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1 ESTADO DE DEFORMAÇÕES Exercício 1 Dado o estado de deformação: {𝛾}𝑥𝑦𝑧 = ( 2 1 2 1 2 1 2 1 1 ) × 10−2 Determinar: a) Deformações principais. b) Deformações octaédricas. c) Deformação volumétrica total. Parte 1 – Invariantes de Deformações O estado triplo de deformações pode ser escrito em notação tensorial {𝛾}𝑥𝑦𝑧 = [ 𝜀𝑥 𝜀𝑥𝑦 𝜀𝑥𝑧 𝜀𝑥𝑦 𝜀𝑦 𝜀𝑦𝑧 𝜀𝑥𝑧 𝜀𝑦𝑧 𝜀𝑧 ] = [ 𝜀𝑥 𝛾𝑥𝑦 2 𝛾𝑥𝑧 2 𝛾𝑥𝑦 2 𝜀𝑦 𝛾𝑦𝑧 2 𝛾𝑥𝑧 2 𝛾𝑦𝑧 2 𝜀𝑧 ] Do desenvolvimento do estado triplo de deformações sabe-se que os três invariantes de deformação podem ser obtidos por: 𝐼′1 = 𝜀𝑥 + 𝜀𝑦 + 𝜀𝑧 = 𝜀1 + 𝜀2 + 𝜀3 𝐼′2 = 𝜀𝑥𝜀𝑦 + 𝜀𝑦𝜀𝑧 + 𝜀𝑥𝜀𝑧 − 𝜀𝑥𝑦 2 − 𝜀𝑦𝑧 2 − 𝜀𝑥𝑧 2 = 𝜀1𝜀2 + 𝜀2𝜀3 + 𝜀1𝜀3 𝐼′3 = 𝜀𝑥𝜀𝑦𝜀𝑧 + 2𝜀𝑥𝑦𝜀𝑦𝑧𝜀𝑥𝑧 − 𝜀𝑥𝜀𝑦𝑧 2 − 𝜀𝑦𝜀𝑥𝑧 2 − 𝜀𝑧 𝜀𝑥𝑦 2 = 𝜀1𝜀2𝜀3 Colocando 10-2 em evidência, obtemos para o tensor de deformações: 𝐼′1 = 2 + 2 + 1 = 5 𝐼′2 = 2 × 2 + 2 × 1 + 1 × 2 − 1 2 − 22 − 12 = 2 𝐼′3 = 2 × 1,5 × 1 + 2(1 × 2 × 1) − 2 × 1 2 − 2 × 22 − 1 × 12 = −3 Parte 2 – Deformações Principais A partir das invariantes de deformação, pode-se construir a equação característica do estado triplo de deformações: 𝜀3 − 𝐼′1𝜀 2 + 𝐼′2𝜀 − 𝐼′3 = 0 𝜀3 − 5 × 𝜀2 + 2 × 𝜀 + 3 = 0 2 As raízes da equação característica (autovalores) fornecem as deformações principais atuantes no corpo. Desenvolvendo a resolução da equação cúbica, obtemos: 𝜀1 = 4,39 × 10 −2 𝜀2 = 1,18 × 10 −2 𝜀3 = −0,58 × 10 −2 Parte 3 – Deformações Octaédricas As deformações octaédricas normal e cisalhante podem ser determinadas pelas expressões: 𝜀𝑚 = 𝜀𝑜𝑐𝑡 = 𝜀1 + 𝜀2 + 𝜀3 3 = (4,39 + 1,18 − 0,58) × 10−2 3 = 0,0166 = 1,67 × 10−2 𝛾𝑜𝑐𝑡 2 = 1 9 [(𝜀1 − 𝜀2) 2 + (𝜀2 − 𝜀3) 2 + (𝜀3 − 𝜀1) 2] 𝛾𝑜𝑐𝑡 2 = 1 9 [(4,39× 10−2 − 1,18 × 10−2)2 + (1,18 × 10−2+ 0,58 × 10−2)2 + (−0,58× 10−2 − 4,39 × 10−2)2] 𝛾𝑜𝑐𝑡 = ± 0,0206 = ± 2,06 × 10 −2 Parte 4 – Deformação Volumétrica Total A deformação volumétrica total do corpo pode ser obtida por 𝜀𝑣 = 𝜀1 + 𝜀2 + 𝜀3 = 3𝜀𝑚 = 3 × 1,67 × 10 −2 = 5 × 10−2 Exercício 2 Deduzir a matriz constitutiva para um material homogêneo, contínuo e isotrópico. Obs. Suponha que o material seja elástico e, portanto, a matriz constitutiva é simétrica. Considerando o material homogêneo, isotrópico, contínuo elástico linear, podemos aplicar a Lei de Hook que correlaciona tensões e deformações através de uma constante elástica "E” – Módulo de elasticidade do material. 𝜎𝑥 = 𝐸𝜀𝑥 (1) Ainda nestas premissas, é possível definir o coeficiente de Poisson (ν) que relaciona das deformações transversais e longitudinais apresentadas pelo corpo 3 𝑣 = − 𝜀𝑦 𝜀𝑥 = − 𝜀𝑧 𝜀𝑥 (2) Aplicando as relações (1) e (2), observamos que uma componente de deformação está relacionada com as tensões existentes nos 3 eixos: 𝜀𝑥 = 𝜎𝑥 𝐸 (3) 𝜀𝑥 = −𝑣𝜀𝑦 = −𝑣 𝜎𝑦 𝐸 (4) 𝜀𝑥 = −𝑣𝜀𝑧 = −𝑣 𝜎𝑧 𝐸 (5) 𝜀𝑥 = 𝜎𝑥 𝐸 − 𝑣 𝜎𝑦 𝐸 − 𝑣 𝜎𝑧 𝐸 = 1 𝐸 [𝜎𝑥 − 𝑣(𝜎𝑦 + 𝜎𝑧)] (6) Aplicando raciocínio análogo para as demais direções, obtemos 𝜀𝑦 = 1 𝐸 [𝜎𝑦 − 𝑣(𝜎𝑥 + 𝜎𝑧)] (7) 𝜀𝑧 = 1 𝐸 [𝜎𝑧 − 𝑣(𝜎𝑥 + 𝜎𝑦)] (8) Ainda, considerando a relação de tensão cisalhante e deformação angular, obtemos 𝜏𝑥𝑦 = 𝐺. 𝛾𝑥𝑦 (9) Sendo, 𝐺 = 𝐸 2(1 + 𝑣) Realizando procedimento análogo para as demais distorções e agrupando os termos em notação matricial, obtemos a Lei de Hook generalizada para o estado triplo de tensões { 𝜀𝑥 𝜀𝑦 𝜀𝑧 𝜀𝑥𝑦 𝜀𝑥𝑧 𝜀𝑦𝑧} = [ 1 𝐸 −𝑣 𝐸 −𝑣 𝐸 1 𝐸 −𝑣 𝐸 −𝑣 𝐸 −𝑣 𝐸 −𝑣 𝐸 1 𝐸 1 𝐺 1 𝐺 1 𝐺 ] × { 𝜎𝑥 𝜎𝑦 𝜎𝑧 𝜏𝑥𝑦 𝜏𝑥𝑧 𝜏𝑦𝑧} 4 Exercício 3 Deduzir a relação: G = f (E,ν). Demonstração (ver Chou e Pagano (1992)). Seja um corpo de material homogêneo, isotrópico e linear elástico, representado na Figura 1: Figura 1 - Corpo homogêneo, linear e isotrópico As componentes de deformação podem ser dadas por: 𝜀𝑥 = 1 𝐸 [𝜎𝑥 − 𝑣𝜎𝑦] (10) 𝜀𝑦 = 1 𝐸 [𝜎𝑦 − 𝑣𝜎𝑥] (11) 𝛾𝑥𝑦 = 𝜏𝑥𝑦 𝐺 (12) Além disso, as componentes de tensão e deslocamento em um plano qualquer são determinadas por: { 𝜎𝑥′ = 𝜎𝑥 + 𝜎𝑦 2 + 𝜎𝑥 − 𝜎𝑦 2 cos(2𝛼) + 𝜏𝑥𝑦 2 sen(2𝛼) 𝜎𝑦′ = 𝜎𝑥 + 𝜎𝑦 2 + 𝜎𝑥 − 𝜎𝑦 2 cos(2𝛼) + 𝜏𝑥𝑦 2 sen(2𝛼) (13) { 𝜀𝑥′ = 𝜀𝑥 + 𝜀𝑦 2 + 𝜀𝑥 − 𝜀𝑦 2 cos(2𝛼) + 𝛾𝑥𝑦 2 sen(2𝛼) 𝜀𝑦′ = 𝜀𝑥 + 𝜀𝑦 2 + 𝜀𝑥 − 𝜀𝑦 2 cos(2𝛼) + 𝛾𝑥𝑦 2 sen(2𝛼) (14) 5 Como o material é isotrópico, ele apresenta as mesmas propriedades em quaisquer direções. Assim, as relações constitutivas tensão-deformação devem ser as mesmas, independente dos eixos: 𝜀𝑥′ = 1 𝐸 [𝜎𝑥′ − 𝑣𝜎𝑦′] (15) 𝜀𝑦′ = 1 𝐸 [𝜎𝑦′ − 𝑣𝜎𝑥′] (16) 𝛾𝑥′𝑦′ = 𝜏𝑥′𝑦′ 𝐺 (17) Substituindo as equações (13), (14) na equação (15) e subtraindo da substituição das equações (13), (14) na equação (16), obtemos: (𝜀𝑥 − 𝜀𝑥) cos(2𝛼) + 𝛾𝑥𝑦 sen(2𝛼) = 1 𝐸 [(𝜎𝑥 − 𝜎𝑦)(1 + 𝑣)𝑐𝑜𝑠(2𝛼) + 2𝜏𝑥𝑦(1 + 𝑣)𝑠𝑒𝑛(2𝛼)] (18) Combinando a equação (10) com a (11) e subtraindo da equação (18) obtemos: 𝛾𝑥𝑦 = 2(1 + 𝑣) 𝐸 𝜏𝑥𝑦 (19) Ao comparar a equação (19) com a (12) observamos que 1 𝐺 = 2(1 + 𝑣) 𝐸 𝐺 = 𝐸 2(1 + 𝑣) Verificando que apesar de existirem 3 componentes elásticas (para materiais homogêneos e isotrópicos), apenas 2 são independentes.
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