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8ºAula Organi ação e Tecnologias de erenciamento de Processos de Neg cio Caros alunos, Vamos, agora, fechar nossos estudos, abordando a Organização e Tecnologias de Gerenciamento de Processos de Negócio, o objetivo desta aula é aprofundar o nosso conhecimento a respeito do tema. Verificaremos as tecnologias de BPM. Mãos a obra! Bons estudos! Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • identificar uma empresa estruturada pelo gerenciamento de seus processos de negócio; • entender as diferenças entre a estrutura funcional e a orientada por processos; • conhecer os novos papéis demandados para a gestão por processos; • identificar os papéis, os membros e construir órgãos como a governança de processos, conselho, comitê e escritório de processos e centros de excelência. • tomar conhecimento das principais Tecnologias empregadas em BPM; • conhecer três dos principais modelos de BPM; • compreender a ferramenta Bizagi, contemplada no modelo BPMS; • identificar as vantagens e os riscos da automatização de processos. 241 Gerenciamento de P. e Indicadores de Desempenho 58 1 – Organização para o Gerenciamento por Processos de Negócio 2 – Tecnologias de BPM Seções de estudo 1 - Organização para o gerenciamento por processos de negócio Historicamente, grande parte das organizações tinham seus processos estruturados em estruturas funcionais, pouco se via organizações estruturadas em torno de seus processos de negócio (ABPMP, 2013). Porém, diante do atual cenário econômico, novas posturas precisaram ser assumidas, graças à sociedade contemporânea, mais complexa, diversificada e dinâmica fazendo com que as organizações buscassem mais agilidade, eficiência e também uma postura mais responsiva. De acordo com Pradella (2013), esse momento de transformação pelo qual as empresas passaram e estão passando, está relacionado à busca pela sustentabilidade, o que requer o alinhamento entre os objetivos organizacionais e os objetivos do mercado. Neste contexto, os processos de mudanças se tornam inevitáveis para as organizações que pretendem continuar existindo, assim como a adoção da prática de gestão de processos, a qual tem sido vista como uma forma de apoio ao progresso gerencial na busca por melhores resultados. A descoberta de melhores prática para aprimorar os processos de negócio de uma organização é o melhor caminho para conquistar mais agilidade e, com isso, vantagens competitivas. Ao longo dos últimos tempos, várias iniciativas foram testadas com o intuito de alcançar melhorias nos processos das organizações. Para Tessari (2008), o surgimento de organizações orientadas por seus processos de negócio pode ser considerado um marco na administração de empresas e uma mudança de paradigma. Ainda segundo o autor, a ideia da gestão com foco nos processos de negócio é entregar aplicações de negócio, ou seja, pequenos fragmentos de processos ponta-a-ponta. Tendo como objetivo maior eficiência e a agilidade, através do controle total dos processos da empresa, tornando todos os recursos disponíveis para serem reutilizados, repropostos e recombinados. De acordo com a ABPMP (2013) “cada negócio é diferente, bem como a natureza, a quantidade e o ritmo de mudança em cada organização são diferentes e dinâmicos”. Novas competências, estruturas de gerenciamento e formas de alinhar, motivar e recompensar os colaboradores podem ser implementadas à medida que as organizações alcançam novos níveis de maturidade em processos. 1.1 - O que é organização orientada por processos “Organização orientada por processos é uma organização estruturada, organizada, mensurada e gerenciada em torno de seus processos de negócio” (ABPMP,2013). Já para Netto (2009), organizações orientadas a processos são aquelas que mudam seus objetivos para melhor apoiar os processos que as conduzem, ou seja, aquelas que, ao invés de iniciar um projeto para cumprir o objetivo, identifica seus processos e então inicia um projeto para melhorá-los. Já que, para elas, projetos são necessários para apoiar processos, e processos, por sua vez, são capazes de aumentar a eficiência em alcançar metas empresariais. O propósito da orientação por processos é alcançar melhorias em custo, tempo e qualidade, dando à organização flexibilidade e habilidade de mudança (TESSARI, 2008). 1.2 - Contrastes entre estrutura funcional e orientada por processos Estruturas organizacionais tradicionais são organizadas pelo gerenciamento hierárquico de recursos, pela delegação de responsabilidade de um nível hierárquico para o próximo, com um foco gerencial de cima para baixo de comando e controle de trabalhadores individuais que têm a responsabilidade por conjuntos específicos de tarefas. Enquanto que as organizações orientadas por processos atribuem as responsabilidades de forma horizontal. O que envolve desenho de processos, documentação, medição e transformação. Ao invés de somente dar comandos, os gerentes de processos capacitam, orientam, e apoiam gestores funcionais e equipes que realmente executam o processo (ABPMP,2013). De acordo com Tessari (2008), as organizações hierárquicas tendem a ser estáveis e inflexíveis, enquanto as orientadas por processos são capazes de agir rapidamente conforme o ambiente. Já para Pradella (2013), a postura administrativa tradicional tem o enfoque no gerenciamento de como as atividades são executadas individualmente, enquanto que a estruturação da instituição em torno de seus processos de negócio passa a ter uma visão global e dinâmica de toda a instituição, de como os processos são executados de forma geral, objetivando a uma melhor compreensão do todo organizacional. A ABPMP (2013) saliente que, o fato de uma organização ser orientada por processos, não significa que o processo é a única dimensão de gerenciamento, medição de desempenho ou estruturação organizacional. Outras formas de medição continuam sendo importantes como as de desempenho financeiro, de mercado, de capacidades funcionais e as relacionadas a produtos ou serviços. 1.3 - Migrando de estrutura funcional para estrutura orientada por processos A estrutura tradicional é aquela que possui a cultura do gerenciamento por funções nas empresas, de forma que os processos são fragmentados e isolados em diferentes setores de organizações tradicionais, o que, de acordo com Costa et al. (2006), torna difícil enxergá-los como parte de uma engrenagem e, portanto, torna o gerenciamento e controle difícil. Estas áreas funcionais também podem ser organizadas por produto, mercado ou localização geográfica, os quais são controlados nas organizações tradicionais através da hierarquia, que pode ser expressa em um organograma assim como o genérico ilustrado na figura a seguir. 242 59 FONTE: elaborado pelo autor. FONTE: elaborado pelo autor. Pradella (2013) defende que a gestão de processos introduz uma visão sistêmica e integrada do trabalho e mostra a interdependência existente entre fornecedores e clientes internos, como participantes de uma cadeia de atividades destinadas a gerar resultados organizacionais. Nesse sentido, os funcionários passam a ter uma visão ampliada de seus respectivos papéis funcionais na organização. O autor acrescenta ainda que a mudança de uma organização tradicional para a gestão de processos é muito difícil, pois os indivíduos têm de aprender a pensar de uma maneira nova e revigorada, compreendendo melhor o negócio, assumindo mais responsabilidades e trabalhando em equipe. A figura a seguir ilustra a transição de uma organização estruturada por funções (tradicional) para aquela organizada de acordo com os seus processos de negócio. Fonte: ABPMP (2013). 1.3.1 - Papéis relacionados à gestão por processos A ABPMP (2013), afirma que a transição de uma organização para a gestão de processos envolve fases como análise, desenho, transformação, gerenciamento de desempenho e automação e, portanto,uma única pessoa não tem capacidade para desempenhar todas as atividades, sendo esse um trabalho coletivo. De forma que, algumas pessoas assumirão papéis mais técnicos, como de modelagem em ou automação e outros mais direcionados à análise e ao desenho de processos. Cabe ainda ressaltar, que um único indivíduo representando uma única posição na hierarquia organizacional pode desempenhar vários papéis. Ainda de acordo com a ABPMP (2013) existem indivíduos dentro desta organização administrada por seus processos de negócio, que realizam ou fornecem suporte à execução e transformação de processos, dentre os quais se destacam os seguintes papéis: • Dono de processos: tem a responsabilidade pelo desenho, execução e desempenho de um ou mais processos de negócio; • Gerente de processos: coordena e gerencia o desempenho dos processos no dia a dia e lidera iniciativas de transformação de processos; • Analista de processos: realizam trabalhos de análise de processos e apoiam o desenho de processos em iniciativas de transformação; • Designer de processos: desenham novos processos e transformam processos de negócio; • Arquiteto de processos: são responsáveis por desenvolver um modelo de arquitetura corporativa de processos, implementar e manter um repositório de processos de negócio, metodologia, modelos de referência e padrões relativos a processos; • Especialista: pessoas que têm um profundo conhecimento sobre certas funções ou operações de negócio. 1.4 - Organismos de governança Conforme a ABPMP (2013), à medida que as organizações amadurecem no gerenciamento de seus processos de negócio, questões relacionadas à integração de processos vêm à tona, para assegurar, em especial, uma entrega efetiva de valor. Para isso, as organizações devem ter uma estrutura clara de governança para fornecer direcionamento, já que, os gestores tradicionais que apresentam dificuldades de adaptar sua forma de pensar baseada em silo organizacional para uma forma de gerenciamento de processos de negócio ponta a ponta. A organização por processos atravessa fronteiras organizacionais tradicionais, de forma que a boa governança proporciona uma estrutura de autoridade e uma estrutura de colaboração, permitindo a alocação adequada de recursos e uma coordenação eficiente de controle de atividades ao longo da organização (ABPMP, 2013). De acordo ABPMP (2013) a especialização é importante para assegurar eficiência de execução e eficácia na geração de partes de produtos e serviços que, adiante, serão integrados para fornecer os produtos ou serviço global para o cliente, mas, não é capaz de gerar uma visão do processo ponta a ponta, o que dificulta a gestão. Quando a empresa opta por adotar a orientação por processos ela requer novos papéis e integração horizontal do trabalho dos executores, assim como ilustrado no organograma genérico a seguir. 243 Gerenciamento de P. e Indicadores de Desempenho 60 1.4.1 - Governança de processos A governança pode ser definida como uma abordagem estruturada para a tomada de decisão e definição dos meios pelos quais as decisões serão implementadas. De acordo com a ABPMP (2013) a governança aplicada a processos de negócio tem as seguintes atribuições: • Tomada de decisão estruturada sobre como os processos funcionam em relação à entrega de valor para o cliente; • Uma abordagem estruturada para controle e implementação de mudanças de modo que os processos trabalhem para entregar valor para o cliente Não existe uma abordagem padrão utilizada para estruturar uma governança de processos. Questões como estratégia organizacional, cultura e maturidade em processos, terceirização e, até mesmo, a natureza de líderes individuais podem causar mudanças significativas em qualquer estrutura de governança. Processos distintos irão demandar arranjos diferentes de governança. Segundo a ABPMP (2013): “A governança de processos será utilizada para criar as regras e padrões sobre como os gestores de áreas funcionais interagem com donos e/ou gerentes de processos, quem possui ou não autoridade sobre eles e pode ou não obrigá- los a fazer algo. Sem regras sólidas de governança, essa pode ser uma fórmula para um fracasso. Responsabilidade sem autoridade simplesmente não funciona”. 1.4.2 - Conselho Para a ABPMP (2013), as organizações que realizam a jornada de processos devem instituir um conselho de organização por processos para tratar de gerenciamento corporativo de processos e questões de desempenho. Podendo ser composto por uma combinação de líderes executivos, líderes funcionais e donos de processos. Sua missão pode incluir a identificação e resolução de problemas de integração interfuncional, conflitos entre processos e propriedade de processos, alocação de recursos, e desenvolvimento e alinhamento dos objetivos de negócio, metas e estratégias da organização. 1.4.3 - Comitê de processo Embora o gerente de processos deva zelar pelo resultado ponta a ponta do processo, não tem autoridade direta sobre gestores de áreas funcionais. Isso torna a situação difícil e, por essa razão, o gerente de processos deve ter uma forma de negociar as divergências, conflitos de prioridade e interesse com gestores funcionais. Uma alternativa para isso é o estabelecimento de um comitê de processo que inclua o gerente de processos e gestores funcionais cujas funções fornecem o produto ou serviço do processo (ABPMP, 2013). Oliveira (2012) expõem que, geralmente, o Comitê de Processos é formado por um Coordenador e os membros (todas as partes interessadas, com foco na Diretoria e Gerência de primeira linha, além de demais convidados que considerarem pertinentes) e tem alguns objetivos como: • Identificar e solucionar problemas de integração entre os processos, conflitos entre lideranças de processo e funcionais, alocação de recursos e alinhamento processos x estratégia; • Supervisionar o portfólio de processos da empresa e alinhar, priorizar e autorizar esforços de transformação (planos de ação); • Priorizar e alocar recursos necessários ao atingimento dos objetivos dos processos; • Rastrear e reportar métricas de desempenho de processos para os respectivos donos (indicadores). 1.4.4 - Escritório de processos De acordo com a ABPMP (2013) “o escritório de processos é o dono do processo de gerenciamento de processos de negócio”. São menos centrados no conteúdo dos processos e mais sobre como esse conteúdo é gerenciado, incluindo responsabilidades de: • Definir princípios, práticas e padrões de BPM; • Proporcionar ferramentas e métodos comuns; • Formar e educar sobre práticas e princípios de gerenciamento de processos de negócio; • Difundir a cultura BPM na organização; • Fornecer orientação, mentoria e treinamento em melhores práticas e padrões, reforçando a conformidade; • Prover recursos (humanos, ferramentas) para projetos de análise e desenho; • Identificar, monitorar, apoiar, consolidar e relatar a situação em diversos projetos de transformação de processos pela organização; • Garantir que os princípios, práticas e padrões de BPM sejam escaláveis ao longo do escopo atual e futuro da implementação de BPM; • Proporcionar governança no desenho global de processos; • Integrar processos de negócio em nível corporativo; • Criar e manter um repositório de processos; • Fomentar a inovação e mudanças de paradigma. Oliveira (2012) define que o escritório é liderado por um CPO (Chief Process Officer), responsável por solucionar as inevitáveis dificuldades e problemas que a implementação do BPM levanta. Além dos outros integrantes que são os analistas de processos, sobre os quais caem as tarefas de análise, levantamento de requisitos e modelagem dos processos. Ambos os papéis devem agir como facilitadores de comunicação entre as diversas áreas envolvidas no processo. 1.4.5 - Centros de excelência A ABPMP (2013), afirma que à medida que as organizações amadurecem na implementaçãodo gerenciamento de processos, os donos de processos precisam ser apoiados por equipes interfuncionais que também estão orientadas ao desempenho do processo ponta a ponta. Essas equipes podem trabalhar de forma relativamente independente com orientação e apoio da gerência. Segundo Franca (2017) os centros de excelência 244 61 2 - Tecnologias de BPM 2.1 - Introdução Conforme abordado pela ABPMP (2013), um processo pode ser implementado e executado a partir de diversas formas, como por exemplo: trabalho realizado por pessoas; operações realizadas por máquinas (esteiras, prensas, etc.); e atividades conduzidas através de sistemas de informação (aplicações, motores de fluxo de trabalho) O presente tópico será dedicado a esse último meio, baseado em uma discussão sobre sistemas, arquiteturas, ambientes e tecnologias para prover suporte à implementação de BPM nas organizações. A ABPMP (2013), ressalta que as tecnologias em BPM proveem apoio ao ciclo de processos de negócio e à implementação das estratégias a partir da operacionalização destes processos, compreendendo desde o desenho até a implementação, incluindo controle e execução dos processos. Neste sentido, um sistema de gerenciamento de desempenho de processos, operacionalizado através de modelos que se adequem à realidade da organização e aos objetivos dos processos, possibilitam a visão dos resultados dos processos em execução, permitindo desta maneira, controles mais eficazes. 2.2 - Modelos de BPM A ABPMP afirma que a estratégia de negócio precisa definir o tipo de tecnologia necessária para transformar a visão estratégica da organização em operações de negócio. Nem tecnologias de BPM nem qualquer outro tipo de automação podem ser justificadas sem este vínculo da visão e operações. As necessidades do negócio devem direcionar a visão da tecnologia. No entanto, a tecnologia visa desenvolver um papel determinante na evolução organizacional e sua capacidade de criar um ambiente de mudança. Logo, faz-se necessária uma fusão da estratégia de tecnologia com a estratégia da organização, a fim de criar uma sólida arquitetura seguida de um planejamento de implementação. Tanto no gerenciamento intrafuncional como no gerenciamento interfuncional, a tecnologia fornece estrutura que habilita ou limita o suporte automatizado, e geralmente, as aplicações são desenvolvidas para prover suporte à atividade funcional e não à atividade interfuncional. Neste sentido, torna-se complexo também rastrear atividades ao longo dos processos e identificar a situação do trabalho. Desta forma, para solucionar este entrave, o uso de sistemas orientados a BPM pode promover suporte ao modelo de processos, monitorando o andamento das atividades e qualidade do trabalho. Em BPM o ambiente tecnológico necessita estar vinculado às operações de negócio, já que a última direciona todos os passos a serem dados no caminho da gestão de processos de negócio. A seguir são levantadas três das principais tecnologias da informação para uso em BPM: • Enterprise Architecture (EA); • Business Activity Monitoring (BAM); • Business Process Management Suite (BPMS); Na sequência serão discutidas as três tecnologias, dando um enfoque maior para a BPMS, a qual foi deixada por último para maior detalhamento. 2.2.1 - Entreprise Architecture (EA) Trata-se de um modelo de negócio que através da tecnologia define a estrutura da organização, além da maneira como pode cumprir os requisitos atuais e objetivos do negócio. Tem por finalidade modelar o negócio a partir de fluxos de trabalho, fluxo de dados e utilização destes dados. Originalmente era utilizada somente com viés técnico, tanto para estruturação do negócio quanto para o suporte técnico. Apesar de ainda preservar raízes técnicas nas capacidades de suas ferramentas, seu escopo e foco estão mudando no sentido da análise do negócio. Segundo a ABPMP (2013), os principais modelos de EA possuem modelagem de processos, possibilitando a observação da maneira como as aplicações se ligam às atividades. Arquitetos de EA preocupam-se com a estrutura da organização, o que incluem estratégia do negócio, processos, infraestrutura de tecnologia da informação e a própria cultura da empresa. Desta forma, os modelos EA além de possuírem uma base técnica estão evoluindo no sentido de aumentar seu portfólio de serviços. Atualmente, as ferramentas de EA não tem capacidade de simulação ou de decompor processos ou atividades em níveis detalhados, o que acaba por ser um ponto negativo deste modelo. Contudo, sua base tecnológica em conjunto com a visão de negócio faz com que o EA venha evoluindo significativamente. Como exemplo de software do modelo Enterprise Architecture pode-se citar o Enterprise Architect, desenvolvido pela Sparx Systemas, o qual além das funções estruturais também possui em seu portfólio de serviços a modelagem de processos. podem ser uma equipe ou pessoa responsável por tudo o que diz respeito à transformação para gestão por processos, como liderança do processo, investigação e disseminação de melhores práticas, execução e implementação, gestão do programa, etc. Deve conhecer e dialogar com todas as áreas de atividade da empresa, apoiando com conhecimento e recomendações de melhores práticas na análise dos processos e metodologias de melhoria contínua. Além disso tem responsabilidades como: • Definir a visão e a estratégia para a iniciativa de transformação para a gestão por processos em conjunto com a direção da empresa, identificando indicadores e medidas de sucesso, com o objetivo de otimizar os resultados obtidos; • Promover o conhecimento e as boas práticas; • Organizar e gerir o catálogo de processos da organização, promovendo a disseminação dentro da mesma. 245 Gerenciamento de P. e Indicadores de Desempenho 62 Fonte: Enterprise Architecture (2017). Na figura acima é possível notar uma das telas do software Enterprise Architect, o qual possui diversas funcionalidades no campo de gestão de processos de negócio. 2.2.2 - Business Activity Monitoring (BAM) Este modelo tem como objetivo fornecer uma visão de como o negócio está desempenhando as suas operações, permitindo a adoção de medidas corretivas para resolução de problemas, além de auxiliar na otimização do desempenho do negócio (ABPMP, 2013). Como principais funções do BAM pode-se citar: • Monitoramento de atividades de negócio; • Monitoramento de desempenho; • Medição de desempenho; • Reporte de desempenho. O BAM subsidia o gerenciamento de desempenho de negócio, a partir do monitoramento online e medição das atividades. O dados provenientes dos processos são consolidados e comparados com indicadores de desempenho de processos (PPI – Process Performance Indicators), com o intuito de determinar sua efetividade e realizar o gerenciamento do trabalho. Para Gartner (2002), O modelo em discussão tem o enfoque no gerenciamento de desempenho de processos, e possui um escopo de serviços limitado quando se fala em gestão de processos de negócio. Para uma aplicação mais ampla, é necessário que este modelo seja complementado com um software de gestão de processos de negócio. Apesar de o modelo BAM não ser completo em termos mais amplos de gestão de processos de negócio, oferece inúmeros benefícios quando se fala em operacionalidade. Esta ferramenta possibilita respostas rápidas em relação ao desempenho de processos, eliminando inclusive, tarefas manuais como coletas de dados, por exemplo, que não agregariam em nada ao produto ou serviço. Abaixo segue um exemplo de software do modelo BAM, o Multipeers. Este fornece informações relativas a desempenho de maneira organizada e móvel, ou seja, não é necessário estar no posto de trabalho para visualizar os resultados das atividades e processos, basta integrá-lo a algum sistema de coleta de dados. Fonte: Rocha (2017). 2.2.3 - Business Process Management Suite (BPMS) Trata-se de aplicaçõesque suportam uma lógica complexa e de transações com alto volume de informações, transformando-se em verdadeiro ambiente de operação do negócio, o qual tem capacidade de lidar com simulações complexas e análise de alternativas para otimizar ao máximo o desenho ideal dos processos. Dentre os principais benefícios de um ambiente BPMs, pode-se destacar: • Performance na modelagem e aplicação; • Qualidade das operações; • Flexibilidade a partir de interações mais velozes; 246 63 O BPMS objetiva-se a modelar o fluxo de trabalho, definir regras, simular processos, automatizar processos, acompanhar o desempenho, monitorar e controlar as atividades. Este modelo fornece um novo tipo de ambiente de negócio, integrando negócio e tecnologia da informação, muito similar ao EA, porém com o enfoque na gestão do negócio. Segundo pesquisa da ABPMP BRASIL (2013), as ferramentas de BPMS mais utilizadas são: Bizagi (16%), Oracle BPM (8%) e IBM Websphere (5%). Também evidencia quais componentes são mais utilizados pelas organizações, expostos na figura abaixo. Fonte: ABPMP (2013). 247 Gerenciamento de P. e Indicadores de Desempenho 64 Nota-se que os componentes mais utilizados em softwares de BPMS pelas organizações são a modelagem de processos, seguida pela execução do fluxo de trabalho. Apesar de ser capaz de tratar detalhes e resolver os problemas sem uso de ferramentas de BPMS, é impossível resolver problemas ou implementar melhorias sem que os processos sejam detalhadamente observados. Para tal, faz- se necessária a utilização de uma ferramenta que forneça todos os dados necessários para análise e entendimento do que está acontecendo Com o intuito de maior detalhamento, será exposta a ferramenta Bizagi, a mais utilizada para gestão de processo de negócio no modelo BPMS. 2.2.3.1 - Aplicação BPMS - Bizagi Com o intuito de melhorar o relacionamento entre a tecnologia da informação e os processos de negócio, o Bizagi BPM Suite trabalha com processos de negócio desde a sua modelagem até a automação e desenvolvimento de processos (BIZAGI BPM SUITE V10.6 – User Guide, 2015). O Bizagi BPM Suite divide-se em três ferramentas: Fonte: BIZAGI BPM SUITE (2015). • Bizagi Modeler: responsável pela modelagem dos processos de negócio; • Bizagi Studio: responsável por transformar os processos já modelados pelo Bizagi Modeler e utilizá-los como base para criação de fluxos de trabalho e aplicativos, sendo responsável pela automação; • Bizagi Engine: responsável por executar e controlar os fluxos de trabalho automatizados pelo Bizagi Studio, além de validar toda a estrutura. Desta forma, nota-se que a ferramenta é um conjunto de aplicações que podem ser utilizadas por completo ou não, limitando-se ao nível de maturidade da organização e aos seus objetivos organizacionais. Abaixo segue um exemplo da aplicação Bizagi Modeler. Fonte: Cachava (2015). Neste caso, o coordenador de PPCPM, em conjunto com o comercial, visou definir quais pedidos iriam entrar para o planejamento dos próximos 60 dias e quais teriam que ser negociados com os clientes em relação ao prazo de entrega. Nota-se que com a utilização desta ferramenta é possível determinar o setor responsável por cada operação, além da demonstração de todo o workflow. 2.3 - Vantagens e riscos da automação de processos O desenvolvimento de novos processos a partir da utilização de ferramentas de gestão de processos de negócio pode ser iniciado, muitas das vezes, por profissionais de negócio, necessitando somente solicitar um envolvimento mais substancial do pessoal técnico de Tecnologia da Informação nas etapas seguintes. Como principais vantagens da utilização de aplicações de gestão de processos de negócio pode-se destacar: • Gerenciamento de grande quantidade de documentos e dados; • Distribuição das informações às pessoas por grupo de trabalho; • Redução do tempo na tomada de decisões; • Rastreamento e auditoria das ações de conformidade com os controles existentes; • Fornecer a informação necessária no tempo certo para medição do desempenho dos processos, e etc. Assim como todas as ferramentas, teorias, modelos, há os pontos positivos e pontos negativos. Seguem algumas das desvantagens da utilização destes tipos de aplicação: • Desenvolvimento de um falso sentimento de segurança ao supor que devido a estar se automatizando um processo, ele é melhor; • A sofisticação de algumas aplicações podem ocultar erros ou ineficiências de processos; • Aumento da exposição a riscos de segurança da informação. Desta maneira, utilizando ou não ferramentas para gestão de processos de negócio, os benefícios a serem alcançados tendem a ser relevantes. Isto devido ao conceito de se gerenciar os processos de ponta a ponta e medir o desempenho das atividades e operações críticas, sem esquecer da importância do alinhamento dos objetivos dos processos com os objetivos organizacionais da empresa. Retomando a aula Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar nossa primeira aula, vamos recordar: 1 – Organização para o Gerenciamento por Processos de Negócio A descoberta de melhores prática para aprimorar os processos de negócio de uma organização é o melhor 248 65 caminho para conquistar mais agilidade e, com isso, vantagens competitivas. O surgimento de organizações orientadas por seus processos de negócio pode ser considerado um marco na administração de empresas e uma mudança de paradigma. 2 – Tecnologias de BPM Dentre os principais modelos de BPM foram destacados no material o Enterprise Architecture (EA), Business Activity Monitoring (BAM) e Business Process Management Suite (BPMS). Dentre as principais vantagens da automação dos processos destacam-se a redução do tempo na tomada de decisões e o gerenciamento de grande quantidade de documentos e dados. Como principais riscos pode-se citar a ocultação de erros ou ineficiências devido a sofisticação da ferramenta e aumento da exposição a riscos de segurança da informação. PRADELLA, Simone. Gestão de Processos: uma Metodologia Redesenhada para a Busca de Maior Eficiência e Eficácia Organizacional. Revista Gestão & Tecnologia, Pedro Leopoldo, v. 13, n. 2, p.94-121, maio 2013. Disponível em: <http://revistagt.fpl.edu.br/get/article/ viewFile/486/462>. TESSARI, Rogério. 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