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DETERIORAÇÕES NOS ALIMENTOS E PATÓGENOS ALIMENTARES CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO DISCIPLINA DE MICROBIOLOGIA DOS ALIMENTOS Prof. Drª. Carla Laíne Silva Lima Nutricionista Conteúdo programático Processos fermentativos e contaminação microbiana - Alterações químicas nos carboidratos, lipídeos e proteínas presentes nos alimentos Doenças microbianas de origem alimentar 2 1. CONTAMINAÇÃO BACTERIANA 3 Trata-se da proliferação de microrganismo em um alimento. Diversas alterações químicas e sensoriais são provocadas pelo metabolismo bacteriano, como: Odores Pigmentos Alteração de textura Formação de limo Liberação de água FERMENTAÇÃO Fermentação é um processo químico, com a ausência de gás oxigênio (O2), no qual fungos e orgânica em outros bactérias realizam a produtos e transformação de matéria energia. ENERGIA 4 ALTERAÇÃO DE CARBOIDRATOS POLISSACARÍDEOS 5 Poucos microrganismos são capazes de hidrolisar polissacarídeos (capacidade hidrolitica) Polissacarídeos hidrolisáveis: Amido Componente de reserva de plantas Hidrolise em glicose ou produtos intermediários Bacillus Celulose Substancia fibrosa de plantas Hidrolise em glicose ou produtos intermediários Clostridium Pectinas Parede celular de vegetais – ligadas à celulose Amadurecimento de frutas - liberação de pectina “Podridão mole” Erwinia spp. Monossacarídeos Metabolização aeróbia: produtos finais o CO2 e água, Utilização de forma anaeróbia (fermentativa): diversos produtos são formados CO2 H2 Lactato Acetato Propionato Ácido acético Butirato Etanol Propanol Deacetil 6 ALTERAÇÕES QUÍMICAS EM PROTEINAS 7 Microrganismos capazes de produzir proteases e peptidases, com liberação de peptídeos e aminoácidos livres Utilização pelos microrganismos: moléculas de proteína menores, peptídeos Putrefação: formação de substancia de odor pútrido Clostridium, Bacillus, Pseudomonas. Alteração no aroma Amolecimento Alteração de cor 8 Dependendo do tipo de microrganismo, temperatura, disponibilidade de O2, as degradações que podem ocorrer são: 9 Desaminação Produção de amônia e alfa- cetoácidos (fonte de energia) Desaminação (oxirredução) Reação de Stickland. Desaminação oxidativa da L- alanina com desaminação redutora de outro aa Ácido acético, CO2 e amônia Descarboxilação Remoção do grupo carboxila Histamina, cadaverina, putresina A maioria dos mecanismos mais difundidos do catabolismo dos aminoácidos é a fermentação de pares de aminoácidos (reação de Stickland), onde um deles atua como elétron doador e o outro como receptor. A maioria dos aminoácidos atua como doador ou receptor, mas somente a tirosina possui os dois papéis. 9 Produção devido a degradação de proteínas e compostos nitrogenados: CO2, H2, NH3, H2S, mercaptanos, ácidos Produção de H2S (sulfeto de hidrogênio) Desulfotomaculum nigrificans Alimentos enlatados e envazados Odor de ovo podre Odores desagradáveis. 10 ALTERAÇÕES QUÍMICAS NOS LIPÍDEOS Os lipídeos dietéticos estão presentes principalmente na forma de triacilglicerol 11 Os lipídeos podem ser degradados para ácidos graxos, glicerol, (hidroperóxicos, aldeídos e cetonas.) 12 A degradação das gorduras, conhecida como rancificação, se dá por meio de reações de hidrólise (enzimas produzidas por microrganismos) e oxidação (não depende da ação de microrganismos). Óleos e gorduras puro >> ausência de água >>>> interfere no crescimento de microrganismos. 13 Alimentos gordurosos que contém agua >>> fase aquosa associada à gordura >>>>> desenvolvimento microbiano. Ex. Margarina, manteiga, creme de leite. Pseudomonas fragi P. fluorescens Staphylococcus aureus Penicillium roqueforti Rhizopus oligosporus Candica lipolytica C fresenii; -Pseudomonas fragi é uma bactéria Gram-negativa psicrofílica (temperatura baixa), responsável pela deterioração dos laticínios. -Staphylococcus aureus - frequentemente causam infecções cutâneas, mas podem causar pneumonia, infecções da válvula cardíaca e infecções ósseas. 13 Rancificação hidrolitica 14 Liberação de ácidos graxos das moléculas de triacilglicerol, Produção de cetonas e ácidos graxos voláteis (butirico, capróico, caprílico) que causam odores estranhos. Rancificação oxidativa Substancias de aroma pronunciado e desagradável devido a decomposição dos hidropéróxidos em compostos cabonílicos (misturas de cetona e aldeídos saturados e insaturados) 2. DOENÇAS MICROBIANAS DE ORIGEM ALIMENTAR 15 Intoxicações alimentares Ingestão de toxinas microbianas As toxinas são produzidas durante a proliferação dos microrganismos no alimento Ex. Clostridium botulinum, Staphylococcus aureus, Bacillus cereus Micotoxinas: toxinas produzidas por fungos Infecções alimentares Ingestão de alimentos contendo células viáveis de microrganismos patogênicos Se aderem á mucosa, ocorrendo invasão da mucosa e penetração nos tecidos Produzem toxinas: Vibrio cholerae, Escherichia coli enterotoxinogênica, Campylobacter jejuni Shigella: diarreia sanguinolenta 15 Patógenos alimentares Bactérias gram-positivas Bactérias gram-negativas Fungos produtores de micotoxinas Vírus 16 1. Bactérias Gram-positivas 17 CLOSTRIDIUM BOTULINUM Anaeróbia Produtora de toxinas e esporo Doença: botulismo Botulismo Clássico Intoxicação pela ingestão de alimentos com neurotoxinas Botulismo Infantil Ingestão de esporos de C. botulinum Germinação, multiplicação e toxigênese no intestino QUADRO CLÍNICO Período de incubação de 12 a 36 horas Secura na boca, dificuldade de deglutir e controle da língua Paralisação progressiva da musculatura que controla a respiração – parada respiratória 18 PREVENÇÃO E CONTROLE Germinação de esporos Proliferação de C. botulinum Produção da neurotoxina Microbiota intestinal Nitrito e nitratos Conservantes químicos ( produtos cárneos) Tratamento térmico dos alimentos Destruição de células vegetativas Neurotoxinas: termolábeis (80ºC por 30 min ou 100ºC por alguns minutos) Congelamento e resfriamento não possuem quaisquer efeitos na destruição de células, esporos ou neurotoxinas 19 CLOSTRIDIUM PERFRINGENS Anaeróbio Atividade tóxica ou enzimática Elevada atividade metabólica em alimentos (enzimas), fermentativa (intensa produção de gases) Para sua multiplicação: vitaminas e nucleotídeos Atenção: Capacidade de multiplicação em temperaturas altas: 40 – 45°C Infecção alimentar: ingestão de alimentos com elevada quantidade de C. perfringes C. perfringes Germinação no intestino Liberação de enterotoxinas 20 Condição Rara Dores abdominais agudas muito intensas, diarreia sanguinolenta, inflamação necrótica no intestino Menos frequente: presença de vômitos Casos frequentemente fatais Casos descritos foram associados a carnes de porco mal cozidas QUADRO CLÍNICO Dores abdominais agudas, diarreia, náuseas e febre Após 8 a 12 horas Duração dos sintomas: 12 a 48 horas Intoxicação Comum Intoxicação alimentar Enterite necrótica 21 Alimentação em estabelecimentos: restaurantes Pratos de carne ou frango pré-cozinhados que não sejam adequada e rapidamente refrigerados, permitindo assim a germinação dos esporos que sobrevivam à pré-cozedura Inativação de células vegetativas á 60°C 22 Principais causadores são alimentos a base de: Carne bovina Frango BACILLUS CEREUS 23 Intensa atividade metabólica e enzimática Aeróbio Multiplicação ótima: 28°C Requer atividade de água mínima Gastrenterite Produção de metabolitos e toxinas Contamina alimentos como vegetais, cereais, condimentos, destaque para o arroz Superfície da carne bovina, suína e de frango Laticínios (queijos e sorvetes) Esporos comuns em Leite em pó QUADRO CLÍNICO 24 Síndrome diarreica 8 a 16 horas Diarreia intensa, dores abdominais, tenesmos retais Duração de 12 a 24 horas Vegetais crus e cozidos, produtos cárneos, pescados, massas, sorvete entre outros Síndrome emética 1 a 5 horas Vômitos, náuseas, mal estar em geralDiarreia após 6 a 24 horas Alimentos farináceos, contendo cerais, principalmente arroz Causados por diferentes cepas. PREVENÇÃO E CONTROLE Consumo de alimentos recém preparados Cozimento a 100°C – temperatura inferior não é eficaz para destruição de esporos Cozimento no vapor sob pressão, fritura, assar em forno quente: destruição de células vegetativas e esporos 25 STAPHYLOCOCCUS AUREUS Anaeróbias facultativas Temperatura ótima: 40 – 45° Produção de enterotoxinas Intoxicação devido a ingestão do alimento que apresenta a toxina pré-formada 26 QUADRO CLÍNICO 27 30 minutos a 8 horas após ingestão do alimento contaminado Concentração no consumida do alimento contaminado Principais sintomas: alimento e quantidade Outros sintomas: dor de cabeça, queda de pressão, calafrios Náuseas Vômitos Câimbras abdominais Diarreia Sudorese PREVENÇÃO E CONTROLE Condições higiênico sanitárias Contami- nação humana Manipu- lação Higiene de equipamentos e utensílios Temperatura ou rápido resfriamento 28 Alimentos associados a infecção: Leite, creme de leite, Alimentos muito manipulados no preparo, temperatura de conservação (saladas e recheios) tortas recheadas com creme, salada de batatas, atum, frango e presunto, presunto cozido e outras carnes cozidas. LISTERIA MONOCYTOGENES 29 Anaeróbia facultativa Não forma esporos Crescimento na faixa de 2,5 a 44°C Suporta repetidos congelamentos e descongelamentos Incubação: 1 dia a semanas Amplamente disseminada na natureza Homens e animais servem de reservatório Encontrada nos alimentos: leite cru e pasteurizado queijos carne bovina, suína, aves, peixes embutidos carne moída produtos cárneos crus refeições preparadas produtos de origem vegetal QUADRO CLÍNICO Diarreia Febre moderada Entrada para a circulação através das células epiteliais Fase entérica Febre 30 Fadiga Mal estar Náuseas Vômitos Diarreia Dores Adultos SNC Coração Gestante: aborto, invasão do feto, septicemia, parto prematuro Acometimento do SNC Meningite encefalite Abcessos Desenvolvimento fulminante Índice de mortalidade 70% Grupos com mais risco Gestantes Recém-nascidos SIDA Cirrose Carcinoma Doenças que comprometem o sistema imunológico em geral 31 PREVENÇÃO E CONTROLE 32 Controle do local de processamento do alimento; Pontos de origem da matéria prima Medidas a serem tomadas no local: Limpeza e santificação dos equipamentos Construção do local prevendo impedir entrada de insetos, poeira, animais Evitar contato do produto final com matéria prima (contaminação cruzada) Setor de controle de qualidade 2. Bactérias Gram-negativas 33 ESCHERICHIA COLI Anaeróbio facultativo Fazem parte de flora intestinal de animais de sangue quente Não esporulados Quando detectada no alimento: indica contaminação fecal, condições higiênicas insatisfatórias Linhagens patogênicas: E. coli enteropatogênica clássica E. coli enteroinvasora E. coli enterotoxigênica E. coli enterohemorrágica Qualidade da água = contaminação fecal 33 E. coli enteropatogênica clássica 34 Causador de gastrenterite em crianças Recém nascidos e crianças estão mais susceptíveis Quadro clínico Diarreia, dores abdominais, vômito e febre Duração: 6 horas a 3 dias Incubação 17 a 72 horas E. coli enteroinvasora 35 Penetra nas células epiteliais intestinais Causam manifestações semelhantes à Shigella Manifestações clínicas: Desinteria Cólicas abdominais Febre Mal estar Eliminação de muco e sangue nas fezes Mais comum em crianças maiores e adultos Via de transmissão mais comum: contato interpessoal E. coli enterotoxigênica Adesão à mucosa intestinal Cepas produtoras de enterotoxinas Presente em situações de saneamento precárias (água e alimentos) Incubação: 8 a 44 horas (media 26) Manifestações: Diarreia aquosa Dores abdominais Febre baixa Diarreia do viajante Fezes aquosas Desidratação Crianças pequenas, idosos, DCNT 36 E. coli enterohemorrágica Tem dificuldades de se multiplicar Produção de toxinas Incubação de 3 a 9 dias 1 a 9 dias de duração da doença Ausência de febre Diarreia aguda Diarreia sanguinolenta (grande quantidade de sangue) Síndrome urêmica hemolítica Principal veículo do patógeno: carne bovina Reservatório natural 37 39 SALMONELLA Não produz esporos Anaeróbios facultativos Principais focos de infecção são as fezes humanas e de animais Temperatura: 35-37°C Medida de prevenção: aplicação de calor 40 Febre tifoide 42 Salmonella typhi Transmissão por água e alimentos contaminados por fezes humanas Febre alta, septicemia, diarreia, vômitos Penetram às células epiteliais –multiplicação – circulação órgãos Duração: 8 sem Febre entérica Salmonella paratyphi Septicemia Vômitos, Febre Diarréia 3 semanas Água e alimentos Leite cru, vegetais crus, mariscos e ovos Enterocolites/salmonelose Dores abdominais Vômitos, Febre Diarréia 12 a 36 horas Não necessitam de tratamento com antibiotico CAMPYLOBACTER Não produz esporos Adesão à mucosa, algumas cepas podem produzir toxinas Possuem como habitats preferenciais o trato intestinal e oral de animais, como ovinos, aves, cães e gatos. As infecções alimentares associadas a esta espécie têm ocorrido pela ingestão de produtos lácteos (leite cru) Presente em frango, carne bovina e suina C. jejuni C. coli C. lari 43 Responsável por enterites agudas, (comparável às salmonelas) Normalmente 2 a 10 dias após a ingestão dos alimentos. Duração: 2 a 3 dias Febre baixa Dores abdominais Diarreia Pode persistir por até 3 semanas 44 QUADRO CLÍNICO CONTROLE E PREVENÇÃO São rapidamente destruídos pelo calor Não sobrevivem à pasteurização ou aquecimento a 60°C por 10 minutos São inativos a 4°C São sensíveis ao congelamento Evitar contaminação cruzada 45 SHIGELLA 46 Anaeróbios facultativos Temperatura ótima 37°C Adesão á mucosa do intestino grosso Algumas cepas produzem toxinas (Síndrome urêmica) Estas espécies são restritas aos humanos, sendo a contaminação fecal a sua principal via de contaminação e dispersão Os sintomas: 1 a 7 dias após a ingestão de alimentos contaminados. Sintomas variáveis Infecção fraca sem febre Desinteria Desidratação Toxemia Tenesmos Convulsões (crianças) QUADRO CLÍNICO Casos graves 47 espasmo 47 MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE 48 Higiene pessoal Educação de manipuladores Controle de qualidade da água Contaminação oral-fecal Contaminação de alimentos ou água indicam contaminação fecal humana YERSINIA ENTEROCOLITICA 50 Não esporulados Amplamente distribuída na natureza Reservatórios: suínos Alimentos e água (fonte de transmissão) Afeta a região ileocecal MANIFESTAÇÕES Diarreia (podendo ser sanguinolenta) Febre Dores abdominais Vômito Náusea Tratamento dos animais/controle de qualidade do fornecedor Higiene Pessoal Manipulação Controle de qualidade da água MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE 51 VIBRIO CHOLERAE 52 Responsável por diversas pandemias Toxinas Reservatório: homem Contaminação de água com fezes (interação homem e meio ambiente) Incubação: 6 horas a 5 dias As pessoas infectadas podem ou não apresentar diarreia, podendo ser moderada ou aquosa, Reposição de fluidos ou antibiótico Saneamento Cocção adequada a alimentos marinhos Doenças hepáticas, uso de drogas imunossupressoras, quimio Evitar consumo de alimentos marinhos crus em águas recreativas Os vibrios fazem parte da microbiota natural 53 VIBRIO PARAHEMOLYTICUS 54 Não forma esporos Temperatura ótima 37° Sensível à desidratação e calor Presente em águas litorâneas e alimentos de origem marinha Manifestações após consumo de peixes, crustáceos e moluscos contaminados Gastrenterite branda (2 a 3 dias) Incubação de 4 a 96 horas Diarreia 55 Câimbras intestinais Vômito Náusea Dor de cabeça Febre baixa e calafrios Casos graves Diarreia severa Fezes mucoides e sanguinolentas Necessidade de hospitalizaçãoAntibiótico e reidratação QUADRO CLÍNICO VIBRIO VULNIFICOS 57 Habitat natural: ambiente marinho Contaminante natural de alimentos marinhos Gastrenterite Indivíduos acometidos relatam ingestão de frutos do mar crus Período médio de incubação: 16 a 18 horas Febre Dores abdominais Vômito MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE Refrigeração após pesca Aquecimento a 70° Cozimento adequado 58 AEROMONAS HYDROFILA 60 Temperatura ótima de crescimento: 28°C a 42°C Crescimento em 5°C Produção de enterotoxina Quadro clinico: diarreia aquosa Método de prevenção: termoaquecimento. PLESIOMONAS SHIGELLOIDES Reservatórios: humanos, peixes, aves, répteis, crustáceos e mamíferos Incubação de 1 a dois dias Peixes salgados, carangueijos, ostras cruas ou salgadas Água para ingestão e recreação Diarreia aquosa Dores abdominais Náusea Calafrios Cefaléia Vômitos 61 QUADRO CLÍNICO 3. Fungos produtores de micotoxinas 62 Produzem grande variedade de enzimas Deterioradores de alimentos Produção de metabólitos tóxicos durante a multiplicação no alimento >>>>> quando ingeridas causam alterações prejudiciais Bolores representam os principais Produtores de micotoxinas Aspergillus spp. Penicillium spp. Fusarium spp. Claviceps spp. Aspergillus: É um dos fungos responsáveis pela produção de micotoxinas (aflatoxina) em grãos armazenados (grãos ardidos). As perdas qualitativas por grãos ardidos são motivos de desvalorização do produto e uma ameaça à saúde dos rebanhos e humana. 62 Aspergillus spp. 63 Aflatoxinas (mais estudadas) – propriedades carcinogênicas e imunossupressiva Produção maior quando o substrato é rico em macronutrientes Comuns nos alimentos: amendoim, castanhas, milho, grãos e cereais Contaminação: no campo, armazenamento (elevada umidade e temperatura) Temperatura: 23 a 26°C O calor pode inativar cerca de ate 70% das aflatoxinas (amendoim torrado) Penicillium spp. 64 Fusarium spp. 66 Tricotecenos: síndrome Aleucia toxica alimentar – doença grave que pode causar a destruição da medula óssea Sintomas: inflamação da pele, vômitos e danos aos tecidos hepáticos. Trigo, cevada, aveia, centeio, milho, produtos de panificação Não são destruídos pelo aquecimento Claviceps spp. 67 Alcaloides ergóticos (termolábeis) Ergotismo: depressão e confusão mental, hipertensão, bradicardia, vasoespasmos (com perda de consciência e cefaleia), cianose periférica, podendo ainda levar ao coma e morte. Cereais: centeio, aveia, cevada, trigo Ingestão de pão ou de outros produtos preparados a partir de farinha de grãos de centeio infectados pelo fungo. 4. Vírus Parasitos intracelulares obrigatórios Utilizam as enzimas do hospedeiro para produção de componentes sua estrutura e necessários a sobrevivência Vírus de interesse em alimentos: RNA 69 Hepatite A Transmissão oral-fecal Principais veículos: água e alimentos Elevada resistência ao calor (60° por 30 minutos) Moluscos crus (cultivo em aguas contaminadas), saladas Atinge a mucosa e passa para o fígado Lesões hepáticas com necrose 70 Gastrenterites Rotavírus 71 Causa comum de gastrenterites em crianças menos de 6 anos Alteração do fluxo da água e eletrólitos na mucosa intestinal, impede a reabsorção de fluidos Lesões nas vilosidades intestinais Diarreia Os sintomas aparecem após cerca de 48 horas e começam a reduzir por 3 a 5 dias Transmissão: água e alimentos Obrigada 66
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