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Resenha- Governança

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM XXXXXX
Resenha Crítica de Caso 
Moisés de Carvalho
Trabalho da disciplina: GOVERNANÇA
 Tutor: Prof. (que atua no fórum)
Duque de Caxias - RJ
2020
THE TOSHIBA ACCOUNTING SCANDAL: HOW CORPORATE GOVERNANCE FAILED
Referência: 
MISAWA, Mitsuru. The Toshiba accounting scandal: how corporate governance failed. Hong Kong: Asia Case Research Centre, The University of Hong Kong. 2016 Disponível em: COPIAR O LINK DO SITE DA ESTÁCIO ONDE FEZ O DOWNLOAD. Acesso em: 02 maio 2020
O artigo relata o que ocorreu com a empresa Toshiba no ano de 2015, quando uma auditoria interna demonstrou que haviam grandes irregularidades e que os lucros tinham sido inflacionados. Esse escândalo resultou na demissão do executivo-chefe e presidente, Hisao Tanaka e de mais oito membros do conselho, incluindo o vice-presidente Norio Sasaki. 
Foi nomeado como novo presidente e CEO da Toshiba, Masashi Muromachi, que assim que assumiu o cargo realizou uma auditoria minuciosa das práticas contábeis da companhia. Quando os dados foram concluídos demonstraram que a Toshiba havia sobreavaliado os lucros em 151,8 bilhões de ienes (US $1,2 bilhão) durante um período de sete anos. 
Analisando-se as causas da perda, chegou-se à conclusão de que a maior parte vieram por meio da linha de produtos de computadores e bens de consumos duráveis (mais de 1,8 bilhões em prejuízos), a empresa apostou no ano de 2000 em uma estratégia de mudar a maior participação na fabricação de bens de consumo duráveis no exterior, porém, com a desvalorização do Iene, essa estratégia de mudança falhou drasticamente.
A auditoria concluiu que a Toshiba não apenas exagerou os lucros, mas também efetuou várias amortizações. Isso aconteceu porque após o desastre de Fukushima de 2011, que impactou seriamente a unidade nuclear da Toshiba, os executivos do grupo sofreram uma pressão significativa para compensar as perdas nesta divisão. Como os objetivos eram muito difíceis de serem atingidos, eles inflacionaram as quantias.
Além disso, havia uma cultura de trapaça na organização, os funcionários demonstravam uma fidelidade cega aos seus superiores. Os executivos experiente negavam terem agido propositalmente ao não registrarem as perdas, mas os seus subordinados diziam que seguiram as instruções dos seus gerentes. A alta gerência incentivava os funcionários a usarem a “criatividade” para conseguirem cumprir as metas e desafios estabelecidos. 
Esse proceder contábil fraudulento não se limitou a apenas uma divisão, ele foi manifestado em toda a corporação, tornando-se uma habitual prática operacional do grupo. A manipulação de números e inflação era praticamente automática e corriqueira, ocorrendo desde a administração intermediária até o presidente. Por isso, a única solução foi reestruturar completamente a equipe de gerenciamento. 
No passado, a Toshiba foi considerada uma pioneira na governança corporativa, a organização iniciou um processo de reforma no final da década de 1990 e criou no anos de 1998 um sistema de funcionário corporativo em forma de comitê, seguindo o modelo norte-americano. Em 2008, a Toshiba, concentrou-se totalmente em obter lucros, desconsiderando todos os outros princípios, assim o presidente e executivos sênior começaram a exagerar os valores dos lucros, a governança corporativa foi falha e não os impediu. Alguns membros externos do conselho eram inexperientes em gestão e práticas contábeis e não compreendiam de finanças e direito, isso contribuiu para a formação de uma cultura de trapaças.
Em 2006 houve a fusão da Toshiba com a marca Westinghouse Electric, a previsão era de que com isso a Toshiba obtivesse uma grande vantagem estratégica no setor nuclear e sinergias tecnológicas e assim conseguiria entrar em uma nova área de negócio. Entretanto, após o desastre nuclear de Fukushima em 2011 houve uma diminuição do interesse por energia nuclear, o que gerou grandes perdas econômicas. A Westinghouse Electric teve que registrar as suas perdas por depreciação. Em vista disso, a Toshiba deveria ter adotado o proceder de reportar as quedas do valor da Westinghouse ao público e aos investidores, em conformidade com as regras da Bolsa de Valores de Tóquio, porém a empresa não realizou a divulgação. Esse fato colocou em dúvida as práticas contábeis da companhia. Em 2015, os executivos da Toshiba comprometeram-se a ter práticas contábeis mais transparentes e a divulgar informações ao público de forma mais precisa e frequente. Também notificaram a Bolsa de Valores a respeito das taxas de redução 2012 e 2013 da empresa Westinghouse. 
Em 3 de abril de 2015, a Toshiba emitiu um comunicado de imprensa anunciando que um comitê independente realizaria uma investigação especial sobre práticas contábeis em alguns projetos. Após isso, a confiança dos investidores na empresa foi fortemente abalada e houve queda de 26% no valor de suas ações. A organização sofreu grande impacto por parte de ação coletiva dos acionistas contra a empresa, principalmente, por aqueles compraram ações da Toshiba entre 8 de maio de 2012 e 7 de maio de 2015. E também foram realizadas ações administrativas contra a Toshiba, por exemplo, a Comissão de Vigilância de Valores e Câmbio e a Agência de Serviços Financeiros do Japão definiram medidas disciplinares administrativas contra a empresa e a Bolsa de Valores de Tóquio colocou companhia em uma lista de observação de empresas com controles internos fracos ou inadequados. 
Em julho de 2015, Masashi Muromachi foi nomeado o novo CEO da Toshiba, ele concentrou-se em investigar a estrutura governamental da empresa e em descobrir o que causou o fracasso da governança corporativa dentro da organização, em especial, em relação a transparência da empresa.Dentro de sua atuação como CEO, ele analisou as ações que deveriam ser tomadas para o restabelecimento da empresa, entre elas, a importância de desenvolver, compartilhar e implementar a visão, missão e estratégia da Toshiba. Também era necessário modificar a ideia de valores dos funcionários, garantindo que o trabalho e o comportamento dos líderes executivos, internos e externos, estivessem em harmonia com os objetivos corporativos. E viu-se a importância de reestruturar o plano de negócios com o intuito de adotar estratégias e padrões de gestão que considerem o atual cenário competitivo, as oportunidades e as ameaças no mercado externo e os desenvolvimentos no mercado e na indústria. 
Com a análise do caso Toshiba é possível observar a importância de uma política transparente e ética, por não agir assim, a companhia sofreu grandes prejuízos. Além disso, toda e qualquer empresa busca por lucro e estabelece determinadas metas, mas tal objetivo deve manter-se alinhado com outros princípios importantes e sempre dentro das leis, caso contrário, o resultado poderá ser similar ao ocorrido com essa corporação em que formou-se uma grande estrutura fraudulenta e desonesta. No caso da Toshiba, o estrago não pode mais ser desfeito, o novo CEO deverá lidar com os desafios e buscar as soluções possíveis para o restabelecimento gradual da empresa.

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