gales, uma vez que 
anteriormente havia uma série deles. 
Uma audiência do Tribunal de Comarca é presidida por um juiz de distrito ou de 
circuito e, exceto em uma pequena minoria de casos como ações civis contra a polícia, o 
juiz senta sozinho como juiz de fato e lei sem ajuda de um júri. 
Os casos de divórcio eram presididos nos tribunais de comarca, porém depois de 2014 
passaram para o único Tribunal de Família. 
Até à centralização em 2014, os tribunais de comarca eram tribunais locais no sentido 
de que cada um tem uma área sobre a qual certos tipos de jurisdição. 
 
6.2.2 - Magistrate’s Court - Tribunais de Magistrados e de Jovens 
Os Magistrate’s Court é o tribunal onde iniciam todos os processos penais, estes vão ser 
presididos por uma bancada de magistrados leigos (juízes da paz), ou por um juiz 
distrital profissional. 
Os tribunais de jovens são idênticos aos tribunais de magistrados para adultos, mas 
lidam com os infratores com idade entre dez e dezassete anos inclusive e são presididos 
por um subgrupo de magistrados adultos experientes ou um juiz distrital, este tribunal 
não estão abertos ao público para observação, apenas as partes envolvidas em um caso a 
ser admitido. 
 
6.2.3 - Family Court - Tribunal de Família 
O Family Court é um tribunal nacional e tem jurisdição para resolver todos os casos de 
Família na Inglaterra e no País de Gales. As fronteiras jurisdicionais locais deixaram de 
existir, permanecendo apenas uma única jurisdição para todos os processos familiares. 
 
 
 
 
 
7 – FONTES DE DIREITO 
As principais fontes de direito do Common Law Inglês vão ser então o precedente 
judicial e a legislação. 
O Precedente judicial vai compreender o Direito Comum e a Equity (Equidade). 
E no que diz respeito à legislação ela irá compreender as leis promulgadas pelo 
Parlamento ou aquelas que obtiveram a sua autorização, que podem ser os estatutos 
(Atos do Parlamento), ou as leis subordinadas que são os instrumentos estatucionais 
(Regulamentos e Ordens Estatucionais), que são as ordens, regulamentos, normas 
elaborados pelos Ministros da Coroa ou as leis secundárias elaboradas pela 
Administração Locais ou por autoridades com poderes conferidos pelo Parlamento. 
No Direito Inglês não existe um código de leis, existe sim um conjunto de inúmeros 
Atos do Parlamento (mais de 3.000 Atos) e milhares de instrumentos estatucionais e 
regulamentos e ordens estatucionais (mais de 300.000 casos relatados). 
 
7.1 - Common Law - O Direito Comum 
O Direito consuetudinário da Inglaterra teve uma grande evolução a partir de normas e 
práticas espontaneamente observadas, criadas e formalizadas por decisões superiores 
(juízes) que enunciavam em julgamento e assim começou-se a fazer a distinção das leis 
locais, leis particulares, leis especiais, tal como no Direito Canônico vindo de Roma, ou 
do direito mercantil. 
No primeiro período do Direito Inglês, no período anglo-saxão eram aplicados nos 
tribunais, os costumes locais. No segundo período, após a conquista da normanda, os 
juízes do Rei gradualmente fundiram os costumes locais num só corpo de princípios 
gerais que aplicavam nos condados e nas reuniões em Londres para julgarem as 
questões nas cortes reais, por motivos de coerência os juízes depositavam muita 
confiança nos julgamentos e sentenças anteriores de casos semelhantes e foi essa prática 
que deu origem à doutrina do precedente judicial, sob a qual todo o direito inglês é 
baseado, com exceção do direito escrito. 
No início as informações eram transmitidas pessoalmente pelos juízes, mas depois do 
século XIII a informação começou a circular com as decisões dos magistrados tanto nos 
tribunais de circuito como nos tribunais reais, bem como os argumentos dos advogados, 
os pleaders que defendiam as causas nos tribunais, os barristers. Essas decisões eram 
então publicadas em anuários, os relatórios jurídicos (Law Reports) que existem há mais 
de quatrocentos anos. 
 
 
As ações nos tribunais de lei comum tinham início pelos writs, ou seja, pelos mandatos 
do Tribunal do Lord Chanceler. O writ, que logo se desenvolveu para uma ordem real, 
onde enunciava de que uma alegada injustiça fosse reparada e de modo a que fosse 
instaurado um inquérito a fim de apurar a veracidade da queixa. 
O enquadramento da lei na estrutura do sistema do writ atuou como um freio na 
evolução do direito comum, até porque os tribunais de direito comum haviam firmado 
seu direito de declarar qualquer decisão judicial que não fosse contrária Às normas 
legais e assim o direito comum deixou de acompanhar o ritmo dos tempos e no século 
XV surgiu um sistema complementar. 
 
7.2 - Equity – Equidade 
No Direito Inglês havia imperfeições peculiares na lei comum, uma vez que ela não 
cobria todo o campo dasobrigações e no que diz respeito à administração que a mesma 
não tinha meios de extrair a verdade dos litigantes (uma vez que confiava em 
documentos e não ouviam as partes em litígio), os seus julgamentos também não eram 
capazes de ser adaptados a circunstâncias especiais, ocorrendo ineficácia no processo 
jurídico. Assim surge a Equity para colmatar e remediar esses defeitos do sistema. 
Assim as pessoas que tinham sido julgadas e que não estavam satisfeitas com a decisão 
do tribunal de direito comum tinham permissão de encaminhar uma petição ao Rei ou 
ao Conselho. Essas petições eram despachadas pelo Chanceler, que era o zelador da 
consciência do Rei (Keeper of the King’s Conscience), que era também a autoridade 
máxima, também o encarregado da expedição dos writs. No início o Chanceler fazia as 
suas recomendações ao Conselho porém começou também a tomar as decisão pro 
iniciativa própria e atualmente as petições são apresentadas diretamente nos Tribunais 
do Lord Chanceler e não ao Soberano. 
O Tribunal do Lord Chanceler exerceu uma jurisdição suprema impedindo que os 
processos dos Tribunais Direito Comum se tornassem instrumentos de opressão, 
proporcionou então instrumentos para obtenção de justiça. Tal instrumento foi a medida 
da diferença da equidade e do direito comum, assim nenhum Chanceler pôs em causa o 
direito dos juízes de direito comum de aplicar a lei e o Tribunal do Lord Chanceler 
adotou a prática do direito comum de confiar no processo da analogia legal, sustentando 
sempre a máxima de que a equidade segue a lei. Assim no século XVII a equidade 
tornou-se num corpo de doutrina legal tão forte como o direito comum e os dois 
sistemas cresceram com tantos pontos de semelhança. No século XIX, as normas da 
 
 
equidade tornaram-se complicadas sendo necessário devidas reformas e em 1873 e 1875 
a Suprema Corte das Leis de Judicatura reorganizou os tribunais e ordenou que todos 
deviam de usar e aplicar tanto o direito comum como a equidade. Assim a lei de 1873 
estipulou que quando as disposições do direito comum entrassem em conflito com a 
equidade, a equidade deveria de prevalecer. 
 
7.3 - Statute Law / Written Law - Lei Escrita 
As primeiras leis promulgadas em Inglaterra foram as ordenações da Curia Regis (o Rei 
e o seu Conselho) e apenas no século XIII a elaboração das leis eram feitas pelo 
Parlamento e somente no século XVI que as leis legislativas tomaram a forma de lei que 
se apresentam nos dias de hoje. 
As leis na Inglaterra também não têm a mesma relevância que possui nos sistemas 
romano-germânicos. A visão inglesa é de que a lei é um meio relativamente anormal de 
produção do Direito. 
O direito escrito na Inglaterra era diminuto e alterou-se em 1832, com a Lei da Reforma 
e a partir do século XX o direito escrito aumentou consideravelmente e atualmente não 
há um único aspeto da vida pública que não esteja afetado pelo direito escrito. 
 Assim, o Parlamento surge como órgão soberano e supremo na elaboração legislativa 
no Reino Unido e as suas Leis são obrigatórias em todos os Tribunais, gozando de 
precedência sobre todas as outras fontes de direito, pois embora os princípios de direito 
natural sempre ocuparam uma importância na constituição britânica, estes jamais foram 
definidos ou codificados sob a forma de direitos assegurados, assim uma sentença não 
pode revogar um preceito constante de um Ato do Parlamento (Act of Parliament). 
 
 
 
 
 
8 – O ENSINO DO DIREITO E AS PROFISSÕES JURIDICAS 
Para administrar e fazer as leis funcionarem é então necessário a cooperação de pessoas 
e requer o devido profissionalismo que é necessário para a prática das profissões 
jurídicas. Para tal é necessário que o exercício das profissões jurídicas seja iniciado com 
o seu estudo das estruturas judiciárias e ao ensino e da profissão jurídica. 
O Ensino do Direito na Inglaterra apresenta uma característica particular. Para além das 
Universidades de Cambridge, Oxford e Manchester, existe também a Universidade de 
Londres. Esta é a mais moderna, mas todas elas conferem diplomas correspondentes ao 
grau de bacharel e de doutor em Direito. Os estudantes que se destinam às carreiras 
jurídicas passam pelo “Inns of Court”, onde estudam, sobretudo, a Common Law e a 
prática do foro, para que possam tornar-se barristers. 
 
8.1 - Barristers 
Os Barristers, conhecidos coletivamente como Ordem dos Advogados (bar) tem como 
função dar consultas sobre problemas legais que os solicitadores apresentam e 
patrocinar as suas causas no tribunal. 
Nos Tribunais Superiores, a advocacia só pode ser exercida pelos mesmos, porém nos 
tribunais distritais, tribunais de magistrados e em algumas sessões trimestrais os 
solicitadores também desempenham este trabalho. 
Assim a profissão de barrister tem uma série de particularidades, eles não pode fazer 
um contrato obrigatório de honorários, também não pode mover uma ação judicial para 
recuperar esses honorários, por outro lado não podem ser processados por negligência 
num determinado processo de um cliente em tribunal. 
Todavia, os barristers dependem dos solicitadores para quase todo o seu trabalho. 
Torna-se barristers na Inglaterra o estudante que se inscreva numa das quatro Escolas de 
Direito (Inn) acima citadas e permanecer durante oito períodos escolares que cobrem 
mais ou menos dois anos e serem aprovados no exame jurídico fixado no Conselho de 
Educação Legal (é um órgão nomeado e sujeito ao controlo do senado das quatro 
Universidades). Posterior a essa fase o estudante poderá ser chamado para a Ordem dos 
Advogados, mas não terá autorização para exercer a advocacia sem antes ter cumprido 
outros quatro períodos de estudo adicional. Para além desses quatro períodos, o 
estudante terá de completar outro período de seis meses de pupilagem orientando por 
 
 
outro barrister em exercício cujo tempo de prática profissional seja de pelo menos cinco 
anos. 
É assim exigido aos futuros barristers um nível de educação exigente. 
 
 
8.2 - Solicitors - Solicitadores 
A sua função é a de tratar de assuntos legais para uma pessoa específica (o cliente). Irá 
tratar qual a direção preliminar do litígio e dos assuntos não-litigiosos. 
Assuntos não litigiosos poderão ser a transferência de propriedades, elaboração de 
testamentos, conselhos legais sobre negócios financeiros, comerciais e industriais 
públicos. 
Ao contrário dos barristers, o solicitador trabalha em base estritamente comercial. Os 
seus honorários são de acordo com o estipulado com o cliente podendo então este 
recorrer aos tribunais para fins de indemnizações ou reparações. O solicitador para além 
disso também está sujeito a indemnizar o seu cliente pelas consequências de não ter 
defendido bem a causa do seu cliente que lhe foi confiada. 
Na Inglaterra e no País de Gales o solicitar tem de ser considerado apto pelo comité da 
Law Society e depois ser aceite, mediante um estágio por um período de três a cinco 
anos de atividade profissional. Após a admissão o solicitador pode vir a ser sócio de 
uma empresa e de obter um cargo remunerado de assistente ou poderá ingressar no 
departamento jurídico de uma repartição do governo central ou noutra grande 
organização que empregue profissionais jurídicos. 
Tradicionalmente os solicitadores são funcionários em Tribunais e estão sujeito à 
disciplina direta dos juízes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O presente relatório procurou abordar o Common Law, o Direito Inglês sob algumas 
perspetivas, primeiramente na forma dos sistemas jurídicos, para percebermos que tipo 
de família estávamos a falar e que outras famílias jurídicas existem. 
Posteriormente abordámos o tema da formação e do período histórico do Common Law, 
pois é impossível falarmos de Common Law e não estudar a história do Direito Inglês, 
os desenvolvimentos e a luta pela instituição deum Estado fundado na ideia 
constitucionalista de Estado de Direito, voltado para o bem-estar social e absoluto 
respeito aos direitos e garantias individuais. 
Por outro lado o Constitucionalismo Britânico, construído ao longo de seiscentos anos, 
não pela mão de um só legislador, ou até mesmo por um pensador. Foi a consolidação 
de mais de trezentos anos de História e de processos na Inglaterra. Processos lentos e de 
continuidade que transformou as instituições de Estado em instituições voltadas a 
proteção dos direitos dos cidadãos. 
Conquistas tão fortes e tão presentes e tão afirmadas que torna-se um 
constitucionalismo claro que dispensa a existência de um documento escrito, onde 
descrevessem aos ingleses termos de um acordo que para eles apresenta-se tão óbvio. 
O Constitucionalismo na Inglaterra, diferentemente de alguns países, não se consolidou 
por meras concessões da classe política e por uma elite de intelectuais. Consolidou-se 
pela sua História, pela conquista social. 
É de salientar também que o Direito Inglês caminha cada vez mais para regulamentação 
de matérias sensíveis à administração pública e a questões pertinentes da modernidade. 
São assim importantes e úteis os ensinamentos do direito comparado, quando se trata de 
um sistema jurídico tão antigo e testado historicamente na solução dos conflitos 
jurídicos, como é o Direito Inglês. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 CARVALHO, Ana Sofia, e outro - As fontes de direito nas famílias jurídicas de 
civil law e de common law, Revista Jurídica da Universidade de Santiago, 
Assomada, 2014 
 
 CARVALHO, Jorge Morais; ALMEIDA, Carlos Ferreira de – Introdução ao 
Direito Comparado, Coimbra: Edições Almedina, 2017 
 
 ESPÍRITO SANTO, João - O sistema "societário" inglês / João Espírito Santo, 
Direito das Sociedades em Revista, Coimbra, 2015 
 
 NOBLET, Albert - A Democracia Inglesa : prémio Will Gordon / Albert Noblet; 
tradução de Fernando de Miranda.- 1.ed. - Coimbra: Coimbra Editora, 1963 
 
 MIRANDA, Jorge - Manual de Direito Constitucional, Jorge Miranda.- 10ª ed. - 
Coimbra : Coimbra Editora, 2014 
 
 REINO UNIDO. Central Office of Information - O sistema legal inglês, 
Serviços Britânicos de Informação. - London : Central Office of Information, 
1969 
 
 VICENTE, Dário Moura – Direito Comparado, Lisboa: Edições Almedina, 3ª 
Ed., Vol I, 2014 
 
Link Internet: 
 http://ae.fd.unl.pt/index.php/component/jdownloads/send/14-sistemas-juridicos-
comparados/48-sebenta-de-sistemas-juridicos-
comparados?option=com_jdownloads (Consultado em Abril e Maio de 2018) 
 https://archivos.juridicas.unam.mx/www/bjv/libros/10/4631/5.pdf (Consultado 
em Abril e Maio de 2018) 
 https://www.portaldeperiodicos.idp.edu.br/direitopublico/article/view/2737/1307 
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Common_law (Consultado em Abril e Maio de 
2018) 
 
 
 http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=c79d3508e2dc8fe8 (Consultado em 
Abril e Maio de 2018) 
 http://seer.ufrgs.br/index.php/revfacdir/article/download/71066/40330 
(Consultado em Abril e Maio de 2018) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO Nº 1 –CARGOS POLÍTICOS 
CABINET MINISTERS 
 Prime Minister, First Lord of the 
Treasury, Minister for the Civil Service 
 Chancellor of the Duchy of Lancaster, 
Minister for the Cabinet Office 
 Chancellor of the Exchequer 
 Secretary of State for the Home 
Department 
 Secretary of State for Foreign and 
Commonwealth Affairs 
 Secretary of State for Exiting the 
European Union 
 Secretary of State for Defence 
 Lord Chancellor and Secretary of State 
for Justice 
 Secretary of State for Health and Social 
Care 
 Secretary of State for Business, Energy 
and Industrial Strategy 
 Secretary of State for Housing, 
Communities and Local Government 
 Secretary of State for International 
Trade and President of the Board of 
Trade 
 Secretary of State for Education 
 Secretary of State for Environment, 
Food and Rural Affairs 
 Secretary of State for Transport 
 Secretary of State for Work and 
Pensions 
 Leader of the House of Lords, Lord 
Privy Seal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Secretary of State for Scotland 
 Secretary of State for Wales 
 Secretary of State for Northern Ireland 
 Secretary of State for International 
Development, Minister for Women and 
Equalities 
 Secretary of State for Digital, Culture, 
Media and Sport 
 Minister without PortfolioUnpaid 
 Also attends Cabinet 
 Chief Secretary to the Treasury 
 Leader of the House of Commons, Lord 
President of the Council 
 Parliamentary Secretary to the Treasury 
(Chief Whip) 
 Attorney General 
 Minister of State for Energy and Clean 
Growth 
 Minister of State for Immigration 
 Ministers by department 
 Cabinet Office 
 Prime Minister, First Lord of the 
Treasury, Minister for the Civil Service 
 Minister for the Cabinet Office, 
Chancellor of the Duchy of Lancaster 
 Minister without PortfolioUnpaid 
 Parliamentary Secretary (Minister for 
Implementation) 
 Parliamentary Secretary (Minister for 
the Constitution) 
 
 
 Direito Comparado – 1º Ano – 2º Semestre | Docente: Prof. Doutor Pedro Trovão do Rosário | Discente: Vanessa Veloso, nº 30001524 
A FAMÍLIA DE DIREITO DA COMMON LAW – DIREITO INGLÊS 
___________________________________ 
HM Treasury 
 Chancellor of the Exchequer 
 Chief Secretary to the Treasury 
 Financial Secretary to the Treasury 
 Exchequer Secretary to the TreasuryPaid as a Parliamentary Secretary 
 Economic Secretary to the TreasuryPaid as a Parliamentary Secretary 
________________________________________ 
Home Office 
 Secretary of State for the Home Department 
 Minister of State for Immigration 
 Minister of State for Security and Economic Crime 
 Minister of State for Policing and the Fire Service 
 Minister of State for Countering Extremism 
 Parliamentary Under Secretary of State for Crime, Safeguarding and Vulnerability 
________________________________________ 
Foreign & Commonwealth Office 
 Secretary of State for Foreign and Commonwealth Affairs 
 Minister of State for Europe and the Americas at the Foreign & Commonwealth Office 
 Minister of State for the Middle East at the Foreign & Commonwealth Office 
 Minister of State for the Commonwealth and the UN at the Foreign & Commonwealth 
Office 
 Minister of State for Asia and the Pacific at the Foreign & Commonwealth 
OfficeUnpaid 
 Minister of State for Africa at the Foreign & Commonwealth Office 
________________________________________ 
Department for Exiting the European Union 
 Secretary of State for Exiting the European Union 
 Minister of State 
 3 Parliamentary Under Secretary of State 
________________________________________ 
Ministry of Defence 
 Secretary of State for Defence 
 Minister of State for DefenceUnpaid 
 Minister of State for the Armed Forces 
 Parliamentary Under Secretary of State and Minister for Defence People and Veterans 
 Minister for Defence Procurement 
________________________________________ 
 
 
 
 
 Direito Comparado – 1º Ano – 2º Semestre | Docente: Prof. Doutor Pedro Trovão do Rosário | Discente: Vanessa Veloso, nº 30001524 
A FAMÍLIA DE DIREITO DA COMMON LAW – DIREITO INGLÊS 
 
Ministry of Justice 
 Lord Chancellor and Secretary of State for Justice 
 Minister of State 
 Parliamentary Under Secretary of State for Youth Justice, Victims, Female Offenders 
and Offender Health 
 Parliamentary Under Secretary of State 
 HM Advocate General for Scotland and MoJ spokesperson for the Lords 
________________________________________ 
Department of Health & Social Care 
 Secretary of State for Health and Social Care 
 Minister of State for Health 
 Minister of State for Care 
 Parliamentary Under Secretary of State for Mental Health and Inequalities 
 Parliamentary Under Secretary of State for Public Health and Primary Care 
 Parliamentary

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