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PLOTINO A METAFÍSICA DO UNO

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PLOTINO: A METAFÍSICA DO UNO
Baseando-se nos dados fornecidos pelo médico e discípulo Eustáquio.
Segundo o qual Plotino tinha 66 anos quando morreu.
Porfírio estabeleceu seu nascimento entre os anos 204-205 a.C.
É Porfírio, seu maior discípulo, que nos fornece os dados biográficos de Plotino.
Sua Vida de Platino, composta entre 301 e 305, tornou-se a principal fonte de informações sobre Plotino.
O filósofo nasceu na cidade de Lyko, identificável com Licópolis do Alto Egito ou com Lykon, no delta do Nilo.
Viveu de forma muito solitária.
Num período árido, de poucas grandezas e só descobriu a filosofia tardiamente. 
Depois de ter ouvido vários mestres de filosofia.
Desiludido pelas celebridades.
Encontrou, finalmente, aos vinte e oito anos, aquele que se lhe revelou como grande sábio, Amônio Saccas, do qual afirmou:
“Eis o homem que procurava”.
Frequentou-o por onze anos (232-243).
Pelo início de 243, desejoso de conhecer a religião persa, uniu-se à expedição militar do imperador Gordiano III contra a Pérsia.
Com o fracasso da campanha e a morte do imperador, refugiou-se em Antioquia, por algum tempo.
Em seguida, estabeleceu-se em Roma, onde abriu uma escola filosófica.
Nela teve Porfírio, Amélio e Eustáquio entre os mais famosos discípulos.
Além desses, sua escola era frequentada por senadores, homens e mulheres ilustres da sociedade culta, como o imperador Galiano e sua esposa.
Depois de permanecer por 26 anos à frente da escola, cansado e tomado por uma doença que o consumia, retirou-se para a Campânia, onde morreu em 270.
Seu projeto político de fundar a “Cidade de Platão”, a Platonópolis, a cidade ideal, aprovado em princípio, pelo imperador Galiano, foi posto de lado e nunca se realizou.
Sua obra Enéadas está colocada entre as maiores obras do pensamento humano.
De fato, Plotino passou para a história como o grande pensador do final da Antiguidade, fundador da linhagem do neoplatonismo, exegeta de Platão, sábio religioso e místico.
Sua filosofia poderia ser classificada como "filosofia da unidade", da máxima abrangência do Uno.
Pois “os entes só são seres devido à sua unidade. 
Um exército não existe se não for uno, e o mesmo acontece com o coro, com um rebanho[...].
Se as plantas ou os animais perderem a unidade, fracionando-se em várias partes, também logo perderão a essência” (En. IV, 9, 3). 
Para ele, o ideal do filósofo pode ser resumido nestas palavras da En. V, 9, 11:
“Penetrar o mistério, apreender o Princípio (...). 
Tal é a vida dos deuses e dos mortais bem-aventurados:
Desapego de todas as coisas deste mundo.
Desdém pelas volúpias terrenas.
Fuga da alma em direção a Deus, que só ela vê face a face”. 
O UNO 
A emanação do Uno não deve ser confundida com a processão hierárquica inteligivelmente ordenada e exclusiva.
Pois não é uma irradiação do ser, mas uma absolvição no Uno, que irradia “sem nunca realmente de si sair”.
O Uno não é objeto de discurso ou ciência (En. V, 4, 1 ).
Pois é inefável, já que a própria linguagem está sempre determinada por algo (que é) e o Uno está “além do ser” (En. V, 3, 13). 
No cume de sua construção metafísica, Plotino põe não mais o Nôus, mas o Uno absolutamente negativo, identificado como o Bem absoluto da República de Platão (Rep. VI, 5096; En. V, 1, 8).
O Bem é “causa da vida, do pensamento e do ser”.
É a tríade constitutiva do segundo princípio, o Noûs, do qual deriva a Alma divina do mundo.
Fala-se, então, das “três hipóstases”, tal é o título do tratado V, 1.
O termo hipóstase (gr. ypóstasis), significa fundamento, base, substância, realidade, união do verbo com a natureza divina, e constitui, de fato, um dos termos mais indeterminados na língua de Plotino.
O hipostático não designa nada por si, pois ele se aplica tanto ao ser e à alma como ao não-ser.
O Uno, além do ser, é hipóstasis próte – a primeira hipóstase -, e a matéria, deficiência total de forma, radical privação; tem, entretanto uma hipóstasis (En . I, 8, c. 15). 
Podemos destacar os principais elementos na da primeira hipóstase (o Uno-Bem) no que segue.
O Uno e o Absoluto é o primeiro e sumo princípio.
É simplicíssimo, puríssimo sem quantidade e qualidade.
Ao Uno não se pode atribuir nenhuma qualidade positiva porque isso importaria reconhecer-lhe composição.
O que lhe rebaixaria ao nível das criaturas.
Infinito em seu ser, está além de todas as descrições ou categorias.
É isento de toda e qualquer mistura.
É destituído de forma, mesmo da forma inteligível, já que, sendo a sua natureza geradora de todas as coisas, não é nenhuma delas. 
Não é, portanto, nem substância nem quantidade, nem pensamento nem alma.
Não se move nem está em repouso, não está num lugar, nem num tempo.
Permanece uniforme em si mesmo, melhor, sem forma, transcendendo toda forma, o movimento e o repouso:
De fato, essas qualidades dizem respeito ao ser e o tornam manifesto.
Mas, se ele não se move, não poderíamos dizer que está em repouso?
Não, porque, tratando-se do ser, é necessário que ele seja um ou outro dos dois opostos ou os dois simultaneamente (En. VI, 9, 3).
O Uno é anterior a tudo e acima de qualquer coisa.
É diferente de todas as outras coisas e não pode identificar-se com nada.
Por isso, afirma Plotino, “o Uno não é alguma das coisas das quais é princípio, porque nada se pode predicar dele, nem o ser, nem a substância, nem a vida:
Ele está acima de todas essas coisas” (En. III, 8,10).
Todas as coisas finitas são não só sua imagem, mas também sua caricatura, pois misturam o diverso e a unidade.
Ao mesmo tempo, porém, é tudo, enquanto encerra em si potencialmente todas as coisas num estado indiferenciado.
É totalmente autossuficiente.
É superior à virtude, embora não a possua.
É desejado por todos os seres.
É superior ao ser.
É a energia infinita da qual todas as coisas emanam.
De uma parte, identifica-se com o bem absoluto, de outra, mesmo o bem que transmite permanece abaixo de sua verdadeira natureza.
Não tem forma nem figura.
É indivisível do ponto de vista da grandeza física.
Não é limitado nem infinito.
É, contudo, infinito no que concerne à sua inexaurível potência geratriz.
Irradia de si sua luz, que representa o Noûs (a Inteligência) e que resplende também na inteligência do homem, principalmente quando este dele se aproxima.
Encontra-se em toda parte, e ao mesmo tempo em lugar nenhum.
Está fora do tempo.
É superior ao belo, já que é a sua fonte.
É desprovido de qualquer vontade.
Não exerce nenhuma atividade cognoscitiva.
É desconhecido enquanto não é objeto de pensamento e de conhecimento.
É superior a toda palavra e desprovido de nome e inefável.
Esquiva-se de quem o busca.
O único meio que a mente humana possui para aproximar-se dele é a via negativa.
Quer dizer, aquele processo que consiste em negar-lhe todo e qualquer atributo.
E que dá a conhecer não aquilo que é, mas aquilo que não é. 
O Uno, diz Plotino, não é nem mesmo pensamento porque nele não há alteridade nem movimento.
Sendo ele anterior ao movimento e ao pensamento.
De fato, o que pensaria ele?
A si mesmo?
Ele seria então superior ao pensamento sem sabê-lo, e teria necessidade de pensar para conhecer-se, ele, que é autossuficiente.
Mas se ele não conhece e nem pensa a si mesmo, nem por isso é ignorante em relação a si;
Isso porque a ignorância é sempre motivada pela alteridade, a saber, pelo fato de um ignorar o outro.
Mas ele, o Só, não conhece coisa alguma e, ao mesmo tempo, não existe coisa alguma que ele ignore.
Unidíssimo a si mesmo, o Uno não precisa de autoconsciência.
Uma vez que não se pode atribuir-lhe a unidade consigo mesmo como princípio de sua conservação.
Devemos, por isso, negar-lhe o pensar, a consciência e o conhecimento de si e dos outros.
Com efeito, o pensamento não pensa, mas é causa do pensamento para os outros;
Ora, a causa não é a mesma coisa que o causado, e a causa de todos não é a totalidade.
Por isso, "o Uno não é o que pensa, mas aquilo em virtude do que há pensamento (En. VI, 9, 6).
Não se pode, pois, chamá-lo o Bem pelo fatode ele produzir o bem;
Mas, em outro sentido, ele é o Bem que está acima de todos os outros" (En. VI, 9, 6).
Por isso, se tu o pensas como pensamento, ele é mais;
Se o consideras como unidade, ele ainda é mais;
E assim sempre, mesmo que, impelindo a inteligência ao máximo da simplicidade, tu o imagines como Deus, porque ele é em si e não é atingido por nenhum acontecimento (En. c). 
O Uno é a realidade suprema da qual se originam todas as outras.
A grandeza do Uno não é o fato de estar acima das coisas, mas ser a fonte delas.
Mas, segundo Plotino, as coisas não procedem do Uno por ato de criação, pois a criação implicaria atividade de sua parte.
As coisas, então, procedem do Uno pelo processo de emanação.
Deus não tem necessidade de raciocinar nem de deliberar (En. VI, 7, 3).
Ele é o abismo infinito do qual todas as coisas emanaram (En. V, 3, 15).
A emanação deixa intacta a unidade do Uno, porque as coisas procedem dele sem que ele O saiba.