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1 ESTADO DE TENSÕES Exercício 2 1. Dado o estado de tensão: {𝜎}𝑥𝑦𝑧 = ( 2,2 1,0 1,5 1,0 1,5 2,0 1,5 2,0 1,0 ) (𝑀𝑃𝑎) Determinar: a) Invariantes de tensão. b) Tensões principais. c) Direções dos planos principais. d) Mostrar que os planos principais são ortogonais entre si. e) Tensões octaédricas normal e cisalhante Parte 1 – Invariantes de Tensões Do desenvolvimento do estado triplo de tensões sabe-se que os três invariantes de tensão podem ser obtidos por: 𝐼1 = 𝜎𝑥 + 𝜎𝑦 + 𝜎𝑧 = 𝜎1 + 𝜎2 + 𝜎3 𝐼2 = 𝜎𝑥𝜎𝑦 + 𝜎𝑦𝜎𝑧 + 𝜎𝑥𝜎𝑧 − 𝜏𝑥𝑦 2 − 𝜏𝑦𝑧 2 − 𝜏𝑥𝑧 2 = 𝜎1𝜎2 + 𝜎2𝜎3 + 𝜎1𝜎3 𝐼3 = 𝜎𝑥𝜎𝑦𝜎𝑧 + 2𝜏𝑥𝑦𝜏𝑦𝑧𝜏𝑥𝑧 − 𝜎𝑥𝜏𝑦𝑧 2 − 𝜎𝑦𝜏𝑥𝑧 2 − 𝜎𝑧 𝜏𝑥𝑦 2 = 𝜎1𝜎2𝜎3 Dessa forma, obtemos: 𝐼1 = 2,2 + 1,5 + 1,0 = 4,70 𝑀𝑃𝑎 𝐼2 = 2,2 × 1,5 + 1,5 × 1 + 2,2 × 1 − 1 2 − 22 − 2,52 = −0,25 𝑀𝑃𝑎² 𝐼3 = 2,2 × 1,5 × 1 + 2(1 × 2 × 1,5) − 2,2 × 2 2 − 1,5 × 1,52 − 1 × 12 = −3,8 𝑀𝑃𝑎³ Parte 2 – Tensões Principais A partir das invariantes de tensão, pode-se construir a equação característica do estado triplo de tensões: 𝑆3 − 𝐼1𝑆 2 + 𝐼2𝑆 − 𝐼3 = 0 𝑆3 − 4,70 × 𝑆2 − 0,25 × 𝑆 + 3,80 = 0 As raízes da equação característica (autovalores) fornecem as tensões principais atuantes no corpo. Desenvolvendo a resolução da equação cúbica, obtemos: 𝑆1 = 4,57 𝑀𝑃𝑎 = 𝜎1 2 𝑆2 = 0,99 𝑀𝑃𝑎 = 𝜎2 𝑆3 = −0,86 𝑀𝑃𝑎 = 𝜎3 Parte 3 – Plano das Tensões Principais Com base nas tensões principais obtidas (autovalores) é possível determinar os cossenos diretores de cada tensão principal (autovetores) que satisfazem a relação matricial: [ (𝜎𝑥 − 𝜎) 𝜏𝑥𝑦 𝜏𝑥𝑧 𝜏𝑥𝑦 (𝜎𝑦 − 𝜎) 𝜏𝑦𝑧 𝜏𝑥𝑧 𝜏𝑦𝑧 (𝜎𝑧 − 𝜎) ] { 𝑙 𝑚 𝑛 } = { 0 0 0 } Como o sistema é linearmente dependente (apenas duas equações linearmente independentes) é necessário utilizar a relação de Euler para a resolução não trivial do sistema: 𝑙2 + 𝑚2 + 𝑛2 = 1 Direção principal 𝝈𝟏 [ (2,20 − 4,57) 1 1,50 1 (1,50 − 4,57) 2 1,50 2 (1 − 4,57) ] { 𝑙 𝑚 𝑛 } = { 0 0 0 } [ (−2,37) 1 1,50 1 (−3,07) 2 1,50 2 (−3,57) ] { 𝑙 𝑚 𝑛 } = { 0 0 0 } 𝑚 = 0,944. 𝑙 𝑛 = 0,949. 𝑙 𝑙 = 𝑙 ⇒ 𝑙2 + (0,944. 𝑙)2 + (0,949. 𝑙)2 = 1 ⇒ 𝑙2 = 1 2,793 ⇒ 𝑙 = ±0,599 σ l m n σ1 = 4,57 MPa 0,599 0,565 0,568 - 0,599 - 0,565 - 0,568 σ θ ϕ ψ σ1 = 4,57 MPa 53,2° 55,6° 55,4° 3 126,8° 124,4° 123,6° Direção principal 𝝈𝟐 [ (2,20 − 0,99) 1 1,50 1 (1,50 − 0,99) 2 1,50 2 (1 − 0,99) ] { 𝑙 𝑚 𝑛 } = { 0 0 0 } [ (1,21) 1 1,50 1 (0,51) 2 1,50 2 (0,01) ] { 𝑙 𝑚 𝑛 } = { 0 0 0 } 𝑚 = −0,748. 𝑙 𝑛 = −0,309. 𝑙 𝑙 = 𝑙 ⇒ 𝑙2 + (−0,748. 𝑙)2 + (−0,309. 𝑙)2 = 1 ⇒ 𝑙2 = 1 1,656 ⇒ 𝑙 = ±0,777 σ l m n σ2 = 0,99 MPa 0,777 - 0,582 - 0,240 - 0,777 0,582 0,240 σ θ ϕ ψ σ2 = 0,99 MPa 39,0° 125,6° 103,9° 141,0° 54,4° 76,1° Direção principal 𝝈𝟑 [ (2,20 − (−0,86)) 1 1,50 1 (1,50 − (−0,86)) 2 1,50 2 (1 − (−0,86)) ] { 𝑙 𝑚 𝑛 } = { 0 0 0 } [ (3,06) 1 1,50 1 (2,36) 2 1,50 2 (1,86) ] { 𝑙 𝑚 𝑛 } = { 0 0 0 } 𝑚 = 2,926. 𝑙 𝑛 = −3,953. 𝑙 𝑙 = 𝑙 4 ⇒ 𝑙2 + (2,926. 𝑙)2 + (−3,953. 𝑙)2 = 1 ⇒ 𝑙2 = 1 25 ⇒ 𝑙 = ±0,199 σ l m n σ3 = - 0,86 MPa 0,199 0,583 - 0,788 - 0,199 - 0,583 0,788 σ θ ϕ ψ σ3 = - 0,86 MPa 78,5° 54,3° 142,0° 101,5° 125,7° 38,0° Parte 4 – Ortogonalidade entre planos principais Os cossenos diretores de um plano constituem as componentes do versor normal a este plano, por definição. �̂� = (𝑐𝑜𝑠𝜃, 𝑐𝑜𝑠𝜙, 𝑐𝑜𝑠𝜓), |�̂�| = 1 Um plano possui dois versores normais que passam pela origem, iguais em módulo e direção, mas com sentidos opostos (como verificado na Parte 3). A ortogonalidade entre vetores pode ser verificada pelo produto escalar entre eles, que correlaciona o ângulo existente entre dois vetores não nulos: 〈𝑢, 𝑣〉 = 𝑢𝑥𝑣𝑥 + 𝑢𝑦𝑣𝑦 + 𝑢𝑧𝑣𝑧 〈𝑢, 𝑣〉 = |𝑢||𝑣| cos(𝑢, 𝑣) ⇒ cos(𝑢, 𝑣) = 〈𝑢, 𝑣〉 |𝑢||𝑣| Dessa forma, tomemos os versores representativos �̂�, 𝑣, �̂�, referentes aos planos principais 1, 2 e 3, respectivamente. �̂� = (0,599; 0,565; 0,568) 𝑣 = (0,777; −0,582; −0,240) �̂� = (0,199; 0,583; −0,788) Como os vetores são versores, o cosseno do ângulo entre eles é numericamente igual ao seu produto escalar que, observando a propriedade comutativa, pode ser aferido: 〈�̂�, 𝑣〉 = 0,599 × 0,777 + 0,565 × −0,582 + 0,568 × −0,240 = 4,4 × 10−5 =̃ 0 5 〈�̂�, �̂�〉 = 0,599 × 0,199 + 0,565 × 0,583 + 0,568 × −0,788 = 1,3 × 10−3 =̃ 0 〈�̂�, 𝑣〉 = 0,199 × 0,777 + 0,583 × −0,582 − 0,788 × −0,240 = 5 × 10−3 =̃ 0 Observa-se que para o nível de significância adotado (3 casas decimais) ambos produtos são numericamente iguais a zero. A discrepância existente é resultado do arredondamento utilizado na determinação dos cossenos diretores. Como o cosseno entre os versores é nulo, observamos a condição de ortogonalidade, pois o ângulo existente entre os mesmos é de 90º (ou 270º). Parte 5 – Tensão Cisalhante Máxima A partir do círculo de Morh 3D (Figura 4), pode-se obter os valores da tensão cisalhante máxima e sua respectiva tensão normal: Figura 1 - Círculo de Mohr 3D 𝜏𝑚á𝑥 = ± 1 2 (𝜎𝑚á𝑥 − 𝜎𝑚í𝑛) = ± 1 2 (4,57 − (−0,86)) = ±2,72 𝑀𝑃𝑎 𝜎 = 1 2 (𝜎3 + 𝜎1) = 4,57 + (−0,86) 2 = 1,86 𝑀𝑃𝑎 Os ângulos diretores do plano em que ocorrem tais tensões podem ser determinados por: 𝑙2 = 𝜏2 + (𝜎 − 𝜎2)(𝜎 − 𝜎3) (𝜎1 − 𝜎2)(𝜎1 − 𝜎3) = 2,722 + (1,86 − 0,99)(1,86 − (−0,86)) (4,57 − 0,99)(4,57 − (−0,86)) = ±0,707 𝑚2 = 𝜏2 + (𝜎 − 𝜎3)(𝜎 − 𝜎1) (𝜎2 − 𝜎3)(𝜎2 − 𝜎1) = 2,722 + (1,86 − (−0,86))(1,86 − 4,57) (0,99 − (−0,86))(0,99 − 4,57) = 0 𝑛2 = 𝜏2 + (𝜎 − 𝜎1)(𝜎 − 𝜎2) (𝜎3 − 𝜎1)(𝜎3 − 𝜎2) = 2,722 + (1,86 − 4,57)(1,86 − 0,99) ((−0,86) − 4,57)((−0,86) − 0,99) = ±0,707 6 σ θ ϕ ψ σ = 1,86 MPa 45,0° 90,0° 45,0° |τ| = 2,72 MPa 135,0° 90,0° 135,0° Parte 6 – Tensões Octaédricas As tensões octaédricas normal e cisalhante podem ser determinadas pelas expressões: 𝜎𝑚 = 𝜎𝑜𝑐𝑡 = 𝐼1 3 = 4,7 3 = 1,57 𝑀𝑃𝑎 𝜏𝑜𝑐𝑡 2 = 1 3 [(𝜎1 − 𝜎𝑚) 2 + (𝜎2 − 𝜎𝑚) 2 + (𝜎3 − 𝜎𝑚) 2] 𝜏𝑜𝑐𝑡 2 = 1 3 [(4,57 − 1,57)2 + (0,99 − 1,57)2 + (−0,86 − 1,57)2] 𝜏𝑜𝑐𝑡 = ± 2,25 𝑀𝑃𝑎
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