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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Gestão da Qualidade – Ferramentas Aula 3 Prof. Nelson Tadeu Galvão de Oliveira CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa inicial Caros alunos, nesta aula, vamos estudar os temas: melhoria continua (Kaizen), a relação entre qualidade, produtividade e competitividade, o programa 5 sensus (5S) e as ferramentas da qualidade dos mapas de processos e fluxogramas. Contextualizando Antes, a qualidade de produtos era obtida na inspeção final, gerando refugos e retrabalhos. Atualmente, tem-se plena consciência: qualidade e produtividade são dois pilares básicos para a competitividade, que pode ser vista como a capacidade de conservar ou ampliar a fatia de mercado para os produtos ou serviços de uma empresa, estando apta a enfrentar com sucesso a atuação dos concorrentes. O conceito de qualidade pode ser entendido de várias maneiras, tais como excelência, adequação ao uso e conformidade com as especificações, porém, pode ser associado ao ato de “fazer as coisas certas”, diretamente ligado à ideia de eficácia. O conceito de produtividade, por sua vez, admite diversas variantes do quociente resultados/insumos e pode ser associado ao ato de “fazer certo as coisas”, diretamente ligado à ideia de eficiência, ou bom uso dos recursos disponíveis. Existem as melhorias incrementais (Kaizen) Em geral, conseguidas por diversos métodos e técnicas, elas podem melhorar a produtividade e a competitividade. O uso de programas e ferramentas da qualidade farão com que se obtenha maiores produtividades e, por consequência, mais competitividade. Nesta aula, conheceremos algumas dessas metodologias que ajudarão na melhoria da inovação e da competitividade da empresa: o 5 sensu, o Kaizen, os mapas de processo e os fluxogramas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Tema 1: Melhoria contínua (Kaizen) “Hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje!”. Essa é a premissa básica da metodologia Kaizen. De origem japonesa, esta palavra significa “melhoria contínua”, seja no aspecto pessoal, familiar, social ou no trabalho. Muito mais que um método, Kaizen é considerado por muitos como uma filosofia. Hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje! Origem Depois da Segunda Guerra Mundial, o Kaizen, foi implementado nas empresas japonesas como uma medida para reerguer o país devastado. O programa foi um sucesso, transformando a atividade econômica no Japão e fazendo do país uma das mais poderosas economias do mundo. Sucesso que levou o método e o termo Kaizen a se espalhar pelo mundo e se popularizar. Assim, no âmbito das organizações, o Kaizen é um sistema que irá melhorar a produtividade em todos os aspectos, além de baixar custos de produção. É uma busca de uma melhoria constante visando a qualidade total. Todo dia deve haver alguma melhora, o hoje deve ser sempre melhor que o ontem e o amanhã deve ser melhor que hoje. O professor japonês Masaaki Imai (1990) é o grande responsável por trazer o Kaizen para o ocidente. Especialmente depois do sucesso do seu livro Kaizen: a chave para o sucesso competitivo do Japão, em 1986, e da fundação do Kaizen Institute, na Suíça, em 1985. Fontes: Adaptado de Maximiano, 2012; Imai, 1990. Para Masaaki Imai (1990), é no local de trabalho ou gemba – palavra japonesa que tem o significado de “local real” – onde se criam os verdadeiros valores. Por isso, para o Kaisen, é fundamental que se alcance os resultados esperados. Além disso, todos os colaboradores da empresa devem estar comprometidos com o processo, e não somente o alto escalão. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Uma das características mais importantes do Kaizen é: os grandes resultados vêm de pequenas mudanças acumuladas ao longo do tempo. Fonte: Adaptado de Pereira, 2015. Objetivos da filosofia Kaizen A filosofia japonesa tem três elementos primordiais. São eles: o combate ao desperdício, o trabalho em equipe e o consenso no processo decisório. O combate ao desperdício ocorre em grande parte devido ao tamanho territorial do próprio Japão. Depois da Segunda Guerra Mundial, a escassez de recursos tornou-se dramática, provocando dificuldades que só foram amenizadas como resultado de um longo período de trabalho duro e metódico. Em toda organização japonesa, os trabalhadores são educados para usar o mínimo possível dos recursos que possuem. O trabalho em equipe já vem enraizado nos valores e hábitos japoneses desde os tempos feudais, que exerceram forte influência no trabalho dessa população. A vida familiar, a arquitetura residencial e a cultura do arroz, por exemplo, foram fatores que ajudaram a fortalecer a relação de interdependência entre as pessoas. O consenso no processo decisório é mais um reflexo do traço cultural japonês. A cultura do consenso dá ao nível hierárquico mais elevado a responsabilidade de estabelecer e manter a harmonia nas decisões. Com isso, o processo de decisão baseia-se mais no consenso em si do que na autoridade gerencial por trás dela. Basicamente, um gestor não precisa exercer autoridade em demasia, pois o subordinado sabe quem tem a tomada de decisão. Fonte: Kaizen..., 2014. Tema 2: Qualidade, produtividade e competitividade No início da era industrial, a preocupação dos gestores estava voltada aos volumes de produção. Com o aumento da competitividade, viu-se que a simples medição desses volumes não era suficiente para gerar ação, surgindo a medição CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 da produtividade que, até a Segunda Guerra Mundial, era entendida como a razão entre o volume produzido e o tempo gasto para a produção. Uma das formas mais simples de se definir produtividade é: a razão entre a saída ou o resultado de um processo e a entrada, que representa os recursos necessários à obtenção da saída. De outra forma: Produtividade = (saída/entrada) O resultado dessa pequena equação nos diz quantas unidades de “saída” conseguimos obter para uma unidade de “entrada”. Algumas pessoas interpretam de maneira equivocada a equação da produtividade. À primeira vista podemos afirmar: para aumentarmos a produtividade, é necessário fazer duas coisas: ou aumentamos a saída mantendo a mesma quantidade de recursos ou, para uma mesma saída, diminuímos os recursos. Porém, quando colocamos como recursos as pessoas necessárias para a produção de um bem ou serviço, essa interpretação pode levar a alguns problemas, pois, em busca de alta produtividade, uma empresa pode exigir muito mais que os seus colaboradores podem suportar ou então simplesmente demiti-los para se fazer mais com menos. Outra interpretação errônea é a organização buscar a alta produtividade sem levar em conta a qualidade. De que adianta aumentar a quantidade de exigências de um colaborador se ele produzirá mais defeitos em consequência do aumento do esforço? Enfim, a produtividade não deve ser entendida somente como a razão entre resultados e recursos, mas sim de forma mais ampla, levando em conta todas as variáveis existentes nos processos, tendo em vista as necessidades de todas as partes interessadas no negócio, buscando melhorias e resultados relevantes para todos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 A busca pelo aumento da produtividade deve ser feita com base no aumento da qualidade dos produtos e serviços em todo seu ciclo de vida. Essa busca começa quando a organização decide pela introdução de um novo produto ou processo, passando pelas mãos dos engenheiros, que devem projetar um produto robusto e à prova de falhas, pelo estudo dos processos necessários à fabricação do produto ou à oferta do serviço, sem esquecer a seleção e qualificação dos fornecedores e o cuidado com a entrega,pós-venda e assistência técnica. O aumento da produtividade é muito maior que o simples aumento dos níveis de produção. Ele está totalmente integrado ao conceito de qualidade total, levando a organização a buscar ganhos em todos os aspectos de suas operações. Não podemos nos esquecer do elemento principal para a busca do aumento da produtividade em qualquer organização: o elemento humano. São as pessoas e as atitudes que levam empresas a atingirem altos índices de produtividade. Processos, ferramentas e mecanismos de controle são elementos que devem servir somente apoio às pessoas. O modelo de gestão da qualidade visa atender prontamente aos requisitos da competitividade por meio da colocação de novos produtos e serviços, necessidade de oferecer produtos e serviços com alta qualidade e a custos relativamente baixos, tornando-os competitivos e com capacidade rápida de inovação. Quadro 2.1 – Competitividade, produtividade e qualidade Ferramentas Foco Objetivo Aprendizagem Trabalho em equipe Melhoria contínua Competitividade Planejamento Manutenção preventiva Eficiência e perdas Redução de custos Produtividade CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Padrão técnico do processo Procedimentos operacionais Tempos e métodos Padronização Qualidade Os conceitos de qualidade, produtividade e competitividade caminham juntos, estão interligados e interdependentes, pois a competitividade decorre da produtividade e esta da qualidade. Podemos afirmar que a sobrevivência da empresa depende da competitividade. Esta, por sua vez, da produtividade, que depende, finalmente, da qualidade, conforme nos mostra a figura a seguir. Figura 2.1 Tema 3: Os 5 sensus (5S) O método 5S também é conhecido por outros nomes: housekeeping (pode-se traduzir por arrumação da casa) ou é também chamado de SOL (Segurança, Organização e Limpeza). As atividades de 5S tiveram início no Japão, logo após a Segunda Guerra Mundial, para combater a sujeira das fábricas. Foi formalmente lançado no Brasil em 1991 por meio Fundação Christiano Ottoni. No início de sua aplicação apenas os três primeiros "S" eram abordados, tendo sido incorporado depois o quarto e o quinto. Sobrevivência Competitividade Produtividade Qualidade (preferência do cliente) Projeto perfeito|Fabricação Perfeita|Segurança do cliente|Assistência perfeita|Baixo custo CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Como você deve ter percebido, cada "S" é conhecido por diversas denominações. Porém, neste texto, utilizaremos a terminologia de cada "S" da seguinte maneira: Senso de utilização 1ºS SEIRI Senso de ordenação 2º. S SEITON Senso de limpeza 3º. S SEISO Senso de Padronização/Saúde 4º. S SEIKETSU Senso de autodisciplina 5º. S SHITSUKE Objetivos O principal objetivo da técnica dos 5S é melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, diminuir os desperdícios, reduzir os custos e melhorar a produtividade da empresa. Senso de utilização Ter senso de utilização é identificar materiais, equipamentos, ferramentas, utensílios, informações, dados necessários e desnecessários, descartando ou dando a devida destinação àquilo que não for útil ao exercício das atividades. No sentido mais amplo, o senso de utilização abrange outras dimensões. É preservar consigo apenas os sentimentos valiosos, como amor, amizade, sinceridade, companheirismo, compreensão, descartando os negativos e criando atitudes positivas para fortalecer e ampliar a convivência, apenas com sentimentos valiosos. Nessa fase, costuma-se usar a técnica do cartão vermelho (ou etiqueta vermelha): o grupo encarregado do trabalho vistoria o local e coloca cartões nas coisas que julga desnecessárias. Após um prazo determinado, as etiquetas são verificadas. Os objetos, ferramentas e equipamentos que não têm anotações de uso dentro do prazo estabelecido são retirados do local. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Senso de organização/arrumação Ter Senso de Ordenação é definir locais apropriados e critérios para estocar, guardar ou dispor materiais, equipamentos, ferramentas, utensílios, informações e dados de modo a facilitar o seu uso e manuseio, facilitar a procura, localização e guarda de qualquer item. Popularmente significa "cada coisa no seu devido lugar". Na definição dos locais apropriados, adota-se como critério a facilidade para estocagem, identificação, manuseio, reposição, retorno ao local de origem após uso, consumo dos itens mais velhos primeiro, entre outros. Na dimensão mais ampla, ter Senso de Ordenação é distribuir adequadamente o seu tempo dedicado ao trabalho, ao lazer, à família, aos amigos. É ainda não misturar suas preferências profissionais com as pessoais, ter postura coerente, serenidade nas suas decisões, valorizar e elogiar os atos bons, incentivar as pessoas e não somente criticá-las. O objetivo dessa etapa é organizar os itens absolutamente necessários e identificar e colocar tudo em ordem, para que seja fácil localizá-los Fonte: Aildefonso, 2006. Algumas estratégias podem ser usadas nessa fase: utilização de rótulos, cores e painéis visíveis para facilitar a localização e identificação de itens. Um exemplo clássico é o painel com desenhos dos contornos das ferramentas. Uma simples olhada identifica a ferramenta que está faltando. Senso de limpeza Ter senso de limpeza é eliminar a sujeira ou objetos estranhos para manter limpo o ambiente (parede, armários, o teto, gaveta, estante, piso), bem como manter dados e informações atualizados, para garantir a correta tomada de decisões. O mais importante neste conceito não é o ato de limpar, mas o ato de "não sujar". Isso significa que, além de limpar, é preciso identificar a fonte de sujeira e as respectivas causas, de modo a podermos evitar que isso ocorra (bloqueio das causas). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 No conceito amplo, ter senso de limpeza é procurar ser honesto ao expressar, ser transparente, sem segundas intenções com os amigos, com a família, com os subordinados, com os vizinhos etc. Fonte: Adaptado de Aildefonso, 2016. Senso de saúde/asseio/padronização Ter senso de asseio significa criar condições favoráveis à saúde física e mental, garantir ambiente não agressivo e livre de agentes poluentes, manter boas condições sanitárias nas áreas comuns (lavatórios, banheiros, cozinha, restaurante etc.), zelar pela higiene pessoal e cuidar para que as informações e comunicados sejam claros, de fácil leitura e compreensão. Significa ainda ter comportamento ético, promover um ambiente saudável nas relações interpessoais sociais, familiares ou profissionais, cultivando um clima de respeito mútuo nas diversas relações. Para isso, é preciso estabelecer padrões que permitam avaliar se as três fases anteriores estão sendo cumpridas: todas as normas e padrões devem ser reunidos em manuais que garantam que os procedimentos sejam seguidos corretos e regularmente. Senso de autodisciplina Ter senso de autodisciplina é desenvolver o hábito de observar e seguir normas, regras, procedimentos, atender especificações escritas ou informais. Disciplina significa fazer coisas simples, como: Ao sair, deixar tudo limpo e em ordem. Devolver as coisas, no mínimo, nas mesmas condições em que as encontrou. Reparar ou substituir qualquer coisa que você danifique ou quebre. Reabastecer qualquer item que usar até o fim: sabonete, papel higiênico, papel da copiadora, gasolina, alimentos, bebidas etc. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Colocar as coisas de volta aos lugares, para que os outros possam achá- las. Tema 4: Mapas de processos Conceito deProcesso Processo é um conjunto estruturado de atividades sequenciais que apresentam lógica entre si, com a finalidade de atender ou suplantar as necessidades e expectativas dos clientes externos e internos. Técnicas de Mapeamento do Processo Mapa de processo é uma maneira organizada de registrar todas as atividades executadas por uma pessoa e por uma máquina em uma estação de trabalho envolvendo um cliente ou materiais. As atividades são agrupadas em cinco categorias: Quadro 4.1 Operação Espera Armazenamento Transporte Inspeção O mapa de processo é uma técnica de mapeamento padronizada pela American Society of Mechanical Engineers (ASME), que originalmente foi publicado por Barnes em 1937, com o nome de Diagrama do fluxo do processo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Mapa de Processo Exemplo: Aluno realizando um processo de matrícula em uma escola. Quadro 4.2 Atividade Solicitação na secretaria x Preenche o formulário x Vai ao banco x Aguarda a fila do banco x Realiza o pagamento x Retorna x Entrega o comprovante x Confere a documentação x O foco que se dará será na melhoria dos processo e na satisfação do cliente, segue agora o processo com as melhorias: Quadro 4.3 – Eliminação da ida ao banco para pagamento e recebimento da matricula na própria escola Atividade Solicitação na secretaria x Preenche o formulário x Realiza o pagamento x Confere a documentação x CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Considerando a comparação antes e depois da melhoria realizada: Quadro 4.4 Atividade 1ª. forma (antes da melhoria) 2ª. forma (depois da melhoria) Número de operações 04 03 Número de esperas 01 0 Número de armazenagens 0 0 Número de inspeções 01 01 Número de transportes 02 0 Considerando agora o tempo e a distância percorrida, na 1ª forma antes das melhorias. Quadro 4.5 Atividade Tempo ( min) Distância ( m) 1ª operação 5 1 2ª operação 8 0 3ª operação 6 3 4ª operação 4 3 Espera 22 - Inspeção 5 - 1º transporte 12 400 2º transporte 13 400 TOTAL 65 804 Considerando agora a 2ª forma depois das melhorias realizadas Quadro 4.6 Atividade Tempo ( min) Distância ( m) 1ª operação 5 1 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 2ª operação 8 0 3ª operação 6 3 Espera - - Inspeção 5 - 1º transporte - - TOTAL 24 4 Comparação: na melhoria de processo reduziu-se o tempo de 65 minutos para 24 minutos e a distância percorrida de 804 metros para somente 4 metros. Tema 5 – Fluxograma (blocos e ANSI)\ Define-se fluxograma como um método para descrever graficamente um processo existente – ou um novo processo proposto – usando símbolos simples – linhas e palavras – para apresentar graficamente as atividades e a sequência no processo (Harrington, 1993, p. 103). Ferramenta que representa através de símbolos, o fluxo ou a sequência de um processo ou trabalho realizado. Os símbolos têm por finalidade colocar em evidência: a origem, o processamento e o destino da informação. Possibilitam a visualização das etapas e das ocorrências observadas dentro de um processo; retratam uma situação de fato e procuram demonstrar como as coisas são realmente feitas. Tipos de fluxogramas Diagramas de blocos: são usados muitas vezes para definir um futuro fluxograma que consiga melhor detalhar as atividades. Segundo Arioli (1998, citado por Fridriczewski, 2012) são os mais simples para descrever as atividades do processo. “Normalmente são elaborados no início do processo de aperfeiçoamento para determinar e documentar a magnitude do mesmo [sic]” (Harrington, 1993, p. 105). São usadas formas gráficas como retângulos, círculos e setas para representar a ordem em que acontecem os processos produtivos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Fluxograma padrão ANSI: normalmente, o diagrama de blocos é usado como ponto de partida. Em sequência, é usado o fluxograma padrão ANSI para detalhar as atividades. Conforme Harrington (1993, p. 116), “um fluxograma padrão ANSI fornece uma compreensão detalhada de um processo, que excede aquela dada por um diagrama de blocos”. Cada tarefa estudada pode ser detalhada até um ponto em que o fluxograma torna-se [sic] parte do manual de treinamento dos funcionários. Para Harrington (1993), a elaboração do fluxograma detalhado só é feita quando o processo se aproxima de uma qualidade de padrão internacional, para assegurar que os aperfeiçoamentos não se deteriorem com o tempo. Fonte: Saidelles, 2014. Para que servem Possibilitam a visualização das etapas e das ocorrências observadas dentro de um processo. Retratam uma situação de fato e procuram demonstrar como as coisas são realmente feitas. Preparação para o aperfeiçoamento de processos empresariais (é preciso conhecer para melhorar). Identificação de atividades críticas para o processo. Conhecimento da sequência e encadeamento das atividades dando uma visão do fluxo do processo. Documentação do processo para análises futuras, adequação a normas e certificações. Estudo para criação, alteração ou extinção de formulários. Fortalecimento do trabalho em equipe quando o desenvolvimento dos fluxogramas é feito com a participação de todos os envolvidos. Conforme ficam estabelecidas as rotinas dos processos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Vantagens Permitem verificar como conectam-se e relacionam-se os componentes de um sistema, facilitando a análise de eficácia. Facilitam a localização das deficiências pela fácil visualização dos passos, transportes, operações, formulários etc. Propiciam o entendimento de qualquer alteração que se proponha nos sistemas existentes pela clara visualização das modificações introduzidas. Roteiro para elaboração COMUNICAÇÃO: as chefias envolvidas participam aos empregados a realização do trabalho e os seus objetivos. COLETA DE DADOS: as informações devem ser fornecidas pelos próprios executores dos trabalhos, mediante a utilização de um roteiro de entrevista que poderá conter as seguintes questões: a. Cargo e nome? b. De quem recebe o trabalho? c. Em que consiste o trabalho? d. Para quem passa o trabalho após terminar sua parte? e. Quantas unidades de trabalho faz por dia? f. Quanto tempo gasta para realizar o seu trabalho? Se houver emissão de documentos, verificar o número de vias e o destino de cada uma para análise de seu fluxo. FLUXOGRAMAÇÃO: escolher o tipo de fluxograma e elaborar rascunho. O fluxograma também chamado de diagrama lógico e de fluxo, definido como método para descrever graficamente um processo existente, usando símbolos simples, linhas e palavras. Tem como tipos: diagramas de blocos; fluxograma CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 padrão (ANSI). Se algo não ficou claro, ficou incompleto ou incoerente voltar aos entrevistados e: a. certificar-se da correção dos dados; b. colher informações adicionais; c. 3uvir opiniões dos executores dos serviços; d. fazer observação pessoal dos aspectos não claros ou incompletos. ANÁLISE DO FLUXOGRAMA: com base no processo geral, examinar minuciosamente as diversas etapas indagando: a. Qual é a utilidade de cada etapa do processo? b. Haverá vantagem em se alterar a sequência das operações? c. As operações são executadas por pessoas adequadas às funções que ocupam? Elas têm treinamento suficiente para as técnicas utilizadas? d. Cada operação está sendo executada da maneira mais eficiente? e. Os formulários são adequados em número e vias e nos respectivos campos? RELATÓRIO DE ANÁLISE: após o estudo e novo fluxograma, preparar um relatório.APRESENTAÇÃO DO TRABALHO: ao expor os métodos atuais e o propostos, a apresentação deve ser clara e objetiva. Tipos de fluxogramas Há muitos tipos diferentes de fluxograma. Cada um para cada aplicação específica, os principais são: Diagrama de blocos que fornece uma rápida noção do processo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 O fluxograma padrão da American National Standards Institute (ANSI), que analisa os inter-relacionamentos detalhados de um processo. Diagramas de blocos É o mais simples dos fluxogramas, indicando apenas as atividades realizadas sem diferencia-las por tipos. Ou seja: Utiliza uma visualização rápida do processo. Pode ser horizontal ou vertical. Devem ser utilizadas frases curtas que identifiquem as atividades realizadas. Fluxograma padrão ANSI Um fluxograma padrão ANSI fornece uma compreensão detalhada de um processo, que excede em muito aquele dado por um diagrama de blocos. Este, na verdade, é usado como ponto de partida. Já um fluxograma padrão é usado para detalhar as atividades dentro de cada bloco até o nível desejado do detalhe. Seguem os principais símbolos usados para se desenhar um Fluxograma ANSI: Figura 5.1 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Fonte: Barbian, 2013. Figura 5.2 Fonte: Barbian, 2013. Figura 5.3 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Fonte: Barbian, 2013. Figura 5.4 Fonte: Barbian, 2013. Nível de detalhamento Não existe uma regra para definir o nível de detalhamento que deve ser observado ou mantido ao longo do fluxograma. Geralmente, o ideal é que se construa um fluxograma macro, considerando um tipo de visão (por área, por departamento, por documento, por informação) e, posteriormente, por módulos, efetuar o detalhamento de cada um deles. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Síntese Concluímos aqui a nossa aula com a 3ª. rota de aprendizagem onde puderam conhecer temas importantes, tais como: Programas Kaizen de melhoria contínua. Inter-relações entre qualidade, produtividade e competitividade. Os programas 5S. Aplicar as ferramentas de mapas de processo e fluxogramas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Referências AILDEFONSO, E. C. Gestão da qualidade. Espírito Santo, 2006. Apostila digitada. Disponível em: <ftp://ftp.cefetes.br/cursos/CodigosLinguagens/EAildefonso/HIST%D3RIA%20D A%20QUALIDADE.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2016. ALLEMAND, R. E. Apostila sobre qualidade e produtividade. Brasília, 2007. Apostila digitada. Disponível em: <http://uab.ifsul.edu.br/tsiad/conteudo/modulo5/gne/biblioteca/apostila_qualidad e_e_produtividade.pdf >. Acesso em: 21 ago. 2016. BARBIAN, E. Cinco modelos de fluxogramas para download. Oficina da net, 14 maio 2013. 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