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Embargos Infringentes e de Nulidades

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EMBARGOS UNFRIGENTES E DE NULIDADE (ART. 609, § ÚNICO CPP). 
 
Art. 609, § CPP: 
“Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-
se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, 
a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os 
embargos serão restritos à matéria objeto de divergência”. 
 
Objetivo: reexame de acórdão de segunda instâncias proferidas pelos Tribunais de Justiça e 
Tribunais Regionais Federais, desde que não seja unânime e desfavoráveis ao réu. Logo é um 
recurso privativo da defesa, salvo o embargo infringente disposto no art. 538 CPPM que dispõe: 
Art. 538. O Ministério Público e o réu poderão opor embargos de 
nulidade, infringentes do julgado e de declaração, às sentenças finais 
proferidas pelo Superior Tribunal Militar. 
Cabimento: quando trata de Acórdão que julgou Apelação ou RESE. 
Jurisprudência Majoritária entende que cabe também quando se tratar de julgamento por 
maioria de agravo em execução (art. 197 da Lei 7.210/1984), uma vez que segue a mesma 
forma e procedimento da RESE. 
Nomenclatura: art. 609, § único -> Embargos Infringentes e de Nulidade: embargos 
infringentes -> nomenclatura adequada à hipótese em que o Acórdão embargado tenha 
apresentado divergência em matéria de mérito, já a nomenclatura “embargos de nulidade” 
referem-se a Acórdão Divergentes em matéria de nulidade processual. 
Pode ser usado tanto no Acórdão que confirmou ou reformou a sentença. 
Característica: 
a) Ampliativo: possibilita reexame da matéria que foi objeto de divergência, amplia a 
composição da turma julgadora; 
b) Exclusivo da Defesa; 
c) Manifestação do princípio da ampla defesa, na modalidade de um favor rei; 
d) Cabível contra acórdão não unânime, proferido em julgamento de apelação ou RESE, 
desfavorável ao réu; 
e) Efeito suspensivo; 
f) Efeito devolutivo; 
g) São ofensivos, pois visam à reforma da decisão pelo voto vencido favorável ao réu. 
 
Descabe contra: 
➢ Decisões de turmas recursais dos juizados especiais criminais. 
➢ Acórdão de 1º Grau, exarado pelo tribunal de sua competência originária, pois o art. 
609 faz alusão a decisão de 2º estância como de recurso. 
Prazo, forma, competência para o julgamento. 
Prazo: 10 (dez) dias a conta da publicação do Acórdão. 
Forma: petição dirigida ao Desembargador-Relator do Acórdão embargado, já às razões são 
direcionadas ao órgão julgador. 
Competência: julgamento nos Tribunais Estaduais depende da organização de cada estado. Já 
os Tribunais Regionais Federais, imposto contra decisões de turma, normalmente, a 
competência para julgar é das seções criminais. Caso regimentos interno dos tribunais de 
justiça as votações resultarem em empate aplica-se o disposto no art. 615, § 1º, do CPP. 
“Art. 615. O tribunal decidirá por maioria de votos. 
§ 1o Havendo empate de votos no julgamento de recursos, se o 
presidente do tribunal, câmara ou turma, não tiver tomado parte na 
votação, proferirá o voto de desempate; no caso contrário, 
prevalecerá a decisão mais favorável ao réu. 
Efeitos: possui efeito suspensivo e devolutivo, pois devolver ao Poder Judiciário a 
oportunidade de rever sua decisão. 
Referente ao efeito regressivo (juízo de retratação), uma parte da doutrina defende que o 
referido recurso possui tal efeito, pois o desembargado que prolatou a decisão recorrida 
participará da votação também, podendo este votar de forma diferente da a sua decisão 
recorrida. Já outra parte da doutrina, incluindo Avena Noberto, o Embargos Infringentes e de 
Nulidade não possui efeito regressivo, pois para caracteriza o efeito, deve permite ao órgão que 
prolator a decisão voltar atrás antes de sua remessa ao juízo ad quem, o que não ocorre nessa 
situação, pois qualquer reforma na decisão será feita durante o julgamento do recurso. 
Referente ao efeito suspensivo, não há nada positivado na lei, entretanto, o ARE 964.246 
SÃO PAULO tratou do assunto: 
EMENTA: CONSTITUCIONAL. RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO. PRINCÍPIO 
CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE 
INOCÊNCIA (CF, ART. 5º, LVII). ACÓRDÃO PENAL 
CONDENATÓRIO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. 
POSSIBILIDADE. REPERCUSSÃO GERAL 
RECONHECIDA. JURISPRUDÊNCIA 
REAFIRMADA. 
Logo só é viabilizado a execução da pena privatiza de liberdade depois de esgotada a 
tramitação na 2º instância, restando apenas recurso extraordinário e especial. 
Conclui-se de forma indireta que Embargos Infringentes e de Nulidade possui efeito 
suspensivo referente a execução da pena privativa de liberdade. O efeito alcança também as 
execuções de penas restritivas de direito e multa, não por força da jurisprudência, mas sim pelo 
art. 147 e 164 da Lei 7.210/84 (lei de execução penal), que condiciona suas execuções ao 
trânsito julgado da Sentença Condenatória. 
Embargos infringentes e divergências parcial. 
Art. 609, § U “ (...) Se o desacordo for parcial, os 
embargos serão restritos à matéria objeto de divergência”. 
Quando a decisão for por maioria (ex.: 2 x 1), cabe embargos infringentes, se for por 
unanimidade (3 x 0), cabe recurso extraordinário, recurso especial, ou até mesmo os dois 
juntos. Caso uma decisão de concurso material seja maioria para um determinado crime e para 
outro seja unanime, caberá embargos infringentes para parte da decisão que foi maioria para 
um determinado crime, e recurso extraordinário, especial, ou os dois juntos para parte da 
decisão unânime. 
Não poderá RE e RESP para parte da votação da maioria da decisão. 
O embargo deverá ser oposto no prazo de 15 (quinze) dias (art. 1.003, § 5º CPC/15) e 
o RE e RESP, por analogia, deverá ser ingressada na mesma data. Com base na súmula 355 
do STF, que dispõe: 
“Em caso de embargos infringentes parciais, é tardio o 
recurso extraordinário interposto após o julgamento dos 
embargos, quanto à parte da decisão embargada que não 
fora por eles abrangida”. 
A tramitação da RESP e RE ficará suspenso até o julgamento dos embargos 
infringentes. Julgado os embargos e intimadas as partes para ciência do Acórdão, então o RE e 
RESP serão tramitados, sem prejuízo de um novo RE ou RESP do Acórdão que julgou o 
embargo. --> ANTENÇÃO, ESSE É TEMA QUE AINDA ESTÁ SENDO PACIFICADO 
NO STF, DEVENDO SEMPRE ACOMPANHAR. 
Itens Embargos Infringentes Embargos de Nulidade 
Finalidade Modificação Anulação 
Alcance Mérito Questão Processual 
Resultado Substitui por outra decisão Anulação do processo 
 
Embargos Infringentes no STF e no STJ. 
No STF, os embargos infringentes são fundamentados nos arts. 333 a 336 do Regimento 
Interno. 
Cabimento: art. 333 do Regimento Interno do STF 
Art. 333. Cabem embargos infringentes à decisão não unânime do 
Plenário ou da Turma. 
i – que julgar procedente a ação penal; 
ii – que julgar improcedente a revisão criminal; 
III – que julgar a ação rescisória; 
iv – que julgar a representação de inconstitucionalidade; 
v – que, em recurso criminal ordinário, for desfavorável ao acusado. 
Parágrafo único. O cabimento dos embargos, em decisão do Plenário, 
depende da existência, no mínimo, de quatro votos divergentes, salvo 
nos casos de julgamento criminal em sessão secreta. (Redação dada 
pela Emenda Regimental n. 2, de 4 de dezembro de 1985). 
Art. 334.Os embargos de divergência e os embargos infringentes 
serão opostos no prazo de quinze dias, perante a Secretaria, e juntos 
aos autos, independentemente de despacho. 
Art. 335. Interpostos os embargos, o Relator abrirá vista ao recorrido, 
por quinze dias, para contrarrazões. (Redação dada pela Emenda 
Regimental n. 47, de 24 de fevereiro 
de 2012) 
§ 1º Transcorrido o prazo do caput, o Relator do acórdão embargado 
apreciará a admissibilidade do recurso. (Redação dada pela Emenda 
Regimental n. 47, de 24 de 
fevereiro de 2012) 
§ 2º Da decisão que não admitir os embargos, caberá agravo, em 
cinco dias, para o órgão competente para o julgamento do recurso.(Redação dada pela Emenda Regimental n. 47, de 24 de fevereiro de 
2012) 
§ 3º Admitidos os embargos, proceder-se-á à distribuição nos termos 
do art. 76. (Redação dada pela Emenda Regimental n. 47, de 24 de 
fevereiro de 2012) 
Art. 336. Na sessão de julgamento, aplicar-se-ão, supletivamente, as 
normas do processo originário, observado o disposto no art. 146. 
Parágrafo único. Recebidos os embargos de divergência, o Plenário 
julgará a matéria restante, salvo nos casos do art. 313, I e II, quando 
determinará a subida do recurso principal. 
Não há previsão do manejo dos Embargos Infringentes no STJ. 
 
Referência bibliográfica: 
AVENA, Noberto. Processo Penal / Noberto Avena – 11. Ed. - Rio de Janeiro: 
Foren/se, São Paulo: Método, 2019. 
 
Aula do dia 22/10/2020, ministrado pelo professor Rubens Alves da Silva, Centro 
Universitário Luterano de Manaus – CEULM/LBRA.

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