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TRABALHO DE GINECOLOGIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY 
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MATERNO-
INFANTIL 
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 
ALUNO: DANIEL DAS NEVES SILVA DRE: 118160247 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE GINECOLOGIA E 
OBSTETRÍCIA 
 
• Situação clínica proposta como verificação de aprendizagem: 
 
Em uma Unidade Básica de Saúde município do Rio de Janeiro, a usuária D.S.G., 50 anos, 
solteira, escolaridade de 1º. grau completo, desempregada no momento, busca 
atendimento queixando-se de secreção vaginal esbranquiçada, com prurido intenso, odor 
ácido, um pouco espessa, com aproximadamente dois meses de sintomas. Durante a 
anamnese, informa possuir parceiro íntimo, não ter filhos, nunca ter abortado. Apresenta 
sintomas de sudorese intensa no rosto, colo e pescoço, acompanhados de rubor. Sente-se 
desanimada, triste, com irritabilidade e insônia. Apresenta dismenorreia há quase 5 meses. 
Relata ainda que sua libido não é mais a mesma, que sente “secura” na região vaginal e que 
por vezes sente dor no ato sexual. Em uso de anticoncepcional Diane há pelo menos 30 anos 
e não tem hábito de utilizar preservativo durante o ato sexual, pois “o parceiro não gosta”. 
Informou ainda estar tendo problemas com seu parceiro, que por vezes fala “coisas” que 
lhe desagrada, aparenta estar sempre irritado e já falou que “mulher que não comparece 
na cama está procurando concorrência”. Há muitos anos não vai a uma consulta 
ginecológica, por “não sentir nada, só agora sentiu que precisava” 
 
1) Que Plano de Cuidados de Enfermagem você desenvolveria para o atendimento a 
esta mulher enquanto Enfermeira(o) de uma Unidade Básica de Saúde? 
 
O plano de saúde elabora enquanto enfermeira(o) seria prestar a devida importância as demandas 
dessa mulher de modo sistemático, atendo suas necessidades e se possível de modo continuo fazendo 
que ela retorne para consultas futuras. Começamos com anamnese, deixando a cliente o mais 
confortável possível para que ela me conte e se sinta à-vontade de contar todas as suas necessidades, 
trabalhando com tudo que ela me conta e adequando as minhas perguntas para que ela entenda e 
assim destacar os pontos importantes. Após entendido o caso, passamos ao exame físico que não 
retido apenas a mama e vagina e sim o exame céfalo-caudal, aferindo peso, altura, sinais vitais e dar 
a devida atenção é claro as queixas dessa mulher através do exame ginecológico propriamente dito, 
 
 
 
 
através dos exame de mama e os exames abdominal e da genitália que são os locais de queixa dessa 
cliente, que vão incluir o exame de toque, exame especular e preventivo. Feito os exames, unimos os 
sinais e os sintomas e partimos para avaliação e diagnostico de enfermagem e assim passamos para 
nossa conduta e intervenções de enfermagem, onde podemos prescrever cuidados e medicamentos 
protocolares, realizar solicitação de exames específicos, como por exemplo, sangue, fezes, urina, 
realizar encaminhamentos para profissionais e/ou outros serviços e por fim realizar nossas 
orientações acerca do que ela deve fazer e incentivar o seu alto cuidado. 
Depois do esquema a ser seguido e feita a entrevista e identificados os problemas relatados 
começamos o exame físico ginecológico propriamente dito. Iniciamos pelo exame clinico das mamas, 
onde traçaremos imaginariamente duas linhas na mama a dividindo em QSI (quadrante superior 
interno), QSE (quadrante superior externo), QII (quadrante inferior interno) e QIE (quadrante inferior 
externo). Analisando através da inspeção, palpação e expressão o formato, tamanho, edema, 
retração, existência de secreção, abaulamento e possíveis nódulos (tumoração) e nessa hora a mulher 
poderá e deve ser incentivada a se tocar e conhecer o próprio corpo se ela quiser. 
Descemos para o abdômen onde ao realizar o exame desta área vamos dividir o mesmo em pôr 
quadrantes de 1 a 9 e cada quadrante será uma região a ser examinada. O baixo ventre será uma das 
áreas de maior importância nesse exame onde podemos constatar a dismenorreia dessa mulher. 
Observaremos se o abdômen está no seu formato norma, escavado ou globoso, o aspecto da pele, se 
possui cicatriz, estrias, como está a distribuição pilosa e depois iniciar a ausculta primeiro, seguinte a 
palpação e percussão, palpando todos os quadrantes com ênfase no baixo ventre a procura de 
nódulos, massa e sensibilidade nesta área e finalizando com a procura dos sons com a percussão, a 
procura de sons fora do comum. 
Passamos para exame da genitália onde vamos fazer a inspeção geral e externa da genitália, 
observando as queixas da mulher como a coloração, secreção e odor, passamos a utilizar as mãos para 
procura de lesões e verrugas fazendo uma inspeção completa. Pedir que a cliente faça força para 
observar a colpocele. Realizar exame especular usando um especulo escolhido a partir da entrevista 
com essa mulher e observar alterações na vagina, presença de hiperemia, integridade, secreção 
relatada pela cliente, todos são pontos observados nesse exame. Nesta fase também é realizado o 
exame de colpocitologia, realizando a primeira coleta no ectocérvix e a segunda coleta no endocérvix. 
Vão fazer parte do exame a identificação de hiperplasias, metaplasias e Displasias. 
Por fim faremos o exame de toque onde analisaremos o colo, se está rígido, mole ou endurecido, sua 
forma, arredondada ou irregular, mobilidade, fixo, livre ou limitado e sua posição, anterior, posterior 
ou mediana. Analisaremos o fundo os anexos, fundo de saco e paramétrios e a posição, forma, 
tamanho e consistência do útero. 
No final de todo o processo e também durante deve se informar a mulher através da educação sobre 
o exercício da sexualidade, da reprodução, a regulação da fertilidade e prevenção de doenças 
sexualmente transmitidas e suas fisiologias. Informar também sobre o câncer de colo de útero e sua 
prevenção e o câncer mama e não menos importante a melhoria dos hábitos de vida. 
O mais importante de tudo é que a atuação da(o) enfermeira(o), não deve valorizar apenas o lado 
teórico-científicos das práticas, mas levar em consideração o lado psicoafetivo da profissão 
desenvolvendo uma postura humanizada, nas relações enfermagem-cliente. 
 
 
 
 
 
2) Que orientações você como Enfermeira(o) daria nesta consulta de Enfermagem? 
 
Além das orientações a respeito da educação em saúde filológica, reprodutiva e preventiva, bem como 
a orientação acerca da prevenção e meios do câncer de colo de útero e hábitos saudáveis de vida, ao 
longo das consultas e incentivar o retorno aos serviços de saúde e ações educativas para comunidade. 
Podemos orientar também, levando em conta o diagnóstico hipotético de vaginose devido a 
apresentação dos sinais e sintomas e histórico conjugal, orientação atenção ao parceiro e seus gostos, 
pois ela está se expondo a riscos não usando preservativos e o anticoncepcional apenas, aconselhando 
e dando enfoque na educação sobre redução de risco, e utilização de preservativos. Orientação e 
ofertar sorologia para sífilis e HIV. Devido ao histórico longo de uso do anticoncepcional, que pode 
estar levando a essa dismenorreia longa, orientar que suspenda seu uso e se possível suspenda as 
atividades sexuais negociando com seu parceiro, principalmente sobre o uso de preservativos até a 
consulta com o um médico ginecologista. Orientar a cliente também a respeito do climatério e 
menopausa, que a mesma pode estar entrando ou até mesmo estar nessa fase levando em conta sua 
idade elevada e os sintomas apresentados por ela como, sudorese intensa no rosto, colo e pescoço, 
acompanhados de rubor, desanimada, triste, com irritabilidade, insônia secura na região vaginal e que 
por vezes sente dor no ato sexual, sendo sinais e sintomas característicos desta fase da vida, explicar 
as diferenças entre ambas as fases, sendo o climatério definido como uma fase da evolução biológica 
feminina em queocorre a transição da mulher do período reprodutivo (ovulatorio) para o não-
reprodutivo e a menopausa é definida como término permanente das menstruações e tem por 
convenção um diagnostico retrospectivo, caracterizado por amenorreia por mais de 12 meses e 
orientar que procure o sistema de saúde mais vezes dando continuidade aos cuidados a saúde desta 
mulher. 
 
3) O que você percebe na relação conjugal entre o casal? 
 
O que pode ser percebido na relação conjugal da cliente é um caso de violência doméstica, tanto física 
quanto psicológica, a psicológica se dá pelas falas do parceiro da cliente onde ele a induz a não usar o 
preservativo por ele não gostar, fazendo que a mesma se sinta obrigada a não utilizar devido a sua 
segunda fala de que “mulher que não comparece na cama está procurando concorrência”, onde caso 
ela se recuse a fazer suas vontades, ele irá procurar quem satisfaça seus desejos fora de casa e a 
mulher muita das vezes por se sentir dependente do homem tanto emocional e as vezes 
financeiramente, se expõem ao risco pelo medo suprindo uma relação de opressão, o que também 
vem da construção sociocultural de uma população machista. A violência física se dá pela relação 
sexual, que ela está sujeita pelos fatores anteriores, onde a mulher acaba se sentindo obrigada a 
realizar as atividades e acaba sendo machucada. Essa dor relatada da cliente se deve pela falta de 
lubrificação na vagina que poderia ser resolvida em parte pela adoção de preservativos e 
entendimento do seu parceiro sem que seja a empostas as vontades dele sobre as dela e entendo e 
as necessidades dessa mulher. Resumindo a uma relação de abuso emocional. 
 
4) Quais exames recomendaria para este caso específico? 
 
 
 
 
 
Após a avaliação inicial da paciente deve incluir anamnese e exame físico detalhado, não se focando 
apenas na história ginecológica. Poderão ser pedidos exames complementares e especifico, para a 
hipótese de diagnóstico de vaginose além do exame especular, poderá ser pedido uma bacterioscopia 
através da análise da secreção vaginal, cultura de células e análise do pH, visto que ela ocorre devido 
a uma desequilíbrio da flora vaginal e a consequente diminuição do número de lactobacilos e aumento 
de bactérias patogênicas e consequentemente de pH. Poderá ser pedido para esse fim um exame 
Papanicolaou, em que é realizada a coleta de células da vagina e do colo por uma raspagem que tem 
o intuito de rastrear a presença de lesões precursoras do câncer de colo uterino, porém também pode 
ajudar no diagnóstico de outras doenças como a vaginose. 
No caso dos demais sintomas relatados pela cliente, dentre os recursos laboratoriais disponíveis 
para avaliar o climatério, o melhor teste é a dosagem de FSH sérico, seus níveis se elevam 
continuamente nos anos que antecedem a menopausa, evidenciando a progressão da 
falência ovariana. 
 
5) Quais encaminhamentos recomendaria para esta situação clínica? 
 
O primeiro encaminhamento seria para um enfermeiro especializado na saúde da mulher para 
abordar de melhor forma as necessidades dessa mulher gerada pela violência doméstica, a partir daí 
trabalhar com serviços intersetoriais, saindo da atenção básica, indo para centros de testagem para 
que ela realize exames de sorologia para possíveis diagnósticos de outros fatores que possam trazer 
danos à saúde dessa mulher, depois centros especializados ou um médico ginecologista para 
realização de demais exames e iniciar os tratamentos. E dar suporte a essa mulher caso necessário, 
de assistentes sociais, psicólogos, redes de ajuda e tantos outros setores disponíveis para atender as 
demandas dessa mulher através de uma rede intersetorial. 
 
• Referências: 
 
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1660/climaterio.htm 
https://www.scielo.br/pdf/reeusp/v6n1-2/0080-6234-reeusp-6-1e2-129.pdf 
http://www.cienciasdasaude.famerp.br/index.php/racs/article/view/32 
https://minhasaude.proteste.org.br/conheca-os-verdadeiros-riscos-da-pilula-diane-35/ 
https://www.sanarmed.com/candidiase-vaginal-caso-clinico-ligas 
https://scielo.conicyt.cl/pdf/cienf/v14n2/art06.pdf 
https://www.fleury.com.br/medico/artigos-cientificos/avaliacao-hormonal-do-climaterio-pode-ser-
util-em-situacoes-especiais-revista-medica-ed-5-
2004#:~:text=Defini%C3%A7%C3%A3o%20de%20estado%20de%20perimenopausa,a%20progress%C
3%A3o%20da%20fal%C3%AAncia%20ovariana. 
 
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1660/climaterio.htm
https://www.scielo.br/pdf/reeusp/v6n1-2/0080-6234-reeusp-6-1e2-129.pdf
http://www.cienciasdasaude.famerp.br/index.php/racs/article/view/32
https://minhasaude.proteste.org.br/conheca-os-verdadeiros-riscos-da-pilula-diane-35/
https://www.sanarmed.com/candidiase-vaginal-caso-clinico-ligas
https://scielo.conicyt.cl/pdf/cienf/v14n2/art06.pdf
https://www.fleury.com.br/medico/artigos-cientificos/avaliacao-hormonal-do-climaterio-pode-ser-util-em-situacoes-especiais-revista-medica-ed-5-2004#:~:text=Defini%C3%A7%C3%A3o%20de%20estado%20de%20perimenopausa,a%20progress%C3%A3o%20da%20fal%C3%AAncia%20ovariana
https://www.fleury.com.br/medico/artigos-cientificos/avaliacao-hormonal-do-climaterio-pode-ser-util-em-situacoes-especiais-revista-medica-ed-5-2004#:~:text=Defini%C3%A7%C3%A3o%20de%20estado%20de%20perimenopausa,a%20progress%C3%A3o%20da%20fal%C3%AAncia%20ovariana
https://www.fleury.com.br/medico/artigos-cientificos/avaliacao-hormonal-do-climaterio-pode-ser-util-em-situacoes-especiais-revista-medica-ed-5-2004#:~:text=Defini%C3%A7%C3%A3o%20de%20estado%20de%20perimenopausa,a%20progress%C3%A3o%20da%20fal%C3%AAncia%20ovariana
https://www.fleury.com.br/medico/artigos-cientificos/avaliacao-hormonal-do-climaterio-pode-ser-util-em-situacoes-especiais-revista-medica-ed-5-2004#:~:text=Defini%C3%A7%C3%A3o%20de%20estado%20de%20perimenopausa,a%20progress%C3%A3o%20da%20fal%C3%AAncia%20ovariana
 
 
 
 
 
 
	1) Que Plano de Cuidados de Enfermagem você desenvolveria para o atendimento a esta mulher enquanto Enfermeira(o) de uma Unidade Básica de Saúde?
	2) Que orientações você como Enfermeira(o) daria nesta consulta de Enfermagem?
	3) O que você percebe na relação conjugal entre o casal?
	4) Quais exames recomendaria para este caso específico?
	5) Quais encaminhamentos recomendaria para esta situação clínica?
	• Referências:

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