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Direito Canonico II 5


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Prévia do material em texto

EA
D
A Ordem
5
1. OBJETIVOS
•	 Apresentar	a	etimologia	e	a	sistemática	adotada	pelo	le-
gislador.
•	 Compreender	 os	 aspectos	 teológicos	 e	 jurídicos	 funda-
mentais	do	sacramento
•	 Refletir	sobre	a	celebração.
•	 Analisar	a	normativa	sobre	os	ordenandos.
•	 Tratar	do	registro	e	do	certificado	da	ordenação.	
2. CONTEÚDOS
•	 Etimologia	e	sistemática	adotada	pelo	legislador.
•	 Aspectos	teológicos	e	jurídicos	fundamentais.
•	 A	celebração.
•	 O	ministro	da	ordenação.
© Direito Canônico II
Centro Universitário Claretiano
176
•	 Os	ordenandos.
•	 Registro	e	certificado	da	ordenação.	
3. ORIENTAÇÃO PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes	de	 iniciar	o	estudo	desta	unidade,	é	 importante	que	
você	leia	a	orientação	a	seguir:
1)	 Os	 sacramentos	 da	 iniciação	 cristã	 constituem	 o	 fun-
damento	da	vocação	comum	de	todos	os	discípulos	de	
Cristo	à	santidade	e	ao	apostolado.	Conferem	as	graças	
necessárias	para	viver	tal	vocação	até	o	nosso	encontro	
definitivo	com	Cristo.	Temos,	ainda,	na	Igreja	outros	dois	
sacramentos	(ordem	e	matrimônio)	que	conferem	uma	
particular	missão	na	Igreja	àqueles	que	os	recebem,	pois	
servem	para	edificar	o	povo	de	Deus	por	meio	do	serviço	
que	é	prestado	aos	demais.	
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE 
Na	Unidade	4,	você	compreendeu	os	sacramentos	de	cura:	a	
penitência	e	a	unção	dos	enfermos.	Nesta	unidade	você	será	con-
vidado	a	refletir	sobre	os	principais	aspectos	da	disciplina	eclesiás-
tica	relativa	ao	sacramento	da	ordem,	possibilitando	a	você	uma	
adequada	compreensão	teológico-jurídica	do	ministério	ordenado	
na	Igreja	a	partir	do	CIC	atual.	
Ao	final	desta	unidade	você	estará	em	condição	de	compre-
ender	que	o	ministério	ordenado	não	pode	ser	entendido	a	não	
ser	em	uma	perspectiva	de	serviço	ao	povo	de	Deus,	e	é	a	partir	
dela	que	se	deve	analisar	toda	a	normativa.
Vamos	lá?
177© A Ordem
5. ETIMOLOGIA E SISTEMÁTICA ADOTADA PELO CIC
Etimologicamente,	 ordenação	 vem	 de	 ordenar,	 e	 significa	
constituir	alguém	em	uma	determinada	categoria.	Na	nossa	ma-
téria	trata-se,	portanto,	de	constituir	ou	colocar	alguém	no	estado	
clerical.	
Convém	esclarecer	que	os	 termos	 "ordem"	e	 "ordenação"	
praticamente	se	equivalem.	Todavia,	"ordem"	denota	alguma	coi-
sa	de	estável,	de	estabilizado,	ao	passo	que	"ordenação"	faz	refe-
rência,	primeiramente,	ao	ato	de	receber	ou	conferir	o	sacramento	
e,	só	secundariamente,	indica	a	sacra potestas	a	ser	recebida	ou	
já	recebida.		"Ordem"	designa,	também,	o	ato	de	receber	o	sacra-
mento,	a	pessoa	que	o	confere	e	a	pessoa	que	o	recebe.	"Orde-
nação"	refere-se,	especialmente,	ao	ato	mediante	o	qual	o	sacra-
mento	é	conferido.	
Informação Complementar –––––––––––––––––––––––––––––
Para uma visão panorâmica desta unidade e da história deste sacramento, 
inclusive em relação à questão terminológica, sugerimos o seguinte texto: 
OÑATIBIA, I. Ministérios Eclesiais: Ordem, In: BORÓBIO, D. (Org.). A cele-
bração na Igreja, os sacramentos. São Paulo, Loyola, 1993, p. 491-517. V. 2
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Ao	sacramento	da	ordem	o	CIC	dedica	47	cânones,	organi-
zando-os	de	modo	análogo	aos	outros	sacramentos.	Inicialmente,	
temos	dois	cânones	 introdutórios	que	possuem	um	caráter	mais	
doutrinal	e	teológico	(cânn.	1008-1009).	Em	seguida,	aparecem	14	
cânones	que	tratam	da	celebração	e	do	ministro	ordenante	(cânn.	
1010-1023).
Nos cânn. 1010-1023 o foco principal não é a liturgia, pois para 
isso se deve ter presente o ritual da ordenação, mas, sim, a figura 
do ministro da ordenação, particularmente a sua responsabilidade 
para acertar a idoneidade do candidato ao ministério.
© Direito Canônico II
Centro Universitário Claretiano
178
Passa-se,	depois,	para	os	cânones	que	tratam	dos	ordenan-
dos	(cânn.	1024-1052)	e	que	se	encontram	divididos	em	três	arti-
gos	(precedidos	de	dois	cânones	introdutórios	-	1024	e	1025).
São	eles:	
1º	os	requisitos	nos	ordenandos	(1026-1032);	
2º	os	requisitos	prévios	à	ordenação	(cânn.	1033-1039);	
3º	irregularidades	e	impedimentos	(cânn.	1040-1049).
Informação Complementar –––––––––––––––––––––––––––––
Nos três artigos (cânn. 1026-1049) a preocupação maior é aquela de indicar 
os elementos para a validade e para a liceidade da ordenação. Os critérios da 
subdivisão dos primeiros dois artigos não são de imediata compreensão. Parece 
que no artigo 1º são indicados os elementos e os requisitos que se exigem do 
ordenando enquanto pessoa, ao passo que no artigo 2º são individuados os re-
quisitos formais a serem observados antes da ordenação.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Temos,	 ainda,	 um	 artigo	 sobre	 os	 documentos	 exigidos	 e	
os	escrutínios	(cânn.	1050-1052).	E,	enfim,	a	matéria	é	encerrada	
com	dois	cânones	relativos	ao	registro	e	ao	certificado	da	ordena-
ção	(cânn.	1053-1054).
O	CIC	atual	operou	uma	reorganização	e	uma	simplificação	
desta	matéria	em	relação	ao	CIC	de	1917.	Nota-se	uma	reformula-
ção	do	conteúdo	normativo	e	dogmático,	à	luz	do	Concílio	Vatica-
no	II,	com	uma	atenção	majoritariamente	teológica	e	fundativa.	A	
atual	disposição	da	normativa	apresenta	uma	maior	clareza,	mais	
conteúdo	teológico	e	uma	maior	atenção	aos	dados	conciliares	e	
às	fontes.	Os	cânones	doutrinais	passam	de	três	para	dois.	Os	con-
teúdos	mudam,	também,	seguindo	a	reforma	realizada	por	Paulo	
VI	que	no	motu proprio Ministeria quaedam	(15/08/1972)	aboliu	
as	"ordens	menores"	e	instituiu	os	ministérios	de	leitor	e	de	acó-
lito,	estabelecendo	que	somente	com	o	diaconato	se	entra	na	or-
dem	clerical.	A	seguir,	veremos	os	aspectos	teológicos	e	jurídicos	
fundamentais.
179© A Ordem
6. ASPECTOS TEOLÓGICOS E JURÍDICOS FUNDAMEN-
TAIS
Aspectos teológicos 
Com	o	 sacramento	da	ordem	por	 instituição	divina	 alguns	
dentre	os	fiéis,	mediante	o	caráter	indelével	com	o	qual	são	mar-
cados,	são	constituídos	ministros	sagrados;	isto	é,	aqueles	que	são	
consagrados	e	destinados	a	servir,	cada	um	no	seu	grau,	com	novo	
e	peculiar	título,	o	povo	de	Deus.	Aqueles	que	são	admitidos	na	
ordem	do	episcopado	ou	do	presbiterato	recebem	a	missão	e	a	fa-
culdade	de	agir	na	pessoa	de	Cristo	Cabeça,	os	diáconos,	ao	invés,	
estão	habilitados	a	servir	o	povo	de	Deus	na	diaconia	da	liturgia,	
da	palavra	e	da	caridade.
Este texto foi extraído do motu proprio Omnium in mentem do 
Papa Bento XVI (26 de outubro 2009), que contém algumas pou-
cas modificações aos cânones relativos ao sacramento da ordem 
(artigos 1 e 2) e do matrimônio (artigos 3-5).
As	ordens	são:	o	episcopado,	o	presbiterato	e	o	diaconato	
(cân.	1009	§1).	Conferem-se	pela	imposição	das	mãos	e	pela	ora-
ção	consecratória	(matéria	e	forma),	prescrita	para	cada	grau	pe-
los	livros	litúrgicos	(cân.	1009	§2).	
Informação Complementar –––––––––––––––––––––––––––––
Paulo VI na Constituição Pontificalis Romani de 18 de junho de 1968, estabele-
ceu que são ritos essenciais para a ordenação em qualquer grau a imposição das 
mãos e a oração consecratória correspondente a cada grau, em conformidade 
com os livros litúrgicos. Não são essenciais e, portanto, não afetam a validade 
do sacramento, os demais ritos importantes, como, por exemplo, a entrega dos 
instrumentos mediante os quais é significado o ministério que será exercido. O 
dom do Espírito Santo comunicado por meio da imposição das mãos e oração 
consecratória confere não apenas um aumento de graça para realizar santamen-
te as funções eclesiais, mas, também, o caráter que habilita o ordenado a realizar 
as funções para as quais foi constituído. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© Direito Canônico II
Centro Universitário Claretiano
180
É	fé	da	Igreja	que	Cristo	Senhor	quis	associar	e	conformar	ao	
seu	sacerdócio	o	povo	conquistado	com	o	próprio	sangue	(LG	10).	
A	participação	neste	sacerdócio	se	atua	de	dois	modos:	
•	 Mediante	 o	 sacerdócio	 comum	 dos	 fiéis,	 conferido	 no	
batismo,	por	meio	do	qual	somos	regenerados	para	uma	
nova	vida,	 incorporados	a	Cristo	e	à	 Igreja	e	habilitados	
ao	culto;	
•	 Mediante	o	ministériosacerdotal,	conferido	no	rito	da	or-
denação,	rito	que	habilita	o	ordenado	para	o	serviço	do	
povo	de	Deus,	na	condição	de	representante	de	Cristo	Ca-
beça,	o	qual	age,	assim,	por	intermédio	dele.
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O fundamento do estado laical é o batismo (cân. 207 §1). O fundamento do es-
tado clerical é a ordenação. Sempre é bom lembrar que todos os batizados, en-
quanto tais constituem o povo de Deus, o laicato de Deus (no sentido etimológico 
de laos=povo). Deste este ponto de vista todos os fiéis são iguais na dignidade 
(ser) e na atividade (agir) e juntos contribuem para a edificação do Corpo de 
Cristo (cân. 208). Isso não significa afirmar que façam as mesmas coisas, pois a 
diversidade não exclui a igualdade e vice-versa.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A	característica	fundamental	do	ministério	sacerdotal	é	a	de	
ter	a	sua	origem	no	próprio	Cristo,	tanto	no	sentido	de	que	o	prin-
cípio	constitutivo	e	exemplar	do	ministério	ordenado	é	o	serviço	
de	Cristo,	quanto	no	sentido	de	que	o	ministério	sacerdotal	é	de	
instituição	divina.
Outro	aspecto	fundamental	é	que	o	ministério	sacerdotal	se	
coloca	em	continuidade	com	o	ministério	apostólico.	Cristo	quis	
que	 o	 seu	ministério	 vivesse	 e	 perdurasse	 na	 Igreja	 para	 poder	
atingir	a	todos.	Por	esta	razão	a	fundou	sobre	os	apóstolos	e	sobre	
o	ministério	destes,	para	que	pudessem	falar	e	agir	em	seu	nome,	
sendo	sinal	e	instrumento	de	sua	palavra	e	de	sua	ação	no	mun-
do.	Os	apóstolos	tornaram-se	a	semente	do	novo	Israel,	a	origem	
da	hierarquia	na	Igreja	(AG	5;	LG	18)	e	comunicaram	aos	outros	o	
ministério	 recebido	para	completar	e	 consolidar	a	obra	por	eles	
iniciada.	 Instaurou-se,	 assim,	 na	 Igreja	 a	 sucessão	 apostólica	 do	
181© A Ordem
ministério	sacerdotal	que,	juntamente	com	a	comunidade	de	fiéis,	
constitui	essencialmente	a	Igreja.	
O	ministério	que	perpetua	o	ofício	dos	apóstolos,	chamado	
de	ministério	pastoral,	é	exercitado	em	diversas	ordens	por	aque-
les	que,	desde	o	início,	são	chamados	bispos,	presbíteros	e	diáco-
nos	(LG	28).
Aos	bispos	é	conferida	a	plenitude	do	sacramento	da	ordem	
(LG	21);	com	a	ordenação	episcopal	passam	a	fazer	parte	do	co-
légio	episcopal	que,	unido	à	sua	cabeça,	o	Papa,	é	o	responsável	
maior	de	toda	a	Igreja	(LG	22).
O	ministério	dos	presbíteros	é	de	comunhão	e	colaboração	
com	o	ministério	 episcopal.	O	 Concílio	 nos	 recorda	 que	mesmo	
não	possuindo	o	ápice	do	sacerdócio	e	dependendo	dos	Bispos	no	
exercício	de	sua	potestade,	os	presbíteros	são	imagem	de	Cristo,	
sumo	e	eterno	sacerdote,	e	foram	ordenados	para	pregar	o	Evan-
gelho,	apascentar	aos	fiéis	e	celebrar	o	culto	divino	na	condição	de	
verdadeiros	sacerdotes	do	novo	testamento	(LG	28).
Aos	diáconos	são	impostas	as	mãos	não	para	o	sacerdócio,	
mas	para	o	ministério.	Servem	ao	povo	de	Deus,	em	comunhão	
com	o	Bispo	e	com	o	seu	presbitério,	no	ministério	da	liturgia,	da	
pregação	e	da	caridade	(LG	29).
Os	Bispos	e,	em	um	grau	subordinado,	os	presbíteros,	por	
força	do	sacramento	que	confere	a	unção	do	Espírito	Santo	e	os	
configura	a	Cristo,	tornam-se	participantes	das	funções	de	santifi-
car,	ensinar	e	governar.	Mas,	o	exercício	deste	sacerdócio	é	deter-
minado	pela	comunhão	hierárquica	(LG	24).	
Aspectos jurídicos
Com	o	 batismo,	 o	 sacramento	 da	 ordem	 tem	uma	 função	
muito	importante	na	Igreja.	Se	o	batismo	está	na	origem	da	igual-
dade	entre	todos	os	fiéis	na	Igreja	(cân.	204	§1,	208,	209-223),	o	
sacramento	da	ordem	está	na	origem	da	fundamental	diversidade	
entre	 aqueles	que	o	 receberam	e	os	demais	 fiéis	 (cân.	 207	§1).	
© Direito Canônico II
Centro Universitário Claretiano
182
Os	fiéis	que	recebem	o	sacramento	da	ordem	são	consagrados	e	
destinados	a	apascentar	o	povo	de	Deus,	realizando,	na	pessoa	de	
Cristo	Cabeça,	cada	um	no	seu	grau	(episcopado,	presbiterado	e	
diaconato),	as	funções	de	ensinar,	santificar	e	governar.
Por	força	da	ordem	recebida,	os	ministros	sagrados	coope-
ram	na	edificação	da	Igreja	e	assumem	entre	os	féis	uma	própria	
condição	jurídica	(cânn.	273-289).	
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A particular condição canônica dos ministros sagrados não diminui a dignidade 
do sacerdócio comum e nem priva aos outros fiéis do dever-direito de realizar a 
missão que Deus confiou à Igreja no mundo. Os cânn. 204, 207, 208 e 1008 de-
vem ser lidos conjuntamente. Eles exprimem uma eclesiologia de comunhão que 
apresenta a Igreja não apenas como uma realidade mística, mas organicamente 
estruturada. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
7. A CELEBRAÇÃO DA ORDENAÇÃO (CÂNN. 1010-
1011) 
Os	cânones	1010	e	1011	ocupam-se	da	celebração	da	orde-
nação,	dando-nos	 indicações	de	caráter	bem	geral	a	respeito	do	
tempo	e	do	lugar	da	celebração,	pois	os	demais	aspectos	celebra-
tivos	cabem	aos	ritos	litúrgicos	e	deles	o	CIC	não	se	ocupa.
Quanto	ao	tempo,	ficou	estabelecido	que	a	ordenação	seja	
realizada	dentro	da	missa,	em	dia	de	domingo	ou	festa	de	preceito.	
Como	se	trata	de	um	ato	de	suma	importância	para	a	comunidade	
cristã	(a	consagração	daqueles	que	deverão	instruí-la,	santificá-la	
e	governá-la)	é	fundamental	que	se	favoreça	o	máximo	possível	a	
participação	dos	fiéis	em	uma	celebração	eucarística.	Todavia,	por	
razões	pastorais,	a	ordenação	pode	ser	realizada	em	outros	dias,	
não	excluídos	os	feriais.	
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Um motivo que justificaria a ordenação em um dia ferial seria justamente o que 
prescreve o cân. 1011 §2: "Sejam convidados para as ordenações os clérigos 
e outros fiéis, para que a elas assistam no maior número possível". O Ritual de 
183© A Ordem
ordenação especifica que a ordenação não seja realizada no tríduo pascal, na 
quarta-feira de cinzas, na Semana Santa e na comemoração dos fiéis defuntos. 
O vínculo entre a ordenação e o dia festivo quer evidenciar o caráter eclesial do 
sacramento recebido. A íntima relação entre a ordenação e o sacrifício eucarísti-
co que o ministro deverá viver justifica que a celebração ocorra dentro da missa 
cujo significado para a vida da Igreja dispensa maiores comentários. Somente 
uma causa muito grave justificaria uma ordenação fora do contexto da Eucaristia. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Quanto	ao	lugar,	considerando	que	o	ato	de	ordenar	cabe	ao	
bispo	diocesano	e	que	tal	acontecimento	é	de	interesse	geral	para	a	
Igreja	local,	seria	mais	adequado	que	a	ordenação	ocorresse	na	igre-
ja	catedral.	Por	motivos	pastorais	pode-se	celebrá-la	em	outra	igreja	
ou	oratório.	Sensibilizar	a	população	de	uma	determinada	paróquia	
ou	 região	ao	problema	das	vocações	ou	 sublinhar	a	proveniência	
do	candidato	de	um	determinado	ambiente	podem	ser	suficientes	
razões	pastorais	para	se	realizar	a	ordenação	em	outro	local.
8. O MINISTRO DO SACRAMENTO DA ORDEM (CÂNN. 
1012-1023)
A	disciplina	antiga	distinguia	entre	ministro	ordinário	e	mi-
nistro	extraordinário	da	ordenação.	Ministro	ordinário	era	o	Bispo	
consagrado.	Ministro	extraordinário	era	aquele	que,	mesmo	não	
tendo	 recebido	a	ordenação	episcopal,	 tinha,	por	direito	ou	por	
indulto,	o	poder	de	conferir	algumas	ordens	 (até	então	havia	as	
ordens	 maiores	 e	 menores).	 Desaparecidas	 as	 ordens	 menores	
por	determinação	do	Papa	Paulo	VI	com	o	motu proprio Ministeria 
quaedam, tal	distinção	não	aparece	mais	no	CIC	atual.	
O ministro em geral
O	ministro	da	sagrada	ordenação	em	seus	três	graus	é	o	Bis-
po	consagrado	(cân.	1112).	
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A questão do ministro da ordenação não foi algo pacífico nos trabalhos de re-
visão do CIC. A razão do desacordo em relação ao ministro da ordenação de 
presbíteros e diáconos é que historicamente há documentos que permitem a 
© Direito Canônico II
Centro Universitário Claretiano
184
ordenação de presbíteros feita por presbíteros e não pelo Bispo (Cf. HORTAL, 
Jesus. Os sacramentos da Igreja na sua dimensão canônico-pastoral. São Paulo:Loyola, 1987, p. 192-193). Portanto, não é possível dizer que por direito divino 
apenas o Bispo possa conferir a ordem do presbiterato e do diaconato. Por isso, 
o CIC afirma, apenas, que o Bispo é o ministro da sagrada ordenação, sem se 
referir ao direito divino. O bispo é o ministro ordinário da ordenação, ou seja, o 
faz em função de um ofício que tem na Igreja. Permanece aberta a questão se 
um presbítero poderia, ou não, obter tal faculdade (para a ordenação de pres-
bíteros e diáconos) por meio de um especial indulto concedido pela competente 
autoridade eclesiástica, pois, caso contrário, a ordenação seria inválida. A atual 
normativa evita esta polêmica e, portanto, simplesmente nos diz que somente o 
bispo pode ordenar validamente "ex officio" aos presbíteros e diáconos e mais 
ninguém.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
É	 irrelevante	 se	 ele	 é	 um	Bispo	 diocesano	 ou	 titular	 (cân.	
376).	Além	disso,	é	irrelevante,	para	a	validade	da	ordenação,	se	
o	bispo	estiver	suspenso,	excomungado	ou	afastado	da	comunhão	
eclesiástica,	desde	que	tenha,	ao	menos,	reta	intenção	e	realize	o	
rito	tal	como	está	prescrito	(imposição	de	mãos	e	oração	conse-
cratória).
O ministro para a validade da ordenação
Como	afirmado,	para	uma	válida	ordenação	é	necessário	um	
Bispo	validamente	consagrado,	mesmo	que	não	esteja	em	plena	
comunhão	eclesial,	desde	que	tenha	a	devida	intenção	e	realize	a	
ordenação	como	prescrito	pelos	livros	litúrgicos	aprovados.
Neste último caso a ordenação seria ilícita, embora válida, e o bis-
po estaria sujeito a graves sanções canônicas (cânn. 1382-1384).
O ministro para a liceidade da ordenação
Aqui	 é	 necessário	 especificar	 de	 qual	 ordenação	 se	 trata	
(episcopal	ou	diaconal),	pois	nos	encontramos	diante	de	requisi-
tos	bem	distintos.
A	ordenação	episcopal – a	nenhum	Bispo	é	lícito	ordenar	al-
guém	como	Bispo	a	não	ser	que	antes	conste	a	existência	de	um	
mandato	pontifício	(cân.	1013).	
185© A Ordem
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
É importante distinguir entre "mandato pontifício", que não confere qualquer po-
der, mas, apenas, torna a ordenação legítima, e a "missão canônica" que, sobre 
o pressuposto da ordenação, conferindo o ofício, transmite, também, o poder ne-
cessário para exercê-lo. Somente o Bispo legitimamente consagrado e, portanto, 
em comunhão hierárquica, pode receber a missio canonica.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A	ordenação	realizada	sem	um	mandato	pontifício	é	válida,	
mas	ilícita.
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Tendo presente que alguém é constituído membro do corpo episcopal em virtu-
de da ordenação episcopal e mediante a comunhão hierárquica com a cabeça 
do colégio e com os membros (LG 22), esta disposição de direito eclesiástico 
é justamente finalizada a exprimir e tutelar o direito divino, isto é, a comunhão 
do Bispo com a cabeça do colégio e com os seus membros. O Bispo que reali-
za uma ordenação episcopal sem mandato pontifício e aquele que é ordenado 
por ele incorrem na excomunhão latae sententiae reservada à Santa Sé (cân. 
1382). Considerando que a normativa penal está sujeita a uma interpretação 
estrita (cân. 18), não incorrem na excomunhão os Bispos consagrantes, embora 
possam incorrer em outras penas (cân. 1393).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Salvo	dispensa	da	Santa	Sé	Apostólica,	o	Bispo	consagrante	
principal,	na	ordenação	episcopal,	deve	associar	a	si	pelo	menos	
dois	Bispos	consagrantes	(cân.	1014).	Como	se	 lê	na	LG	22,	este	
antiquíssimo	uso	 indica	a	 índole	e	a	natureza	colegial	da	ordem	
episcopal.	Tal	práxis	a	encontramos	em	vários	concílios	provinciais	
do	século	4º.	O	Concílio	de	Nicéia	I	já	indicava	a	conveniência	de	
todos	os	bispos	da	província	eclesiástica	participarem	da	ordena-
ção	episcopal.	
É	conveniente	que	todos	os	Bispos	presentes	consagrem	o	
eleito,	pois	a	partir	da	Bula	de	Pio	XII	Episcopalis	consecrationis,	
de	30	de	novembro	de	1944,	já	não	resta	mais	qualquer	dúvida	de	
que	os	Bispos	associados	ao	rito	da	consagração	não	são	meros	
assistentes,	mas,	sim,	consagrantes,	embora	para	a	validade	da	or-
denação	seja	suficiente	que	a	realize	apenas	um.
A	ordenação	presbiteral	e	diaconal	–	No	caso	do	presbiterato	
e	do	diaconato	a	legitimidade	do	ministro	ordenante	é	determina-
da	por	dois	requisitos	alternativos:	
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186
2)	 Ou	o	ordenante	é	o	Bispo	diocesano	próprio.	
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Segundo o que estabelece o cân. 1016 o Bispo próprio para a ordenação dia-
conal é o Bispo da diocese em que o candidato tem o domicílio, ou, então, da 
diocese à qual o candidato decidiu dedicar-se. Portanto, o ordenando é livre de 
escolher a própria diocese. Já no caso da ordenação presbiteral o Bispo próprio 
é aquele da diocese na qual o diácono foi incardinado por meio da recepção do 
diaconato.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
3)	 Ou,	em	caso	contrário,	deverá	contar	com	legítimas	car-
tas	dimissórias	dadas	pela	autoridade	competente.	
Informação Complementar –––––––––––––––––––––––––––––
Tais cartas são um documento mediante o qual uma competente autoridade (por 
exemplo, um Bispo diocesano, um Superior maior de um instituto religioso cleri-
cal de direito pontifício) autoriza outro Bispo ou pede a ele que confira a ordem 
a um próprio candidato, atestando, assim, a idoneidade do mesmo. A ordenação 
conferida sem as cartas dimissórias comporta: a) para o Bispo ordenante a proi-
bição de conferir as ordens por um ano (cân. 1383); b) para os ordenados a sus-
pensão ipso facto do exercício do ministério (cân. 1383), pois faltaria a comunhão 
hierárquica com o próprio Bispo e com o Colégio Episcopal, tornando o exercício 
do ministério inválido ou ilícito, conforme os atos realizados.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O	Bispo	próprio,	não	impedido	por	justa	causa,	deve	ordenar	
pessoalmente	seus	súditos	(cân.	1015	§2);	sem	indulto	apostólico	
não	pode	ordenar	um	súdito	de	rito	oriental	do	Bispo	diocesano	
(cân.	1017).	
Deve se recorrer à Congregação para o culto divino e a disciplina 
dos sacramentos. Recebido o indulto o ordenado permanece vin-
culado ao próprio rito (cân. 112 §2), embora a ordenação tenha 
sido realizada no rito latino.
Fora	da	própria	jurisdição,	o	Bispo	não	pode	conferir	ordens,	
a	não	ser	com	licença	do	Bispo	diocesano	(cân.	1017).	
O	legislador,	no	cân.	1015	§3,	coloca	o	seguinte	princípio	ge-
ral:	quem	pode	dar	cartas	dimissórias	para	a	recepção	das	ordens	
pode,	também,	conferir	pessoalmente	essas	ordens,	desde	que	te-
nha	o	caráter	episcopal.
187© A Ordem
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Evidentemente que isto ocorre normalmente no caso do Bispo diocesano com o 
próprio clero e em relação aos membros dos institutos seculares de direito dioce-
sano ou pontifício ou em relação aos institutos religiosos ou sociedades de vida 
apostólica de direito diocesano. Já o cân. 1019 §1 estabelece que ao Superior 
maior de instituto religioso clerical de direito pontifício ou de sociedade clerical de 
vida apostólica de direito pontifício compete conceder cartas dimissórias para o 
diaconato e para o presbiterato a seus súditos, perpétua ou definitivamente ads-
critos ao instituto ou à sociedade, de acordo com as constituições. Desta forma 
os Superiores maiores de tais institutos ou sociedades têm liberdade plena para 
escolher o Bispo ordenante de seus súditos. É claro que se deve contar tanto 
com o consentimento desse bispo quanto com o do lugar da ordenação, se forem 
diferentes (cân. 1017).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
As cartas dimissórias
As	 cartas	 dimissórias	 são	 um	 documento	 mediante	 o	 qual	
uma	competente	autoridade	(por	exemplo,	um	Bispo	diocesano,	um	
Superior	maior	de	um	instituto	religioso	clerical	de	direito	pontifício)	
autoriza	outro	Bispo	ou	pede	a	ele	que	confira	aordem	a	um	próprio	
candidato,	atestando,	assim,	a	sua	idoneidade.		Os	cânones	1018	e	
1019	definem	quais	são	os	sujeitos	que	podem	dá-las.
Informação Complementar –––––––––––––––––––––––––––––
Para o clero secular podem dar as cartas dimissórias, a teor do cân. 1018 §1:
1) o Bispo próprio mencionado no cân. 1016; 
2) o Administrador apostólico; 
3) o Administrador diocesano, com o consentimento do colégio dos consul-
tores (cân. 502); 
4) o Pró-vigário e o Pró-prefeito apostólico, com o consentimento do conse-
lho mencionado no cân. 495 §2.
As cartas dimissórias concedidas sem o consentimento do colégio dos consul-
tores ou do conselho mencionado no cân. 495 §2 são nulas. O administrador 
diocesano, o Pró-vigário e o Pró-prefeito não poderão conceder as cartas dimis-
sórias àqueles aos quais foram negadas pelo Bispo diocesano ou pelo Vigário 
ou Prefeito apostólico. A eventual concessão das cartas dimissórias neste último 
caso e a consequente ordenação recebida seria válida, mas ilícita, com as con-
sequências penais já mencionadas. O Vigário geral e o Vigário episcopal neces-
sitam de um mandato especial do Bispo diocesano para dar cartas dimissórias 
(cân. 134 §3).
Para os membros dos institutos religiosos ou das sociedades de vida apostólica 
clericais de direito pontifício a autoridade competente para conceder as cartas 
dimissórias é, como vimos, o Superior maior (ordinário, à norma do cân. 134 
§1). Tais cartas podem ser concedidas apenas aos súditos que, à norma das 
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188
constituições, foram adscritos ao instituto ou à sociedade de modo perpétuo ou 
definitivo (cân. 1019 §1).
Os autores sustentam que o que foi estabelecido para os membros dos institutos 
religiosos por analogia valeria, também, para as prelazias pessoais (cân. 295 §1) 
e para os institutos seculares clericais de direito pontifício que, à norma do cân. 
266 §3, incardinam os seus súditos (cf. cân. 715 §2). De fato, a alguns institutos 
seculares a Santa Sé concedeu no passado a faculdade de dar cartas dimissó-
rias. Os Ordinários militarem podem dar as cartas dimissórias e promover às 
ordens somente se isto estiver previsto nos estatutos que devem ser aprovados 
pela Santa Sé. As ordenações de todos os ordenandos de qualquer outro insti-
tuto religioso ou sociedade são regidas pelas normas estabelecidas para o clero 
diocesano (cân. 1019 §2). Os superiores maiores destes institutos não podem 
dar cartas dimissórias.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Os	cânn.	1020-1023	recordam	sobre	a	necessidade	de	que	
as	cartas	dimissórias	sejam	dadas	após	ter	sido	recolhida	toda	a	
documentação	exigida	pelo	direito	e	tratam	da	questão	da	auten-
ticidade,	 dos	 seus	 destinatários,	 dos	 limites	 e	 da	 revogação	 das	
cartas	dimissórias.	As	cartas	dimissórias	podem	ser	revogadas	ou	
limitadas	por	quem	as	concedeu	ou	por	seu	sucessor;	mas,	uma	
vez	concedidas,	não	caducam	com	a	cessação	do	direito	de	quem	
as	concedeu	(cân.	1023).
9. OS ORDENANDOS (CÂNN. 1024-1052) 
A	normativa	sobre	os	ordenandos	é	bem	vasta	e	minuciosa.	
O	CIC	dedica	28	cânones	ao	tema,	o	que,	aliás,	não	é	pouco.
Os	cânn.	1024	e	1026	se	ocupam	dos	requisitos	exigidos	para	
a	validade	do	sacramento,	sendo	dois	 relativos	à	capacidade	do	
sujeito	e	um	relativo	à	devida	 liberdade.	 Já	o	 cân.	1025	 resume	
todas	as	condições	exigidas	para	uma	ordenação	lícita,	condições	
que	serão	desenvolvidas	pelos	cânones	sucessivos.	Mais	uma	vez	
nos	ocuparemos	aqui	dos	aspectos	de	maior	importância.
Requisitos para a validade da ordenação 
Os	que	são	chamados	a	receber	o	sacramento	da	ordem	de-
vem	apresentar	os	seguintes	requisitos	fundamentais:	ser	capaz	e	
possuir	a	devida	liberdade,	vontade	e	intenção.
189© A Ordem
•	 Sujeito	capaz - Sujeito	capaz	de	receber	validamente	o	sa-
cramento	da	ordem	é	exclusivamente	o	batizado	do	sexo	
masculino	(cân.	1024).	
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
De fato, sem o batismo, porta de acesso à Igreja (cân. 204 §1) e aos demais 
sacramentos (cân. 849), não é possível confiar a alguém as funções e os minis-
térios eclesiásticos. Quanto à exigência de que o candidato seja homem nos en-
contramos diante de uma práxis constante e universal da Igreja, reafirmada pela 
Congregação para a Doutrina da Fé na declaração Inter Insigniores de 15 de ou-
tubro de 1976. Tal declaração foi confirmada por diversas vezes pelo Papa João 
Paulo II, particularmente na carta apostólica Mulieris dignitatem (15 de agosto 
de 1988), na exortação apostólica pós-sinodal Christifideles laici (30/12/1988) e, 
especialmente, na carta apostólica Ordinatio Sacerdotalis (22 de maio de 1994).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
•	 Liberdade,	vontade	e	 intenção – O	cân.	1026	afirma	que	
para	alguém	ser	ordenado	é	preciso,	também,	ter	a	devida	
liberdade.	Consequentemente	é	inválida	a	ordenação	da-
quele	que	é	ordenado	à	força	(cân.	125	§1	–	violência	física)	
ou,	então,	o	faz	com	uma	vontade	contrária	(simulação).	
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Para prevenir problemas do gênero o legislador regula amplamente a forma-
ção dos candidatos ao ministério ordenado (cânn. 1027, 1028, 232-264), exi-
gindo que os candidatos sejam informados de tudo aquilo que diz respeito ao 
sacramento da ordem a fim de que se preparem devidamente e possam decidir 
livremente. Além disso, é exigida uma precisa e detalhada declaração feita pelo 
ordenando de próprio punho para que possa ser promovido às ordens sagradas. 
O conteúdo de tal declaração se encontra especificado no cân. 1036.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Nula	é	a	ordenação	daquele	que	a	recebe	sem	a	intenção	ou	
vontade.	A	intenção	exigida	para	a	validade	é,	ao	menos,	aquela	
habitual,	ou	seja,	aquela	uma	vez	expressa	pelo	sujeito	e	não	reti-
rada	por	ele.	Qualquer	outro	fator	que	apenas	diminua	a	liberdade	
ou	a	vontade	do	ordenando,	sem,	todavia,	eliminá-la	por	comple-
to,	não	torna	nula	a	ordenação,	embora	possa	constituir	uma	das	
causas	graves	(para	os	diáconos)	ou	gravíssimas	(para	os	presbíte-
ros)	em	virtude	das	quais	a	Santa	Sé	costuma	conceder	o	rescrito	
da	perda	do	estado	clerical,	incluindo	a	dispensa	da	obrigação	do	
celibato,	concedida	exclusivamente	pelo	Papa.
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190
Requisitos para a liceidade da ordenação
O	cân.	1025	§1,	fazendo	referência	à	ordenação	diaconal	e	
presbiteral,	resume	as	exigências	para	uma	ordenação	lícita,	que,	
depois,	serão	desenvolvidas	pelos	cânones	sucessivos:	
a)	 tenha	completado	o	período	de	prova	à	norma	do	direi-
to	(cânn.	1027,	1032,	235,	236,	250);	
b)	 tenha	todas	as	devidas	qualidades,	a	juízo	do	Bispo	pró-
prio	ou	do	Superior	maior	competente	(cân.	1029);	
c)	 não	tenha	incorrido	nas	irregularidades	ou	impedimen-
tos	previstos	(cânn.	1040-1049);	
d)	 tenha	preenchido	todos	os	requisitos	fixados	pelos	cânn.	
1033-1039;	
e)	 tenha	fornecido	os	documentos	exigidos	pelo	cân.	1050;	
f)	 tenha	sido	realizado	o	escrutínio	previsto	pelo	cân.	1051.
Segundo	o	cân.	1025	§2	requer-se,	ainda,	que	o	candidato	
seja	considerado	útil	para	o	ministério	da	Igreja,	a	juízo	do	legítimo	
superior,	reafirmando-se	desta	forma	o	princípio	segundo	o	qual	o	
sacramento	da	ordem	não	é	conferido	primariamente	para	a	san-
tificação	pessoal,	mas,	 sim,	para	o	 serviço	para	e	na	 Igreja.	Não	
se	trata	apenas	aqui	da	Igreja	particular,	mas,	também,	da	Igreja	
universal,	pois	embora	 imediatamente	o	 serviço	 seja	prestado	a	
uma	Igreja	concreta,	por	meio	da	ordenação	o	candidato	se	torna	
clérigo	da	Igreja.	
Nos	ordenandos	exigem-se	sinais especiais de vocação	(cân.	
1029)	que	constam	de	um	duplo	elemento:	um	divino,	ou	seja,	o	
chamado	de	Deus	ao	qual	o	homem	deve	responder	de	forma	livre	
e	total;	e	um	eclesiástico,	ou	seja,	compete	a	autoridade	da	Igreja	
admitir	ao	ministério	aos	que	julgar	idôneos.
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Convém recordar quese de um lado ninguém pode ser obrigado a receber as 
ordens (cân. 1026), de outro lado o superior competente conserva a sua plena 
liberdade de decisão quanto a admitir ou não este ou aquele candidato. Não 
existe, na verdade, um direito à ordem sagrada. Isto vale, também, para um 
diácono "transeunte" que pode ter a sua ordenação presbiteral impedida por mo-
191© A Ordem
tivos canônicos (cân. 1030). Entre estes motivos temos os impedimentos, as 
irregularidades e as censuras. Existe o direito a um recurso contra a decisão da 
competente autoridade, à norma do cân. 1732-1739.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Dentre	os	sinais	de	vocação	divina	temos	uma	série	de	re-
quisitos	que	podem	ser	provados	no	foro	externo:	fé	íntegra,	reta	
intenção,	ciência	devida,	boa	reputação,	integridade	de	costumes	
e	qualidades	físicas	e	psíquicas	correspondentes	à	ordem	a	ser	re-
cebida.
A	 idade	mínima	para	a	ordenação	depende	do	grau	da	or-
dem	a	ser	recebida,	à	norma	do	cân.	1031:	23	anos	para	o	diaco-
nato	transeunte;	25	anos	para	o	diaconato	permanente	e	celibatá-
rio;	25	anos	para	o	presbiterato,	além	de	suficiente	maturidade	e	
da	exigência	de	um	intervalo	de	seis	meses	entre	o	diaconato	e	o	
presbiterato;	35	anos	para	o	diaconato	permanente	e	não	celiba-
tário;	35	anos	para	o	episcopado	(cân.	378,	3º).
Quando a diferença entre a idade prescrita e a idade do candidato 
for inferior a um ano, a dispensa de tal requisito cabe ao Bispo 
diocesano ou ao Superior Geral no caso dos institutos religiosos 
clericais de direito pontifício. Se a diferença for superior a um ano 
a dispensa é reservada à Santa Sé (cân. 1031 §4).
Nos	cânn.	1033-1039	encontramos	alguns	atos prévios à or-
denação	que	dizem	respeito	a	várias	coisas,	como,	por	exemplo,	à	
recepção	dos	sacramentos	da	iniciação	cristã,	à	realização	do	rito	
litúrgico	de	admissão,	à	recepção	dos	ministérios	de	leitor	e	acó-
lito,	a	um	documento	escrito	de	próprio	punho	no	qual	conste	a	
liberdade	de	escolha	e	o	compromisso	de	dedicação	perpétua	ao	
ministério,	a	obrigação	do	celibato	etc.
Outra	 exigência	 importante	 diz	 respeito	 aos	 documentos 
requeridos	e	que	são	indicados	pelo	cân.	1050:	certificado	de	es-
tudos	 devidamente	 concluídos,	 segundo	 a	 norma	do	 cân.	 1032;	
certificado	de	recepção	do	diaconato,	caso	se	trate	de	ordenação	
para	o	presbiterato;	certificado	de	recepção	do	batismo	e	confir-
© Direito Canônico II
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192
mação,	caso	se	trate	da	promoção	ao	diaconato	e	da	recepção	dos	
ministérios	mencionados	no	cân.	1035;	certificado	de	ter	sido	feita	
a	declaração	mencionada	no	cân.	1036;	se	o	ordenado	é	casado	e	
se	destina	ao	diaconato	permanente	é	preciso,	também,	o	certifi-
cado	da	celebração	do	matrimônio	e	do	consentimento	da	esposa.	
Em	casos	particulares	podem,	ainda,	ser	exigidos	outros	documen-
tos,	além	dos	indicados	pelo	cân.	1050	como,	por	exemplo,	a	cer-
tidão	de	óbito	da	esposa,	a	sentença	de	declaração	de	nulidade	do	
matrimônio	ou	o	decreto	de	dissolução	do	vínculo,	a	dispensa	de	
eventuais	irregularidades,	etc.
Uma	última	exigência	importante	diz	respeito	ao	escrutínio	
sobre	as	qualidades	requeridas	no	ordenando	do	qual	se	ocupa	o	
cân.	1051. 
Irregularidades e impedimentos
Os	cânn.	1040-1049	se	ocupam	do	instituto	jurídico	das	irre-
gularidades	e	dos	impedimentos	para	a	ordenação.
A	finalidade	deste	instituto	é	aquela	de	tutelar	a	dignidade,	a	
santidade	e	a	eficácia	da	ordem	sagrada	e	do	ministério	e,	ao	mes-
mo	tempo,	possibilitar	um	melhor	discernimento	na	escolha	dos	
candidatos	ao	ministério	ordenado.	O	legislador	pretende,	com	tal	
instituto,	oferecer	alguns	critérios	comuns	que	permitam	excluir	
da	admissão	à	ordem	sagrada	aquelas	pessoas	que	objetivamente	
não	são	idôneas	ao	ministério,	colocando,	desta	forma,	um	limite	
à	discrição	dos	Ordinários	quando	vão	admitir	alguém	às	ordens	
sagradas.		
O	cân.	1040	não	permite	que	sejam	admitidos	às	ordens	sa-
gradas	 aqueles	 que	 têm	 algum	 impedimento,	 seja	 ele	 perpétuo	
(definitivo),	ao	qual	se	dá	o	nome	de	irregularidade,	seja	ele	sim-
ples	(provisório).	
193© A Ordem
Informação Complementar –––––––––––––––––––––––––––––
Os impedimentos, perpétuos ou simples, são apenas aqueles estabelecidos pela 
lei canônica (direito universal) e, portanto, são taxativos. Tratando-se as irregu-
laridades e os impedimentos de leis que restringem o livre exercício dos direitos 
estão submetidos a uma interpretação estrita (cân. 18).
O cân. 1043 estabelece que os fiéis estão obrigados a revelar os impedimentos 
ou as irregularidades para as sagradas ordens dos quais tenham conhecimento. 
A comunicação deve ser feita ao Ordinário competente para dar as cartas dimis-
sórias, ou ao Ordinário próprio do ordenando, ou, mesmo, ao pároco próprio do 
ordenando. Estão isentos desta obrigação os sacerdotes que souberam do im-
pedimento ou da irregularidade no contexto do sacramento da penitência, como, 
também, todos os profissionais obrigados ao segredo de ofício, além, é claro, 
daquelas pessoas que temem um dano para si ou para os próprios familiares.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A	ignorância	das	irregularidades	ou	dos	impedimentos	não	
escusa	deles	(cân.	1045).	Portanto,	é	necessário	que	os	candida-
tos	ao	ministério	ordenado	sejam	informados	previamente	sobre	a	
normativa	canônica	a	respeito	das	irregularidades	e	impedimentos	
para	a	recepção	das	ordens	sagradas	para	que	sejam	tomadas	as	
devidas	providências,	conforme	o	caso	apresentado.	
As irregularidades
Como	vimos	a	 irregularidade	é	um	 impedimento	 canônico	
perpétuo	(definitivo)	que	proíbe	a	recepção	das	ordens	sagradas	
ou,	então,	de	exercitá-las,	quando	recebidas.	
Segundo	o	cân.	1041,	as	irregularidades para	receber	as	or-
dens	são	as	seguintes:
1)	 qualquer	forma	de	amência	ou	de	outra	doença	psíqui-
ca,	pela	qual,	ouvidos	os	peritos,	o	candidato	seja	consi-
derado	inábil	para	desempenhar	devidamente	o	minis-
tério;
2)	 o	delito	de	apostasia,	heresia	ou	cisma,	entendido	à	nor-
ma	do	cân.	751;
3)	 a	tentativa	de	matrimônio,	mesmo	se	apenas	civil,	quer	
seja	o	próprio	candidato	impedido	de	contrair	matrimô-
nio	em	razão	de	vínculo	matrimonial,	de	ordem	sagrada	
ou	de	voto	público	e	perpétuo	de	castidade,	quer	o	con-
traia	com	mulher	ligada	pelo	mesmo	voto	ou	unida	em	
matrimônio	válido;
© Direito Canônico II
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194
4)	 o	homicídio	voluntário	(cân.	1397),	mas	não	o	homicídio	
culposo	e,	muito	menos,	o	homicídio	cometido	por	legí-
tima	defesa;	e	o	aborto	provocado,	tendo-se	seguido	o	
efeito	(cân.	1398);
5)	 a	mutilação	grave	e	dolosa	de	si	próprio	ou	de	outrem	e	
a	tentativa	de	suicídio;
6)	 o	exercício	de	um	ato	de	ordem	reservado	aos	que	estão	
constituídos	na	ordem	do	episcopado	ou	do	presbiterato	
(cânn.	1378	e	1384),	não	a	tendo	recebido	ou	estando	
proibido	de	exercê-la	devido	à	pena	canônica	declarada	
ou	infligida	(imposta).
São	irregulares para	exercer as ordens recebidas	(cân.	1044	§1):
1)	 quem,	 estando	 sob	 irregularidade	 para	 receber	 as	 or-
dens,	recebeu-as	ilegitimamente;
2)	 quem	cometeu	o	delito	mencionado	no	cân.	1041,	nº	2,	
se	o	delito	é	público.
3)	 quem	cometeu	o	delito	mencionado	no	cân.	1041,	nn.3-
6.	
Os impedimentos
Os	impedimentos	são	circunstâncias	externas,	de	per	si	tem-
porais,	nas	quais	o	ordenando	ou	o	ordenado	se	encontram	e	que	
proíbem	a	recepção	ou	o	exercício	das	ordens.
O	 cân.	 1042	elenca	os	 impedimentos para	 a	 recepção das	
ordens:
1)	 o	matrimônio,	a	não	ser	que	se	trate	de	um	casado	can-
didato	ao	diaconato	permanente;
2)	 o	desempenho	de	um	ofício	ou	a	posse	de	uma	adminis-
tração	proibida	aos	clérigos,	de	acordo	com	os	cânn.	285	
e	286,	da	qual	deve	prestar	contas,	enquanto	não	esteja	
liberado	após	deixar	o	ofício	ou	a	administração;
3)	 a	condição	de	neófito,	a	não	ser	que	já	esteja	suficiente-
mente	provado,	a	juízo	do	Ordinário.
O	cân.	1044	§2	elenca	os	impedimentos para	o	exercício das	
ordens:
195© A Ordem
1)	 arecepção	das	ordens	por	parte	de	quem	estava	proibi-
do	de	recebê-las	por	causa	de	algum	impedimento;
2)	 a	amência	ou	outra	doença	psíquica	enquanto	o	Ordiná-
rio,	consultando	um	perito,	não	tiver	permitido	o	exercí-
cio	da	ordem.
A cessação dos impedimentos e das irregularidades
Os	impedimentos	cessam	com	o	desaparecimento	da	causa	
que	os	gerou	ou,	então,	por	dispensa.	Já	as	irregularidades	cessam	
quando	cessa	a	lei	que	as	estabeleceu	ou	por	dispensa	dada	por	
quem	de	direito.
A	Santa	Sé	pode	dispensar	de	todos	os	 impedimentos	e	 ir-
regularidades	estabelecidos	pelo	CIC,	sejam	ocultos	ou	públicos,	
mesmo	os	que	não	forem	a	ela	reservados.	
O	cân.	1047	afirma	que	é	exclusivamente	reservada	à	Santa	
Sé	a	dispensa	de	todas	as	irregularidades,	se	o	fato	em	que	se	ba-
seiam	tiver	sido	levado	ao	foro	judicial.	Também	a	ela	é	reservada	
a	dispensa:	
a)	 das	irregularidades	provenientes	dos	delitos	públicos	de	
quem	cometeu	apostasia,	heresia	ou	cisma	ou	de	quem	
tentou	o	matrimônio	(cân.	1041,2-3);
b)	 das	 irregularidades	 provenientes	 do	 delito,	 público	 ou	
oculto,	de	homicídio	voluntário	ou	aborto,	obtido	o	efei-
to	(cân.	1041,4);	
c)	 do	impedimento	no	qual	incorre	o	homem	casado	(cân.	
1042);	
d)	 das	irregularidades	para	o	exercício	da	ordem	recebida	
por	 quem	 tentou	 o	matrimônio	 (cân.	 1041,3),	 apenas	
nos	casos	públicos;
e)	 por	quem	cometeu	o	homicídio	voluntário	ou	o	aborto,	
obtido	o	efeito	(cân.	1041,	4),	mesmo	nos	casos	ocultos.
Em	todos	os	outros	casos	caberá	ao	Ordinário	(cânn.	134	§1	
e	295	§1)	o	poder	de	dispensar	das	irregularidades	ou	dos	outros	
impedimentos	não	reservados	à	Santa	Sé	(cân.	1047	§4).	
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Centro Universitário Claretiano
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Após	ter	estabelecido	quais	são	os	sujeitos	que	podem	dar	
a	dispensa	(cân.	1047),	o	CIC	define	como	se	comportar	nos	casos	
ocultos	(cân.	1048)	e	indica,	também,	as	formalidades	a	serem	ob-
servadas	no	pedido	de	dispensa	(cân.	1049).	
Como	princípio	geral,	ao	se	pedir	a	dispensa	devem	ser	indi-
cadas	todas	as	irregularidades	e	impedimentos	dos	quais	se	quer	
ser	liberado.	Todavia,	no	caso	de	uma	dispensa geral:	
a)	 o	que	foi	omitido	de	boa	fé,	mesmo	assim	terá	o	benefí-
cio	da	dispensa;	
b)	 o	que	foi	ocultado	de	má,	não	terá	o	benefício	da	dis-
pensa;	
c)	 o	que	foi	levado	ao	foro	judicial,	como,	também,	a	irre-
gularidade	prevista	pelo	cânon	1041,	4º,	mesmo	se	ocul-
tada	de	boa	fé,	não	terá	o	benefício	da	dispensa.
Se a irregularidade da qual se pede a dispensa foi causada por ho-
micídio ou aborto procurado é necessário para a validade da dis-
pensa que se indique, também, o número dos delitos cometidos.
A	dispensa	 geral	 das	 irregularidades	 e	 impedimentos	 para	
receber	ordens	vale	para	todas	as	ordens	(cân.	1049	§3).
10. REGISTRO E CERTIFICADO DA ORDENAÇÃO 
Os	cânones	1053-1054	definem	o	que	deve	ser	feito	após	a	
ordenação	 tendo	em	vista	a	documentação	do	 fato.	 São	obriga-
ções	que	devem	ser	cumpridas	com	seriedade	e	precisão.
Terminada	a	ordenação,	o	nome	de	cada	um	dos	ordenados	
e	do	ministro	ordenante,	o	lugar	e	o	dia	da	celebração	devem	ser	
registrados	em	livro	especial	a	ser	guardado	cuidadosamente	na	
cúria	do	lugar	da	ordenação.	Além	disso,	todos	os	documentos	de	
cada	uma	das	ordenações	devem	ser	cuidadosamente	conserva-
dos	(cân.	1053	§1).
197© A Ordem
O	bispo	ordenante	deve	dar	a	cada	um	dos	ordenados	um	
certificado	autêntico	da	ordenação	recebida;	estes,	se	tiverem	sido	
ordenados	por	um	Bispo	estranho,	com	carta	dimissória,	apresen-
tem	esse	 certificado	ao	próprio	Ordinário	para	o	 registro	da	or-
denação	no	livro	especial	a	ser	guardado	no	arquivo.	A	notícia	da	
ordenação	deve	ser	comunicada	ao	pároco	do	lugar	do	batismo,	
para	que	este	a	registre	no	livro	de	batismo	(cân.	535	§2).	
11. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira,	na	sequência,	as	questões	propostas	para	verificar	
seu	desempenho	no	estudo	desta	unidade:
1)	 Se	pelo	batismo	todos	nós	somos	sacerdotes,	por	qual	motivo,	então,	temos	
na	Igreja	o	sacerdócio	ministerial?
2)	 Em	qual	tempo	do	ano	litúrgico	e	onde	(local)	é	possível	receber	as	ordens?
3)	 Tendo	presente	a	distinção	entre	validade	e	liceidade,	quem	é	o	ministro	do	
sacramento	da	ordem	em	seus	três	graus?	
4)	 O	que	são	cartas	dimissórias?
5)	 Qual	a	diferença	entre	impedimento	e	irregularidade?	Os	impedimentos	e	as	
irregularidades	para	receber	e	exercer	as	ordens	são	os	mesmos?
12. CONSIDERAÇÕES
Nesta	unidade,	você	estudou	os	principais	aspectos	teológi-
co-jurídicos	do	sacramento	da	ordem.	Trata-se	de	uma	normativa	
complexa	que	exigirá	de	sua	parte	um	pouco	mais	de	esforço	para	
assimilá-la	em	seus	tópicos	de	maior	importância.			
Na	próxima	unidade,	você	será	convidado	a	compreender	o	
direito	matrimonial	da	Igreja,	partindo	de	uma	abordagem	que	lhe	
permitirá	conhecer	uma	série	de	aspectos	normativos	fundamen-
tais	para	uma	adequada	práxis	pastoral	relativa	a	este	sacramento.	
Até	lá!
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13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HORTAL,	 J.	Os sacramentos da Igreja na sua dimensão canônico-pastoral.	 São	 Paulo:	
Loyola,	1987.
OÑATIBIA,	I.	Ministérios	Eclesiais:	Ordem,	In:	BORÓBIO,	D.	(Org.).	A celebração na Igreja, 
os sacramentos.	São	Paulo,	Loyola,	1993.

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