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Material de Apoio 01 Controle de Constitucionalidade

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
1. Conceito e presunção de constitucionalidade das leis
1.1 Conceito: é o método de verificação da compatibilidade vertical das normas (observar se as leis cumprem a Constituição Federal). A inconstitucionalidade se opera diante de qualquer manifestação do Poder Público (ou de quem o exerça, por delegação, atribuições públicas), comissiva ou omissiva, em desrespeito à Carta da República.
Devem ser destacados dois aspectos: 
a) Estão FORA da possibilidade de controle de constitucionalidade as normas constitucionais ORIGINÁRIAS, o texto originário da CF/88: não há normas constitucionais originárias “superiores” e “inferiores”, sendo a Constituição um todo orgânico (Princípio da Unidade da Constituição) (ADI 815-DF; 28.03.1996 – relator Min. Moreira Alves).
b) NÃO está sujeito à aferição de constitucionalidade o direito pré-constitucional, em face da Constituição superveniente. Trata-se de direito intertemporal: quando a lei anterior à Constituição é MATERIALMENTE compatível com ela, é recepcionada; caso contrário, não será RECEPCIONADA, ou seja, será REVOGADA (ADI-7/DF, 04.09.1992). Ex.: Lei 5.172/66 – Código Tributário Nacional.
Sintetizemos, em breves considerações, o controle de constitucionalidade:
a) A noção contemporânea de controle de constitucionalidade das leis tem como pressuposto a existência de uma Constituição do tipo rígida (aquela em que há a exigência de um processo legislativo especial para a modificação de seu texto, mais difícil do que o processo legislativo de elaboração das demais leis do ordenamento).
b) A rigidez da Constituição tem como consequência imediata o princípio da supremacia da Constituição, o qual exige que todas as demais normas do ordenamento jurídico estejam de acordo com o texto constitucional.
c) Aquelas normas que não estiverem de acordo com a Constituição, tanto do ponto de vista formal (respeito ao processo legislativo), quanto material (compatibilidade com o conteúdo das normas constitucionais), serão INVÁLIDAS, inconstitucionais e deverão, por isso, ser retiradas do ordenamento jurídico.
d) Há necessidade, então, de que a Constituição outorgue competência para que algum órgão (ou órgãos), independente do órgão encarregado da produção normativa, fiscalize se a norma inferior está (ou não) contrariando o seu texto, para o fim de retirá-la do mundo jurídico e restabelecer a harmonia do ordenamento.
O estudo do controle de constitucionalidade, portanto, implica perquirir, essencialmente: (i) quais órgãos do nosso estado têm competência para declarar a inconstitucionalidade das leis, atos e condutas; (ii) em que espécies de procedimentos as normas e condutas poderão ser declaradas inconstitucionais; (iii) quais os efeitos da declaração da inconstitucionalidade da norma ou comportamento em desacordo com a Constituição.
1.2 Presunção de constitucionalidade das leis
As leis e os atos normativos editados pelo Poder Público são protegidos pelo princípio da presunção da constitucionalidade (legitimidade) das leis, logo, as leis e os atos normativos estatais deverão ser considerados constitucionais, válidos, legítimos até que venham a ser formalmente declarados inconstitucionais, por um órgão competente para tal, devendo tal declaração ser uma medida EXCEPCIONAL, com a devida motivação (CF, art. 93, IX).
2 Parâmetros de constitucionalidade
Os dispositivos constitucionais abaixo poderão servir de modelo para a comparação dos demais atos normativos infraconstitucionais.
a) Parte dogmática: Composta de 250 artigos. São as verdadeiras regras que servem como parâmetro do controle de constitucionalidade.
b) ADCT: também consubstanciam parâmetro do controle de constitucionalidade. Para diversos autores (dentre eles, José Afonso da Silva), as normas da ADCT, que já tivessem exaurido os seus efeitos jurídicos, não mais serviriam como parâmetro, porque seriam apenas declarações históricas desprovidas de normatividade.
c) Bloco de Constitucionalidade: Há também o Bloco de Constitucionalidade, que não se limitaria à Constituição escrita formal. Ex.: art. 5º, § 3º, CRFB que trouxe a constitucionalização formal dos Tratados sobre Direitos Humanos. Hoje, já há o Decreto 6.949/09 (que constitucionalizou a Convenção Internacional das Pessoas com Deficiência e o seu Protocolo Facultativo), que possui status de Constituição, servindo perfeitamente como parâmetro do controle de constitucionalidade das leis, muito embora não faça parte formal, visível, do texto da Constituição.
Obs.: o Preâmbulo não é considerado pelo STF como norma jurídica. Há forte embate na doutrina sobre o tema. Mas para o STF, é fonte de interpretação, expressa um sentimento político, histórico, mas é desprovido de normatividade. Por isso, não serve como parâmetro do controle da constitucionalidade das leis, tampouco é de observância obrigatória no âmbito dos Estados-membros.
Mas o preâmbulo não pode ser retirado da Constituição. Expressa um sentimento político. Não é descartável. Representa os ideais que existiam em nosso País, no momento de criação de nossa Constituição, não sendo possível removê-lo, pois estaríamos mexendo com a própria história da nossa Constituição.
3 Momento do controle
Quanto ao momento de sua ocorrência, o controle de constitucional poderá ser:
a) Preventivo (a priori): quando a fiscalização da validade da norma incidir sobre o projeto, antes de a norma estar pronta e acabada, busca evitar a produção de uma norma inconstitucional. No Brasil, dá-se com o veto do Chefe do Executivo por inconstitucionalidade (veto jurídico), uma vez que incide sobre o projeto de lei (art. 66, § 1º, CF).
b) Repressivo (sucessivo ou a posteriori): a fiscalização da validade incide sobre a norma pronta e acabada, já inserida no ordenamento jurídico. É o caso do controle judicial no Brasil. Excepcionalmente, poderá ser feito pelo Legislativo, Executivo e Tribunais de Contas. Tem por fim declarar a inconstitucionalidade de uma norma já existente. 
4 Modelos de controle
Os ordenamentos constitucionais preveem os seguintes modelos de controle:
a) Difuso (ou aberto): a competência para fiscalizar a validade das leis é outorgada a todos os componentes do Poder Judiciário (juízes e tribunais). Surge nos EUA, com o caso Marbury v. Madison, em 1803, quando a suprema Corte Americana, sob o comando do Chief Justice John Marshall, entendeu que o Poder Judiciário poderia deixar de aplicar uma lei aos casos concretos a ele submetidos, por entendê-la inconstitucional.
b) Concentrado (ou reservado): a competência para realizar o controle de constitucionalidade é outorgada somente a um órgão de natureza jurisdicional (ou a um número limitado de órgãos). Surge na Áustria, em 1920, sob a influência de Hans Kelsen, para quem tal atribuição especial, autônoma, não deveria ser conferida a todos os membros do Poder Judiciário, ademais, entendia que a função precípua do controle concentrado não seria a solução de casos concretos, mas sim, a anulação genérica da lei incompatível com as normas constitucionais.
c) Misto: utiliza o modelo difuso e o concentrado. É o adotado pelo Brasil.
5 Vias de ação para o exercício do controle de constitucionalidade
São duas as vias (formas) pelas quais uma lei poderá ser impugnada perante o Poder Judiciário:
a) Incidental (concreta ou de defesa ou de exceção): dá-se diante de uma controvérsia concreta, submetida à apreciação do Poder Judiciário (qualquer juízo ou tribunal), em que uma das partes requer o reconhecimento da inconstitucionalidade de uma lei, com o fim de afastar a sua aplicação ao caso concreto de seu interesse. A apreciação da constitucionalidade não é o objeto principal do pedido, mas um incidente do processo (incidenter tantum), um pedido acessório. Suscitado o incidente de inconstitucionalidade, o juiz estará obrigado a decidir primeiro se a lei é constitucional, ou não, para só depois, com base nessa premissa, decidir o pedido, firmando o seu entendimento no caso concreto.
b) Principal (ação ou abstrato): o pedido do autor da ação é a própria questãode constitucionalidade do ato normativo, ou seja, o autor requer, por meio de uma ação especial, uma decisão sobre a constitucionalidade, em tese, de uma lei, com o fim de resguardar a harmonia do ordenamento jurídico. Nessa hipótese, não há caso concreto, não havendo interesses subjetivos a serem tutelados (são “processos objetivos”).
6 Jurisdição constitucional
No Brasil, o controle de constitucionalidade é predominantemente realizado pelo Poder Judiciário, que pode atuar na via incidental ou na via abstrata.
A via abstrata pode ser instaurada exclusivamente perante o STF, uma das seguintes ações: Ação direta de inconstitucionalidade genérica (ADI); Ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADI por omissão); Ação declaratória de constitucionalidade (ADC); Arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF); Ação direta de inconstitucionalidade interventiva (ADI interventiva).
Obs.: além do controle abstrato, perante o STF, em defesa da CF, existe o controle abstrato em cada estado-membro e no Distrito Federal, para a defesa da respectiva Constituição Estadual e da Lei Orgânica, instaurado perante o Tribunal de Justiça, para aferição das leis locais em face da Constituição Estadual e da Lei Orgânica do DF (art. 125, § 2º, CF). Portanto, somente a jurisdição concentrada em face da CF é exclusiva do STF.
7 Fiscalização não-jurisdicional
Não só o Poder Judiciário exerce a fiscalização da constitucionalidade em nosso País. O Executivo, Legislativo e o próprio Tribunal de Contas também poderão fazê-lo.
7.1 Poder Legislativo
	COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA (Casas do Congresso Nacional)
	Manifesta-se sobre as proposições submetidas à apreciação do Legislativo (projetos de lei, propostas de EC etc.), podendo concluir pela constitucionalidade ou não do projeto.
Trata-se de controle político preventivo de constitucionalidade, tendo por objetivo, evitar que ingresse no ordenamento espécie normativa viciada constitucionalmente.
	VETO LEGISLATIVO (art. 49, V, CF).
	Trata-se de autorização ao Congresso Nacional para sustar os atos normativos do Executivo que exorbitem o poder regulamentar ou os limites da delegação legislativa (art. 68, CF).
O ato do Congresso nacional surtirá efeitos não-retroativos (ex nunc), porquanto não se cuida de pronúncia de inconstitucionalidade, mas sim de sustação da eficácia.
O próprio Parlamento, por decreto legislativo, pode sustar os atos, não precisando recorrer ao Judiciário.
	APRECIAÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS
	Da apreciação legislativa poderá resultar a rejeição total da medida provisória, seja pelo desatendimento dos pressupostos constitucionais para sua adoção (relevância e urgência), seja por entender o Congresso Nacional que a MP contraria materialmente a Constituição.
Obs.: inadmissível a declaração da inconstitucionalidade (nulidade) de lei ou de ato normativo com força de lei por lei ou ato normativo posteriores. Eventual ato legislativo nesse sentido será interpretado como ato de mera revogação da lei anterior, com eficácia prospectiva, ou seja, dali para frente (ex nunc).
7.2 Poder Executivo
	CONTROLE DO PODER EXECUTIVO
	VETO DO CHEFE DO EXECUTIVO (federal, estadual, distrital e municipal).
	O Chefe do Executivo pode vetar, total ou parcialmente, projeto de lei, por entendê-lo inconstitucional (veto jurídico) ou contrário ao interesse público (veto político) (art. 66, § 1º).
Trata-se de controle preventivo de constitucionalidade.
Tal veto pode ser rejeitado pelo Legislativo. No âmbito federal, verifica-se a aplicação do art. 66, § 4º).
	INAPLICAÇÃO DE LEI PELO CHEFE DO EXECUTIVO (fed., estadual, distrital e municipal).
	O Chefe do Executivo, exclusivamente, pode afastar a aplicação de lei, por ele considerada inconstitucional, determinando aos seus órgãos subordinados que assim o façam.
Contudo, se já houver decisão definitiva do Poder Judiciário pela validade da lei, não poderá o Chefe do Executivo descumpri-la.
	PROCESSO DE INTERVENÇÃO (art. 34 ao 36)
	Última medida para o restabelecimento da observância da CF por um ente federado.
Compete privativamente ao PresRep decretar e executar a intervenção federal nos estados, no DF e nos municípios localizados em territórios (art. 84, X).
Caso a intervenção seja em município localizado em estado-membro, a competência para a sua decretação e execução será exclusiva do respectivo Governador (art. 35).
7.3 Tribunal de Contas (União, estaduais e municipais).
Os tribunais de contas poderão afastar a aplicação das leis e atos normativos que entenderem inconstitucionais, devendo a decisão obedecer ao quorum de aprovação composto pela maioria absoluta de seus membros (art. 97). De qualquer modo, esta atribuição do tribunal de contas não afasta a possibilidade de ulterior apreciação judicial, caso haja provocação.
8 Controle Difuso
	CONCEITUAÇÃO
	Reconhecimento da inconstitucionalidade de um ato normativo por qualquer componente do Poder Judiciário. O órgão do Judiciário declarando a inconstitucionalidade, deixa de aplicá-la ao caso concreto. A decisão de cada juiz ou tribunal não é definitiva, podendo ser levada ao STF, por meio de Recurso Extraordinário (RE) (art. 102, III).
	Legitimação ativa
	Todos os intervenientes no procedimento poderão provocar o órgão jurisdicional para que declare a inconstitucionalidade da norma no caso concreto: partes, terceiros intervenientes, MP, juiz ou tribunal, mesmo de ofício.
O juiz ou tribunal, podem alegá-la de ofício, pois estes têm o poder-dever da defesa da CF.
	Espécies de ações judiciais
	Toda e qualquer ação submetida à apreciação do Judiciário: natureza cível, criminal, trabalhista, tributária, eleitoral, administrativa etc.
Poderá ter como objeto toda e qualquer lei ou ato normativo federal, estadual, distrital ou municipal, inclusive aqueles editados sob a égide de Constituições pretéritas, neste caso para afirmar a sua recepção (revogação) pela CF/88.
	Competência
	Qualquer órgão do Poder Judiciário, juiz ou tribunal, inclusive o STF, poderá declarar a inconstitucionalidade de uma lei, com o fim de afastar a sua aplicação ao caso concreto.
	Declaração da inconstitucionalidade pelos tribunais – a reserva de plenário (fULL BENCH) (aRT. 97)
	Os tribunais (todos eles, inclusive o STF e tribunais de contas) só poderão declarar a inconstitucionalidade das leis e demais atos do Poder Público pelo voto da maioria absoluta dos membros ou pela maioria absoluta dos membros do respectivo órgão especial. (que poderão ser instituídos em tribunais com mais de 25 membros – art. 93, XI).
Logo, órgãos fracionários (turmas, câmaras e seções) estão proibidos de declarar a inconstitucionalidade das leis, exceto se houver precedente do próprio tribunal, ou do STF naquele sentido (art. 949, parágrafo único, NCPC e Súm Vnc. 10/STF).
	Recurso extraordinário
	O controle incidental é exercido pelo STF, por meio de RO (art. 102, II) ou do RE (art. 102, III). 
Também as controvérsias envolvem direito pré-constitucional também pode ser objeto de RE.
O recorrente deve demonstrar a repercussão geral das questões constitucionalmente discutidas (art. 102, § 3º), para o conhecimento do RE (trata-se de pressuposto recursal): questão relevante do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico. Ocorre, a repercussão geral presumida, sempre que o recurso impugnar decisão contrária à súmula ou jurisprudência dominante do STF. Ademais, se a Turma decidir pela existência da repercussão geral por, no mínimo, 4 votos, ficará dispensada a remessa do recurso ao plenário (Lei 11.418/06).
A repercussão geral será denegada, no caso de recusa de 2/3 dos membros do STF. As turmas não têm competência para recusar um RE.
Negada a existência de repercussão geral (sempre pelo plenário), a decisão valerá para todos os recursos sobre matéria idêntica, que serão indeferidos liminarmente, salvo revisão de tese.
	Efeitos da decisão
	Qualquer que tenha sido o órgão prolator, a decisão no controle de constitucionalidade incidental só alcança as partes do processo (eficácia interpartes), NÃO dispõe de efeito vinculante e, em regra, produz efeitos retroativos (ex tunc – fulminando, desde o nascimento, a relação jurídica fundada na lei inconstitucional).
Embora a regra seja a pronúncia da inconstitucionalidade no controle concreto ter eficácia retroativa (ex tunc), poderá o STF, por 2/3 dos seus membros, em situações excepcionais, tendo em vista razões de segurança jurídica ou relevante interesse social, outorgar efeitos meramente prospectivos (ex nunc) à sua decisão, ou mesmo, fixar outro momento para o início da eficácia de sua decisão (Modulação dos Efeitos da Decisão).
A decisão do controle concreto não dispõe de força vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública, ainda quando proferida pelo STF.
A pronúncia da inconstitucionalidade NÃO retira a lei do ordenamento jurídico.
Contudo, se a decisão foi proferida pelo STF, há a possibilidade de ampliação dos efeitos da declaração incidental de inconstitucionalidade, seja mediante a suspensão da execução da lei por ato do Senado Federal, seja por meio da aprovação de uma súmula vinculante.
	Atuação do Senado Federal (Art. 52, x)
	Na via incidental, para evitar que outros interessados, posteriormente, tenham de recorrer também ao Judiciário, para obter a mesma decisão, atribui-se ao Senado Federal a FACULDADE de suspender ato declarado inconstitucional pelo STF, conferindo eficácia geral (erga omnes) à decisão da corte (art. 52, X), proferida em um caso concreto.
Só ocorre no controle incidental. O instrumento para suspensão da execução é a resolução.
9 Controle Abstrato
9.1 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI).
	ConceitUAÇÃO
	Ação típica do controle abstrato, cuja função precípua é a defesa da ordem constitucional, possibilitando a extirpação da lei ou do ato normativo inconstitucional do sistema jurídico.
Não busca a tutela de direito subjetivo.
Compete exclusivamente ao STF, processar e julgar, originariamente, a ADI de lei ou ato normativo federal ou estadual em face da CF (art. 102, I, “a”).
	Legitimação ativa (art. 103)
	Os legitimados encontram-se arrolados no art. 103. A jurisprudência do STF os diferenciou em legitimados universais (podem impugnar qualquer matéria, não precisando demonstrar nenhum interesse específico, sendo eles: Pres.Rep., Mesas da Câmara e do Senado, PGR, CFOAB e partidos políticos com representação no Congresso Nacional) e legitimados especiais (deverão comprovar o seu interesse de agir, isto é, relação de pertinência entre o ato impugnado e as funções exercidas pelo órgão ou entidade; sendo eles: as confederações sindicais, entidades de classe de âmbito nacional, Mesas das Assembleias Legislativas estaduais e Câmara Legislativa do DF e governadores dos estados e DF).
Obs.: no que se refere ao partido político, basta que este tenha representação em somente uma das Casas do Congresso Nacional, sendo que essa legitimidade deve ser aferida no momento da propositura da ADI, portanto, a perda superveniente de representação parlamentar não prejudicará a apreciação da ação.
	Objeto
	Lei ou ato normativo federal ou estadual (ou distritais, no desempenho desta competência), editados posteriormente à CF/88.
O direito municipal será impugnado somente mediante controle difuso ou por ADPF.
A norma objeto de ADI deverá satisfazer, cumulativamente, os seguintes requisitos: 
a) Ter sido editada na vigência da atual Constituição; 
b) Ser dotada de abstração, generalidade ou normatividade (não podem ser atos concretos, exceto se forem lei formal); 
c) Possuir natureza autônoma (não meramente regulamentar); e 
d) Estar em vigor (ainda que durante o prazo de vacatio legis).
	DECISÃO DE MÉRITO
	Deliberação (lei 9.868/99, art. 22) 
	Presentes na sessão pelo menos 8 Min. (quorum especial). 
Necessidade de manifestação de pelo menos 6 Min. (maioria absoluta – reserva de plenário, art. 97), para declaração da (in)constitucionalidade (efeito dúplice ambivalente).
Haverá suspensão da ação para obtenção do nº mínimo necessário para a decisão.
	Natureza dúplice ou ambivalente (lei 9.868/99, art. 24)
	A ADI é ação dotada de natureza dúplice ou ambivalente: proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ADI; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta. Ambas as decisões possuem o mesmo efeito.
	Efeitos da decisão
	Em regra, a decisão é dotada dos seguintes efeitos:
a) Eficácia contra todos (erga omnes): se a ADI for julgada procedente, a proclamação da inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo afastará a sua aplicação em relação a todos. Mediante a decisão pela constitucionalidade, todos deverão dar cumprimento aos seus termos (Lei 9.868/99, art. 28, parágrafo único)
b) Efeitos retroativos (ex tunc): a lei ou o ato normativo inconstitucionais são fulminados desde a origem, invalidando-os desde então, bem como os atos pretéritos com base neles praticados.
c) Efeito vinculante (inclusive na interpretação conforme a CF e na declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto): relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Adm. Púb. direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Caso haja desrespeito, o prejudicado poderá se valer da RECLAMAÇÃO, perante o STF (para a anulação do ato administrativo ou a cassação da decisão judicial reclamada – art. 102, I, “l”). Qualquer prejudicado poderá propô-la. 
Obs.: o STF NÃO fica adstrito a tal decisão, podendo modificar sua posição em outra ação (ADI 2.675/PE, 26.11.2003). Ademais, o efeito vinculante NÃO alcança a atividade normativa (atividade típica) do Poder Legislativo (Rcl MC 5.442/PE/31.08.2007), que poderá editar nova lei com idêntico teor ao texto censurado pelo STF (Rcl AgR 344, 06.12.2001).
d) Efeitos repristinatórios em relação ao direito anterior, que havia sido revogado pela norma declarada inconstitucional: neste sentido, a revogação que a lei havia produzido, torna-se sem efeito (ADIMC 2.215/PE, 17.04.2001), pois houve a anulação da norma constitucional desde a sua origem. 
	Modulação (ou manipulação) dos efeitos temporais (lei 9.868/99, art. 27)
	Por razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o STF, por maioria de 2/3 de seus membros (oito Min.):
a) Restringir os efeitos da decisão: seja afastando a declaração de inconstitucionalidade em relação a certos atos já praticados com base na lei, seja afastando a incidência de sua decisão em relação a situações determinadas ou, até mesmo, afastando os efeitos repristinatórios da pronúncia de inconstitucionalidade, no tocante à legislação anterior (mediante pedido específico do autor).
b) Conceder eficácia ex nunc (não retroativa) à decisão: concessão de efeitos prospectivos após o trânsito em julgado da decisão.
c) Fixar outro momento para início da eficácia de sua decisão: podendo ser antes ou depois da data de declaração da inconstitucionalidade.
	Medida Cautelar em ADI
	Trata-se de competência do STF (art. 102, I, p).
Tal medida cautelar (concedida mediante liminar, antes da apreciação do mérito do pedido principal) tem por fim assegurar a utilidade da futura decisão de mérito da ADI.
	EFEITOS
	Em regra, ex nunc. Poderão ser ex tunc, desde que o STF expressamente determine.
Eficácia erga omnes.
Efeito vinculante relativamente aos DEMAIS órgãos do Poder Judiciário e à Adm. Púb. direta e indireta, nas esferas federal, estadual (distrital) e municipal.
	FORÇA DA CONCESSÃO DA MEDIDA CAUTELAR
	Suspende a eficácia da norma impugnada até o julgamento do mérito.
Suspende o julgamento de processos que envolvam a aplicação da norma (sujeitando os demais órgãos do Poder Judiciário e da Adm.Púb. à reclamação perante o STF).
Torna aplicável a legislação anterior acaso existente (efeito repristinatório provisório e tácito), salvo manifestação do STF em contrário.
Caso seja indeferida a medida cautelar, NÃO haverá efeito vinculante.
11 
11.1 
9.2 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (ADI-O).
	CONCEITUAÇÃO
	Introduzida pela CF/88.Modalidade abstrata de controle de omissão por parte de órgão encarregado de elaboração normativa, destinando-se a tornar efetiva disposição constitucional que dependa de complementação (norma constitucional não autoaplicável). 
Não se restringe às omissões legislativas, estendendo-se aos órgãos administrativos.
Possui mesmas características, procedimento e julgamento da ADI genérica, ressalvadas algumas particularidades ligadas ao seu objeto.
	LEGITIMAÇÃO ATIVA
	Podem propô-la os mesmos legitimados da ADI genérica (art. 103, incisos I a IX), levando-se em conta o ato omissivo questionado.
	MEDIDA CAUTELAR
	Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o quórum de 8 ministros, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias (Art. 12-F, Lei 9.868/99). A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal.
	EFEITOS DA DECISÃO DE MÉRITO
	Declaram a mora do órgão legislador ou administrativo: “declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em 30 dias (art. 103, § 2º, CF), ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido (art. 12-H, § 2º, Lei 9.868/99). Portanto, a decisão possui natureza mandamental, mas de caráter brando, pois não há que se falar em prazo para a edição da norma faltante, mormente no que se refere aos Poderes do Estado.
9.3 AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADC OU ADECON).
	CONCEITUAÇÃO
	Introduzida no sistema de controle de constitucionalidade pela EC 3/93.
Visa diretamente à obtenção da declaração de que o ato normativo, seu objeto, é constitucional. Assim, transfere-se ao STF a apreciação sobre a constitucionalidade de um dispositivo legal que esteja sendo objeto de grande controvérsia entre os juízes e demais tribunais, uma vez que, decidida a questão pelo Tribunal Maior, o Poder Judiciário e a Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, ficarão vinculados à decisão proferida.
A ADC possui a mesma natureza jurídica da ADI: (a) são ações de controle abstrato; (b) instauram processos objetivos; (c) podem ser ajuizadas pelos mesmos legitimados; e (d) são da competência exclusiva do STF, quando propostas em face da CF. 
O pedido na ADC é a declaração da constitucionalidade da lei ou ato normativo.
	OBJETO
	Está limitado exclusivamente à leis e atos normativos FEDERAIS; sendo estas normas editadas sob a égide da CF/88, que sejam dotadas de conteúdo normativo e abstrato, não meramente regulamentares e que estejam em vigor.
	RELEVANTE CONTROVÉRSIA JUDICIAL
	Pressuposto para o ajuizamento da ADC: o autor da ADC deve juntar à petição inicial decisões judiciais, prolatadas no âmbito do controle incidental, que suscitem controvérsia sobre ser a lei constitucional ou inconstitucional.
Caso não comprove a existência de relevante controvérsia judicial sobre a validade da lei, ação não será conhecida pelo STF.
A relevante controvérsia deverá ser judicial e, NÃO, simplesmente doutrinária (art. 14, I a III e parágrafo único, da Lei 9.868/99, bem como jurisprudência do STF).
	MEDIDA CAUTELAR
	Assim como na ADI, o STF poderá, por maioria absoluta de seus membros, deferir medida cautelar em sede de ADC. 
Tal medida terá o seguinte alcance: determinação terá eficácia erga omnes e força vinculante (em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal), para que os juízes e os tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo, objeto da ação, até o seu julgamento definitivo.
O prazo de eficácia da medida cautelar será de 180 dias (art. 21, parágrafo único, Lei 9.868/99). Mas o STF tem admitido o efeito ultra ativo da decisão.
9.4 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF)
	CONCEITUAÇÃO
	É proposta também perante o STF e tem como objetivo evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, em decorrência de ato do Poder Público.
A decisão nessa arguição terá eficácia erga omnes, de modo que se imporá a todas as ações colhidas pela arguição e efeito vinculante, ou seja, será obrigatória para o futuro para todos os demais órgãos judicantes e administrativos.
No entanto, nem a Constituição Federal, nem a Lei 9.882/99 definiram o conceito de preceito fundamental. Somente na ADPF-33, foi trazido o entendimento do STF acerca do tema. Por preceito fundamental, de acordo com um conceito amplo, devem ser entendidos os direitos e garantias fundamentais previstos nos arts. 1º a 5º da CF, os princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII, CF), os objetivos do Estado Brasileiro, as cláusulas pétreas, as normas de estrutura do Estado (forma de Estado, forma de governo etc.), bem como outras disposições constitucionais que se mostrem fundamentais para a preservação dos valores mais relevantes, protegidos pela Constituição Federal. Pode-se dizer que preceito fundamental é tudo aquilo que estrutura a Constituição.
	LEGITIMAÇÃO ATIVA
	Os legitimados da ADPF encontram-se no art. 103 da Constituição, bem como no art. 2º, da Lei 9.882/99, são os mesmos legitimados da ADI e da ADC.
	NATUREZA SUBSIDIÁRIA DA ADPF
	Trata-se de ação de natureza subsidiária, residual (Princípio da Subsidiariedade da ADPF). Isso significa que só caberá ADPF, quando não houver qualquer outro meio eficaz para sanar a lesividade com efeito erga omnes (ADI ou ADC).
Portanto, com a ADPF, questões até então não passíveis de apreciação nas demais ações (ADI e ADC) passaram a ser objeto de exame. Neste sentido, até a regulamentação da ADPF, o controle da constitucionalidade das normas municipais em face da CF somente era efetivado na via incidental.
	CAMPO MATERIAL DA ADPF
	O campo material da ADPF está ligado à sua subsidiariedade. Estão sujeitas ao controle de constitucionalidade, pela via da APDF, as normas não sujeitas ao controle concentrado por outras ações, quais sejam:
a) Normas federal, estadual, distrital (na competência estadual) anteriores à CF;
b) Norma que não seja genérica, não seja abstrata, nem autônoma, ou seja, se a norma for específica, concreta ou secundária;
c) Norma municipal e norma distrital (na competência municipal);
d) Eventuais efeitos de norma revogada;
e) Controvérsia judicial.
	RITO DA ADPF
	A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendem o andamento de processos ou os efeitos de decisões judiciais, bem como adotar qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da ADPF, até o julgamento da arguição, observados os limites da coisa julgada. Logo, não haverá prazo para os efeitos da liminar.
A decisão de mérito será tomada pelo STF (por maioria absoluta), desde que presentes ao menos oito Ministros na sessão. Em seguida, far-se-á a comunicação às autoridades ou órgãos responsáveis sobre as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito fundamental. Essa decisão terá efeitos contra todos (erga omnes) e vinculante de todo o Poder Público e, em regra, ex tunc. Portanto, seus efeitos são mais amplos dos que da ADI, pois vincula até mesmo o Poder Legislativo, em sua função típica.
9.5 Quadro comparativo sistema difuso e concentrado
	
	SISTEMA DIFUSO
	SISTEMA CONCENTRADO
	ORIGEM 
	Direito Norte americano.
	Direito europeu/austríaco.
	ÓRGÃO COMPETENTE
	Qualquer juiz ou tribunal.
	STF
	LEGITIMIDADE ATIVA
	Autor, réu, terceiro interessado, MP, juiz ou tribunal de ofício.Os legitimados do art. 103, I a IX, CF (rol taxativo).
	FORMA
	Via incidental, de defesa, de exceção.
	Via direta, principal, de ação (ADI, ADC, ADO e ADPF).
	EFEITOS SUBJETIVOS
	Em regra: inter partes.
	Em regra: erga omnes.
10 INTERVENÇÃO
É a retirada da autonomia do ente federativo.
Federação: é a união de vários Estados, cada qual com uma parcela de autonomia.
Regra: no Brasil, a União pode intervir nos Estados ou no DF. Lembrando que o DF não é dividido em Municípios (art. 32, CF).
União
DF
Município
Estado
A intervenção da União nos Estados ou no DF é denominada Intervenção Federal.
Obs.: decretada a intervenção federal, não se pode fazer Emenda Constitucional (art. 60, § 2º, CF).
A intervenção do Estado no Município é denominada intervenção estadual.
A União não intervirá diretamente em Município, salvo se este fizer parte de Território Federal.
Ex.: problema na saúde na cidade do Rio de Janeiro, havendo intervenção federal (Prefeito César Maia), colocando hospitais de campanha das Forças Armadas. Mas o STF vedou tal atuação da União.
O Território Federal pode ser criado novamente no Brasil, por lei complementar federal; sendo espaço territorial administrado pela União.
Previsão Constitucional: Intervenção (art. 34 – hipóteses de cabimento da intervenção fed.; art. 35 – hipóteses de cabimento da intervenção estadual; art. 36 – procedimento das intervenções fed. e estaduais.
10.1 Intervenção Federal
Quatro etapas (fases) possíveis: 1ª) Iniciativa; 2ª) Fase Judicial (pode acontecer); 3ª) Decreto interventivo; e 4ª) Controle político.
1ª) Iniciativa.
Pode ser:
· De ofício pelo Pres. Rep.
· Mediante solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo ou de requisição do STF.
· Mediante requisição do Poder Judiciário.
· Ações ajuizadas pelo Procurador-Geral da República.
a) De ofício pelo Pres. Rep.
Deve ouvir o Conselho da República (art. 90, I) e o Conselho de Defesa Nacional (art. 91, § 1º, II).
Quando o Presidente da república decretará de ofício da intervenção federal?
As hipóteses encontram-se previstas no art. 34, I, II, III e V, CF:
Art. 34, I – Manter a integridade nacional. Ex.: Estado da Federação queira se separar do Brasil.
Art. 34, II – Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra.
Art. 34, III – Por termo à grave comprometimento de ordem pública. Ex.: quase aconteceu no ES (Governo Fernando Henrique). Corrupção na Assembleia Legislativa, colocaram bomba na porta da OAB. Como impede a edição de EC, o PresRep não decretou, pois queria editar a EC de prorrogação da CPMF.
Art. 34, V – Reorganizar as finanças da unidade da Federação que suspender o pagamento o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo justificado; ou deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas na CF, dentro dos prazos estabelecidos em lei.
b) Mediante solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo ou de requisição do STF.
Art. 34, IV – Para garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação.
c) Mediante requisição do Poder Judiciário.
Art. 34, VI, 2ª Parte – Para prover ordem ou decisão judicial. Ex.: grande problemática é a que existe acerca da falta de cumprimento de precatórios. O STF já determinou que os estados estabeleçam o planejamento para a quitação de precatórios.
d) Ações ajuizadas pelo Procurador-Geral da República.
O PGR tem a possibilidade, nesse caso, de ajuizar duas ações:
· Ação para cumprimento de lei federal (at. 34, VI, 1ª Parte, CF).
· Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (ADI-I ou Representação Interventiva) (art. 34, VII, CF). Ex.: PGR ajuizou ADI-Interventiva, buscando a intervenção federal no DF, no ano de 2010 (ADI-I nº 5.179/DF, de 16Mar2010).
Obs.: a ADI-Interventiva surge a partir do caso concreto. É induzida através de um processo constitucional subjetivo, tendo partes formais.
As duas ações acima são ajuizadas no STF, desde 2004, em razão da alteração de competência estabelecida pela EC 45/04 (até 2004: a primeira era proposta no STJ e a ADI-I, no STF).
Quando é cabível a ADI-Interventiva? Quando houver lesão aos princípios constitucionais sensíveis (criação de Pontes de Miranda), previstos no art. 34, VII, CF. Tais princípios são tão sensíveis, que se violados, autorizam a intervenção. Logo, se houver a lesão a qualquer princípio sensível, o PGR poderá ajuizar ADI-I.
São os seguintes os princípios constitucionais sensíveis:
a) Forma republicana, sistema representativo e regime democrático.
A contrariedade à forma republicana (a corrupção generalizada no Poder Executivo distrital ferindo a coisa pública) foi a fundamentação que ensejou o pedido do PGR, para requerer a intervenção federal no DF, no ano de 2010.
Outro ex.: atentado contra o sistema representativo ou o regime democrático opera-se quando um governador frauda as eleições.
b) Direitos da pessoa humana.
Ex.: Estado que trata de forma sub-humana seus presos. Por conta de rebelião, deixaram os presos trancados no pátio, com chuva e sol, por dias, havendo a lesão a direito da pessoa humana.
c) Autonomia municipal.
Ex.: acontecerá no caso de o Estado prejudicar a atuação de um Município.
d) Prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
Ex.: a administração pública precisa prestar contas anualmente, caso não faça, caberá intervenção.
e) Aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
Trata-se da aplicação do mínimo de recursos exigidos na saúde e na educação. Caso o Estado não faça, também caberá a intervenção.
2ª) Fase Judicial (pode acontecer).
Acontece somente em dois casos, nas ações ajuizadas pelo PGR, no STF:
a) Ação para o cumprimento de lei federal (art. 34, VI, 1ª Parte, CF).
b) ADI-Interventiva (art. 34, VII, CF).
As outras hipóteses de intervenção, não passam por uma análise do Poder Judiciário.
No caso da ADI-I, o STF poderá:
· Julgar improcedente o pedido (dizendo que não houve lesão a Princípio Constitucional Sensível), arquivando-se a ação.
· Julgar procedente o pedido. Encaminhará os autos para o PresRep, que poderá decretar a Intervenção Federal.
Obs.: a Intervenção não se dá ope judicis, pela decisão do Poder Judiciário. Nunca é o Judiciário que decreta a Intervenção. Quem a decreta é o Chefe do Executivo.
3ª) Decreto interventivo (art. 36, § 1º, CF).
Feito pelo Presidente da República que fixará:
· O prazo da intervenção.
· As condições de execução.
· A nomeação do interventor.
· A amplitude da intervenção (se recairá sobre somente sobre o Poder Executivo – mais branda; sobre o Poder Legislativo e o Executivo (dissolvendo a Assembleia Legislativa ou Câmara Legislativa do DF).
4ª) Controle político. 
Decretada a intervenção, será consultado o Congresso Nacional no prazo de 24 horas (art. 36, § 1º, CF).
Obs.: o Controle Político NÃO ocorre nas duas ações ajuizadas pelo PGR (art. 36, § 3º, CF), somente existindo nas outras hipóteses de intervenção. Caso o Congresso Nacional esteja em recesso, far-se-á convocação extraordinária no mesmo prazo de 24 horas (art. 36, § 2º, CF).
Resumo sobre as 4 etapas (caso existam) da Intervenção Federal: 
1) Iniciativa: a Intervenção Federal poderá ter a iniciativa de ofício do PresRep; a pedido de um dos três Poderes que está sendo coagido; à requisição do Poder Judiciário (para o cumprimento de decisão judicial); ou por ações ajuizadas pelo PGR (para cumprimento de lei federal ou por violação dos princípios constitucionais sensíveis – ADI-I). 
2) Fase Judicial: no caso da ADI-I, se o STF julgar improcedente o pedido, arquiva-se. Caso julgue procedente, encaminha para o PresRep para decretá-la ou não.
3) Decreto interventivo: feito pelo PresRep. Fixará o prazo, a amplitude, as condições de execução e irá nomear o interventor.
4) Controle Político: acontecerá em todas as hipóteses, exceto quando a ação for ajuizada pelo PGR.
10. 2 Intervenção Estadual
Éa intervenção do Estado no Município.
É decretada pelo governador do Estado (nunca será o Poder Judiciário).
É cabível nas hipóteses previstas do art. 35, CF.
I. Deixar de ser paga, sem motivo de força-maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada.
II. Não forem prestadas contas devidas, na forma da lei.
III. Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
IV. O Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Ação ajuizada no TJ, pelo Procurador Geral de Justiça: ADI-Interventiva Estadual (art. 35, IV, CF), sendo diferente da ADI-Interventiva Federal.
	
	ADI-Interventiva Federal
	ADI-Interventiva Estadual
	Fundamento:
	Art. 34, VII, CF
	Art. 35, IV, CF
	Julgamento:
	STF
	TJ
	Ajuizamento pelo:
	PGR
	PGJ
	Decretação:
	Presidente
	Governador
Direito Constitucional	Página 1

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