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TEXTO_TEORIA COMPORTAMENTAL DA ADMINISTRAÇÃO _ Dinamizando a Empresa Através das Pessoas A Teoria Comportamental (ou Teoria Behaviorista) da Administração trouxe nova concepção e novo enfoque dentro da teoria administrativa: a abordagem das ciências do comportamento (behavioral sciences approach), abandono das posições normativas e prescritivas das teorias anteriores (teorias Clássica, das Relações Humanas e da Burocracia) e adoção de posições explicativas e descritivas. A ênfase é nas pessoas dentro do contexto organizacional mais amplo. A Teoria Comportamental da Administração tem o seu início com Herbert Alexander Simon, Chester Barnard, Douglas McGregor, Rensis Likert, Chris Argyris são autores importantíssimos dessa teoria. Dentro do campo da motivação humana salientam‐se Abraham Maslow, Frederick Herzberg e David McClelland. A Teoria Comportamental surge no final da década de 1940, com uma redefinição dos conceitos administrativos, ao criticar as teorias anteriores. O behaviorismo reescalona as abordagens anteriores e amplia seus conteúdo. O Behaviorismo A Teoria Behaviorista da Administração não deve ser confundida com a Escola Behaviorista, que se desenvolveu na Psicologia a partir dos trabalhos de Watson. Ambas se fundamentam no comportamento humano. Porém, o behaviorismo que Watson fundou trouxe à Psicologia uma metodologia objetiva e científica baseada na comprovação experimental, em oposição ao subjetivismo da época, mas centrando‐se no indivíduo para estudar o seu comportamento. A psicologia individual fluiu com a Teoria das Relações Humanas e os trabalhos de Kurt Lewin para a chamada psicologia social. Esta evoluiu para a psicologia organizacional, que trata mais do comportamento organizacional do que do comportamento humano ou de grupo sociais. A psicologia organizacional é a influenciadora dessa teoria administrativa democrática e humanística. Novas Proposições sobre a Motivação Humana A Teoria Comportamental fundamenta‐se no comportamento individual das pessoas para explicar o comportamento organizacional. Para analisar como as pessoas se comportam, torna‐ se necessário o estudo da motivação humana. Um dos temas fundamentais dessa teoria é a motivação humana. O administrador deve conhecer as necessidades humanas para compreender o comportamento humano e utilizar a motivação como meio para melhorar a qualidade de vida nas organizações. Hierarquia das Necessidades de Maslow Maslow apresentou uma teoria da motivação pela qual as necessidades humanas estão organizadas em uma hierarquia de importância, como uma pirâmide. Na base estão as necessidades mais baixas (necessidades fisiológicas), e no topo as necessidades mais elevadas (as necessidades de autorrealização). Necessidades fisiológicas. Constituem o nível mais baixo da hierarquia, onde estão as necessidades de alimentação (fome e sede), sono e repouso (cansaço), abrigo (frio ou calor), desejo sexual etc. Estão relacionadas com a sobrevivência do indivíduo e com a preservação da espécie. São instintivas e já nascem com o indivíduo. São as mais prementes de todas as necessidades humanas; quando não satisfeitas, elas dominam a direção do comportamento. Quando todas as necessidades humanas estão insatisfeitas, a maior motivação será a das necessidades fisiológicas, e o comportamento do indivíduo terá a finalidade de encontrar alívio da pressão que estas necessidades produzem sobre o organismo. Necessidade de segurança. Constituem o segundo nível. São necessidades de segurança, estabilidade, busca de proteção contra a ameaça ou provação e fuga do perigo. Surgem no comportamento quando as necessidades fisiológicas estão relativamente satisfeitas. Necessidades sociais. Surgem quando as necessidades mais baixas (fisiológicas e de segurança) encontram‐se relativamente satisfeitas. São as necessidades de associação, participação, amizade, afeto, amor e aceitação por parte dos colegas. Quando não estão suficientemente satisfeitas, o indivíduo torna‐se resistente, antagônico e hostil com relação às pessoas que o cercam. A sua frustação conduz à falta de adaptação social, isolamento e solidão. Dar e receber afeto são importantes forças motivadoras do comportamento humano. Necessidades de estima. Estão relacionadas com a maneira pela qual o indivíduo se vê e se avalia. Envolvem auto apreciação, autoconfiança, necessidade de aprovação social e de respeito, status, prestígio e consideração. Incluem ainda o desejo de independência e autonomia. Sua satisfação conduz a sentimentos de autoconfiança, valor, força, prestígio, poder, capacidade e utilidade. Sua frustação produz sentimentos de inferioridade, fraqueza, dependência, desamparo ou desânimo. Necessidade de autorrealização. São as necessidades mais elevadas e que estão no topo da hierarquia. Estão relacionadas com a realização do próprio potencial e autodesenvolvimento contínuo da pessoa. É o impulso para tornar‐se sempre mais do que é e de vir a ser tudo o que pode ser. A hierarquia de necessidade de Maslow se fundamenta nos seguintes aspectos: Somente quando um nível inferior de necessidades está satisfeito é que o nível mais elevado surge no comportamento da pessoa. Quando uma necessidade é satisfeita, ela deixa de ser motivadora de comportamento, dando oportunidade para que o nível mais elevado possa se manifestar. Ne todas as pessoas conseguem chegar ao topo da pirâmide de necessidades. Algumas chegam ao nível das necessidades de autorrealização, outras estacionam nas necessidades de estima, ainda outras nas necessidades sociais, e muitas outras ficam focadas nas necessidades de segurança e fisiológicas, sem que consigam satisfazê‐las adequadamente. Quando as necessidades mais baixas estão satisfeitas, as mais elevadas dominam o comportamento. Mas, quando alguma necessidade de nível mais baixo deixa de ser satisfeita, ela volta a predominar no comportamento. Cada pessoa possui sempre mais de uma motivação. Todos os níveis de motivação atuam conjuntamente no organismo. As necessidades mais elevadas predominam sobre as mais baixas desde que estas estejam satisfeitas. Toda necessidade está relacionada com o estado de satisfação ou insatisfação de outras necessidades. Seu efeito sobre o organismo é sempre global e conjunto, nunca isolado. O comportamento motivado funciona como um canal através do qual as necessidades são expressas ou satisfeitas. A frustação ou a possibilidade de frustação da satisfação de certas necessidades passa a ser considerada ameaça psicológica. Essa ameaça produz as reações gerais de emergência no comportamento humano. As pesquisas não chegaram a confirmar cientificamente a teoria de Maslow, e algumas delas até mesmo a invalidaram. Contudo, sua teoria é bem aceita e oferece um esquema orientador e útil para a atuação do administrador. Teoria dos Dois Fatores de Herzberg Frederick Herzberg formulou a teoria dos dois fatores para explicar o comportamento das pessoas em situação de trabalho. Para ele existem dois tipos de fatores que orientam o comportamento das pessoas: 1. Fatores higiênicos ou fatores extrínsecos: estão localizados no ambiente que rodeia as pessoas e abrangem a condições dentro das quais elas desempenham seu trabalho. Essas condições são decididas pela empresa, e os fatores higiênicos estão fora do controle das pessoas. Os fatores higiênicos são: salário, benefícios sociais, estilo de chefia ou supervisão, condições físicas e ambientais de trabalho, políticas e diretrizes da empresa, regulamentos internos, clima de relacionamento entre empresa e funcionários etc. São fatores de contexto, e sesituam no ambiente que circunda o indivíduo. Tradicionalmente, apenas os fatores higiênicos eram usados na motivação das pessoas – apelava‐se para prêmios e incentivos salariais, supervisão, políticas empresariais estimuladoras, isto é, incentivos situados externamente ao indivíduo em troca do seu trabalho. As pesquisas de Herzberg revelaram que, quando os fatores higiênicos são ótimos, eles apenas evitam a insatisfação dos empregados; se elevam a satisfação, não conseguem sustentá‐la por muito tempo. Quando os fatores higiênicos são precários, eles provocam a insatisfação das pessoas. Por causa dessa influência sobre a insatisfação, Herzberg os chama de fatores higiênicos, pois são essencialmente profiláticos e preventivos: eles apenas evitam a insatisfação, mas não provocam a satisfação. Seu efeito é similar ao de certos remédios higiênicos: evitam a infecção ou combatem a dor de cabeça, mas não melhoram a saúde. Por estarem mais relacionados com a insatisfação, Herzberg também os chama de fatores insatisfacientes. 2. Fatores motivacionais ou fatores intrínsecos: estão relacionados com o conteúdo do cargo e com a natureza das tarefas que a pessoa executa. Os fatores motivacionais estão sob o controle do indivíduo e relacionados com aquilo que ele faz e desempenha. Envolvem sentimentos de crescimento individual, reconhecimento profissional e autorrealização, e dependem das tarefas que a pessoa realiza no trabalho. Tradicionalmente, os cargos eram arranjados com a preocupação de atender a princípios de eficiência e economia, omitindo a criatividade individual. Com isso, perdiam o significado psicológico para a pessoa que os executa e criavam a desmotivação, provocando apatia e desinteresse. O efeito dos fatores motivacionais sobre as pessoas é profundo e estável. Quando são ótimos, provocam a satisfação nas pessoas. Porém, quando são precários, evitam a satisfação. Por isso, Herzberg os chama de fatores satisfacientes. Os dois fatores – higiênicos e motivacionais – não se vinculam entre si e são independentes. O oposto da satisfação não é a insatisfação, mas a ausência de satisfação. E o oposto da insatisfação é a ausência dela, e não a sua satisfação. Para proporcionar continuamente motivação no trabalho, Herzberg propõe o “enriquecimento de tarefas” ou “enriquecimento do cargo” (job enrichment): consiste em substituir tarefas mais simples por tarefas mais complexas para acompanhar o crescimento da pessoa, oferecendo‐lhe condições de desafio e satisfação profissional no cargo. O enriquecimento de tarefas depende do desenvolvimento de cada pessoa e deve adequar‐se às suas características individuais em mudança. Pode ser vertical (eliminação de tarefas mais simples e acréscimo de tarefas mais complexas) ou horizontal (eliminação de tarefas relacionadas com certas atividades e acréscimo de outras tarefas diferentes no mesmo nível de dificuldade). O enriquecimento de cargos adiciona ou desloca para cima ou para os lados envolvendo atribuições mais elevadas ou laterais e complementares. As teorias de motivação de Maslow e Herzberg têm pontos de concordância. Os fatores higiênicos de Herzberg relacionam‐se com as necessidades primárias de Maslow (necessidades fisiológicas e de segurança, incluindo algumas necessidades sociais), enquanto os fatores motivacionais relacionam‐se com as necessidades secundárias (necessidades de estima e autorealização). Estilos de Administração A Teoria Comportamental oferece uma variedade de estilos de administração à disposição do administrador. A administração das organizações é condicionada pelos estilos adotados pelos administradores que nelas dirigem o comportamento das pessoas. Os estilos de administração dependem das convicções que os administradores têm a respeito do comportamento humano na organização. Essas convicções moldam não apenas a maneira de conduzir as pessoas, mas também a maneira pela qual se divide o trabalho, se planeja, organiza e controla as atividades. As organizações são projetadas e administradas de acordo com certas teorias administrativas. Cada teoria administrativa baseia‐se em convicções sobre a maneira pela qual as pessoas se comportam dentro das organizações. SUGESTÃO: complete o estudo sobre a Teoria Comportamental com a leitura do livro texto.
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