Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Avaliação pré-operatória → identificar comorbidades do paciente, podendo individualizar o seu cuidado, tratando, por exemplo, doenças que podem aumentar o risco para aquele paciente, tanto durante a cirurgia como no pós operatório. SEMPRE definir os exames mais apropriados para o paciente, solicitá-los sempre com um objetivo. Nas doenças pulmonares, para identificar nódulos pulmonares e outras doenças de parênquima, a tomografia computadorizada tem uma resolução melhor do que a ressonância magnética, que é mais adequada para diagnósticos específicos. EXAMES LABORATORIAIS → Os pacientes ASA I com menos de 40 anos não se beneficiam com exames laboratoriais. Na maioria dos pacientes, pedimos os exames básicos (hemograma, radiografia de tórax). • T3,T4 E TSH → pacientes com hiperidrose, porque o hipotireoidismo pode ser a causa da hiperidrose, não necessitando mais de cirurgia, mas sim de tratamento dessa condição. • A radiografia de tórax serve para identificar se há aderência pulmonar (que influencia no tempo da cirurgia), se tem nódulo de veia ázigos. • PET-CT (Tomografia Computadorizada por Emissão de Pósitrons) é justificável para um paciente com câncer, pois ajudará a fazer o estadiamento clínico do tumor. PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS • Procedimento minimamente invasivo (principal vantagem = ↓REMIT, ↓tempo de internação, ↓risco de infecção de ferida operatória, ↓aderência); • Procedimento moderadamente invasivo; • Procedimento altamente invasivo. A função pulmonar é alterada pelo procedimento cirúrgico, por isso, é de extrema importância avaliar cada caso e adequá-lo ao melhor tipo de procedimento para aquele paciente em específico. ↓Capacidade residual funcional Desequilíbrio na relação V/Q ↑Resistência ao fluxo nas VA PROCEDIMENTO CIRÚRGICO DOENÇAS CRÔNICAS COM POSSÍVEL REDUÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL Diabetes Mellitus Insuficiências (cardíaca, renal, hepática) Arteriopatia obliterativa (membros, cerebral) 2 Fatores que influenciam o risco • Idade > 70 anos (a idade sozinha não é um fator de risco, mas existem comorbidades que são mais comuns nessa faixa etária); • Estado físico geral (sintomatologia); • Cirurgia eletiva ou de emergência (considerando que numa cirurgia eletiva eu tenho todo um preparo e cuidado maior, visto que há conhecimento prévio acerca do paciente e da sua enfermidade base, é sempre a cirurgia que terá menos riscos); • Porte cirúrgico; • Nutrição do paciente (desnutrição); • Doença pulmonar preexistente; • Doença cardíaca (cardiopatia isquêmica, insuficiência cardíaca, arritmia, valvulopatias, HAS, vasculopatia periférica); • Tabagismo (deve-se suspender o uso de tabaco 8 semanas antes do procedimento). Exames laboratoriais • Radiografia do tórax • Eletrocardiograma • Hemograma • Coagulograma • Bioquímica (glicose, colesterol total e frações, triglicerídeos, ureia e creatinina) • Sorologia (HIV, Hepatite B e C) → para proteger tanto o médico como o paciente; CIRURGIA DE RESSECÇÃO PULMONAR Tem suas particularidades, porque se eu vou fazer uma lobectomia, eu preciso saber se a retirada desse lobo vai ter influência significativa na função pulmonar e se o paciente conseguirá respirar bem após essa retirada, se não afetará a qualidade de vida do mesmo. No câncer de pulmão, por muito tempo, a cirurgia foi a única possibilidade real de cura, mas hoje a radioterapia também pode ser utilizada com intenções curativas em casos de estadio precoce. Não é uma modalidade indicada ainda no Brasil, mas que já é feita com sucesso. • Avaliação multidisciplinar (não é só o cirurgião torácico que é responsável por aquele paciente, existe toda uma equipe multiprofissional por trás, como o nutricionista e o fisioterapeuta, que são importantes, tanto no pré-operatório como no pós-operatório, para que o paciente vá da melhor forma para sala de cirurgia, diminuindo os riscos, e para que sua recuperação após a cirurgia seja a mais rápida possível. Além disso, em casos de câncer, contamos também com o oncologista, porque apesar de existirem protocolos, precisamos adaptá-los a realidade de cada caso/paciente); • 40% dos pacientes com câncer tem mais de 70 anos • Conceitos de irresecabilidade e inoperabilidade 1. Lesões muito grandes são irressecáveis; 2. Quando o paciente tem muita idade e muitas comorbidades, como desnutrição, consideramos o paciente como inoperável, porque o mesmo não tem condições de ser submetido a um procedimento cirúrgico, ou esse trará mais riscos que benefícios para aquele determinado paciente. 3 ANTECEDENTES • Antecedentes cardiológicos • Antecedentes oncológicos: o Cirurgias oncológicas prévias o Quimioterapia e radioterapia prévia: DLCO (medida da capacidade de difusão pulmonar para o monóxido de carbono) e hemoglobina → pacientes que já passaram por radioterapia tendem a sangrar mais. • Tempo cirúrgico e terapias de indução Qual exame pedimos para avaliar função pulmonar? ESPIROMETRIA *No livro, fala que a avaliação mínima da função respiratória é feita com espirometria e gasometria arterial, mas que poucos profissionais fazem este último exame (PaCO2 > 45mmHg é perigoso). Além disso, ressalta que, se a cirurgia incluir ressecção de parênquima, devemos realizar o DLCO. A medida da capacidade de difusão pulmonar para o monóxido de carbono (DLCO) é um exame que mede a habilidade do pulmão em transferir o monóxido de carbono do ar inspirado até os glóbulos vermelhos presentes nos capilares pulmonares, é muito importante e, por isso, é um exame de rotina (segundo o prof), porque o paciente pode ter fluxo bom (medido pelo VEF1) e não ter boa difusão (DLCO). Devemos lembrar que não é apenas a retirada do parênquima pulmonar que diminui a função pulmonar, mas a própria cirurgia faz isso, devido a diminuição da mecânica respiratória, fibrose do pós- operatório, entre outros. O VEF1 é um dos parâmetros analisados na espirometria e que por muito tempo já foi a única variável a ser analisada, mas hoje já sabemos que a avaliação não deve ser realizada dessa maneira. É capaz de identificar pacientes graves, quando o seu valor é inferior a 80% e devemos sempre considerar o VEF1 após o uso do broncodilatador. Podemos indicar cirurgia torácica quando seu valor é superior a 80%. Além de seguir os seguintes critérios: • Lobectomia: VEF1 > 1,5l • Pneumonectomia: VEF1 > 2l Existe uma regra prática de que, se o paciente consegue subir 3 lances de escada sem parar, o mesmo pode ser submetido a uma lobectomia. Segundo o livro, se o paciente consegue subir 5 lances de escada significa que o seu consumo máximo de O2 é maior que 20 mmHg. ESPIROMETRIA VEF1 – Volume expiratório forçado no primeiro segundo CVF – Capacidade vital forçada Relação VEF1/CVF 4 VEF1 PREVISTO E DLCO • São calculados pelo montante de tecido pulmonar que será ressecado; • Vários métodos empíricos para o cálculo; Se o VEF1 do paciente for < 80% ou não obedecer aos outros critérios, podemos realizar o cálculo do VEF1 previsto após a cirurgia de ressecção. Se o resultado for > 40%, podemos indicar a cirurgia. Cálculo → PPO VEF1 pós = VEF1 pré x (1- y/z) • Y = quantidade de segmentos que serão ressecados • Z = quantidade total de segmentos que o paciente tem VEF1 PÓS Se não quisermos fazer o cálculo, podemos considerar cada segmento ressecado como uma perda de 5,26% da função pulmonar, mas essas são estimativas imprecisas, porque a gente supõe que todos os segmentos tem a mesma função pulmonar e isso pode não ser verdade. Devemos utilizar outros métodos diagnósticos quando a avaliação tomográfica evidenciar heterogeneidade do parênquima pulmonar. O câncer primário de pulmão acomete mais o lobo superior, por ser uma regiãomais aerada. A cirurgia redutora acontece num paciente com DPOC, porque, no geral, ele tem um volume residual muito grande, de modo que retirando uma parte do pulmão, conseguimos melhorar o VEF1 do paciente Bronquiectasia → indicamos cirurgia quando um pulmão/lobo está prejudicando o outro, ou trazendo complicações (infecções de repetição, hemoptise de repetição, aspergiloma) CINTILOGRAFIA PULMONAR (ou mapeamento cintilográfico com estimativa de VEF1 pós-op) • Identifica segmentos mais perfundidos pela concentração maior do radiotraçador • PPO VEF1 pós = VEF1 pré x percentual de radiotraçador na área que permanece • American college: > 40% 5 Com esse exame podemos identificar a porcentagem de perfusão dividindo o pulmão em terços e os segmentos mais perfundidos e, se o resultado do cálculo realizado for > 40%, poderemos realizar o procedimento cirúrgico. ERGOESPIROMETRIA (ou Teste de exercício cardiopulmonar) • Mensura o consumo máximo de O2 • Realizado em bicicleta ou esteira utiliza parâmetros como: fluxo ventilatório, VO2, VCO2, ECG e PA • É expresso ml/kg /min • Avalia sistema respiratório, cardiovascular e músculo–esquelético Para que a cirurgia torácica possa ser liberada/aceita, precisamos atingir pelo menos um dos seguintes critérios. O teste de caminhada pode ser feito e é realizado pela equipe de fisioterapia que o realiza em 6 minutos, é importante por ser uma avaliação maior do paciente (condições gerais, muscular do paciente), mas não indica nem contraindica procedimento cirúrgico por meio dele. O desenvolvimento da técnica de intubação orotraqueal e ventilação com pressão positiva foram fatores determinantes para o desenvolvimento da cirurgia torácica, permitindo acesso a cavidade pleural sem formação de pneumotórax. As anestesias mais realizadas, na cirurgia torácica, são a geral e a peridural. Procedimentos de pequena abertura e/ou de curta duração podem ser feitos com ventilação espontânea e anestesia peridural, já as grandes aberturas de tórax requerem anestesia geral e ventilação por pressão positiva. • Pneumotórax aberto → trauma torácico com perda de substância (cujo diâmetro é maior 2/3 do diâmetro da traqueia) DECÚBITO LATERAL • Pulmão inferior (dependente): mais perfundido e menos ventilado (shunt) → “pulmão intacto” • Pulmão superior (não dependente): mais ventilado e menos perfundido (espaço morto) → “pulmão da cirurgia” 6 O mediastino e o diafragma pressionam o pulmão que está embaixo, ficando com menor volume residual, assim, o pulmão que está acima fica livre de compressão e também com menos sangue e, portanto, é a posição do pulmão que será abordado cirurgicamente. VENTILAÇÃO MONOPULMONAR (VMP) • Consiste em ventilar os dois pulmões separadamente, cessando a ventilação do pulmão não dependente, o que facilita o procedimento cirúrgico. • Quando se inicia a VMP em decúbito lateral, o pulmão superior colaba e a perfusão nesse pulmão diminui, devido à vasoconstricção hipóxica e à diminuição do diâmetro dos vasos pelo colabamento do mesmo. • Esse “procedimento” é realizado com o broncocath. INDICAÇÕES (ventilação monopulmonar) • Prevenir contaminação de pulmão contra lateral (abscesso pulmonar- drenagem ou ressecção cirúrgica); • Ventilar um só pulmão; • Lavagem pulmonar; • Facilitar ressecção cirúrgica. Paciente com hemoptise morre sufocado, com falta de ar, antes de morrer por choque hipovolêmico, porque 200 ml de sangue já é considerado hemoptise maciça. O paciente precisa estabilizar, para depois ser submetido a um procedimento cirúrgico, o ideal é fazer arteriografia com embolização de artéria própria, parando o sangramento e, depois disso, submetendo à cirurgia. Indicações para o paciente que está com hemoptise = colocar o paciente em decúbito lateral do lado do sangramento, administração de medicamento para inibir a tosse (codeína, melatonina). Em seguida, você irá chamar um especialista, cujo primeiro exame a realizar é a broncoscopia, para descobrir a origem do sangramento e, até mesmo, tratar o sangramento. *A presença de pus dentro da cavidade pleural se denomina empiema (coleção purulenta em cavidade pré-existente) e pus no parênquima pulmonar abscesso (o excesso de pus cria uma cavidade). *Com exceção da ressecção pulmonar videoassistida, todas relacionadas ao item exposição cirúrgica são indicações relativas. 7 A analgesia pós-operatória, sobretudo para as cirurgias de abdome superior e torácicas, não tem unicamente a função de fornecer conforto ao paciente. Após uma toracotomia, as fontes de dor e as vias aferentes que a conduzem são diversas. Existem nervos que são ligados aos estímulos referentes à incisão, aos drenos torácicos, provenientes da pleura mediastinal e da pleura diafragmática central. Por essa razão, a técnica analgésica é multimodal e geralmente envolve uma combinação de duas categorias de técnicas: • Analgesia regional (epidural, paravertebral, espinhal, intercostal); • Analgesia sistêmica com anti-inflamatórios e outros analgésicos. Padrão ouro = analgesia epidural torácica feita com anestésicos locais e opioides
Compartilhar