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MATÉRIA - DIREITO CIVIL

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DO DIREITO DAS SUCESSÕES 
1. LOCALIZAÇÃO 
 
O Direito das Sucessões está previsto no Livro V, arts. 1.784 a 2.027 do 
Código Civil. 
2. CONCEITO 
 
O Direito das Sucessões é o conjunto de regras e princípios que disciplinam 
a transmissão das relações jurídicas do patrimoniais, ativas e passivas, de alguém, que 
faleceu, para os seus sucessores. 
 
OBS.: Nos estudos dos Direitos das Coisas, verificou-se que é possível adquirir 
patrimônio por ato inter vivos e/ou causa mortis, sendo que este depende do evento 
morte para acontecer. 
3. PRINCÍPIOS 
 
O Direito Sucessório possui dois princípios básicos, DE ORDEM 
PÚBLICA, ou seja, que não podem ser revogados por simples vontade das partes. 
 
a) Princípio da ordem de vocação hereditária: (CC, art. 1.829 e ss.) no 
ordenamento jurídico pátrio existe uma ordem de vocação editária, 
determinada pelo Código Civil e não pode ser alternada em hipótese 
alguma. 
 
b) Princípio da proibição do acordo de herança de pessoa viva: também 
chamado de PACTA CORVINA ou DIREITO DA SUCESSÃO 
CONTRATUAL, reza que não é permitida a herança de pessoa viva no 
direito brasileiro. Da mesma forma, não é possível fazer um contrato de 
promessa de compra e venda de herança de pessoa viva. 
4. RELAÇÕES COM OUTRAS DISCIPLINAS 
 
O Direito Sucessório tem relação com diversas outras disciplinas, mas, 
principalmente, com o Direito de Família e os Direitos Reais. 
 
a) Família: a ligação entre o Direito de Sucessão e o Direito de Família é 
total. 
 
b) Reais: a ligação se dá porque nos Direitos Reais estudam-se as formas de 
aquisição de propriedade, e o Direito das Sucessões é uma das formas de 
aquisição de propriedade. 
5. OBJETO 
 
O objeto do Direito das Sucessões é a HERANÇA, que é o conjunto de 
relações patrimoniais (ativas e passivas) deixado pelo de cujus. 
 
Obs.: As relações jurídicas existenciais são intuito persone/persinalíssima/vitalícia, 
extingue-se com a morte. Ex.: D. das Personalidade. 
 
 
 
5.1 Carcterísticas da Herança: 
a) Bem imóvel e indivisível até o momento da partilha; 
b) Universalidade de direito; 
c) Aplica-se as regras de um condomínio forçado. 
 
5.2) Fundamento: artigo 5, XXX da CF – direito à herança. A transmissão patrimonial 
é uma garantia constitucional. 
 
Obs.: artigo 1792 do CC – Limite da Transmissão Passiva: até as forças da herança. É 
o chamado Benefício de Inventário. 
 
5.3) Relações Patrimoniais Intransmissíveis: 
a) D. Autoral – tem suas próprias regras de transmissão (artigo 41 da lei 9.610/98). É 
um direito híbrido: é relação patrimonial (ex.: exploração – 70 anos a contar de primeiro 
de janeiro do ano subsequente à morte do autor. Findo o prazo a obra cairá em domínio 
público) e, existencial (ex.: criação. D. da personalidade). 
b) D. Real de Usufruto e D. Real de Habitação. 
c) D. Real de Enfiteuse – morte do enfiteuta sem deixar herdeiros. 
 
6. REQUISITOS 
 
São requisitos para que se opere o Direito das Sucessões: 
 
a) Morte real ou presumida: somente haverá a transmissão do patrimônio 
causa mortis se, evidentemente, ocorrer o evento morte. A morte real é 
aquela que comprovada através de existência de um corpo, ou seja, há 
materialidade. Por outro lado, entende-se que há morte presumida 
quando ocorrer a ausência de determinada pessoa, sem deixar vestígios. 
A morte presumida pode se dar com ou sem declaração de ausência. 
 
OBS.: Morte Civil – extinção da personalidade jurídica de uma pessoa 
viva. NÃO EXISTE NO ORDENAMENTO JURÍDICO PÁTRIO A 
APLICAÇÃO DA MORTE CIVIL. Todavia, existe resquício da 
mesma, como por exemplo, a exclusão do herdeiro por indignidade. O 
herdeiro indigno é como se morto fosse. IMPORTANTE: o indigno não 
perde a capacidade civil, a indignidade alcança apenas os direitos 
sucessórios. 
 
b) Existência de parente suscetível: somente haverá sucessão se existir 
parente suscetível. 
 
c) Capacidade do herdeiro ou legatário: o herdeiro deve ter capacidade 
para herdar. ESTA CAPACIDADE, TODAVIA, NÃO SE 
CONFUNDE COM A CAPACIDADE CIVIL. Logo, pode um 
nascituro receber a parte que lhe pertence na herança, desde que nasça 
com vida. Por outro lado, o herdeiro que for considerado indigno ou 
deserdado não terá capacidade para receber a parte que lhe caberia na 
herança. 
 
d) Aceitação: para haver a transmissão do patrimônio, deve haver a 
aceitação da herança, que NÃO CORRESPONDE AO MOMENTO 
AQUISITIVO DO PATRIMÔNIO. Na verdade, este momento ocorre 
com o evento morte; a aceitação corresponde apenas a uma 
confirmação. 
7. MODALIDADES DE SUCESSÃO 
a) Sucessão Legítima ou “ab intestato”: trata-se da sucessão que decorre 
da lei. A sucessão legítima representa a vontade presumida do de cujus 
de transmitir o seu patrimônio para as pessoas indicadas na lei (ordem 
de vocação hereditária), pois teria deixado testamento se outra fosse a 
intenção. 
b) Sucessão Testamentária: trata-se da sucessão que decorre do 
testamento, ou seja, de um ato de última vontade. 
c) Sucessão Universal: é aquela em que os herdeiros recebem a 
UNIVERSALIDADE DE DIREITOS E OBRIGAÇÕES. Quando 
ocorre a morte, a transmissão é imediata, embora não se saiba o que 
compõe o patrimônio, tampouco quem são os herdeiros. Logo, recebe-se 
uma universalidade de direitos. Note-se que aquele que recebe a 
sucessão universal é denominado HERDEIRO 
d) Sucessão singular: é aquela em que é indicado um BEM 
ESPECÍFICO, CERTO e DETERMINADO a uma pessoa, 
denominada LEGATÁRIO. A esta herança dá-se o nome de legado. 
OBS.: o testamento é o documento necessário para a instituição do 
legado. 
 
A sucessão testamentária pode ser TANTO UNIVERSAL, QUANTO 
SINGULAR. Já a sucessão legítima, SOMENTE PODE SER UNIVERSAL. 
 
e) Sucessão a Duplo Título: é a sucessão legítima e testamentária ao 
mesmo tempo. 
8. DIREITOS TRANSMISSÍVEIS E INTRANSMISSÍVEIS 
 
Como se sabe, no Direito das Sucessões, estuda-se a transmissão do 
patrimônio de uma pessoa para os seus herdeiros ou legatários em decorrência do seu 
falecimento. Logo, o Direito das Sucessões é uma forma de aquisição de propriedade. 
Em regra, todos os direitos são transmissíveis. Todavia, em determinadas 
situações, alguns direitos são intransmissíveis, principalmente, devido às características 
que apresentam (ex.: direitos personalíssimos). 
A título de exemplo, pode-se citar o DIREITO DE USUFRUTO, que, em 
regra, é vitalício, ou seja, subsiste enquanto o usufrutuário estiver vivo. Logo, NÃO É 
TRANSMISSÍVEL, em razão do seu CARÁTER PERSONALÍSSIMO. Ressalte-se 
que se o direito de usufruto for estabelecido por prazo determinado, falecendo o 
usufrutuário, ainda que o prazo estipulado não tenha terminado, não poderá ser tal 
direito ser transmitido, posto ser personalíssimo. Por outro lado, se o nu-proprietário 
falecer antes do usufrutuário, o direito de usufruto transferir-se-á aos herdeiros daquele, 
que deverão respeitá-lo até o falecimento do usufrutuário ou o término do prazo 
estipulado. 
Da mesma forma, O DIREITO DE RECEBER ALIMENTOS TAMBÉM 
É INTRANSMISSÍVEL aos herdeiros do falecido, diferentemente da obrigação de 
pagar tais alimentos. 
 
 IMPORTANTE: Com base em jurisprudência já consolidada na Corte, a 3ª turma do 
STJ deu provimento ao recurso de um grupo de herdeiros e reformou a decisão de 
segunda instância que havia determinado o pagamento de pensão alimentícia pelo 
espólio. 
A autora da ação – então menor de idade, representada pela mãe –, após a 
morte de seu pai, acionou os irmãos unilaterais para o pagamento de pensão. Alegou 
que, em vida, o pai arcava com todas as suas despesas de moradia, alimentação e 
educação. 
Para o tribunal de origem, “a transmissibilidade da obrigação alimentar 
está prevista no artigo 1.700 do Código Civil, sendo desnecessário que haja decisão 
judicial anterior reconhecendo o direito aos alimentos”. 
Segundo o STJ, na ausência de encargo previamente constituído, seja por 
acordo,seja por decisão judicial, o alimentando deve tentar obter os alimentos de seus 
parentes, à luz do princípio da solidariedade, recaindo a obrigação nos mais próximos – 
a começar, no caso concreto, pela mãe. 
O dever de prestar alimentos se extingue com a morte do alimentante, 
cabendo ao espólio apenas arcar com eventual dívida alimentar ainda não quitada pelo 
autor da herança. 
 
 
9. CONTEÚDO DO DIREITO DAS SUCESSÕES 
 
a) Sucessão em geral (arts. 1.784 a 1.828); 
b) Sucessão legítima (arts. 1.829 a 1.856); 
c) Sucessão testamentária (arts. 1.857 a 1.990); 
d) Inventário e Partilha (arts. 1.991 a 2.027): 
10. TERMINOLOGIA PRÓPRIA 
 
a) Autor da herança: é o de cujus, ou seja, a pessoa falecida. 
b) Sucessor: aquele que vai ser convocado para dar continuidade à relação 
patrimonial. É a pessoa que tem direito de receber a herança. Pode ser: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm
b.1) HERDEIRO – título universal; 
b.2) LEGATÁRIO – título singular. 
Obs.: Todo legatário sucede a título testamentário. Já os herdeiros 
podem ser: legítimos ou testamentários. 
c) Herdeiro Legítimo: os herdeiros legítimos podem ser necessários ou 
facultativos. 
ATENÇÃO! todo herdeiro necessário é legítimo, mas nem todo 
herdeiro legítimo é necessário. 
d) Herdeiro Único – adjudicação da herança. 
e) Herança – é o conjunto de relações patrimoniais ativas e passivas do 
falecido. 
f) Espólio – a herança é representada pelo espólio. É o ente 
despersonalizado que representa a herança. 
 
 
g) Quinhão hereditário: é a porção destinada a cada herdeiro. 
h) Inventário: é o procedimento utilizado para que se conheçam os 
herdeiros, os bens existentes, as dívidas etc. 
 
DA SUCESSÃO EM GERAL 
1. ABERTURA DA SUCESSÃO 
 
“Art. 1.784 – Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde 
logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.” 
 
A abertura da sucessão se dá no momento em que ocorre o evento MORTE. 
Note-se que são três fatos que ocorrem no mesmo instante: a morte, a abertura da 
sucessão e a transmissão da herança. 
 
A transmissão da herança ocorre AUTOMATICAMENTE, ou seja, no 
exato momento em que ocorre a abertura da sucessão. Portanto, no ordenamento 
jurídico brasileiro, A TRANSMISSÃO SE DÁ COM A MORTE E NÃO COM O 
REGISTRO DO INVENTÁRIO. 
 
Esse entendimento de que a transmissão da herança ocorre automaticamente 
demonstra que o ordenamento jurídico pátrio adota o PRINCÍPIO DA SAISINE, 
segundo o qual a transmissão da herança se dá de forma automática após a morte. 
 
Logo a sucessão é uma forma de aquisição de propriedade derivada, posto 
existir uma relação de transmissão entre o primeiro proprietário e o segundo. 
 
É TRANSFERIDA TANTO A POSSE INDIRETA QUANTO A 
PROPRIEDADE. 
 
OBSERVAÇÃO: Legatário – só recebe após a partilha. 
 
OBSERVAÇÃO: A Fazenda Pública também não recebe pela transmissão automática 
de saisine. Ela NÃO é herdeira. Ela recebe na AUSÊNCIA de herdeiros. Só receberá 
após a jacência e a vacância. 
IMPORTANTE: antes da vacância os bens podem ser objeto de usucapião. 
 
2. EFEITOS DA SAISINE 
 
2.1) Principal: 
a) Transmissão Automática da Herança. 
 
2.2) Acessórios: 
a) Fixação da norma sucessória – é a norma vigente à data da morte. 
 
b) Fixação do Lugar da Sucessão - “Art. 1.785 – A sucessão abre-se no lugar do último 
domicílio do falecido.” 
 
c) Averiguação da capacidade sucessória: Art. 1798. - Legitimam-se a suceder as 
pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão. 
 
IMPORTANTE: Incapacidade Jurídica X Capacidade Sucessória 
IMPORTANTE: A concepção de que fala o artigo 1798 do CC é a concepção intra ou 
extrauterina. Trata-se de uma interpretação de inclusão. 
*CUIDADO: óvulos congelados. 
IMPORTANTE: Sucessão Testamentária – (artigo 1799 do CC): 
I) Prole Eventual/Concepturo – filho ainda não concebido (concepturo X 
nascituto). Prazo: 02 anos contados da abertura da sucessão para fazer a 
concepção. Se não for feita a concepção no prazo da lei a cláusula caducará 
(perderá efeito). OBS.: admite-se a adoção. 
II) Pessoa Jurídica 
III) Fundação. 
 
IMPORTANTE: Incapacidade Sucessória – Sucessão Testamentária (artigo 1801 do 
CC) 
I) A pessoa que a rogo escreveu o testamento; 
II) Testemunhas testamentárias; 
III) Tabelião que lavrou o testamento; 
IV) O concubino do testador casado - *269 Enunciado A vedação do art. 1.801, 
inc. III, do Código Civil não se aplica à união estável, independentemente 
do período de separação de fato (art. 1.723, § 1º). 
V) Simulação por interposta pessoa. 
 
3 MORTE 
Para que haja a transmissão, como já foi dito, deve ocorrer o evento morte. 
 
3.1 Espécies de Morte: 
a) Morte Real – é a certificada por meio de atestado médico de óbito. Tal morte só 
ocorrerá quando o corpo do falecido for encontrado. Ela exige a presença do corpo. 
b) Morte Presumida: ocorre quando o corpo do falecido não for encontrado (localizado). 
b.1) Morte Presumida Sem Decretação de Ausência (artigo 7 do CC – pessoa que 
estiver em eminente perigo de vida e pessoa desaparecida em campanha ou feito 
prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. 
b.2) Morte Presumida Com Decretação de Ausência – pessoa desaparece sem deixar 
notícias. 
c) Morte Civil 
d) Morte Simultânea – comoriência. 
 
2.3 Momento da morte: 
 
Existem várias teorias acerca do momento exato em que ocorreu a morte. 
Para o Direito Sucessório é extremamente importante estabelecer o 
momento exato em que ocorreu a morte. 
A Lei n.º 9.434/97 – Lei de Transplante de Órgão – determina que A 
MORTE OCORRE COM O ENCERRAMENTO DA ATIVIDADE 
ENCEFÁLICA. Este conceito é adotado pelo Direito Sucessório. 
 
4. COMORIÊNCIA 
 
“Art. 8º – Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma 
ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes 
precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.” 
 
 
Conceito: Comoriência nada mais é do que a PRESUNÇÃO DE MORTE 
SIMULTÂNEA de duas ou mais pessoas, devendo ser declarada quando não se sabe ou 
quando não é possível precisar o momento exato em que ocorreu o evento morte. 
 
IMPORTANTE: não é necessário que as pessoas, parentes, estejam envolvidas em um 
mesmo acidente. Logo, pode um pai ter um enfarto no mesmo instante em que seu filho 
sofrer um acidente de carro. Neste caso, então, não há que se falar em sucessão. Por 
outro lado, se restar provado que o pai morreu minutos antes do filho, haverá a 
sucessão. Logo, seu filho herdará seu patrimônio e, devido ao fato de ter falecido logo 
em seguida, terá sua herança transferida para seus herdeiros. 
 
QUANDO FOR DECLARADA A COMORIÊNCIA NÃO EXISTIRÃO 
DIREITOS SUCESSÓRIOS ENTRE OS COMORIENTES. 
 
5. MORTE PRESUMIDA 
 
A morte presumida, que pode ser: 
a) Morte presumida SEM decretação de ausência: ocorre nos casos previstos no art. 
7º do Código Civil. 
 
Art. 7º – Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 
dois anos após o término da guerra. 
Parágrafo único – A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser 
requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a 
data provável do falecimento. 
 
b) Morte presumida COM decretação de ausência: (CC, art. 22 e ss.) 
 
b.1) Fases: 
- Curadoria dos bens do ausente: trata-se da ARRECADAÇÃO DOS BENS DO 
AUSENTE. A lei não fala no prazo exigido para que seja solicitada a arrecadação. Feita 
a arrecadação, o JUIZ NOMEARÁ UM CURADOR PARA ADMINISTRAR OS 
BENS. 
 
- Sucessão provisória: Passado 1 ANO, OS HERDEIROS REQUERERÃO A 
ABERTURA DA SUCESSÃO PROVISÓRIA. Da mesma forma, PASSADOS 3 ANOS 
SEM QUE O RESPONSÁVEL (MANDATÁRIO) TENHA NOTÍCIAS DO 
AUSENTE, proceder-se-á à abertura da sucessão provisória. 
 
- Sucessãodefinitiva: passados de 10 ANOS da decretação da sucessão provisória, 
SERÁ DECRETADA A SUCESSÃO DEFINITIVA. A sucessão, porém, ainda não é 
definitiva. Na verdade, DURA MAIS 10 ANOS. Todavia, o ausente perde a garantia 
dos bens que deixou. Caso o ausente tenha idade avançada (mais de 80 anos), a lei 
permite a redução do prazo da sucessão provisória para 5 anos. 
 
IMPORTANTE: Efeitos do eventual retorno do ausente: 
a) Se aparecer na primeira fase – terá direito a todos os bens; 
b) Se aparecer na segunda fase – terá direito aos bens no estado em que deixou 
podendo levantar a garantia se houver dano; 
c) Se aparecer na terceira fase – terá direito aos bens no estado em que se encontre 
e os sub-rogados em seu lugar; 
d) Se aparecer dez anos depois da terceira fase - não terá direito a nada. 
 
 
6. DA TRANSMISSÃO E ADMINISTRAÇÃO DA HERANÇA 
 
A herança é transmitida aos herdeiros como UM TODO INDIVISÍVEL E UNITÁRIO e 
não como bens certos e determinados. Portanto, transmite-se uma UNIVERSALIDADE 
DE DIREITOS. Assim, enquanto não for feita a partilha, A HERANÇA SERÁ 
REGIDA PELAS REGRAS DE UM CONDOMÍNIO, seja ele necessário ou forçado. 
7. CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS 
 
7.1) CONCEITO: A cessão de herança, gratuita ou onerosa, constitui-se na transferência 
que o herdeiro, legítimo ou testamentário, faz a outrem de todo o quinhão hereditário ou 
parte dele que lhe compete após a abertura da sucessão. 
 
IMPORTANTE: cessão somente pode ser feita após a abertura da sucessão. Por outro 
lado, não pode ser feita após a realização da partilha dos bens. Portanto, A CESSÃO 
DOS DIREITOS HEREDITÁRIOS SOMENTE PODE SER FEITA NO INTERVALO 
ENTRE A ABERTURA DA SUCESSÃO E A PARTILHA DOS BENS. 
 
Além disso, esta cessão pode ser ONEROSA ou GRATUITA, assim como também 
pode ser TOTAL ou PARCIAL. 
 
7.2) FORMA E OBJETO 
 
A cessão de herança deve ser feita sob a forma de ESCRITURA PÚBLICA, tendo por 
objeto o QUINHÃO HEREDITÁRIO ou PARTE DELE. 
 
Em regra, não se deve fazer a cessão de um BEM SINGULAR, CERTO E 
DETERMINADO, posto prescindir de autorização judicial e do consentimento de todos 
os outros herdeiros. 
 
OBS.: A falta da forma exigida em lei gera a nulidade da cessão. 
 
7.3) DA CAPACIDADE DO CEDENTE E A OUTORGA DO CÔNJUGE CASADO 
 
Se o cedente for incapaz a cessão será nula, caso a incapacidade seja absoluta, e, 
anulável, se relativa. 
 
Se o cedente for casado é necessário a outorga uxória ou marital (artigo 1647 a 1649 do 
CC). A falta da outorga fera a anulabilidade da cessão (prazo de 02 anos contados do 
fim do casamento). 
 
IMPORTANTE: Suprimento Judicial de Consentimento. 
IMPORTANTE: Separação Absoluta e Participação Final nos Aquestos. 
 
7.4) DIREITO DE PREFERÊNCIA 
 
Como se sabe, até que ocorra a partilha dos bens, entre os herdeiros surge um 
condomínio forçado, de modo que eles não podem dispor daqueles bens livremente. 
 
Quando a CESSÃO FOR GRATUITA, não é necessário observar o direito de 
preferência. Diferentemente, em se tratando de CESSÃO ONEROSA, dever-se-á 
respeitar tal direito, conforme prevê o art. 1.974 do Código Civil. 
 
“Art. 1.794 – O coerdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à 
sucessão, se outro coerdeiro a quiser, tanto por tanto.” 
 
IMPORTANTE: Deve-se destacar, no entanto, que o herdeiro que faz a cessão cessa 
aquilo a que já tem direito e não aquilo que ainda não tem. 
 
Exemplo: João deixou três filhos (Lucas, Amadeu e Tiago) e um patrimônio no valor de 
R$ 300.000,00. Respeitado o direito de sucessão, cada um dos herdeiros terá direito a 
receber a quantia de R$ 100.00,00. Contudo, antes mesmo de ser feita a partilha, um dos 
filhos, Lucas, cedeu o seu quinhão, gratuitamente, para um terceiro. Posteriormente, 
outro herdeiro, Amadeu, resolveu renunciar à sua quota-parte. Deste modo, a parte que 
cabia a Amadeu será de Lucas e Tiago, de modo que não acrescerá à parte cedida ao 
terceiro. 
 
Observe-se que a parte renunciada acresce o monte mor, devendo novamente ser 
partilhado entre os demais herdeiros, SALVO DISPOSIÇÃO EXPRESSA EM 
CONTRÁRIO no contrato de cessão. É o que se verifica da redação do § 1º do art. 
1.973 do Código Civil. 
 
“Art. 1.793 – O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o 
coerdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública. 
§ 1º – Os direitos, conferidos ao herdeiro em consequência de substituição ou de direito 
de acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão feita anteriormente. 
§ 2º – É ineficaz a cessão, pelo coerdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem 
da herança considerado singularmente. 
§ 3º – Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer 
herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade”. 
 
IMPORTANTE: Ressalte-se, todavia, que se a renúncia for feita antes da cessão dos 
direitos hereditários, o quinhão referente à aquela acrescerá o desta. 
 
Se a cessão for feita onerosamente, poderá o herdeiro preterido, no prazo de 180 DIAS 
da transmissão, depositar o preço pago pelo quinhão e havê-lo para si – Ação de 
Adjudicação de Quinhão. 
 
“Art. 1.795 – O coerdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá, 
depositado o preço, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer até cento e 
oitenta dias após a transmissão. 
Parágrafo único – Sendo vários os coerdeiros a exercer a preferência, entre eles se 
distribuirá o quinhão cedido, na proporção das respectivas quotas hereditárias” 
 
8. DA ACEITAÇÃO E DA REÚNCIA DA HERANÇA 
 
8.1 DA ACEITAÇÃO 
 
8.1.2) CONCEITO: Aceitação ou adição da herança é o ato pelo qual o 
herdeiro anui à transmissão dos bens do de cujus, ocorrida por lei com a abertura da 
sucessão. É a RATIFICAÇÃO da transmissão da herança por “SAISINE”. 
IMPORTANTE: Deve-se ressaltar que A ACEITAÇÃO NÃO É UMA 
FORMA DE AQUISIÇÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS. Na verdade, a aquisição 
se dá com a morte. Logo, a aceitação é uma mera confirmação desta aquisição. 
OBS.: Aceitação sob benefício de inventário (artigo 1792 do CC). 
IMPORTANTE: Aceitação forçada da herança – artigo 544 do CC (Art. 
544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa 
adiantamento do que lhes cabe por herança). Quando o descendente aceita a doação, 
automaticamente ele tá aceitando a herança. 
 
8.1.3) CARACTERÍSTICAS 
a) Unilateral: para que haja a aceitação, não é necessário que os outros 
herdeiros concordem com a aceitação. 
b) Capacidade: para que haja a manifestação da aceitação, é preciso que o 
herdeiro seja capaz. Todavia, uma vez restando comprovado que aquele que manifestou 
a aceitação não tinha capacidade, A MESMA DEVERÁ SER ANULADA. 
c) Negócio jurídico puro: não é possível a imposição de condições para que 
haja a aceitação. 
d) Irretratável e Irrevogável: o ato de aceitar é irretratável, assim como a 
renúncia. Desta forma, uma vez aceita a herança, não é possível que o herdeiro decida 
por renunciá-la. 
 
“Art. 1.812 – São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da 
herança.” 
 
ATENÇÃO: NÃO SE PODE CONFUNDIR IRRETRATABILIDADE 
COM ANULABILIDADE, pois, embora a aceitação seja irretratável, poderá ela ser 
anulada, se comprovada a existência de algum vício na aceitação, como, por exemplo, 
falta de capacidade. 
 
e) Ato Personalíssimo. 
f) Plena e Integral (*exceção – artigo 1808 do CC) 
 
8.1.4 ESPÉCIES 
QUANTO À FORMA, a aceitação pode ser: 
a) Expressa: trata-se da aceitação escrita. Antigamente, a aceitação era feita 
de forma escrita e “sob benefício de inventário”, ou seja, o herdeiro aceitava a herança, 
desde que não ficasse responsável por responder pelas dívidas do de cujus com o 
patrimônio pessoal. Atualmente, esta forma de aceitação é raramente utilizada, já que é 
notório que o herdeiro não responde pelas dívidas decorrentes da herança com o seu 
próprio patrimônio.b) Tácita: trata-se da aceitação manifestada através da prática de 
determinados atos. Todavia, não são quaisquer atos que expressam a aceitação. Assim, 
os ATOS MERAMENTE OFICIOSOS são aqueles que expressam uma obrigação e, 
portanto, não correspondem à aceitação da herança (ex.: cônjuge ou filho pagar as 
despesas do velório e/ou requerer a abertura do inventário). Diferentemente, o ato de, 
por exemplo, contratar um advogado para acompanhar o inventário e a partilha dos bens 
já expressa aceitação, assim com a concordância quanto às primeiras declarações 
prestadas pelo inventariante. 
 
“Art. 1.805 – A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por 
declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão somente de atos próprios da 
qualidade de herdeiro. 
§ 1º – Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral 
do finado, os meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória. 
§ 2º – Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, 
da herança, aos demais coerdeiros.” 
 
c) Presumida: ocorre quando, sendo provocado no sentido de manifestar sua 
aceitação, o herdeiro queda-se inerte. 
 
Art. 1.807 – O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a 
herança, poderá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, 
não maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a 
herança por aceita. 
 
QUANTO AO AGENTE, a aceitação pode ser: 
a) Direta: o próprio herdeiro aceita a herança. 
b) Indireta: ocorre quando um terceiro manifesta a aceitação da herança pelo 
herdeiro. Assim, tal aceitação pode ser manifestada: 
- Pelos sucessores: (CC, art. 1.809) quando ocorrer a morte de um dos 
herdeiros, sem que tenha manifestado a aceitação da sua quota-parte, poderão seus 
sucessores fazê-lo. Neste caso, porém, para que os sucessores aceitem a primeira 
herança, deverão, a princípio, aceitar a segunda herança. 
“Art. 1.809 – Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a herança, o 
poder de aceitar passa-lhe aos herdeiros, a menos que se trate de vocação adstrita a 
uma condição suspensiva, ainda não verificada. 
Parágrafo único – Os chamados à sucessão do herdeiro falecido antes da 
aceitação, desde que concordem em receber a segunda herança, poderão aceitar ou 
renunciar a primeira.” 
Exemplo: Paulo faleceu, deixando R$ 100.000,00 para cada um dos seus 
três filhos, Ana, Carlos e Bia. Ocorre que um desses filhos, Carlos, faleceu, antes de 
manifestar a aceitação da sua quota parte. Assim, poderão os filhos de Carlos manifestar 
tal aceitação. Todavia, deverão, primeiramente, aceitar a herança do pai para, depois, 
aceitar a herança do avô. 
 
IMPORTANTE: Ressalte-se que OS FILHOS DE CARLOS NÃO ESTÃO 
EXERCENDO SUA REPRESENTAÇÃO. A representação somente ocorreria se Carlos 
tivesse falecido antes do seu pai, o que não ocorreu. Logo, os filhos de Carlos irão 
aceitar a herança. 
OBS.: Ressalte-se, ainda, que os filhos do herdeiro somente poderão aceitar 
a herança do avô falecido, depois de aceitarem a herança do pai. Logo, não poderão tais 
filhos renunciar a herança do pai e aceitar a do avô, uma vez que uma está contida na 
outra. Diferentemente, poderão renunciar à herança do avô e aceitar a do pai. 
OBS.: Observe-se, ainda, que se a herança estiver sujeita a uma condição 
suspensiva, ela somente poderá ser aceita, ainda que pelos herdeiros do herdeiro, se a 
referida condição for implementada. Assim, no exemplo anterior, se Paulo tivesse 
deixado um testamento afirmando que Carlos somente receberia seu quinhão caso se 
formasse na faculdade de Direito, ocorrendo sua morte antes da formatura, não teriam 
seus filhos direito de aceitar a herança. 
- Pelo mandatário: o mandatário também poderá aceitar, desde que tenha 
uma procuração com poderes especiais. 
- Pelo tutor ou curador; 
- Pelos credores: (CC, art. 1.813) estes somente poderão aceitar a herança 
quando a renúncia do herdeiro prejudicá-los. Diferentemente, se a renúncia do herdeiro 
não prejudicar o credor, de modo que o seu patrimônio é suficiente para quitar sua 
dívida, não poderá este manifestar tal aceitação. Ainda, ocorrendo a partilha dos bens e, 
tendo ocorrido a renúncia do quinhão hereditário, não poderá o credor manifestar a 
aceitação. Neste caso, restando caracterizada a fraude contra o credor, caberá o 
ajuizamento de Ação Pauliana. Portanto, A ACEITAÇÃO DA HERANÇA PELOS 
CREDORES SOMENTE PODERÁ SER FEITA ATÉ A PARTILHA DOS BENS. 
Destaque-se, todavia, que, embora a renúncia seja total, o credor somente poderá 
manifestar aceitação quanto ao valor equivalente ao seu crédito, de modo que o restante 
integrará o monte mor, repartindo-se entre os demais herdeiros. 
 
“Art. 1.813 – Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando 
à herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante. 
§ 1º – A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes 
ao conhecimento do fato. 
§ 2º – Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao 
remanescente, que será devolvido aos demais herdeiros.” 
 
8.2 RENÚNCIA 
8.2.1 FORMA 
O ato de renúncia é EXPRESSO e RETROAGE À DATA DA ABERTURA 
DA SUCESSÃO, podendo ser feita sob a forma de INSTRUMENTO PÚBLICO 
(escritura pública) ou NOS AUTOS DO INVENTÁRIO, ATRAVÉS DE TERMO 
JUDICIAL, conforme dispõe expressamente o art. 1.806 do Código Civil. 
 
“Art. 1.806 – A renúncia da herança deve constar expressamente de 
instrumento público ou termo judicial.” 
 
Ressalte-se, ainda, que A RENÚNCIA NÃO PODE SER PARCIAL. Logo, 
sempre será total. Além disso, NÃO É POSSÍVEL RENUNCIAR EM FAVOR DE 
DETERMINADA PESSOA. Na verdade, a renúncia ocorre em favor do monte. 
 
8.2.2 ESPÉCIES 
a) Abdicativa/propriamente dita: trata-se da renúncia feita em favor do 
monte, ou seja, em favor de todos os herdeiros. 
b) Translativa: trata-se da renúncia feita em favor de pessoa determinada. 
Na verdade, esta não é uma forma de renúncia, e sim de cessão, já que não é possível 
renunciar o quinhão hereditário em favor de pessoa determinada, mas, tão somente, em 
favor do monte. 
 
 
 
8.2.3 EFEITOS 
a) Exclusão do renunciante: a partir do momento em que um herdeiro 
renuncia a herança, ele será automaticamente excluído da sucessão. 
b) Acréscimo do quinhão da parte renunciante à dos outros herdeiros da 
mesma classe: (CC, art. 1.810) ocorrendo a renúncia por parte de um dos herdeiros do 
de cujus, o seu quinhão será dividido entre os demais herdeiros da mesma classe e grau, 
acrescendo-se ao quinhão destes. 
c) Proibição de representação: (CC, art. 1.811) manifestada a renúncia pelo 
herdeiro, não poderão seus filhos representá-lo no sentido de aceitar a herança. 
 
Ressalte-se, todavia, que ocorrendo a renúncia por parte de todos os filhos 
do de cujus, poderão seus netos aceitá-la. 
 
Deve-se destacar, ainda, que não se pode confundir HERDEIRO 
RENUNCIANTE com HERDEIRO INDIGNO, nem com PRÉ-MORTE. ESTE faleceu 
antes do seu descendente; ESSE é visto como se morto fosse; e, AQUELE, como se 
nunca tivesse existido. 
 
Além disso, O HERDEIRO PRÉ-MORTO E O INDIGNO DÃO DIREITO 
À REPRESENTAÇÃO, ao passo que A RENÚNCIA DO QUINHÃO HEREDITÁRIO 
POR UM HERDEIRO NÃO PERMITE QUE SEUS HERDEIROS O 
REPRESENTEM, NEM ACEITEM A HERANÇA EM SEU LUGAR. 
 
Para saber qual é a espécie de sucessão, deve-se verificar se entre o falecido 
e o herdeiro existe outra pessoa com capacidade sucessória. Assim, a sucessão pode ser 
dar: 
a) Por direito próprio: também denominada sucessão por cabeça, é a 
sucessão que se dá quando o herdeiro é a primeira pessoa na linha sucessória. 
b) Por representação: também denominada sucessão por estirpe (por 
família), é a sucessão que se dá quando a primeira pessoa na linha sucessória está 
impossibilitada de aceitar a herança, de modo que seus herdeiros o farão. 
 
Exemplo: PRÉ-MORTE – Marcelofalece deixando duas filhas, Marina e 
Joana, e duas netas, Lúcia e Carla, filhas de um filho já falecido (Júlio). Além disso, 
Marcelo deixou um patrimônio de R$ 300.000,00. Neste caso, ainda que Júlio já tenha 
falecido (filho pré-morto), poderão suas filhas representá-lo na herança do avô, de modo 
que as mesmas receberão a parte que cabia a Júlio. Assim, Marina e Joana terão direito, 
cada uma, a R$ 100.000,00, ao passo que Lúcia e Carla, a R$ 50.000,00, cada uma. 
 
Note-se que entre Lúcia e Carla (netas) e Marcelo (de cujus) existem 
pessoas com capacidade sucessória, que são as filhas deste, Marina e Joana. Sendo 
assim, estas receberão a herança por cabeça, ao passo que as netas o farão por estirpe, 
ou seja, por representação, uma vez que seu pai faleceu antes do avô. 
 
Exemplo: RENÚNCIA – Josefa falece deixando três filhas, Mara, Luana e 
Carmen, e um patrimônio de R$ 300.000,00. Aberto o inventário, Carmen resolve 
renunciar o seu quinhão hereditário, de modo que este é acrescido ao monte-mor, 
dividindo-se entre as irmãs. Neste caso, ainda que Carmen tenha descendentes (filhos), 
não poderão eles representá-la na herança ou aceitá-la em seu lugar, uma vez que a 
renúncia é um ato personalíssimo. Assim, somente terá direito à herança de Josefa suas 
filhas Mara e Luana, que receberão o valor de R$ 150.000,00 cada uma. Por outro lado, 
se todas as filhas de Josefa tivessem renunciado à herança, esta seria repassada aos 
descendentes da próxima classe, que seriam os netos. Neste caso, por não existir 
representação na renúncia, a herança seria dividida igualmente entre o número de netos, 
independentemente de quem eles descendam. Assim, se Luana tivesse 5 filhos; Mara, 
um; e, Carmen, nenhum, a herança seria dividida entre 6 partes iguais. 
 
Note-se que, em ambas as hipóteses de renúncia, os herdeiros receberão 
seus quinhões hereditários por direito próprio (por cabeça), uma vez que não existe 
entre os herdeiros e o de cujus outra pessoa com capacidade sucessória. 
 
Exemplo: INDIGNIDADE – Cláudio falece deixando quatro filhos (Mateus, 
Uruan, Diego e Alda) e um patrimônio de R$ 800.000,00. Ocorre que Uruan foi julgado 
e declarado indigno, devido ao fato de ter tentado matar seu próprio pai. Neste caso, 
pelo fato de Uruan ser indigno, poderão seus filhos representá-lo na herança, de modo 
que receberão a parte que cabia a ele. Isto é assim porque A PENALIDADE NÃO 
PODE ULTRAPASSAR A PESSOA DO APENADO. 
 
Note-se que, os filhos de Cláudio receberão seus quinhões hereditários por 
direito próprio (por cabeça), ao passo que os filhos de Uruan o farão por representação, 
uma vez que existe entre eles e o de cujus outra pessoa com capacidade sucessória, que 
são justamente os filhos deste. 
 
8.2.4 RESTRIÇÕES AO DIREITO DE RENUNCIAR 
 
a) Capacidade: o herdeiro renunciante deve ter capacidade para renunciar. 
Para DIMAS, somente tem capacidade para renunciar as pessoas que gozam de 
capacidade absoluta. Assim, os representantes dos incapazes não poderiam renunciar a 
herança, ainda que com autorização judicial. Diferentemente, os demais doutrinadores, 
incluindo DINIZ, entendem que os incapazes podem sim renunciar a herança, desde que 
devidamente representados e autorizados judicialmente. Neste caso, caberá ao juiz 
analisar se a renúncia seria ou não prejudicial ao incapaz. 
 
b) Anuência do cônjuge: inicialmente, deve-se destacar que A HERANÇA 
É CONSIDERADA UM BEM IMÓVEL, ainda que seja composta apenas por bens 
móveis. Isto se comprova pelo simples fato de a cessão de direitos sucessórios somente 
poder ser feita sob a forma de escritura pública. Assim, em observância ao disposto no 
art. 1.647, I, do Código Civil, O HERDEIRO SOMENTE PODERÁ RENUNCIAR O 
SEU QUINHÃO HEREDITÁRIO COM A ANUÊNCIA DO SEU CÔNJUGE, posto se 
tratar de uma forma de disposição do patrimônio; logo, pode-se equiparar à alienação. 
Há, todavia, uma corrente minoritária que entende que o ato de renunciar não é um ato 
de disposição de patrimônio, motivo pelo qual não necessitaria o herdeiro de anuência 
do seu cônjuge para praticá-lo. 
 
“Art. 1.647 – Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges 
pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: 
I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;” 
 
EXEMPLO: Maria e João são casados sob o regime de comunhão parcial de 
bens. O pai de João faleceu e deixou para ele um patrimônio de R$ 500.000,00. Neste 
caso, ainda que Maria não tenha direito aos bens particulares de João, necessitará ele da 
outorga ucsória para dispor deste patrimônio. Diferentemente, se os cônjuges forem 
casados sob o regime de participação final nos aquestros, a possibilidade de disposição 
dos bens sem a outorga ucsória dependerá de uma cláusula expressa no pacto 
antenupcial que permita tal possibilidade. 
 
c) Prejuízo dos credores: a renúncia não pode prejudicar o credor, sob pena 
de este poder aceitar a herança em nome do renunciante até o montante da dívida, desde 
que a partilha dos bens ainda não tenha sido feita. Havendo a partilha dos bens, poderá o 
credor ajuizar uma Ação Pauliana, pleiteando o que lhe cabe. Deve-se destacar que 
aquilo que ultrapassar o valor da dívida acrescerá o monte mor, dividindo-se entre os 
demais herdeiros. 
 
 
 
 
 
 
DA HERANÇA JACENTE E DA VACÂNCIA 
1. NOTAS INTRODUTÓRIAS 
 
Como se sabe, a ordem de vocação hereditária é composta por descendentes, 
ascendentes, cônjuge/companheiros e colaterais e que a herança se transmite 
automaticamente aos herdeiros, de acordo com o Princípio da Saisine. 
Todavia, para que esta herança possa ser transmitida aos herdeiros, 
logicamente, é necessário que eles existam. De outro modo, não havendo herdeiros, os 
bens deixados pelo de cujus incorporarão o patrimônio do Poder Público. 
 
Esta transmissão para o Poder Público, entretanto, NÃO É 
AUTOMÁTICA, devendo-se obedecer duas etapas: a JACÊNCIA e a VACÂNCIA. 
Portanto, a jacência, assim como a vacância, constitui uma etapa para que o 
Poder Público adquira o patrimônio deixado pelo de cujus que não possuía herdeiros. 
2. HERANÇA JACENTE 
2.1 LOCALIZAÇÃO 
A herança jacente está localizada nos arts. 1819 a 1823 do Código Civil. 
2.2 CONCEITO 
A herança jacente consiste, em bem verdade, em um acervo de bens, 
administrado por um curador, sob fiscalização da autoridade judiciária, até que se 
habilitem os herdeiros, incertos ou desconhecidos, ou se declare por sentença a 
respectiva vacância. 
Ressalte-se, portanto, que a herança deixada pelo de cujus SOMENTE 
incorporará o patrimônio do Poder Público QUANDO ELA SE TORNAR 
VACANTE. 
2.3 DIFERENÇA ENTRE HERANÇA JACENTE E ESPÓLIO 
 
A herança é jacente quando não conhecemos quem são os herdeiros (ex.: 
pessoa falece e não se sabe quem são seus herdeiros), OU quando os herdeiros 
conhecidos repudiaram a herança, renunciaram-na, não existindo substituto. 
Diferentemente, no espólio, os herdeiros legítimos ou testamentários são 
conhecidos (ex.: pessoa falece e deixa diversos bens, denominados espólio, que será 
transmitido para os herdeiros legítimos ou testamentários). 
2.4 ESTADO DE JACÊNCIA: TRANSITÓRIO E LIMITADO 
 
a) Conceito: A jacência é uma FASE TRANSITÓRIA que perdura pelo 
PRAZO MÁXIMO DE 1 ANO e ANTECEDE A VACÂNCIA. O estado de 
jacência é transitório e limitado por natureza, sendo caracterizada pela situação 
de imprecisão. 
b) Finalidade: É utilizada para que o juiz procure quem são os herdeiros do de 
cujus e arrecade os bens, nomeando, em seguida, um curador para administrá-
los. 
 
2.5 CASOS DE HERANÇA JACENTE 
 
De acordo com o art. 1.819 do Código Civil, existe a jacência quando não 
existem herdeiros notoriamente conhecidos. 
 
“Art. 1.819 – Falecendo alguém sem deixar testamento nem 
herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, 
depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de 
um curador, atéa sua entrega ao sucessor devidamente 
habilitado ou à declaração de sua vacância.” 
 
Note-se que o de cujus não deixa herdeiro legítimo nem testamentário. 
2.6 ARRECADAÇÃO DOS BENS DA HERANÇA JACENTE 
 
A jacência está disciplinada nos arts. 738 e ss do Código de Processo Civil. 
Assim que o juiz tomar conhecimento que uma pessoa faleceu, deixou 
patrimônio, mas não deixou herdeiros conhecidos, deverá, mediante portaria, dar início 
ao procedimento da jacência. 
2.6.1 Procedimento de Arrecadação 
 
“Art. 738. Nos casos em que a lei considere jacente a herança, 
o juiz em cuja comarca tiver domicílio o falecido procederá 
imediatamente à arrecadação dos respectivos bens”. 
 
A FINALIDADE do procedimento de jacência é a arrecadação de todos 
os bens, de qualquer natureza, e sua guarda, conservação e administração, assim 
como a procura de herdeiros ou legatários. 
2.6.2 Nomeação do Curador 
 
Iniciado o procedimento da jacência, o juiz nomeará um curador para 
guardar, conservar e administrar os bens que compõem a herança. 
 
 “Art. 739. A herança jacente ficará sob a guarda, a 
conservação e a administração de um curador até a respectiva 
entrega ao sucessor legalmente habilitado ou até a declaração 
de vacância. 
§ 1º Incumbe ao curador: 
I - representar a herança em juízo ou fora dele, com intervenção 
do Ministério Público; 
II - ter em boa guarda e conservação os bens arrecadados e 
promover a arrecadação de outros porventura existentes; 
III - executar as medidas conservatórias dos direitos da 
herança; 
IV - apresentar mensalmente ao juiz balancete da receita e da 
despesa; 
V - prestar contas ao final de sua gestão. 
§ 2º Aplica-se ao curador o disposto nos arts. 159 a 161 . 
 
 
A função do curador é REMUNERADA, pagamento este que será efetuado 
pelo espólio. Assim, caso o espólio não dê frutos suficientes para cobrir as despesas do 
curador, bens poderão ser alienados para cobri-las. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art159
2.6.3 Arrecadação dos Bens 
 
Nomeado o curador, proceder-se-á à arrecadação dos bens, nos termos do 
Código de Processo Civil. 
 
“Art. 740. O juiz ordenará que o oficial de justiça, acompanhado do 
escrivão ou do chefe de secretaria e do curador, arrole os bens e descreva-os em auto 
circunstanciado. 
§ 1º Não podendo comparecer ao local, o juiz requisitará à autoridade 
policial que proceda à arrecadação e ao arrolamento dos bens, com 2 (duas) 
testemunhas, que assistirão às diligências. 
§ 2º Não estando ainda nomeado o curador, o juiz designará depositário e 
lhe entregará os bens, mediante simples termo nos autos, depois de compromissado. 
§ 3º Durante a arrecadação, o juiz ou a autoridade policial inquirirá os 
moradores da casa e da vizinhança sobre a qualificação do falecido, o paradeiro de 
seus sucessores e a existência de outros bens, lavrando-se de tudo auto de inquirição e 
informação. 
§ 4º O juiz examinará reservadamente os papéis, as cartas missivas e os 
livros domésticos e, verificando que não apresentam interesse, mandará empacotá-los e 
lacrá-los para serem assim entregues aos sucessores do falecido ou queimados quando 
os bens forem declarados vacantes. 
§ 5º Se constar ao juiz a existência de bens em outra comarca, mandará 
expedir carta precatória a fim de serem arrecadados. 
§ 6º Não se fará a arrecadação, ou essa será suspensa, quando, iniciada, 
apresentarem-se para reclamar os bens o cônjuge ou companheiro, o herdeiro ou o 
testamenteiro notoriamente reconhecido e não houver oposição motivada do curador, 
de qualquer interessado, do Ministério Público ou do representante da Fazenda 
Pública. 
2.6.4 Da Expedição dos Editais 
 
Feita a nomeação do curador e arrecadados os bens, o juiz deverá 
determinar a expedição de editais para que os herdeiros tomem conhecimento do 
falecimento do parente e possam se habilitar no procedimento de jacência. 
 
“Art.741. Ultimada a arrecadação, o juiz mandará expedir 
edital, que será publicado na rede mundial de computadores, no 
sítio do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma 
de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá 
por 3 (três) meses, ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na 
imprensa da comarca, por 3 (três) vezes com intervalos de 1 
(um) mês, para que os sucessores do falecido venham a 
habilitar-se no prazo de 6 (seis) meses contado da primeira 
publicação. 
§ 4º Os credores da herança poderão habilitar-se como nos 
inventários ou propor a ação de cobrança. 
 
 
Observe-se que os editais devem ser publicados três vezes na imprensa 
oficial e na imprensa da comarca, com intervalo de trinta dias para cada um, de 
modo que os herdeiros devem habilitar-se no prazo de seis meses contados da 
primeira publicação. 
Ressalte-se que, caso algum herdeiro perca este prazo de seis meses, poderá 
ele ajuizar uma AÇÃO DE PETIÇÃO DE HERANÇA para que seja reconhecido o 
seu direito. 
Sendo assim, se restar provada a existência de sucessores, a jacência será 
transformada em inventário. 
 
§ 1º Verificada a existência de sucessor ou de testamenteiro em 
lugar certo, far-se-á a sua citação, sem prejuízo do edital. 
§ 2º Quando o falecido for estrangeiro, será também 
comunicado o fato à autoridade consular. 
§ 3º Julgada a habilitação do herdeiro, reconhecida a qualidade 
do testamenteiro ou provada a identidade do cônjuge ou 
companheiro, a arrecadação converter-se-á em inventário. 
 
Transcorrido um ano da primeira publicação, se não houver herdeiros 
habilitados ou se os herdeiros habilitados não conseguirem provar esta qualidade, a 
herança será declarada vacante, conforme dispõe os arts. 1.820 do Código Civil e 743 
do Código de Processo Civil. 
 
“Art. 1.820 – Praticadas as diligências de arrecadação e 
ultimado o inventário, serão expedidos editais na forma da lei 
processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, 
sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a 
herança declarada vacante.” 
 
“Art. 743. Passado 1 (um) ano da primeira publicação do 
edital e não havendo herdeiro habilitado nem habilitação 
pendente, será a herança declarada vacante. 
§ 1º Pendendo habilitação, a vacância será declarada pela 
mesma sentença que a julgar improcedente, aguardando-se, no 
caso de serem diversas as habilitações, o julgamento da última. 
§ 2º Transitada em julgado a sentença que declarou a vacância, 
o cônjuge, o companheiro, os herdeiros e os credores só 
poderão reclamar o seu direito por ação direta”. 
 
 
Da mesma forma, dispõe o art. 1.823 do Código Civil o seguinte: 
 
“Art. 1.823 – Quando todos os chamados a suceder 
renunciarem à herança, será esta desde logo declarada 
vacante.” 
 
A partir deste momento, então, a herança passa a pertencer ao patrimônio do 
Poder Público. 
 
IMPORTANTE: O STJ já firmou o entendimento de que enquanto a herança estiver no 
estado de jacência, é possível a contagem de tempo para fins de aquisição de 
propriedade por usucapião. Diferentemente, quando a herança é declarada vacante, não 
é mais possível esta contagem, uma vez que passa a pertencer ao patrimônio do Poder 
Público. 
3 DA HERANÇA VANCANTE 
3.1 DECLARAÇÃO DE VACÂNCIA 
 
Pela vacância, os bens são entregues ao Estado. Essa fase, porém, não tem o 
condão de incorporar definitivamente ao Estado, o que só vem a acontecer após 05 
anos da abertura da sucessão. 
A propriedade transferida ao Poder público é RESOLÚVEL, já que no 
quinquênio poderá surgir algum herdeiro, que deverá pleitear o seu direito à herança 
através da ação de petição de herança. 
 
“Art. 1.822 – A declaração de vacância da herança não 
prejudicará os herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, 
decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens 
arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito 
Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, 
incorporando-seao domínio da União quando situados em 
território federal. 
Parágrafo único – Não se habilitando até a declaração de 
vacância, os colaterais ficarão excluídos da sucessão.” 
 
3.2 EFEITOS DA VACÂNCIA 
 
a) Transfere a titularidade da herança ao Poder Público: a declaração 
da vacância transfere de forma resolúvel os bens que compõem a 
herança para o patrimônio do Poder Público. 
b) Encerra a jacência: tendo em vista que a jacência é uma fase anterior à 
vacância, o início desta acarreta no encerramento dessa. 
c) Não mais se permite a habilitação de herdeiros ou credores, sendo 
que qualquer direito deste só poderá ser reclamado em ação direta: 
neste caso, deverão os herdeiros pleitear o que lhes cabe através da Ação 
de Petição de Herança, e o credores, através da Ação de Cobrança. 
 
“Art. 1.821 – É assegurado aos credores o direito de pedir o 
pagamento das dívidas reconhecidas, nos limites das forças da 
herança.” 
 
d) Exclusão DEFINITIVA dos herdeiros colaterais: este é o 
PRINCIPAL EFEITO da declaração de vacância, posto que declarada 
a vacância, não poderão os herdeiros colaterais ajuizar a ação de petição 
de herança, mas tão somente os herdeiros necessários. 
 
 
 
DA EXCLUSÃO DA SUCESSÃO 
DA INDIGNIDADE 
 
1. Localização: artigos 1814 e ss do CC 
 
2. Capacidade Civil X Capacidade para suceder: 
A capacidade para suceder não deve ser confundida com capacidade civil. 
Esta é a aptidão que tem uma pessoa para exercer, por si, os atos da vida civil; é o poder 
de ação no mundo jurídico. A capacidade sucessória é a aptidão da pessoa para receber 
os bens deixados pelo "de cujus". 
Nesse sentido estrito, assevera Caio Mário da Silva Pereira, a incapacidade sucessória 
identifica-se como impedimento legal para adir à herança. 
3. Institutos de exclusão da sucessão: 
a) Incapacidade – artigo 1801. 
b) Indignidade - arts. 1.814 a 1.818. 
c) Deserdação - arts. 1.961 a 1.965. 
Incapacidade – consiste na falta de aptidão para receber a herança, como acontece 
com a pessoa ainda não concebida ao tempo da abertura da sucessão, ou, se 
concebida, não nascer com vida. 
 
 
 
 
Indignidade – dá o herdeiro por excluído da herança à vista da prática de ato que 
contraria a ordem jurídica – atinge tanto os herdeiros legítimos - necessários e não 
necessários-, como também os testamentários, incluindo-se aí os legatários. É 
caracterizada como uma pena civil, pois priva o infrator do direito de herança. 
Deserdação – situada no campo da sucessão testamentária, visa a exclusão punitiva 
do herdeiro necessário, por iniciativa do testador. Não pode ela atingir os herdeiros 
não necessários, cuja pena fica restrita ao instituto da indignidade. 
4. Casos de Indignidade: Rol Taxativo 
OBSERVAÇÃO: Decisão do STJ – Tipicidade Finalística (ex: auxílio, instigação e 
induzimento ao suicídio). 
Artigo 1814 do CC: São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários: 
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou 
tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, 
ascendente ou descendente; 
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem 
em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; 
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança 
de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade. 
Obs.: No caso de indignidade por homicídio ou tentativa de homicídio, o Código não 
exige a condenação. Se absolvido por falta de provas, pode no caso de declaratória de 
indignidade ocorrer essa prova e assim ser declarado (não herdará). Não se discute, 
porém, que a absolvição do herdeiro na ação criminal, à vista de reconhecimento de 
uma excludente de criminalidade, impede o questionamento do fato no cível (art. 935, 
do C.Civil). 
Obs.: Orlando Gomes, citado por Maria Helena Diniz, entende que a expressão "crimes 
contra a honra" deve abraçar também ofensas contra a memória do morto. 
Obs.: Eutanásia – morte piedosa. 
 
5. Efeitos da Indignidade: 
a) Os descendentes do excluído o sucedem, por representação, como se o indigno já 
fosse falecido na data da abertura da sucessão (art. 1.816, do C.Civil). 
Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído 
sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão. 
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à 
administração dos bens que a seus sucessores couberem na herança, nem à sucessão 
eventual desses bens. 
 
b) Retroação "ex tunc" dos efeitos da sentença declaratória da indignidade - Assim, se o 
herdeiro indigno durante o período entre a data da abertura da sucessão e o 
reconhecimento da indignidade, tirou proveito dos frutos e rendimentos do acervo, 
deverá restituí-lo ao monte, uma vez que está no caso equiparado ao possuidor de má fé. 
 
Art. 1.817. São válidas as alienações onerosas de bens hereditários a terceiros de boa-
fé, e os atos de administração legalmente praticados pelo herdeiro, antes da sentença de 
exclusão; mas aos herdeiros subsiste, quando prejudicados, o direito de demandar-lhe 
perdas e danos. 
Parágrafo único. O excluído da sucessão é obrigado a restituir os frutos e rendimentos 
que dos bens da herança houver percebido, mas tem direito a ser indenizado das 
despesas com a conservação deles. 
 
c) O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto e à administração dos bens que a 
seus filhos menores couberem na herança, ou à sucessão eventual desses bens. 
 
 
6. Procedimento para obtenção da exclusão: 
 
Obs.: Legitimidade para propor a ação declaratória de indignidade. 
 
Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários: 
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou 
tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, 
ascendente ou descendente; 
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem 
em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; 
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança 
de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade. 
 
Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de 
indignidade, será declarada por sentença. 
§ 1 o O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro 
anos, contados da abertura da sucessão. (Redação dada pela Lei nº 13.532, de 2017) 
§ 2 o Na hipótese do inciso I do art. 1.814, o Ministério Público tem legitimidade para 
demandar a exclusão do herdeiro ou legatário. (Incluído pela Lei nº 13.532, de 2017) 
 
 
7. Reabilitação do Indigno: 
Perdão Expresso: O ofendido pode reabilitar o indigno, dando-lhe condições para o 
ingresso na herança. Isso só pode ocorrer à vista de declaração do ofendido expressa em 
testamento ou em ato autêntico. Uma vez concedido o perdão, este será irretratável, não 
mais se reconhecendo aos co-herdeiros legitimação para reabrir o debate. 
Perdão Tácito: quando o testador houver, após a ofensa, contemplado o indigno em 
testamento. O herdeiro reabilitado nessa hipótese, tem seus direitos circunscritos aos 
limites da deixa. 
Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da herança será 
admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou 
em outro ato autêntico. 
Parágrafo único. Não havendo reabilitação expressa, o indigno, contemplado em 
testamento do ofendido, quando o testador, ao testar, já conhecia a causa da 
indignidade, pode suceder no limite da disposição testamentária. 
 
OBSERVAÇÃO: O perdão é ato irrevogável 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13532.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13532.htm#art2AÇÃO DE PETIÇÃO DE HERANÇA 
7.1 LOCALIZAÇÃO 
 
A ação de petição de herança está disciplinada nos arts. 1.824 a 1.828 do 
Código Civil. 
2 CONCEITO 
 
A ação de petição de herança é a que compete ao herdeiro legítimo ou 
testamentário contra aqueles que, pretendendo ter direito à sucessão, detêm os bens da 
herança no todo ou em parte. 
 
“Art. 1.824 – O herdeiro pode, em ação de petição de herança, 
demandar o reconhecimento de seu direito sucessório, para 
obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, 
na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua.” 
 
A ação de petição de herança, portanto, será cabível quando um herdeiro for 
preterido na partilha dos bens que lhe eram cabíveis, de modo que aqueles sucessores 
que os receberam não eram legítimos para tal. Ademais, deve tal ação ser ajuizada 
contra aqueles que estão na posse da herança, o que somente pode ocorrer após o 
encerramento do inventário, pois do contrário, bastaria apenas que o interessado fizesse 
a sua habilitação. 
Hipótese comum de ajuizamento de ação de petição de herança ocorre 
quando esta é cumulada com ação de investigação de paternidade. 
Para que haja segurança jurídica, a lei fixa um prazo para esta ação seja 
ajuizada. 
 
3 PEDIDO DE INCLUSÃO NO INVENTÁRIO 
 
Diferentemente, se a partilha ainda não foi feita, e um herdeiro preterido 
pretende receber a parte que lhe cabe, poderá pedir a sua inclusão no inventário. 
 
“Art. 1.001 – Aquele que se julgar preterido poderá demandar a 
sua admissão no inventário, requerendo-o antes da partilha. 
Ouvidas as partes no prazo de dez dias, o juiz decidirá. Se não 
acolher o pedido, remeterá o requerente para os meios 
ordinários, mandando reservar, em poder do inventariante, o 
quinhão do herdeiro excluído, até que se decida o litígio.” 
 
Observe-se que se o juiz não acolher o pedido de inclusão o inventário, o 
juiz remeterá o autos para a via ordinária, de modo que deverá o inventariante reservar a 
parte que caberia ao herdeiro preterido até que se resolva a pendência. Restando 
provada a qualidade de herdeiro, receberá o seu quinhão. Por outro lado, se não restar 
provada tal qualidade, aquele quinhão que havia sido reservado será redistribuído entre 
os outros herdeiros existentes. 
4 NATUREZA JURÍDICA 
 
Existem três correntes doutrinárias versando sobre a natureza jurídica da 
ação de petição de herança. 
A primeira corrente defende que esta ação possui NATUREZA JURÍDICA 
PESSOAL, sob o argumento de que a ação de petição de herança tem a finalidade 
de ver reconhecida a qualidade de herdeiro. 
A segunda corrente entende que possui NATUREZA JURÍDICA REAL. 
Para esta corrente, o que se pretende não é o reconhecimento da qualidade de herdeiro, 
o que pode ser feito através da ação de investigação de paternidade. Na verdade, 
pretende-se que o herdeiro preterido receba o quinhão da herança que lhe 
pertence. 
A terceira corrente, por sua vez, defende que a ação de petição de herança 
tem NATUREZA JURÍDICA MISTA, uma vez que visa tanto o reconhecimento da 
qualidade de herdeiro, quando o recebimento pelo herdeiro preterido da parte que 
lhe pertence na herança. 
A corrente majoritária é aquele que entende que a ação de petição de 
herança tem natureza real, porque abrange interesse na obtenção de herança, visto 
que o art. 80, II, do Código Civil, reconhece imóvel, para os efeitos legais. 
Além de real, a ação de petição de herança é UNIVERSAL porque almeja a 
entrega dos bens da herança no todo ou em parte com os seus acessórios e rendimentos 
desde a morte do de cujus e não somente uma parte dos bens. Por este motivo, grande 
parte da doutrina entende que o legatário não pode ajuizar a ação de petição de 
herança, uma vez que se almeja a universalidade dos bens e o herdeiro legatário ter 
direito apenas a um bem certo e determinado em testamento. Na verdade, deve o 
legatário ajuizar uma ação reivindicatória, através da qual reivindicará a propriedade do 
bem que lhe foi destinado. 
5 PARTES LEGÍTIMAS 
 
a) Legítima ativa: cabe tal ação a quem se intitula herdeiro e reivindica 
esse título, com o objetivo de obter a restituição da herança, no todo ou 
em parte. 
b) Legitimidade passiva: é o possuidor dos bens hereditários, com o título 
de herdeiro ou outra qualificação, ou mesmo sem título (herdeiro 
aparente). 
6 EFEITOS DA SENTENÇA 
 
São efeitos da sentença: 
a) Transmissão da titularidade do patrimônio deixado pelo de cujus ao 
real herdeiro. 
b) Efeitos em relação ao herdeiro aparente: sendo o herdeiro aparente um 
possuidor, a responsabilidade rege-se pelas regras da posse, a qual pode 
ser de boa-fé ou de má-fé. 
 
“Art. 1.826 – O possuidor da herança está obrigado à 
restituição dos bens do acervo, fixando-se-lhe a 
responsabilidade segundo a sua posse, observado o disposto nos 
arts. 1.214 a 1.222. 
Parágrafo único – A partir da citação, a responsabilidade do 
possuidor se há de aferir pelas regras concernentes à posse de 
má-fé e à mora.” 
 
Assim, independentemente de estar o herdeiro aparente de boa ou má-fé, 
deverá restituir o bem ao herdeiro preterido. Ademais, se estiver de boa-fé, não terá que 
devolver os frutos que já foram colhidos, mas deverá fazê-lo com relação aos frutos que 
ainda não o foram. Por outro lado, se o herdeiro aparente estiver de má-fé, deverá 
devolver, além do bem, todos os frutos que já colhera. 
 
Exemplo: O pai de Cristiane faleceu e deixou um apartamento para Letícia, sua amiga, 
através de um testamento particular. Cristiane abriu a sucessão e alugou o apartamento 
por R$ 2.000,00, sem saber da existência do testamento. Passados 3 anos, Letícia toma 
conhecimento do referido testamento e juíza uma ação de petição de herança, 
requerendo o bem que lhe foi deixado. Neste caso, pelo fato de Cristiane não saber da 
existência do testamento, estando de boa-fé, deverá tão somente passar o bem para 
Letícia. Diferentemente, se ela sabia da existência do testamento, deverá, além de 
devolver o bem, restituir a Letícia todos os aluguéis que já recebeu. 
 
Quanto às benfeitorias, o herdeiro aparente que estiver de boa-fé terá 
direito de ser indenizado pelas úteis, necessárias e voluptuárias, podendo reter as 
primeiras até o seu devido pagamento. Quanto às voluptuárias, terá direito de levantá-
las caso não haja o pagamento da indenização. 
Por outro lado, o herdeiro aparente de má-fé somente terá direito de ser 
indenizado pelas benfeitorias necessárias. 
Ainda, se a coisa se deteriorar, o possuidor de boa-fé não responderá 
pela deterioração, salvo se a ela tiver dado causa. Já o possuidor de má-fé sempre 
responderá pela deterioração, salvo se provar que tal fato ocorreria ainda que o bem já 
estivesse na posse do herdeiro preterido. 
c) Efeitos em relação ao terceiro adquirente: Deve-se analisar, ainda, a 
possibilidade de o herdeiro aparente alienar o bem deixado para outro 
herdeiro, seja essa alienação gratuita ou onerosa. Neste caso, deve-se 
observar, principalmente, a boa ou a má-fé de quem está adquirindo o 
bem. Se o terceiro adquirente estiver de boa-fé. A questão principal 
consiste em verificar se a alienação que lhe foi feita pelo herdeiro 
aparente é válida ou não. 
c.1) Alienação onerosa: somente se considera válido o negócio jurídico 
se alienados onerosamente os bens a terceiro adquirente de boa-fé. 
Ressalte-se que o herdeiro aparente responde pela restauração do 
valor dos bens esteja ou não de boa-fé. 
7 PRAZO PARA AJUIZAMENTO 
 
O PRAZO PARA O AJUIZAMENTO da ação de petição de herança é 
DE 10 ANOS, contados da abertura da sucessão. Para se defender, o herdeiro 
aparente poderá alegar a usucapião. 
Se o herdeiro aparente for incapaz, este prazo de 10 anos somente começa a 
ser contado a partir da aquisição da capacidade. 
Em matéria de defesa, o herdeiro aparente (que está na posse do bem) 
poderá alegar a aquisição do bem por usucapião, desdeque preenchidos os requisitos 
para tal.

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