Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Clínica Ortopédica em cães e gatos Princípios gerais da Traumatologia Básica Disciplina de clinica cirúrgica – UNIFIL M.V. Esp. Gabriel Diamante Mestrando em Neurocirurgia Veterinária - UEL Ortopedia • O que é ? - Especialidade médica ossos músculos ligamentos articulações Elementos relacionados ao locomotor. A traumatologia: Trauma do aparelho musculoesquelético. Conhecimento Necessário Exame Ortopédico • Anamnese • Avaliação da Marcha • Palpação em estação • Exame em Decúbito Suspeitas Diagnósticas ou Diagnóstico Solicitar exames complementares Propor tratamentos IDENTIFICAR ONDE É O PROBLEMA Exame Ortopédico • Anamnese Dados que vão nos ajudar a suspeitar ou excluir diagnósticos. Raça Idade Sexo Tempo de ocorrência Progressivo ou estático Mudanças climáticas Febre, inapetência, letargia, inapetência. Problemas sistêmicos Avaliação da Marcha ou Exame da Locomoção • Perguntas A locomoção está normal ?? Se não, qual o membro afetado ?? Classificar a anormalidade Ataxia Paresia Claudicação Claudicação Impotência Funcional do membro Avaliação da Marcha ou Exame da Locomoção • Fazer com que o paciente ande varias e várias e várias vezes até que o profissional consiga identificar o local – Passos curtos Arrastar a unha Rotação dos membros Fraquezas Tropeços Mov. Anormais na cabeça MUITO DIFÍCIL Exame Ortopédico Exame Ortopédico Exame Ortopédico Exame em estação • Palpar o paciente em estação Objetivo – Comparar ambos os lados. Assimetrias Atrofias Tumefações Calor Dor Crepitação ▫ M.A: Escápula, tuberculo maior, ùmero, colovelo, radio/ulna, punho, carpos/metacarpos e falanges. ▫ M.P: Asa do íleo, ísquio, trocanter maior, fêmur, joelho, tíbia/fíbula, tornozelo, tarso/metatarso e falanges. Exame em estação • Aula de exame ortopédico – curso de neuro/ortopedia – UEL Prof. Fernando de Biasi. Exame em decúbito • Mais minucioso – Identificar pontos de DOR • Examinar todos os ossos e articulações. • 1° os saudáveis depois o suspeito – COOPERAÇÃO • Distal – Proximal ??? Depende foco de dor • Obervar: ▫ Instabilidade ▫ Crepitação – som ou sensação de fricção palpável. ▫ Dor ▫ Amplitude articular Exame em decúbito • Membro Anterior Falanges/Metacarpos/Carpos. Observar entre os dígitos Flexão e extensão – Valgo e Varo Radio e Ulna Palpar todo Cotovelo Flex/Ext. – amplitude – côndilos - olécrano Úmero Palpar todo Ombro Flex/Ext. – amplitude Escápula Exame em decúbito Fonte: Professor Denis Prata. Exame em decúbito • Membro Pélvico ▫ Falanges/tarsos/metatarsos ▫ Articulação tibio-társica Flex. Max de 45° ▫ Tíbia ▫ Joelho Mov. de gaveta, patela, desvios ▫ Fêmur ▫ Quadril Flex/ext. instabilidade/creptação/ Ortolani. Exame em decúbito – M.P. • Ossos Longos: Perda da Continuidade/Desvios angulares. Exame em decúbito – M.P. • Tíbiotársica: Exame em decúbito – M.P. • Joelho Exame em decúbito – M.P. • Joelho Mov. Gaveta Tibial Trust Exame em decúbito – M.P. • Quadril Teste de Ortolani Exame em decúbito – M.P. • Pelve Exame Ortopédico - Resumo • 1° Passo – Anamnese ▫ Lista de diagnósticos possíveis • 2° Pass0 - Avaliação da Marcha ▫ Normal ou não, Ortopédico x Neurológico • 3° Passo - Palpação em estação ▫ Comparação dos dois lados • 4° Passo - Exame em Decúbito ▫ Identificar precisamente o(s) local(is) acometidos Anatomia e Cicatrização Óssea Funções do Tecido Ósseo • Estrutura anatômica e órgão fisiológico ▫ Protege a med. óssea formadora de céls. sangue • Suporte mecânico para a locomoção • Proteção de órgãos vitais • Reserva de Ca e P Componentes celulares do osso • Osteoblastos Síntese parte orgânica matriz (colágeno tipo I, proteoglicanas e glicoproteínas) Concentram fostato de cálcio. - HIDRÓXIAPATITA • Osteócitos Preso em lacunas, canalículos • Osteoclastos Céls móveis, gigantes – secretam: H+, colagenase, e hidrolases Digerem a matriz, e dissolvem o cálcio. Calcitonina e Paratormônio. Vascularização Normal do Osso • Vascularização normal do osso ▫ Três fontes básicas: (1) sistema vascular aferente (2) sistema vascular intermediário do osso compacto (3) sistema vascular eferente Cicatrização Óssea Resposta da vascularização após a fratura Cicatrização Óssea • Resposta da Vascularização após a fratura ▫ Componentes vasculares aferentes Estimulados, respondem com hipertrofia, aumentando tanto em diâmetro quanto em número ▫ Desenvolvimento de novo aporte sanguíneo Aporte sanguíneo extra ósseo de consolidação do osso A partir dos tecidos moles imediatamente ao redor Fornece sangue aos fragmentos ósseos destacados, ao córtex desvitalizado e ao calo periosteal em desenvolvimento Cicatrização Óssea • Processo de regeneração tecidual Epitélio e figado • O padrão de cicatrização depende da condição mecânica presente fratura. • Estabilidade absoluta ou relativa. Cicatrização Óssea • Cicatrização óssea Cicatrização óssea direta Cicatrização óssea indireta Cicatrização óssea indireta ou secundária • Formação do calo ósseo: ▫ (C) calo medular em ponte ▫ (A) calo periosteal em ponte ▫ (B) calo intercortical em ponte Cicatrização Óssea Indireta • Eventos ▫ (1) hemorragia na área ▫ (2) formação de coágulo ▫ (3) inflamação e edema, seguido por ▫ (4) proliferação de células mesenquimais pluripotentes (TGF-β e BMPs) ▫ (5) formação óssea e cartilaginosa ▫ (6) remodelamento do calo ao osso normal Cicatrização Óssea Indireta • Processo dividido em 3 fases: • FASE INFLAMATÓRIA Começa imediatamente após lesão óssea e de TM +/- 4 dias – depende da qtde. de lesão. Clinicamente seu término coincide com ↓ dor e inchaço Hematoma → Induz formação óssea Liberação de céls. mesenquimais. Osteoindutor Angiogênese Cicatrização Óssea Indireta • FASE DE REPARO Poucos dias após a fratura Calo hemorrágico → Tec. De granulação ↑Qtde de fibras colágenas Céls mesenquimais → Condrócito / osteoblastos (Fatores de crescimento: TGF-β e BMPs) Substituição gradativa de tecidos Tec. Granulação → Conjuntivo → Fibroso → Cartilagem → Mineralização → Osso. Cicatrização secundária ou Indireta Cicatrização óssea Indireta • FASE DE REMODELAMENTO Lenta –meses a anos. Humanos – 6- 9 Anos Lei de WOLFF → Os elementos ósseos se colocam ou deslocam na direção da pressão funcional e a massa aumenta ou diminui de acordo com a qtde de pressão. Fator Piezoelétrico → Carga axial cria potencial elétrico que estimula a atividade osteoblática e osteoclástica. (- compressão) (+Tensão) Cicatrização Óssea Indireta • Qual fixação? ▫ Talas externas ▫ Fixados externo ▫ Placas em Ponte ▫ Pinos intramedulares ▫ Interlocking Nail A estabilidade dos fragmentos da fratura não é absoluta e micromovimento está presente ESTABILIDADE RELATIVA Cicatrização Óssea Indireta Cicatrização Óssea IndiretaCicatrização Óssea Direta • Características ▫ Transpassa a maior parte das etapas e vai diretamente ao remodelamento cortical ▫ Remodelamento interno do sistema haversiano sem remodelamento das superfícies da fratura ▫ OSSO CICATRIZA EM OSSO Cicatrização Óssea Direta • Artificial • Atingida com compressão • Fraturas transversas ou Oblíquas curtas. • Colunas ósseas reconstruíveis Cicatrização Óssea Direta Cicatrização Óssea Direta Cicatrização Óssea Direta • Não pode ter movimento no foco. Tec. Ósseo 2% e lacuna pequena potencializa o mov. • Indicada: fraturas articulares, e fraturas reconstruíveis (traço simples) Cicatrização Óssea Direta Cicatrização Óssea Direta • Consolidação óssea ocorre em áreas de contato direto dos fragmentos ósseos e em lacunas de fratura muito pequenas. Dependem • ESTABILIDADE ABSOLUTA Cicatrização Óssea Direta Cicatrização Óssea Direta • Implantes que promovem: ▫ Banda de tensão ▫ Parafusos LAG ▫ Cerclagem ▫ Placas de efeito compressivo Cicatrização Óssea Direta Cicatrização Óssea Direta Anatomia e cicatrização óssea - RESUMO • De onde vem o aporte sanguíneo quando o osso é fraturado ? Tecido mole ao redor da fratura. • Quais são o dois tipos de cicatrização ? 1aria e 2ária. • Quais são as fases da cicatrização 2ária ? Inflamação, Reparo e Remodelamento. • O que precisa para ocorrer cicatrização 1ária ? Compressão e Mov. Até 2% no foco. Classificação das Fraturas 1. Localização anatômica 2. Aberta ou fechada 3. Direção da linha de fratura 4. Deslocamento fragmentos 5. Possibilidade de redução 6. Estabilidade da fratura Classificação das Fraturas • LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA Terço proximal Terço médio Terço distal Fraturas articulares (epifisárias), fisárias e metafisárias Classificação Salter - Harris Classificação das fraturas • SH Tipo II Classificação das fraturas • SH Tipo I Membro Normal Classificação das Fraturas • LESÕES EXTERNAS • Fratura Fechada Não se comunica com o meio externo. • Fratura Aberta Qtde de lesão de tec. mole Se comunica com o meio externo/ contaminadas ou infectadas 1° Grau 2° Grau 3° Grau – A, B e C. Grau 1 • Características ▫ Fratura exposta ▫ Pequena laceração ▫ (< 1cm) ▫ Limpa Grau 2 • Características ▫ Fratura exposta ▫ Maior laceração (< 1cm) ▫ Trauma moderado de tecidos moles ▫ Não tem flaps ou avulsões Grau 3 Classificação das Fraturas Classificação das Fraturas Classificação das Fraturas Classificação das Fraturas Classificação das Fraturas Classificação das Fraturas Classificação das Fraturas Classificação das Fraturas Classificação das Fraturas Classificação alfanumérico AOVET Localização, morfologia e gravidade Classificação das Fraturas 3, 2, B Fratura completa Terço Médio Múltipla Reconstruível Fechada Classificação das Fraturas 3, 1, C • Fratura completa • Terço Proximal • Cominutiva • Não Reconstruível • Fechada Classificação das Fraturas 4, 2, A Fratura completa Terço médio Reconstruível Transversa Fechada Métodos de Estabilização de fraturas. • Fraturas: Rompimento completo ou incompleto de um osso ou cartilagem. • Causas: Acidente automobilístico, quedas, Traumas diversos, Projétil balístico. • Energia do trauma > supera a resistência óssea (PIERMATTEI, 2006) Implantes Utilizados na Ortopedia CERCLAGEM • “Cercar” ou Envolver • Fio metálico flexível que passa total ou parcialmente ao redor da circunferência óssea. • Diâmetro: 0,5 – 1,5mm • Produz compressão CERCLAGEM • Indicada: fraturas oblíquas LONGAS, Espirais e Multiplas. ▫ O comp. da fratura pelo menos 2x o diâmetro do osso. • Mínimo 2 cerclagens: EFEITO DOBRADIÇA • Distância: 0,5-1,0 cm entre elas e o final da fratura. • NÃO DEVE SER UTILIZADA SOSINHA. CERCLAGEM HEMICERCLAGEM Banda de Tensão • Fraturas por Avulsão • Correção de osteotomias • Em geral utilizadas em locais de tendão. (Musculo com osso) Pinos Intramedulares • Introdução de um pino rígido dentro do canal medular. • Muito popular • Devem ocupar 70% do canal. • Entretanto: Limitações • Altas taxas de complicação. VANTAGENS • Baixo custo • Poucos equipamentos necessários • Menor exposição cirúrgica Menos traumatismo tecidual e prejuízo vascular • Técnica rápida • Tempo de aprendizado menor DESVANTAGENS • Pouca estabilidade • Fraturas expostas • Risco de lesão articular • Lesão de tecidos moles ▫ Quando aplicado de forma incorreta • Migração Fonte: Olicies da Cunha Fatores Biomecânicos Fatores Biomecânicos • Por isso sempre é associado com outros. ▫ Cerclagem ▫ Fixador esquelético externo. Tipos de Pinos • Pinos de Steinmann ▫ 1,6-6,5mm • Fios de Kirschner ▫ 0,8-1,5mm • Pinos de Rush ▫ Curvos • Pinos de schans ▫ Com rosca na ponta RETRÓGRADO NORMÓGRADO TIE-IN RUSH FIXADORES EXTERNOS Série de pinos trans-ósseos incorporados a uma montagem extra corpórea. FIXADORES EXTERNOS LINEARES TIPO III CLASSIFICAÇÃO • Tipo I (Unilateral) Tipo IA (um plano) Tipo IB (dois planos) • Tipo II (Um plano bilateral) • Tipo III (Dois planos bilaterais) FIXADORES EXTERNOS LINEARES • Boa estabilidade • Vários tipo de fratura • Artrodeses – Imobilizar articulações. • Pode ser utilizado em fraturas ABERTAS • Fácil aplicação • Não precisa acessar a fratura. • Custo razoável. • Facilidade em fazer o curativo. FIXADORES EXTERNOS LINEARES FIXADORES EXTERNOS LINEARES Tipo 1B FIXADORES EXTERNOS LINEARES • Bloqueia todas as forças atuantes na fratura • Não promove compressão • Estabilidade Relativa: Cicatrização Secundária FIXADORES EXTERNOS LINEARES Componentes do Fixador Externo • Unidades básicas ▫ (1) Pinos de fixação inseridos no osso para manter fragmentos principais ▫ (2) Conectores externos(CLAMPS) para apoiar o osso fraturado ▫ (3) Dispositivos de ligação(BARRA) que prendem os pinos de fixação e conectores externos METODOS DE IMPLANTAÇÃO • Mínimo de 2 pinos por seguimento. • Angular • 2 Proximais • 2 Distais. INTERLOCKING NAIL ou HASTE BLOQUEADA • Implante mais utilizado em medicina Humana • Haste com 4 orifícios • 100% do canal Istmo ósseo • 2 parafusos proximais • 2 parafusos distais Interlocking Nail • Fraturas diafisárias ▫ Fêmur ▫ Tíbia ▫ Úmero • Pouca Lesão Vascular • Manutenção do comprimento ósseo • Pouca chance de falhar o implante. Estabilidade PLACA E PARAFUSOS • Método versátil • Pode ser utilizado em todos os ossos • Resistente a todas as forças • Permite redução direta dos fragmentos ósseos. • Curva de aprendizado ALTA. PLACA E PARAFUSOS • 3 funções principais: ▫ Ponte ▫ Neutralização ▫ Compressão PLACAS E PARAFUSOS • Tamanhos mais utilizados • 1,5mm – 2,0mm – 2,7mm – 3,5mm Função das Placas • Placas em função Ponte: fraturas não reconstruíveis • Placas em função Neutra: Fraturas múltiplas reconstruíveis. • Placas compressivas: Fraturas Transversas. PONTE NEUTRA COMPRESSÃO PLACA E PARAFUSOS • Métodos de colocação: Perfurar o osso. Medir a profundidade. MACHEAR – Fazer a rosca. Inserir o parafuso.Tipos de Placas • Placas DCP (dinamic compression plate) ▫ Deve encostar no osso ▫ Prende por atrito • Placas LC-DCP (low contact – dinamic compression plate) ▫ Igual a anterior só que com baixo contato. • LCP (locked compression plate) ▫ Promovem estabilidade de ângulo ▫ Pode ficar até 0,5mm do osso • Placas Especiais ▫ Modelos variados para locais específicos. Tipos de parafusos • Corticais: • Bloqueados: • Esponjosos: Funções dos parafusos • Fixar implantes • Posicionais • LAG (compressivos) Complicações das fraturas • União retardada: Fratura que não consolidou em tempo normal. Imobilização inadequada Redução inadequada Suprimento sanguíneo Prejudicado Infecção óssea: OSTEOMIELITE Perda de grande fragmento. Tempo médio de cicatrização União retardada • Causa mais comum: Imobilização inadequada • Aumentar estabilidade: Associar implante • Substituir implantes • Re-Intervenção cirúrgica • Dia 0 30 dias 60 dias. Não União Óssea • Evidência Radiográfica de que não está ocorrendo consolidação óssea. • Se não intervir, não vai ocorrer cicatrização. • Não União Hipertrófica: São não-uniões vasculares com grande quantidade de calo ósseo. • TTO: Remoção de implantes soltos, realinhamento, substituição de implantes, utilização de enxertos. Não União Óssea Não União Óssea • Não União Atrófica: Inatividade Biológica ▫ Pseudo-artroses ▫ Requer cirurgia, osteotomia, placa compressiva. ▫ Abertura do canal ósseo ▫ Colocação de enxertos Má união • Consolida de forma NÃO ANATÔMICA. • Mal alinhamento. • Desvios angulares. • Reduzido de forma inadequada durante a cirurgia. Enxertos Ósseos • Transplante de osso cortical ou esponjoso. • Auto-enxertos: Mesmo paciente. • Aloenxertos: Mesma espécie. • Xenoenxertos: Espécies diferentes. • OBS:congelamento, autoclavagem, preservação química. Enxertos Ósseos • Funções do enxerto ▫ Osteogênese: Células formadoras de osso ▫ Osteoindução: Induzir a produção dessas células ▫ Osteocondução: Suporte mecânico para formar osso. Enxertos Ósseos • Auto enxerto esponjoso: + utilizado na veterinária • Locais + comuns de coleta: ▫ Tubérculo maior úmero ▫ Tíbia proximal ▫ Asa do íleo ▫ Trocanter maior fêmur Estudem !!!!!!!!
Compartilhar