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Câncer de próstata

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SP3. Relatório: 
1. Anatomia da próstata: 
A próstata é uma glândula única, do tamanho de uma noz, fica inferior a bexiga e cincunda a parte 
prostática da uretra. Ela vai aumentando de tamanho desde a puberdade, produz ácido cítrico, enzimas 
proteolíticas, tem a função da fosfatase acida, produz plasmina seminal que serve como antibiótico. 
Pode ser dividida em zona periférica (75%), zona central (25%) e zona de transição (5%) e em lobo 
anterior, lobo posterior, lobos laterais e lobo mediano. 
Não é muito usada a divisão em lobos pois não é fácil de definir esses lobos. 
É dividida em direita e esquerda pelo istmo. 
Epitélio glandular é o que tem as glândulas que é formados por várias células diferentes (tronco, basais, 
luminal). 
Próstata envolta pelo estroma (musculo liso e tecido fibroso) 
Capsula fibrosa da próstata incorpora os plexos de veias e nervos. 
O estroma é importante por produzir e liberar diferentes peptídeos, fatores de crescimento semelhante a 
insulina, fator de crescimento dos fibroblastos, do endotélio vascular, e fator de crescimento transformante. 
A base da próstata é a parte mais próxima da bexiga e o ápice é voltado para baixo 
É suprida por três artérias, da pudendo inferior, retal media e vesical inferior 
 
	
 
2. Diagnósticos diferenciais: 
No toque retal a próstata com hpb é fibroelastica e no câncer é pétrea, endurecida. O câncer começa na 
zona periférica e na hpb se dá na zona de transição. 
Nos tumores malignos os tumores da zona periférica correspondem 70% e da zona central 10% e de 
transição 5% 
Hpb 
Tem uma frequência de 90% na oitava década de vida dos homens, caracterizada pela proliferação de 
elementos estromais e epiteliais. Um dos sintomas é a insuficiência urinaria, gotejamento por conta da 
hiperplasia que atinge o labo lateral, jato fraco, hesitação, urgência e esvaziamento incompleto. A 
obstrução do canal provoca uma distensão da bexiga. 
O câncer e a hiperplasia podem coexistir por isso é necessário uma análise desses sintomas. 
A hpb não desenvolve a neoplasia maligna, por conta do mecanismo ser diferente, a hiperplasia pode 
gerar um solo fértil para o câncer. 
Prostatite 
	
Inflamação da próstata, sintoma urinário irritativo, obstrutivo e dor perineal. 
Dividida em 4 tipos: bacteriana aguda causada pelos mesmos organismos que causam infecção aguda do 
trato urinário; bacteriana crônica; crônica não bacteriana (90-95%) e prostatite inflamatória assintomática. 
A bacteriana aguda se não for tratada pode evoluir para a crônica. As duas bacterianas devem ser tratadas 
com antibióticos. 
Crônica secundaria a uso de BCG: pode surgir junto com o câncer que está sendo tratado. 
Pode ser causada por agentes Infecciosos ou Espasmos do músculo diafragma urogenital (tratamento 
com banho de assento em agua quente). Os espasmos também podem ser uma consequência da 
inflamação. 
Os sintomas de prostatite e hpb são parecidos com os sintomas do câncer de próstata por isso é preciso 
identificar qual deles é pelo diagnostico diferencial. 
Score de sintomas, exame de urina, toque retal são os exames mais importantes para diferenciar. 
 
Os sintomas podem ser quantificados por meio de classificações. Essa classificação também permite que 
os médicos monitorem a progressão dos sintomas: 
• Sintomas leves: classificações 1 a 7 
• Sintomas moderados: classificações 8 a 19 
• Sintomas graves: classificações 20 a 35 
3. Câncer de próstata: 
Epidemiologia: 2º câncer mais comum em homem e mais incide em homens maiores de 50 anos 
(a partir dos 40 anos há hiperplasia). Mais frequente que acomete o sistema geniturinário. Em 2020: mais 
de 65 mil novos casos. Pode desenvolver ou não para o câncer clínico, pois histologicamente todos os 
homens tem (nem todos manifestam). 
Rastreio é difícil, pois o desenvolvimento não é previsto. Geralmente, demora-se para o câncer se 
desenvolver, mas há casos em que se desenvolvem muito rápido. Sendo assim, existem divergências 
entre instituições. Contudo, de maneira geral, o rastreio/exames preventivos são feitos a partir de toque 
retal e exame de PSA. 
INCA: toque retal não recomentado por livre demanda, também não recomenda fazer PSA anualmente. 
Associação Americana de Urologia: toque retal como rotina no exame urológico e PSA anualmente. 
Sociedade Brasileira de Urologia: toque retal a partir de 50 anos, PSA menor que 1 a cada 2 anos e se 
maior, fazer PSA anualmente – preventivo. Homens com histórico familiar (e/ou outros fatores de risco) 
faz isso a partir de 45 anos. 
	
Fatores de risco: mutações hereditárias/fatores genéticos – padrão autossômico dominante 
(BRCA1 e 2), raça (negros tem maior incidência), idade (com mais de 80 anos, podem chegar em até 70% 
da população), exposição as aminas aromáticas (para todos os tipos de câncer), manuseio constante de 
produtos do petróleo, alimentação (ex.: muita carne vermelha), gordura corporal, alterações genômicas 
(amplificação de oncogenes como MYC), prostatite (lesão pré-existente), hormônios (andrógenos 
circulantes). 
Sinais e sintomas: fase inicial pode ser assintomático, nas fases mais avançadas pode 
apresentar sintomas obstrutivos (jato fraco, urgência, esvaziamento incompleto...), dor pélvica, dor óssea. 
Obs.: se o câncer tiver os mesmos sintomas que o HPB ele está mais avançado, pois seu processo é mais 
de “dentro para fora”, obstruindo a uretra mais tardiamente. 
Fisiopatologia: 
 
Fatores androgênicos: andrógenos são como “alimento” para o câncer. Os tumores acabam ficando 
resistentes a supressão do andrógeno, vários receptores andrógenos (hipersensível) ativando vias 
alternativas de sinalização (não andrógena) para seu crescimento. Ex.: P1-3/AKT, essa proteína é 
sintetizada para transcrever genes que irão transcrever formas para maior divisão celular – via que está 
relacionada a mutações somáticas. 
Mutação somática: reorganização cromossômica que justapõem a sequência de codificação do gene de 
um fator de transcrição da família ETS, próximo a um promotor (TMPRSS2) regulado por andrógeno. 
Assim, ETS + TMPRSS2 = super expressão do ETS. 
Alterações epigenéticas: hipermetilação de alguns genes (gene silenciado). Ex.: GSTP1 (normalmente, 
remove o estresse oxidativo e regula as cinases), quando silenciado, favorece as mutações. 
Amplificação: é relacionado a hereditariedade. Amplificação do locos 8q24 contendo o oncogene MYC, 
esse gene aparenta ser responsável pela maior incidência do câncer de próstata em homens 
afrodescendentes – inativação de genes supressores tumorais (no câncer transcreve a enzima telomerase, 
fazendo com que a célula sempre repare os telômeros, tornado-as “imortais”, pois tem quantidade de 
divisões é ilimitada). 
Mutações da linha germinativa: se ocorrerem, a pessoa tem mais risco de desenvolver o câncer (ex.: 
BRCA2). 
PIN: é a neoplasia intraepitelial prostática, sendo uma suposta lesão precursora do câncer (histológico ou 
clínico), sua porcentagem não aumenta ou diminui perante a idade da pessoa. A sua progressão é 
desconhecida. Atualmente, a presença dele não indica re-biópsia. Entre um período de 10 anos, pode 
evoluir para um câncer se acumulado fatores genéticos (Ex.: no locos 8p12). 4 tipos de formação estrutural: 
plano, ondulado, micropapilar, cribiforme (semelhante ao arranjo do adenocarcinoma). 
Fatores de crescimento: HER2 e ARE32. 
	
Marcadores: EZH-2, AMACR, PCA3, GRN-A, GSTP1, PSCA, PSMA, TERT. 
Metástase: 
Local: uretra, vesícula seminal, colo vesical e trígono vesical. 
Linfática: cadeias obturadora, hipogástrica, ilíaca, pré-sacra e paraórtica. 
Óssea – via hematogênica: pelve, coluna lombar, fêmur e coluna torácia. 
Visceral: mais rara, mas quando ocorre é em uma fase mais avançada e acomete pulmão, fígado e 
adrenais. 
Estadiamento/prognóstico: 
 
 
Sendo assim, se faz 1º o toque retal e PSA e depois a biópsia. 
PSA é fornecido pelo sistema público, mas no sistema particular o P2 -PSA (fração mais específica do 
PSA) é pedido.Classificação 
Escala de Gleason: escala de graduação do câncer de próstata. Varia de 1 a 5 (ordem crescente de 
anaplasia) e é verificado em duas etapas, somando-se os números. Verifica-se a uniformidade, o tamanho, 
a densidade, a aproximação e o núcleo das células. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	
 
 
 
Tratamento: 
Prostatectomia= utilizada no estagio T2 e é a remoção cirúrgica de parte ou toda a próstata. 
Pode também ser feita uma orquiectomia no estagio T3 (supressão androgênica) 
Radioterapia= Braquioterapia intersticial e geralmente feita em pacientes que tem chance de 
ter um bom prognostico. 
 
Quimioterapia= indicado para uma acao sistêmica, no ultimo caso. 
 
Prevenção: 
Bons hábitos de vida 
 
4. Políticas públicas: 
Novembro Azul= estimular os homens a fazerem o exame do toque retal, sendo este visto como um tabu. 
Esta dentro da politica nacional de atenção integral a saúde do homem. 
	
M.S= o rastreamento deve começar aos 50 anos, com fatores de risco, pode-se começar esse rastreamento 
aos 40 anos, e ele vai até os 76 anos. 
 
 
5. Exames: 
PSA= não ter realizado nenhum procedimento que lesione a próstata (8 a 10 semanas), não ter uma 
ejaculação nas ultimas 48 horas, remédios que inibem a 5-alfa-redutase também devem ser levados em 
consideração na avaliação do resultado do exame. 
Toque retal: exame clinico, palpação da zona periférica da próstata. 
Radiografia do pulmão: 
Ultrassom de próstata com biópsia: diagnostico diferencial

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