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TUBERCULOSE: A tuberculose é uma doença infectocontagiosa que atinge principalmente o pulmão, com maior predomínio nos indivíduos economicamente ativos (15 a 54 anos) e do gênero masculino (BRASIL, 2008). Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/MS), no Brasil são notificados anualmente 85 mil casos novos da doença, correspondendo a um coeficiente de incidência de 47/100.000 habitantes, sendo verificados cerca de 6 mil óbitos por ano em decorrência da tuberculose (BRASIL, 2002). O agente etiológico da tuberculose é o Mycobacterium tuberculosis, também denominado de bacilo de Koch (BK), que se propaga pelo ar, por meio de gotículas contendo os bacilos expelidos pelo doente com tuberculose pulmonar ao tossir, espirrar ou falar em voz alta. Quando a pessoa sadia inala as gotículas contendo os bacilos, o sistema imunológico geralmente intervém, impedindo a multiplicação dos bacilos e o desenvolvimento da doença. As pessoas são consideradas infectadas, mas não estão doentes e não transmitem o bacilo (BRASIL, 2002). Uma vez infectada, a pessoa pode desenvolver a doença em qualquer momento de sua vida, quando o sistema imune não puder mais manter os bacilos “sob controle”. De acordo com o Ministério da Saúde (2002; 2008), apenas cerca de 10% das pessoas infectadas adoecem, metade delas durante os dois primeiros anos após a infecção e a outra metade ao longo de sua vida. Em 5% dos indivíduos infectados, ocorre a implantação dos bacilos no parênquima pulmonar ou nos linfonodos, iniciando-se o processo de multiplicação dos BK, o que origina o quadro da tuberculose (BRASIL, 2008). A transmissão do bacilo de Koch é plena quando o indivíduo infectado estiver doente, eliminando bacilos, e não tiver iniciado o tratamento. Com o início do esquema terapêutico recomendado, a transmissibilidade é reduzida, gradativamente, em 2 semanas (BRASIL, 2008). Os principais sintomas da tuberculose são a tosse com expectoração por três semanas ou mais, a falta de apetite e o emagrecimento, a dispneia, a astenia, a dor torácica, a sudorese noturna e a febre. A sintomatologia que mais chama a atenção, na maioria dos casos, é a febre, habitualmente moderada, persistente por mais de 15 dias e, frequentemente, vespertina (BRASIL, 2008; 2010). O histórico de contato, intradomiciliar ou não, com uma pessoa com tuberculose e a apresentação dos sinais e sintomas sugestivos da doença são os principais indícios para a investigação da enfermidade. O diagnóstico da doença é feito por meio do exame clínico, baseado na sintomatologia e na história epidemiológica, e da baciloscopia direta do escarro, indicada para os sintomáticos respiratórios (indivíduos com tosse com expectoração há três semanas ou mais) e contatos de doentes com tuberculose. A cultura do Bacilo de Koch é outro método indicado para o diagnóstico de pessoas suspeitas de tuberculose pulmonar com baciloscopia repetidamente negativa e para o diagnóstico de formas extrapulmonares da doença (BRASIL, 2002; 2008; 2010). O exame radiológico (raios X) é um método auxiliar para o diagnóstico da tuberculose que permite avaliar as lesões e a evolução clínica do doente. A prova tuberculínica (PT) também é um método auxiliar para o diagnóstico da doença, sobretudo da infecção latente (BRASIL, 2002; 2008; 2010). A partir da confirmação do diagnóstico da tuberculose, os profissionais de saúde devem notificar o caso à Vigilância Epidemiológica do município, por se tratar de uma doença de notificação compulsória. Apesar de ser uma doença grave, a tuberculose é curável em praticamente 100% dos casos novos (BRASIL, 2002; 2008; 2010). O tratamento dos bacilíferos é a atividade prioritária para o controle da tuberculose, permitindo anular rapidamente as maiores fontes de transmissão. Poucos dias após o início da quimioterapia correta (15 dias) e havendo melhora clínica, os bacilos praticamente perdem seu poder infectante e o paciente pode ser considerado não infectante (BRASIL, 2002; 2008; 2010). O tratamento dos casos novos de tuberculose pulmonar com baciloscopia positiva pode ser iniciado por um profissional capacitado, com prescrição médica prévia, na Unidade de Saúde mais próxima à residência do doente. A hospitalização é indicada somente nos casos graves ou nos casos de maior probabilidade de abandono do tratamento (BRASIL, 2008; 2010). O esquema de tratamento da tuberculose diferencia-se de acordo com a evolução e o tipo de tuberculose, conforme apresentado no quadro 1. Quadro 1. Esquemas preconizados segundo situação de tratamento do paciente e unidades de atendimento. Situação Esquema Indicado Local deRealização Caso Novo Esquema Básico Atenção Básica Com tratamento anterior: recidiva após cura retorno após abandono Esquema Básico até resultado de cultura Atenção Básica → Referência Terciária Tratamentos Especiais: Hepatopatias, HIV/AIDS, imunossupressores, grandes efeitos colaterais medicamenoso Esquemas especiais ReferênciaSecundária Tuberculose Meningoencefálica Esquema para meningoencefalite Referência Terciária inicialmente Falência por multiressistência ao tratamento antituberculose Esquemas especiais para multirresistências Referência Terciária Fonte. BRASIL. Ministério da Saúde; 2010. Em 2009, o sistema de tratamento da tuberculose no Brasil foi revisado pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose, juntamente com o seu Comitê Técnico Assessor. Em função do aumento da resistência primária à isoniazida (de 4,4 para 6,0%), o Etambutol foi introduzido como quarto fármaco na fase intensiva de tratamento (dois primeiros meses) do Esquema Básico (BRASIL, 2010). Atualmente, utiliza-se o Esquema Básico, com Rifampicina (R), Isoniazida (H), Pirazinamida (Z) e Etambutol (E), via oral, em regime diário, sob supervisão de um profissional de saúde durante seis meses para o tratamento de casos novos (2RHZE/4RH). Para todos os casos de retratamento, serão solicitados cultura, identificação e teste de sensibilidade, iniciando-se o tratamento com o Esquema Básico até o resultado desses. Os casos que evoluem para falência do tratamento devem ser criteriosamente avaliados quanto ao histórico terapêutico, à adesão aos tratamentos anteriores e à comprovação de resistência aos medicamentos. Esses casos receberão o Esquema Padronizado para Multirresistência ou Esquemas Especiais individualizados (BRASIL, 2010). A prevenção da disseminação da doença deve ser realizada por meio da investigação e do acompanhamento dos contatos dos doentes, especialmente os intradomiciliares, com a identificação dos sintomáticos respiratórios. As ações de diagnóstico e tratamento precoces e a busca ativa de bacilíferos na população de sintomáticos respiratórios e nos contatos dos doentes são as principais estratégias para reduzir a transmissão do bacilo da tuberculose. A investigação da vacinação contra tuberculose, pela vacina BCG, também é uma importante estratégia para evitar a disseminação da doença (BRASIL, 2002; 2008; 2010). A educação em saúde constitui um forte recurso para a prevenção da disseminação da tuberculose, que deve ser amplamente empregada pelos profissionais de saúde e, especialmente, pelo enfermeiro. O desconhecimento da população leva à discriminação do doente nos âmbitos familiar e profissional. No entanto, programas mais efetivos para o controle da tuberculose ainda são necessários, assim como melhorias nas condições de vida e de saneamento básico, medidas simples que poderiam auxiliar na redução dos casos da doença no Brasil e no mundo (BRASIL, 2002; 2008; 2010). Diagnóstico da tuberculose O diagnóstico da tuberculose é definido, geralmente, por meio do exame clínico feito pelo profissional de saúde e da baciloscopia direta do escarro. No Brasil, a técnica mais utilizada para a baciloscopia do indivíduo com suspeita de tuberculose (com tosse e expectoração há 3 semanas ou mais) é a pesquisa do bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) pelo método de Ziehl-Nielsen (BRASIL, 2002; 2008; 2010). A prova tuberculínica (PT),método auxiliar para o diagnóstico da tuberculose, consiste na inoculação intradérmica de um derivado proteico do M. tuberculosis para medir a resposta imune celular a estes antígenos. No Brasil, a tuberculina utilizada é o PPD RT23, por isso a denominação teste de PPD para a prova tuberculínica. Quando reatora, isoladamente, a PT indica apenas a presença de infecção e não é suficiente para o diagnóstico da doença. Reações falso-positivas da PT podem ocorrer em indivíduos infectados por outras micobactérias ou vacinados pelo BCG, sobretudo se vacinados (ou re-vacinados) após o primeiro ano de vida (BRASIL, 2002; 2008; 2010). Indicações bibliográficas: · BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual técnico para o controle da tuberculose: cadernos de atenção básica. 6. ed. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2002. · BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 7. ed. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2008. · BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2010. Exercício 1: Questão 1. Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/MS), no Brasil são notificados anualmente 85 mil casos novos da doença, correspondendo a um coeficiente de incidência de 47/100.000 habitantes, sendo verificados cerca de 6 mil óbitos por ano em decorrência da tuberculose (BRASIL, 2002). Sobre a tuberculose, leia as afirmativas abaixo e depois assinale a alternativa correta: I. A tuberculose é uma doença infectocontagiosa que atinge principalmente o pulmão, com maior predomínio nos indivíduos economicamente ativos (15 a 54 anos) e do gênero masculino. II. O agente etiológico da tuberculose é o Mycobacterium tuberculosis, também denominado de parasitose de Koch (BK) III. O agente etiológico da tuberculose se propaga pelo ar, por meio de gotículas contendo os bacilos expelidos pelo doente com tuberculose pulmonar ao tossir, espirrar ou falar em voz alta. A) I, III B) I, II, III C) II, III D) III E) I, II O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A) Comentários: A) Exercício 2: De acordo com os esquemas preconizados para o tratamento de pacientes com tuberculose, segundo a situação de tratamento do paciente e unidades de atendimento, leia as afirmativas abaixo e depois assinale a alternativa correta: I. Nos casos novos de tuberculose o esquema indicado é o esquema básico II. Nos casos de pacientes com tratamento para tuberculose anterior e recidiva após cura, deverá manter o esquema básico até o resultado da cultura do escarro. III. Nos casos de pacientes com tratamento para tuberculose anterior e retorno após abandono deste tratamento, deverá iniciar o esquema básico, independente do resultado da cultura de escarro e tempo de terapia medicamentosa. A) I, III B) I, II, III C) II, III D) III E) I, II O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B) Comentários: B) Exercício 3: Em 2009, o sistema de tratamento da tuberculose no Brasil foi revisado pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose, juntamente com o seu Comitê Técnico Assessor. Sobre a adequação deste tratamento, e analisando a relação proposta entre as duas asserções abaixo, assinale a opção correta: O Etambutol foi introduzido como quarto fármaco na fase intensiva de tratamento (dois primeiros meses) do Esquema Básico aos pacientes com tuberculose. PORQUE Há um aumento da resistência primária à isoniazida para o tratamento da tuberculose. A. As duas asserções são proposições verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B. As duas asserções são proposições verdadeiras e a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C. A primeira asserção é uma proposição verdadeira e a segunda é uma proposição falsa. D. A primeira asserção é uma proposição falsa e a segunda é uma proposição verdadeira. E. As duas asserções são proposições falsas. A) A B) B C) C D) D E) E O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A) Comentários: C) D) E) B) A) Exercício 4: A tuberculose é uma doença infectocontagiosa que atinge principalmente o pulmão, com maior predomínio nos indivíduos economicamente ativos (15 a 54 anos) e do gênero masculino (Brasil, 2010). Atualmente, para o tratamento da tuberculose, utiliza-se o Esquema Básico: A. Rifampicina (R) e Etambutol (E), via oral, em regime diário, sob supervisão de um profissional de saúde durante seis meses para o tratamento de casos novos (2RHZE/4RH). B. Rifampicina (R), Pirazinamida (Z) e Etambutol (E), via oral, em regime diário, sob supervisão de um profissional de saúde durante 12 meses para o tratamento de casos novos (2RHZE/4RH). C. Rifampicina (R), Isoniazida (H), Pirazinamida (Z) e Etambutol (E), via oral, em regime diário, sob supervisão de um profissional de saúde durante seis meses para o tratamento de casos novos (2RHZE/4RH). D. Rifampicina (R), Isoniazida (H), Pirazinamida (Z), via oral, em regime diário, sob supervisão de um profissional de saúde durante 12 meses para o tratamento de casos novos (2RHZE/4RH). E. Rifampicina (R), Isoniazida (H), Pirazinamida (Z) e Etambutol (E), via oral, em regime diário, sob supervisão de um profissional de saúde durante 12 meses para o tratamento de casos novos (2RHZE/4RH). A) A B) B C) C D) D E) E Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 5: Para todos os casos de retratamento de tuberculose, deverão ser solicitados cultura de escarro, identificação e teste de sensibilidade, iniciando-se o tratamento com o Esquema Básico até o resultado desses. Os casos que evoluem para falência do tratamento devem: A. Ser criteriosamente avaliados quanto ao histórico terapêutico, à adesão aos tratamentos anteriores e à comprovação de resistência aos medicamentos. Nestes casos, os pacientes receberão o Esquema Padronizado para Multirresistência ou Esquemas Especiais individualizados. B. Ser criteriosamente avaliados quanto ao custo terapêutico, à adesão aos tratamentos anteriores e à comprovação de resistência aos medicamentos. Nestes casos, os pacientes não receberão o Esquema Padronizado para Multirresistência ou Esquemas Especiais individualizados. C. Ser criteriosamente avaliados quanto ao histórico terapêutico, à adesão aos tratamentos anteriores e à comprovação de resistência aos medicamentos. Nestes casos, os pacientes não receberão o Esquema Padronizado para Multirresistência ou Esquemas Especiais individualizados. D. Ser criteriosamente avaliados quanto ao histórico terapêutico e a seleção dos tratamentos anteriores. Nestes casos, os pacientes receberão o Esquema Padronizado para Multirresistência ou Esquemas Especiais individualizados. E. Ser criteriosamente avaliados quanto ao custo terapêutico, os efeitos colaterais aos tratamentos anteriores e à comprovação de resistência aos medicamentos. Nestes casos, os pacientes não receberão o Esquema Padronizado para Multirresistência ou Esquemas Especiais individualizados. A) A B) B C) C D) D E) E Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 6: Uma Unidade Básica de Saúde de uma pequena cidade é responsável pela atenção a um asilo municipal. Em uma das visitas ao asilo, o médico atende um homem de 78 anos de idade com quadro de tosse produtiva há aproximadamente um mês. O paciente dorme em um quarto com outros três idosos, e, na instituição, vivem ao todo 23 idosos. Já fez uso de antialérgico e azitromicina - 500 mg por 5 dias, sem melhora. Após coleta de escarro, é feito diagnóstico de tuberculose pulmonar e iniciado tratamento. Quala conduta a ser adotada em relação aos contactantes? Assinale a alternativa correta: A) Os três idosos que dividem o quarto com o paciente índice devem ser tratados para tuberculose. . B) Todos os contatos devem coletar duas amostras de escarro para exame de BAAR. C) Somente os sintomáticos respiratórios devem ser investigados para tuberculose. D) Contatos assintomáticos devem realizar prova tuberculínica. E) Todos os contatos devem realizar raio-X de tórax Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 7: De acordo com o Ministério da Saúde (2014): “Nos últimos nove anos, a incidência de casos de tuberculose no Brasil reduziu 13,2%, passando de 38,7 casos/100 mil habitantes em 2006 para 33,6 casos/100 mil habitantes em 2015. Já a taxa de mortalidade chegou a 2,2 óbitos para cada 100 mil habitantes, em 2015, contra 2,6 registrados em 2004. Em relação ao número de casos novos, a redução nos últimos nove anos foi de 4,8%”. A inflamação crônica acontece dentro de semanas ou meses e é caracterizada por inflamação ativa (infiltrado de células mononucleares), com destruição tecidual e tentativa de reparar os danos (cicatrização). Pode ser a continuação de uma reação aguda, mas, muitas vezes, acontece de maneira insidiosa, como uma reação pouco intensa e, frequentemente, assintomática. Os macrófagos ativados secretam vários mediadores da inflamação, os quais, se não controlados, podem levar à destruição tecidual e fibrose características desse tipo de inflamação. Analise as afirmações abaixo sobre a inflamação crônica e assinale a alternativa correta: I Na fase degenerativa ou necrótica ocorre destruição tecidual decorrente da permanência do agente agressor. II A inflamação crônica específica também pode ser chamada de granulomatosa. III Na fase reprodutiva ocorrem tentativas de reparação mediadas pela formação de novos vasos sanguíneos (angiogênese) e pela substituição do parênquima por novas células, processo denominado de regeneração. IV A inflamação crônica inespecífica permite a suspeita da etiologia do processo. V A inflamação crônica específica pode ser vista na maioria das vezes em infecções causadas por Mycobacterium tuberculosis eTreponema pallidum agentes causadores da Tuberculose e da Sífilis. A) As alternativas III e IV estão incorretas B) Apenas a alternativa V está correta C) As alternativas I e II estão incorretas D) As alternativas IV e V estão incorretas E) Apenas a alternativa II está correta Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários