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Economia e sociedade – 1° aula remota/ Power Point Adam Smith – Riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. Adam Smith · Adam Smith nasceu em Kirkcaldy, Fifeshire, Escócia, em 1723, filho de uma família da classe alta não nobre da época. · Seu pai, Adam Smith, era funcionário público que ocupou postos de certa importância na administração escocesa e sua mãe, Margareth D. Smith, descendia de proprietários de terras do condado de Fife. · O início de sua formação acadêmica teve lugar na Universidade de Glasgow, em 1737. · Dos três anos passados em Glasgow – onde iniciou o estudo dos clássicos greco-romanos, Matemática, Teologia e Filosofia – o fato mais importante a destacar é a grande influência de Francis Hutcheson, um dos maiores teóricos protestantes da Filosofia do Direito Natural, então professor de Filosofia Moral. · Em 1740, Smith aceita uma bolsa para prosseguir seus estudos em Balliol College, Oxford. · A falta de estímulo intelectual e, principalmente, o fato de que em Oxford a maioria dos cargos docentes fosse condicionada ao ordenamento religioso fazem com que Smith deixe Balliol em 1746, retornando à Escócia. · Ministra, a partir de 1748/49, uma série de cursos avulsos em Edimburgo, sobre literatura inglesa, que culminam com um curso sobre problemas econômicos em 1750/51, os quais lhe dão reputação acadêmica para que, em janeiro de 1751, seja eleito para a cadeira de Lógica de Glasgow. · O súbito adoecimento do então professor de Filosofia Moral em Glasgow, levou Smith a ministrar esta disciplina, até o início de 1764. · Smith participa ativamente dos debates acadêmicos e políticos, sendo admitido nas principais sociedades eruditas escocesas e publicando em periódicos de ampla circulação entre a intelligentsia da época. · Em 1759, publica Teoria dos Sentimentos Morais. · No final de 1763, recebe de Townshend uma pensão vitalícia de 300 libras anuais, para tornar-se tutor do Duque de Buccleugh, com quem parte para uma viagem de dois anos e meio à França. · O contato então realizado com os fisiocratas e, especialmente, com Turgot teria grande influência sobre aspectos fundamentais de A Riqueza das Nações. · Sua estada na França interrompe-se em 1766 com o assassinato do irmão mais moço de Buccleugh, também sob sua custódia desde fins de 1764. · De volta a Londres, Smith prepara uma nova edição de seu primeiro livro e usa o rico acervo bibliográfico londrino para completar anotações para seu segundo livro, além de assessorar seu anfitrião, agora Ministro da Fazenda dedicado à solução de problemas econômicos relacionados às colônias. · Discordâncias com o projeto de Townshend leva Smith de volta à sua cidade natal, onde permanece seis anos quase exclusivamente absorvido pela composição de sua magnus opus. · Em 9 de março de 1776, vem à luz A Riqueza das Nações. · Adam Smith, entretanto, não viveria o bastante para testemunhar a lenta mas avassaladora influência de seu grande tratado. · Em 1777, Smith é nomeado para um alto cargo na administração aduaneira escocesa. Muda-se então com sua mãe para Edimburgo, onde vive uma existência pacata de funcionário público, cercado por seus mais de 3 mil livros. · Em 1787 recebe o que seria a última grande honraria de sua vida ao ser nomeado Reitor da Universidade de Glasgow, cargo que ocupa por dois anos. · Por fim, após seu retorno permanente a Edimburgo, Adam Smith adoece e vem a falecer em 17 de julho de 1790, aos 66 anos de idade. A Riqueza das Nações A teoria apresentada em A Riqueza das Nações é essencialmente uma teoria do crescimento econômico: o bem-estar das nações é identificado com seu produto anual per capita que, dada sua constelação de recursos naturais, é determinado pela produtividade do trabalho “util” ou “produtivo” – que produz um excedente de valor sobre seu custo de reprodução – e pela relação entre o número de trabalhadores empregados produtivamente e a população total. A dinâmica do modelo de crescimento presente em A Riqueza das Nações pode ser melhor entendida em termos do que Myrdal batizou de um processo de “causalidade circular cumulativa”. Segundo Smith, o crescimento econômico, ainda que sob sistemas ideais de Governo, não deveria sustentar-se indefinidamente. O estado estacionário [...] era visto por ele como resultado inevitável da redução da taxa de lucro, pela exaustão das oportunidades de investimento e pelo crescimento dos salários consequente a um rápido e sustentado aumento do estoque de capital. Na análise da inter-relação dos preços naturais e de mercado, Smith elaborou o fundamento da teoria da dinâmica de mercado [...], isto é, a noção de que o ajustamento de oferta e demanda se dá através de variações no emprego dos fatores. A teoria do valor de Adam Smith é o ponto de partida do enfoque clássico do valor baseado em custos de produção, que revela a ligação existente entre o sistema de preços e os fenômenos da produção e distribuição. A teoria do preço natural se completa com o estudo dos níveis naturais de remuneração dos fatores. O Homem e a Obra em Perspectiva Histórica A influência mais marcante sobre Smith foi a de Hutcheson, herdeiro de filósofos protestantes, como Grotius e Pufendorf, da Filosofia do Direito Natural. O jusnaturalismo é uma teologia racionalista que afirma existir uma ordem natural e harmônica do universo, de origem divina mas revelada pela razão, da qual se podem derivar princípios morais e de direito. Smith abandonou o método racionalista do jusnaturalismo tradicional por uma metodologia empiricista, isto é, pela noção de que a ordem natural não podia ser apreendida aprioristicamente através apenas do raciocínio dedutivo, mas que se deveria proceder segundo a construção de sistemas ou modelos baseados em princípios gerais obtidos por indução de observações empíricas, a partir dos quais a lógica dos fenômenos universais poderia ser deduzida. Por outro lado, Smith afasta-se decisivamente da componente altruísta do jusnaturalismo de Hutcheson. Da noção de sistema econômico, partilhada por Smith com os fisiocratas, resultou a elevação da Economia à categoria de ciência, por identidade de método e fundamento filosófico com as ciências naturais [...]. A defesa qualificada que Smith faz ao laissez-faire não o classifica nem como apóstolo do interesse burguês e pregador da harmonia de interesses entre as classes sociais, nem como defensor empedernido da iniciativa privada e inimigo da interferência do Estado. É flagrante a simpatia com que Smith se refere aos economicamente desprotegidos e seu reconhecimento explícito das contradições de classe e, de outro lado, sua ênfase nos limites impostos à liberdade econômica por princípios naturais de justiça e suas opiniões sobre a ampla gama de serviços úteis mas não atraentes para a iniciativa privada que caberia ao Estado prover. A Riqueza das Nações não é somente produto de um intelecto poderoso e do fermento intelectual do Iluminismo inglês, mas é também produto do desenvolvimento histórico do capitalismo.