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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DOS FEITOS 
CÍVEIS E COMERCIAIS DA COMARCA DE ITABUNA/BA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOANA, brasileira, solteira, técnica em contabilidade, domiciliada em 
Itabuna(BA), por sua advogada neste ato constituída, com endereço profissional sito 
a, vem a este juízo, propor: 
 
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO, 
 
pelo procedimento comum, em face de JOAQUIM, domiciliado em 
Itabuna(BA), pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor. 
 
I - DOS FATOS 
 
No dia 20/12/2016 a autora recebeu notícia que seu filho encontrava-se preso 
de forma ilegal e havia sido encaminhado equivocadamente ao presidio. 
Diante desta notícia, a autora procurou um advogado criminalista para atuar 
em defesa de seu filho, ao que este lhe informou que os honorários, para o caso em 
questão, seriam de R$ 20.000,00 (Vinte mil Reais), quantia que a autora não 
dispunha. 
No mesmo dia, a autora em conversa com o réu, que é seu vizinho, lhe 
contou a situação de seu filho e o valor que seria cobrado pelo advogado, bem como 
se desespero por ter o valor necessário para ajudar o filho. 
Nesta oportunidade o réu, valendo-se da aflição de mãe que recaía sobre a 
autora, propôs-lhe comprar seu veículo (modelo XXX, avaliado pelo mercado em R$ 
50.0000,00 (Cinquenta mil Reais) pela quantia dos honorários necessários, ou seja, 
R$ 20.000,00 (Vinte mil Reais), que foi aceito pela autora. 
Ocorre, excelência, que no dia seguinte ao negócio realizado e, antes de ir ao 
escritório contratar o advogado criminalista, a autora descobriu que a avó paterna de 
seu filho já havia contratado um outro advogado criminalista para atuar no caso e 
que, inclusive, já havia conseguido a liberdade do neto através de um Habeas 
Corpus. 
Diante desta nova informação, a autora imediatamente procurou o réu para 
desfazerem o negócio, ao que este se recusou. 
 
II - DOS FUNDAMENTOS 
 
São princípios fundamentais do nosso ordenamento jurídico civil 
constitucional, entre outros, a eticidade, a boa-fé objetiva, a dignidade da pessoa 
humana e a vedação ao enriquecimento injustificado, e ocorre responsabilização 
civil sempre que estes princípios forem violados. 
 
O Código Civil disciplina em seu artigo 171: 
 
“Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é 
anulável o negócio jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão 
ou fraude contra credores.” 
 
De igual forma, o Código Civil disciplina o instituto da lesão no artigo 157: 
 
“Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente 
necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação 
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. 
§ 1º. Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores 
vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. 
§ 2º. Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido 
suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a 
redução do proveito.” 
 
Segundo Flávio Tartuce, o fator predominante para a caracterização da lesão 
é “justamente a onerosidade excessiva, o negócio da china pretendido por um dos 
negociantes, em detrimento de um desequilíbrio contratual, contra a parte mais fraca 
da avença”. 
De acordo com a Professora Maria Helena Diniz, “o instituto da lesão visa 
proteger o contratante, que se encontra em posição de inferioridade, ante o prejuízo 
por ele sofrido na conclusão de contrato comutativo, devido à considerável 
desproporção existente, no momento da efetivação do contrato, entre as prestações 
das duas partes”. 
Resta claro que a autora estava em posição de inferioridade e que o contrato 
em questão contém vício de consentimento pela necessidade iminente na 
celebração do mesmo, tanto quanto fica clara a intenção do réu de aproveitar-se 
desta necessidade para obter lucro excessivo em desfavor da autora. 
Para Caio Mario da Silva Pereira, “a necessidade, de que a lei fala, não é a 
miséria, a insuficiência habitual de meios para promover à subsistência própria ou 
dos seus. Não é a alternativa entre a fome e o negócio. Deve ser a necessidade 
contratual. Ainda que o lesado disponha de fortuna, a necessidade se configura na 
impossibilidade de evitar o contrato. Um indivíduo pode ser milionário. Mas, se num 
momento dado ele precisa de dinheiro de contado, urgente e insubstituível, e para 
isto dispõe de um imóvel a baixo preço, a necessidade que o leva a aliená-lo 
compõe a figura da lesão. (...) A necessidade contratual não decorre da capacidade 
econômica ou financeira do lesado, mas da circunstância de não poder ele deixar de 
efetuar o negócio”. 
 
III - DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, o autor requer a esse juízo : 
 
A- Designação da audiência de conciliação ou mediação e intimação do réu 
para seu comparecimento; 
B- Citação do réu para integrar a relação processual; 
C- Que seja julgado procedente o pedido para anular o contrato celebrado; 
D- Que seja julgado procedente o pedido para condenar o réu nas custas 
processuais e nos honorários advocatícios. 
 
IV - DAS PROVAS 
 
Requer a autora a produção de todas as provas em direito admitidas, 
na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova 
documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu. 
 
V - DO VALOR DA CAUSA 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (Vinte mil Reais). 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
Florianópolis, 16 de Março de 2018.

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