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SISTEMA CITOCROMO P450 (CYP)-MONOXIGENASE As monoxigenases (oxidases de função mista) incorporam um átomo do O2 no substrato (criando um grupo hidroxila), enquanto o outro átomo é reduzido à água. No sistema citocromo P450 (CYP)- monoxigenase, o NADPH proporciona os equivalentes redutores necessários para essa série de reações. Esse sistema cumpre funções distintas em dois locais separados nas células. A reação geral catalisada por uma enzima CYP é: em que R pode ser um esteroide, um fármaco ou outra substância quí- mica. 1. Sistema mitocondrial. Uma importante função do sistema cito- cromo P450 (CYP)-monoxigenase mitocondrial, associado à mem- brana interna da mitocôndria, é a biossíntese de hormônios este-roides. Nos tecidos esteroidogênicos, como a placenta, os ovários, os testículos e o córtex da suprarrenal, esse sistema é usado para hidroxilar intermediários da conversão de colesterol em hormônios esteroides, processo que torna esses compostos hidrofóbicos mais solúveis em água. O fígado usa esse sistema na síntese de ácidos biliares e na hidroxilação de colecalciferol a 25-hidroxicolecalciferol (vitamina D3), e o rim o utiliza para hidroxilar a vitamina D3, produzindo a sua forma biologicamente ativa 1,25-di-hidroxilada. 2. Sistema microssomal. O sistema citocromo P450 (CYP)-monoxi- genase microssomal, que está associado às membranas do retículo endoplasmático liso (especialmente no fígado), atua, principalmente, na destoxificação de compostos estranhos ao organismo (xenobióticos). Entre eles, estão diversos fármacos e uma variedade de poluentes, incluindo derivados do petróleo e pesticidas. As enzimas CYP do sistema microssomal (p. ex., CYP3A4) podem ser utilizadas para hidroxilar essas toxinas (fase I). São dois os objetivos dessas modificações. Em primeiro lugar, podem ativar ou inativar um fármaco; em segundo, podem tornar um composto tóxico mais solúvel, facilitando, assim, sua excreção na urina ou nas fezes. Frequentemente, contudo, o novo grupo hidroxila servirá como sítio para a conjugação com um composto polar, como o ácido glicurônico, o que aumentará significativamente a solubilidade do composto (fase II). Figura 13.7 Ciclo catalítico da citocromo P450 (CYP)-monoxigenase (simplificado). Os elétrons (e− ) passam do NADPH para o FAD, para o FMN da redutase e depois para o ferro (Fe) do núcleo heme da enzima CYP microssomal. (Nota: no sistema mitocondrial, os e− P450-Fe3+ A–H O2 – 149 NADPH + H+ NADP+ e– Citocromo P450-redutase FAD, FMN Substrato A–H P450-Fe3+ A–H e–P450-Fe2+ A–H O2 passam do FAD para uma proteína ferro-enxofre e depois para a enzima CYP.) Bibliografia: CHAMPE, Pamela C.; HARVEY, Richard A.; FERRIER, Denise R. Bioquímica ilustrada. 4. ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2009. 519 p. (Biblioteca Artmed). ISBN 978-85-363-1713-7. As enzimas CYP são, na verdade, uma superfamília de mo- noxigenases relacionadas que contêm grupo heme e que participam de uma ampla variedade de reações. O nome P450 reflete a absorbância da proteína em 450 nm. Os polimorfismos nos genes para as enzimas CYP podem levar a diferenças no metabolismo do fármaco.
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