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Nutrição materno-infantil NUTRIÇÃO MATERNO-INFANTIL Aula 04: Diabetes na gestação AULA 06 : DIABETES NA GESTAÇÃO Nutrição materno-infantil Objetivos e tópicos Objetivos: Compreender as alterações fisiopatológicas de condições clínicas específicas na gestação. Estabelecer cuidado nutricional adequado para gestantes com diabetes gestacional e orientar as gestantes em situações de risco. Tópicos dessa Aula: As repercussões do diabetes na gestação e no feto, e as alterações no estado nutricional materno; A avaliação clínica e dietética, com revisão dos exames complementares; As recomendações de macronutrientes, vitaminas e minerais, estabelecendo a conduta clínica e nutricional adequada. Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Introdução: • Diabetes mellitus gestacional (DMG): intolerância aos carboidratos diagnosticada pela primeira vez durante a gestação e que pode ou não persistir após o parto; • É o problema metabólico mais comum na gestação e tem prevalência entre 3% e 25% das gestações, dependendo do grupo étnico, da população e do critério diagnóstico utilizado; • Muitas vezes, representa o aparecimento do diabetes mellitus tipo 2 (DM2) durante a gravidez. Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Fatores de risco associados ao DMG: • História familiar de diabetes; • Mãe portadora de DM tipo 2; • História de macrossomia (recém-nato com peso ao nascer > 4,0Kg); • Antecedentes obstétricos insatisfatórios: morte fetal, * RCIU, malformação congênita; • Crescimento fetal excessivo; • Altura uterina maior que a esperada; • Polidramnia; • Glicosúria gestacional. • História prévia de DMG ou intolerância à glicose; • Idade materna > 25 anos; • SOP (síndrome do ovário policístico); • Obesidade ou ganho de peso gestacional excessivo; • Baixa estatura; • Síndrome Hipertensiva da Gravidez (SHG). * Retardo do crescimento intrauterino Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Etiopatogenia do DMG: Redução na secreção pancreática de insulina; Alteração dos receptores de insulina: observa-se elevação dos hormônios lactogênio placentário humano (HPL), cortisol e estrogênio Alteração na secreção de glucagon (elevada); Desequilíbrio dos hormônios contrainsulínicos: liberação de HPL, estrogênio e progesterona: nota-se menor eficácia da ação da insulina (resistência periférica a insulina – RPI). Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Fisiopatologia do DMG: 1ª metade da Gestação: ANABOLISMO depósitos maternos de PTN e LIP Os níveis de estrogênio e progesterona das células beta do pâncreas com consequente dos níveis de insulina no sangue que favorece a Glicogênese e Lipogênese Ingestão alimentar nesse período provoca resposta insulínica exagerada aumento da captação e metabolização de glicose e AA fazendo crescer os depósitos de Glicogênio e PTN Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Fisiopatologia do DMG: Final do 2° Trim. da Gestação: tendência ao CATABOLISMO níveis de insulina elevados menos eficaz não reduzindo os níveis de glicose e aa séricos em comparação com o 1° trim. A incapacidade da insulina em reduzir os níveis de insulina no sangue possivelmente a um defeito no receptor--> devido ao aumento progressivo de progesterona, HPL... Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional EVOLUÇÃO do DMG... Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Alterações metabólicas no DMG: Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Repercussões do Diabetes na Gestação: Repercussões maternas • Ocorrência de SHG em 25% dos casos; • Polidramnia em 25 a 30% dos casos; • Infecção trato urinário (ITU) e pielonefrite, candidíase, hipoglicemia, cetoacidose, parto prematuro, necessidade de parto cirúrgico (cesariana); • Risco de desenvolver DM tipo 2 após a gestação, lesões vasculares nos rins e na retina, malformações congênitas graves, aborto. Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Repercussões do Diabetes no Concepto: Repercussões no Concepto • Macrossomia (fetos > 4,0 kg); • RCIU, asfixia (hipóxia tecidual e morte), sofrimento fetal durante o parto, prematuridade, óbito fetal; • Complicações pulmonares, Síndrome da angústia respiratória, malformações congênitas, hipoglicemia fetal, hipocalcemia, hiperbilirrubinemia, hipomagnesemia, policitemia. Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Diagnóstico do DMG Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Diagnóstico do DMG • Sintomas de diabetes (poliúria, polidipsia, polifagia ou perda de peso inexplicada); • Glicemia casual ≥ 200 mg/dL Ou Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL; • Ou glicemia de 2 horas ≥ 200 mg/dL no TTOG (teste oral tolerância glicose); (TTOG: carga de 75 g de glicose, em jejum, a glicemia é medida antes e 120 min após a ingestão) Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Diagnóstico do DMG Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Avaliação do Estado Nutricional: • Avaliação antropométrica e ganho de peso recomendado: usar os mesmos parâmetros da gestante não diabética; • Avaliação dietética: deve ser detalhada; • Avaliação clínica: presença de enfermidades, sinais e sintomas digestivos; • Avaliação funcional: déficit de nutrientes; • Avaliação sociodemográfica e obstétrica; • Avaliação dos exames complementares. Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Conduta Nutricional: • Objetivo: manter a normoglicemia, favorecendo o nascimento de concepto a termo, vivo, com peso adequado, com menor risco de distúrbios respiratórios e malformações congênitas; • Recomendações energéticas: Cálculo do VET deve ser baseado no peso atual da gestante Gestantes /obesas de difícil controle metabólico: cerca de 24-25kcal/kg/peso atual/dia, mínimo 1800 kcal dia; Gestantes eutróficas: 30kcal/kg/peso atual/dia • Macronutrientes: Efeito dos carboidratos na glicemia: a quantidade total de carboidratos nas refeições é mais importante do que o tipo; CHO 50 a 60% (20-35 gr de fibras) PTN 10 a 20% (adicional diário de 10 gr) LIP < 30% Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Conduta Nutricional: Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Conduta Nutricional: Recomendações de vitaminas e minerais • Sódio: não deve ser restrito, orientar de acordo com a pressão arterial; • Ácido fólico: prevenção de doenças tubo neural; • Ferro: seguir mesmas recomendações para gestantes normais; • Estimular o consumo de antioxidantes: Vitaminas A, C e E, e selênio→ alto estresse oxidativo no DMG; • Dieta adequada em: potássio, magnésio, zinco e cromo → deficiência desses nutrientes pode agravar a hiperglicemia; • Álcool e cafeína: o consumo de álcool deve ser desencorajado e a ingestão de cafeína deve ser moderada (menos de 300 mg/dia). Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Conduta Nutricional: Índice Glicêmico • Recomendações ainda não estão definidas; • Deve-se evitar o consumo de mais 2 ou 3 alimentos com alto índice glicêmico (IG) na mesma refeição; • Estudos sugerem que a baixa ingestão de fibras na dieta, no período pré-gestacional, está associada ao desenvolvimento do DMG. Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Conduta Nutricional: Lipídeos • Restrição às gorduras saturadas, com preferência aos óleos monoinsaturados, principalmente na hipercolesterolemia; • A utilização do óleo de coco não está definida na literatura para gestação; • As gorduras polinsaturadas, apesar de inflamatórias, têm função estrutural e reguladora. Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Exercícios: • Recomenda-se início ou continuidade da atividade em gestantes sem complicações obstétricas e clínicas • Exercícios: 3x por semana, pelomenos por 20 min.; • Sociedade Brasileira de Diabetes • Sedentárias: iniciar caminhadas regulares e/ou exercícios de baixo impacto; • Praticantes de atividade física: devem manter, evitando exercícios de alto impacto. Nutrição materno-infantil Diabetes gestacional Conduta Nutricional: • Edulcorantes Nutrição materno-infantil Saiba mais - Bibliografia recomendada BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Gestação de alto risco: manual técnico. 5. ed. Brasília, 2012. SAUNDERS, C.; NEVES, E. Q. C.; ACCIOLY, E. Recomendações nutricionais na gestação. In: ACCIOLY, E.; SAUNDERS, C.; LACERDA E. M. A. Nutrição em obstetrícia e pediatria. 2. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: Cultura Médica/Guanabara Koogan; 2012, p.127-150.
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