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Processo Civil II Prof. Paulo Cavalcantisite: drpaulocavalcanti.com - Linhas Gerais; - Fase Postulatória; - Petição Inicial; - Requisitos da Petição Inicial; - Requisito especial; - Postura do juiz em face do ajuizamento da ação; - Declaração de Impedimento ou suspeição; - Emenda da Petição Inicial; - Deferimento ou Indeferimento da Petição Inicial; - Não Preenchimento dos Requisitos dos arts. 106, 319 e 320; - Inépcia da Inicial; - Legitimidade da parte e falta de interesse de processual; e - Recurso do indeferimento. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum Linhas Gerais O processo, a rigor, não comporta divisão. É o método pelo qual atua a jurisdição. Dependendo, entretanto, da tutela jurisdicional postulada pela parte, estabelece o CPC particularidades procedimentais que caracterizam o processo. Se o objetivo da parte é o de acertamento do direito, deve o juiz, antes de proferir a sentença de mérito, conhecer as questões de fato e de direito deduzidas em juízo, bem como as provas respectivas. Daí por que o método aplicável, neste caso, denomina-se processo de conhecimento ou de cognição. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum Linhas Gerais Procedimento: O procedimento, por sua vez, é a maneira pela qual o processo se desenvolve, se exterioriza. Dessa forma, a cada espécie de processo corresponde um ou mais procedimentos. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum Linhas Gerais Para efeito didático, o procedimento comum é dividido em cinco fases: postulatória, saneadora, probatória ou instrutória e decisória. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum Fase postulatória Inicia-se com o ajuizamento da ação, o que se dá pela petição inicial, que é a forma legal de provocar a jurisdição. Estando a petição inicial devidamente instruída e não sendo o caso de improcedência liminar do pedido, abre-se espaço para audiência de conciliação, a qual se dará antes mesmo da apresentação da defesa do réu. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum Fase saneadora A fase saneadora corresponde à fase posterior à postulação das partes. Inclui as providências preliminares aludidas nos artigos 347 a 353 e ao saneamento propriamente dito. Caracteriza-se pela preparação do processo para instrução e julgamento. Nessa fase, deve o juiz verificar todas as nulidades que tenham escapado de sua permanente fiscalização e cuidar para que o contraditório seja exercido em sua plenitude, a fim de que não se perca tempo instruindo processo que não poderá receber julgamento válido. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum Fase probatória ou instrutória Vem logo após o saneamento do processo. Nessa fase, faculta- se às partes provar suas alegações por um dos meios de prova admitidos em direito, ainda que não previstos na lei processual. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum Fase decisória Segue-se à instrução do feito, caracterizando-se pela prolação da sentença, que pode ser em audiência (art. 366). Quando a prova não exigir a realização de audiência, como a perícia e a inspeção judicial, por exemplo, a sentença é proferida após a manifestação das partes sobre a prova colhida, independentemente de audiência. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Denomina-se fase postulatória o espaço procedimental compreendido entre o ajuizamento da ação e a apresentação da resposta do réu. Nessa fase, os atos processuais das partes caracterizam-se pelo conteúdo postulatório. Tanto na petição inicial quanto nos atos que integram a resposta há formulação de pedidos, ainda que somente de natureza meramente processual. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Petição Inicial A petição inicial é a forma legal a que alude o art. 2º de provocar a jurisdição , de fazer o pedido da providência jurisdicional desejada pelo autor. Com o protocolo da petição, inicia-se a fase postulatória. Quando se fala em petição inicial refere-se ao ato processual com os requisitos do art. 319 e seguintes. É certo que em alguns procedimentos a petição inicial tem requisitos específicos, entretanto, em todos eles aplicam-se as normas do procedimento comum, ainda que subsidiariamente. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Petição Inicial - Requisitos A teor do art. 319, a petição inicial deve conter os seguintes requisitos: O juízo a que é dirigida; Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; O fato e os fundamentos jurídicos do pedido; O pedido com as suas especificações; O valor da causa; As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; e A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. . site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Petição Inicial – Requisitos – art. 319, II Observe-se que nem sempre o autor disporá de todas as informações previstas no inciso II para propor a ação. Na ação de usucapião, por exemplo, é perfeitamente possível a realização de citação de pessoas incertas ou desconhecidas, as quais se submeterão à sentença da mesma forma que as partes previamente identificadas. A ausência de uma ou de algumas informações descritas nesse dispositivo não deve acarretar o indeferimento da petição inicial se o réu puder ser identificado, por exemplo, por suas características físicas, apelidos ou quaisquer outras informações que não aquelas transcritas no inciso II. No entanto, sendo insuficientes as informações destinadas à citação da parte contrária, poderá o autor requerer ao órgão jurisdicional a realização de diligências para obtenção das informações necessárias (art. 319, §§ 1º e 2º). Somente se as diligências pleiteadas pelo autor forem excessivamente onerosas ou restarem infrutíferas é que a petição inicial poderá ser indeferida. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Petição Inicial – Requisitos – Fato e fundamentos jurídicos do pedido No inciso III, isto é, a causa petendi, são o nexo que existe entre ela e o efeito jurídico afirmado (o pedido), ou, em outras palavras, a razão por que ao fato narrado se deve atribuir esse efeito. Não é indispensável a especificação da norma jurídica (artigo de lei) que supostamente atribui o efeito ao fato (iura novit curia), aliás, o erro na qualificação jurídica do fato não tem qualquer relevância para o deslinde da lide. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Petição Inicial – Requisitos – Causa de pedir (causa petendi) A causa de pedir subdivide-se em causa remota, que se relaciona aos fatos e fundamentos jurídicos, e causa próxima, relacionada com as consequências jurídicas desse fato. A propriedade do bem, numa ação reivindicatória. Constitui a causa remota; já as consequências jurídicas da propriedade, ou seja, o direito de reaver o bem do poder de quem que injustamente p possua (art. 524 do CCB), caracterizam a causa próxima. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Petição Inicial – Requisitos – Pedido É a conclusão da exposição dos fatos e dos fundamentos jurídicos; esses são premissas do silogismo, que tem o pedido a sua conclusão lógica. O objeto do pedido desdobra-se em objeto imediato, que é a providência jurisdicional solicitada, e o objeto mediato, que constitui o bem jurídico pretendido. Numa ação de cobrança, a condenação constitui o pedido imediato (relaciona-se com o direito processual), ao passo que o recebimento do crédito constitui o pedido mediato (relaciona-se com o direito substancial). site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Petição Inicial – Requisitos – Pedido O pedido deve ser certo (art. 322),pelo menos no que respeita ao gênero do objeto pretendido. Compreende-se com o pedido principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, ainda que não tenham sido expressamente requeridos pela parte (pedidos implícitos). Do mesmo modo, se a ação tiver por objeto o cumprimento de prestações sucessivas, estas serão incluídas no pedido independentemente de requerimento do autor (art. 323). É o que ocorre, por exemplo, nas ações de alimentos, cujas prestações podem se vencer no decorrer da ação e, nessa hipótese, não precisarão ser pleiteadas pelo autor para que sejam incluídas em eventual condenação. Em outras palavras, enquanto durar a obrigação elas estarão incluídas na sentença condenatória. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Petição Inicial – Requisitos – Pedido O pedido também deve ser determinado, mas o art. 324, §1º, permite a formulação de pedido genérico, isto é, pedido certo quanto a existência, quanto ao gênero, mas ainda não individuado no que respeita à quantidade. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Petição Inicial – Requisitos – Pedido Genérico - hipóteses Nas ações universais, se não puder o autor individuar os bens demandados: Refere-se à universalidade de fato ou de direito. O rebanho e a biblioteca são universalidades de fato. A herança é uma universalidade de direito. Quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato: É o que ocorre quando se formula pedido de perdas e danos sem determinar o valor do pedido. Sabe-se o na debeatur (o que é devido), mas não o quantum debeatur (o quanto é devido). Nesses casos, o autor pleiteia a reparação, mas a extensão dos danos somente se verifica no decorrer da instrução processual ou na fase de liquidação de sentença. Quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu: É o que ocorre nas obrigações de fazer, quando o autor opta pela indenização em razão do descumprimento da avença. Esclarece-se que, nesse caso, a obrigação se converte em perdas e danos por ter natureza infungível. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Petição Inicial – Requisitos – Valor da Causa O valor da causa deve ser atribuído ainda que a demanda não tenha conteúdo patrimonial (art. 291). Esse requisito pode interferir no recolhimento das custas processuais; na fixação de honorários e na determinação da possibilidade de o inventário ser substituído pelo arrolamento de bens (art. 644). Na designação do valor da causa deve observar as regras constantes no art. 292. se, no entanto, o juiz verificar que o valor atribuído pelo autor não corresponder ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido, poderá, de ofício e por arbitramento, corrigir o valor da causa e determinar o recolhimento das custas complementares (art. 292, §3º). Quando se tratar de prestações vencidas e vincendas, considerar-se–á o valor de uma e outras, de modo que o valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a um ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações (art. 292, §§1º e 2º). site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Petição Inicial – Requisitos – Valor da Causa O valor da causa deve ser atribuído ainda que a demanda não tenha conteúdo patrimonial (art. 291). Esse requisito pode interferir no recolhimento das custas processuais; na fixação de honorários e na determinação da possibilidade de o inventário ser substituído pelo arrolamento de bens (art. 644). Na designação do valor da causa deve observar as regras constantes no art. 292. se, no entanto, o juiz verificar que o valor atribuído pelo autor não corresponder ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido, poderá, de ofício e por arbitramento, corrigir o valor da causa e determinar o recolhimento das custas complementares (art. 292, §3º). Quando se tratar de prestações vencidas e vincendas, considerar-se–á o valor de uma e outras, de modo que o valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a um ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações (art. 292, §§1º e 2º). site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Petição Inicial – Requisitos – Valor da Causa O réu pode impugnar o valor da causa atribuído pelo autor na própria contestação – em preliminar. Não apresentada a impugnação no bojp da contestação, opera-se a preclusão. Importante salientar que não há mais previsão de abertura de prazo para o autor manifestar-se acerca da impugnação, afinal, espera-se que na própria inicial tenha-se esgotado a denominação do valor atribuído à causa. Observa-se que, tanto a decisão do juiz que determina a complementação das custas, como aquela que acolhe a impugnação do réu quanto do valor da causa, não são recorríveis. É que o art. 1.015 não insere essa hipótese no rol de matérias passíveis de interposição do Recurso de Agravo de Instrumento. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Petição Inicial – Requisitos – As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados Além dos requisitos mencionados, à petição inicial devem ser juntados os documentos necessários à propositura da ação, incluindo-se a procuração com a indicação dos endereços (eletrônicos e não eletrônicos) do advogado e as provas com que o autor pretende demonstrar as suas alegações. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Petição Inicial – Requisitos – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. Por fim, deve o autor indicar se tem interesse na realização ou não de audiência de conciliação ou mediação. Caso haja desinteresse do autor e também do réu, o ato não se realizará. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Petição Inicial – Requisito Especial Conforme dispõe o art. 330, §2º, nas demandas que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, financiamento ou alienação de bens, o autor deverá discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito. O dispositivo não exige o depósito do valor incontroverso, ou seja, daquele montante da obrigação sobre o qual as partes (credor e devedor) não apresentam discordância. A exigência se faz quanto à discriminação de seu valor na petição inicial. Na hipótese de o autor não discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito, deverá o juiz conceder a possibilidade ao autor de emendar a petição inicial, aplicando-se analogicamente o art. 321, sendo inobservado esta oportunidade, a petição inicial será indeferida. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Petição Inicial – O pedido e suas Espécies Além dos pedidos genéricos e os pedidos implícitos, tratados nos slides anteriores, o CPC dispõe sobre outras espécies de pedido, vejamos: Pedido Alternativo: O CPC permite a formulação de pedido alternativo, quando pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo (art. 325). Formular pedido alternativo é pedir que o réu seja condenado em qualquer dos possíveis modos de cumprimento de determinada obrigação assegurada m lei ou em contrato. Nas obrigações alternativas, normalmente a escolha da prestação cabe ao devedor (art. 252 CCB). Nesse caso, formulado o pedido alternativamente, a condenação deverá ser também alternativa e a especialização da prestação será feita no processo executório (art. 800). site: drpaulocavalcanti.comProcedimento Comum Pedido em ordem subsidiária: É uma modalidade de pedido alternativo, com uma diferença: o pedido alternativo refere-se ao objeto mediato, que pode ser escolhido inclusive na fase de execução, o pedido subsidiário refere-se ao objeto imediato, à tutela jurisdicional, na qual a prestação já fica definida. Nessa hipótese, o autor formula mais de um pedido, a fim de 1que o juiz conheça do posterior, se não puder acolher o anterior (art. 326). O autor pede a entrega do apartamento ou a devolução das prestações pagas. O juiz, não acolhendo um pedido, pode acolher o outro. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum Pedidos Cumulados: Além da cumulação eventual, quando o acolhimento de um pedido implica rejeição do outro, permite o art. 327 a formulação de vários pedidos contra um mesmo réu, ainda que entre eles não haja conexão. A cumulação pode ser simples, quando os pedidos são absolutamente independentes p. ex.: cobrança simultânea de duas dívidas oriundas de fatos diversos); sucessiva, quando há uma relação de dependência entre os pedidos, de forma que o acolhimento de um pressupõe o do pedido anterior (ex.: investigação de paternidade cumulada com petição de herança); eventual, quando a cumulação é de pedidos subsidiários. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum Pedidos de Prestação Indivisível: Regula o art. 328 o recebimento de prestação indivisível em obrigação com pluralidade de credores. Obrigação indivisível é aquela cuja prestação não comporta divisão, seja por sua natureza, por motivo de ordem econômica ou em razão do próprio negócio (art. 258 CCB). Nessa caso, havendo pluralidade de credores, qualquer um deles, individualmente, tem legitimidade e interesse para exigir o cumprimento da obrigação por inteiro, já que, repita-se, ela não é suscetível de divisão. Como a decisão precisa ser uniforme para todos os credores, mesmo aquele que não participou do processo será atingido pelos efeitos da sentença, podendo levantar a sua parte, deduzidas as despesas na proporção do seu crédito. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum Alteração do Pedido: Completada a relação processual com a citação do réu, estabilizam-se os elementos da causa (partes, pedido e causa de pedir), operando-se a litispendência, a individualização da demanda, pelo que nenhuma alteração poderá ser levada a efeito sem o consentimento do réu. Assim,, até a citação, pode o autor alterar ou aditar o pedido ou a causa de pedir sem o consentimento do réu. Se, no entanto, o ato citatório tiver sido realizado, aditamento ou alteração do pedido e da causa de pedir dependerão do consentimento do réu. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Posturas do juiz em face do ajuizamento da ação Proposta a ação, cabe ao juiz exercer a cognição preliminar acerca dos pressupostos e dos requisitos processuais, bem como da existência de eventuais circunstâncias que possibilitem a resolução liminar do mérito. Nessa etapa procedimental, que medeia a postulação do autor e eventual resposta (postulação) do réu, o juiz, em geral, emite provimento positivo, determinando a citação. Pode, entretanto, emitir provimento negativo do direito de ação ou mesmo do direito material veiculado na ação. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum Declaração de impedimento e suspeição: O juiz deve declarar seu próprio impedimento ou suspeição no caso de ocorrência de alguma das situações previstas nos artigos 144 e 145. se declarar ou mesmo reconhecer de circunstância alegada pela parte, o juiz declinará da jurisdição para aquele caso concreto, remetendo os autos ao seu substituto legal. Emenda da petição inicial: Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos artigos 319 e 320, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar a resolução de mér4ito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 15 dias (art. 321). Tratando-se de petição defeituosa, o indeferimento só será possível depois de decorrido o prazo para emenda, sem que o autor tenha adotado a providência determinada pelo juiz (art. 321, §único). Em caso de inércia ou se a providência adotada não for suficiente, o juiz proferirá sentença de extinção do processo, sem resolução de mérito (art. 458, I). site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum Deferimento da Petição Inicial: estando em termos a petição inicial, de início ou após a emenda, e não sendo o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação, quando possível, ou desde logo, ordenará a citação do réu para responder (art. 335). A citação é o ato que completará a relação processual, produzindo os efeitos do art. 240. do mandado de citação constará que, não sendo contestada a ação, presumir-se-ão aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor. Indeferimento da Petição Inicial: A petição inicia poderá ser indeferida se não estiver preenchidos os requisitos dos artigos 319 e 320. O mesmo ocorrerá quando o advogado que postular em causa própria não indicar na petição inicial o endereço eletrônico, no qual receberá as intimações, bem como o seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (art. 106). Em ambos os casos e, ainda, quando constatadas outras omissões, defeitos e irregularidades sanáveis na petição, o juiz deve assinalar prazo de 15 dias para a emenda. Esgotado o prazo e não suprida a omissão, a petição será indeferida e o processo extinto sem resolução de mérito. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum Inépcia da Petição Inicial: Considera-se inepta ou não apta para provocar a jurisdição quando a petição inicial não contiver o pedido ou a causa de pedir; o pedido ou causa de pedir for obscuro; o pedido for indeterminado (salvo quando a lei permite que se formule pedido genérico, como vimos lá trás); quando a narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; quando contiver pedidos incompatíveis entre si (art. 330, §1º, IV); ou quando o autor não discriminar as obrigações contratuais que pretende controverter (art. 330, §2º). site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum A causa de pedir e pedido formam um silogismo. Os fundamentos jurídicos do pedido (causa próxima) constituem a premissa maior; os fatos (causa remota), a premissa menor, e o pedido, a conclusão. Para que a petição seja apta, é necessário que o pedido seja decorrência lógica dos fatos narrados. O autor narra que o réu, agindo com culpa, causou danos em seu veículo. Dessa narrativa, em face do disposto no art. 186 do CCB, o lógico é que o autor requeira a condenação do réu em perdas e danos. Se, por exemplo, pedir rescisão de um contrato de compra e venda firmado com o réu, a petição será inepta. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum A obscuridade do pedido ou da causa de pedir não tem relação com o fato de eventualmente a redação da petição inicial não adotar a forma e os termos mais claros, já que o juiz, na tentativa de otimizar o processo e conferir-lhe celeridade, pode proceder à interpretação lógico-sistemática da petição para extrair de seu conjunto o alcance e o sentido da demanda. Em outras palavras, a obscuridade do pedido ou da causa de pedir apta a ensejar o indeferimento da petição inicial deve impossibilitar, ou pelo menos dificultar, a análise ampla e detida da relação jurídica em exame. site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Legitimidade da parte e a falta de interesse processual Além de possibilitar o indeferimento de plano da petição inicial, a falta de legitimidade ou de interesse processual permite a extinção do processo sem resolução do mérito em qualquer fase do processo. Importa destacar que a ocorrência da prescrição que é a perda da pretensão à reparação de um direito violado, e a decadência que é a perda do próprio direito pelo não exercício no prazo estabelecido, também sãohipóteses de extinção do processo com resolução de mérito (art. 487, II), sendo possível, inclusive, a sua apreciação em caráter liminar, sem a necessidade de prévia citação do réu (art. 332, §1º). site: drpaulocavalcanti.com Procedimento Comum FASE POSTULATÓRIA Recurso do indeferimento da inicial O indeferimento da petição inicial pode ser parcial ou total. Ocorre indeferimento parcial quando, por exemplo, o juiz indefere um pedido incompatível com os demais. Será total quando houver extinção do processo. Do ato que indefere parcialmente a inicial, o recurso cabível será o Agravo de Instrumento (art. 1.015, II), porquanto não põe fim ao processo. Do ato que indefere totalmente a inicial, porque constitui sentença, o recurso cabível é a Apelação (art. 1.009). A Apelação interposta contra sentença que indefere a inicial tem uma peculiaridade: permite ao juiz exercer o juiz exercer o juízo de retratação no prazo de 5 dias (art. 331). Caso o juiz mantenha a decisão, deverá determinar a citação do réu para responder ao recurso, antes de encaminhá-lo ao Tribunal. Se este, por sua vez, reformar a sentença, o prazo para contestar começará a correr da intimação do retorno dos autos.
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