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Contabilidade_ Exame de Suficiência CFC - Aula 07 - Conceitos, classificações e método de custeio

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Contabilidade: Exame de Suficiência CFC 
Aula 07
Conceitos, classificações e método de custeio
Objetivos Específicos
• Aplicar os principais conceitos aplicados à contabilidade de custos, alinhados 
aos princípios fundamentais da contabilidade aplicados a custos.
Temas
Introdução
1 Definições básicas de custos
2 Classificação e nomenclatura dos custos
3 Princípios contábeis aplicados a custos
4 Métodos de Custeio
5 O propósito do uso dos métodos de custeio
Considerações finais
 Referências 
Adriano Bezerra
Professor Autor
Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Contabilidade: Exame de Suficiência CFC
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Introdução
A Contabilidade de Custos teve o seu início na Era Industrial, com o surgimento das 
indústrias e a necessidade de colocar um produto no mercado de forma mais competitiva. 
Seu objetivo principal era calcular o custo dos produtos fabricados e podemos citar como suas 
funções: auxiliar no controle, na tomada de decisão, além de fornecer dados para estabelecer 
padrões de produção. 
Ao longo de sua história, os métodos de custeio vêm sendo aprimorados, sempre na 
busca de novas maneiras de se encontrar um sistema que possibilite aos usuários identificar 
não somente os custos incorridos, mas também sua alocação devida. 
Nesta aula, vamos tratar das definições básicas, classificação, nomenclatura, princípios 
contábeis e os métodos de custeio.
Bons estudos!
1 Definições básicas de custos
Segundo Martins (2008), custeio significa apropriar custos. A Contabilidade de Custos 
pode adotar diferentes formas de custeio para a apuração de resultado, sempre buscando 
atender à necessidade do usuário da informação.
Figura 1 – Contabilidade de Custos
Definições
básicas- Custos Diretos- Custos Indiretos
- Despesas
- Custos Fixos
- Custos Variáveis
- Realização
- Competência
- Custo histórico como base de valor
- Consistência
- Conservadorismo
- Materialidade
- Custeio Direto ou Variável
- Custeio Por Absorção (RKW) Custeio
- Baseado em Atividades (ABC)
- Custeio padrão (Por produto)
- Custos por processos
- Gasto
- Desembolso
- Investimento
- Custo
- Despesa
- Perda
- Rateio
Princípios
contábeis
aplicados
a custos 
Método
de custeio 
Classificação
Contabilidade
de custos
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Os termos que compõem a terminologia de custos são basicamente: gastos, desembolso, 
investimento, custo, despesa e perdas. Cada definição é apresentada no quadro a seguir.
Quadro 1 – Definições básicas de custos
Gasto Compra de um produto ou serviço gerando sacrifício financeiro para a empresa (desembolso), representado por promessa ou pagamento em dinheiro.
Desembolso Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço.
Investimento Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro (s) período(s).
Custo Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços.
Despesa É o bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas.
Perda É o bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária.
Rateio É a distribuição proporcional dos custos pelos recursos envolvidos.
Fonte: Adaptado de Martins (2008).
2 Classificação e nomenclatura dos custos
Segundo Martins (2008), no sistema de custos é muito importante saber fazer a 
diferenciação entre custos e despesas. A seguir, é apresentada a classificação dos custos.
• Custos diretos 
São custos que estão relacionados diretamente com uma unidade de produto. Seriam, 
por exemplo: a matéria-prima, embalagem, mão de obra, rateio do salário e o período 
de tempo gasto com a unidade que está sendo produzida.
• Custos indiretos
São os custos relacionados com a fabricação e que não podem ser identificados com as 
unidades que estão sendo produzidas. Por exemplo: aluguel de instalação de fábricas, 
depreciação, mão de obra indireta, imposto, seguro etc. 
• Despesas 
São os gastos administrativos, comerciais e financeiros consumidos direta ou indiretamente 
para a obtenção de receitas. Por exemplo: salário (administrativo), comissões de vendas, 
fretes.
• Custos fixos 
São os custos que não se alteram, independentemente do volume de produção da 
empresa. Eles são fixos somente com relação à produção (mesmo não havendo produção), 
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podendo variar em função de outros fatores que não dependam da produção. São custos 
fixos aluguéis da fábrica e serviços de vigilância, por exemplo.
• Custos variáveis 
São os custos que se alteram em função do volume de produção. Eles aumentam à medida 
que a produção aumenta. Os custos variáveis podem ser considerados como custos 
diretos, por variarem proporcionalmente à produção, revenda ou serviços prestados. São 
exemplos: matéria-prima, materiais indiretos consumidos, horas máquinas trabalhadas, 
custo da mão de obra.
3 Princípios contábeis aplicados a custos
De acordo com Martins (2008), os princípios contábeis aplicados aos custos são: 
realização, competência, custo histórico como base de valor, consistência, conservadorismo, 
materialidade. Apresentamos cada um deles a seguir:
Quadro 2 – Princípios contábeis aplicados a custos
Realização Os custos poderão ser somente reconhecidos como despesas (custos das mercadorias vendidas – CMV) no momento da realização das vendas.
Competência Reconhece o gasto no momento que o custo é incorrido, independentemente do seu pagamento. 
Custo histórico 
como base de 
valor
Avalia o estoque pelo seu custo de aquisição. É importante salientar que esse 
princípio faz com que a matéria-prima fique defasada até o momento que for 
consumida. Por lado, outro produto é atualizado na hora da venda.
Consistência As mudanças de critérios nos métodos de custeio podem gerar distorções na comparação dos custos.
Conservadorismo Havendo dúvidas na classificação de determinados custos, deve-se lançar os valores como despesa.
Materialidade Pode-se desconsiderar pequenos valores na totalidade de custos, lembrando que a soma de pequenos valores poderá formar um valor significativo.
Fonte: Adaptado de Martins (2008).
4 Métodos de Custeio
Para Martins (2008), os métodos de custeio são as formas utilizadas de apropriar os 
gastos, avaliar estoques, apurar custos dos produtos vendidos ou dos serviços, controlar 
gastos consumidos durante o período ou individualmente os custos dos produtos ou serviços. 
Os principais métodos de custeio são:
• Custeio direto ou variável
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Considera como custo de produção apenas os custos variáveis incorridos, ou seja, 
entende que os custos fixos, por existirem mesmo que não haja produção, não são 
considerados custo, e sim despesas. As despesas serão encerradas com o resultado do 
período e os estoques finais de produtos acabados ou em elaboração somente conterão 
custos variáveis.
• Custeio por absorção (RKW)
Conhecido pela sigla RKW (Reichskuratorium fur Wirtschaftlichtkeit), aloca todos os custos 
e despesas fixas e variáveis, custos diretos e indiretos aos produtos fabricados. O fato de 
considerar as despesas operacionais como custos faz com que sejam superavaliados os 
estoques, consequentemente prejudicando o resultado das empresas.
• Custeio baseado em atividades (ABC)
Normalmente, esse método é utilizado para empresas de serviços. Baseia-se em alocar 
todos os custos nas atividades que mais impactam o consumo de recursos de uma 
empresa. A lógica desse método está sustentada nas atividades da empresa, de forma que 
se dividem todos os custos, alocando percentuais nas atividades da empresa. Entende-se 
por atividades o conjunto de recursos humanos, tecnológicos, materiais, financeiros na 
produção de bens e serviços.
• Custeio padrão (por produto)
Consiste em separar custos e despesas, apropriar os custos diretos e indiretos à produção 
realizada no período, apurar o custoda produção acabada, do custo dos produtos vendidos 
e apuração do resultado. Nesse método de custeio, as despesas são lançadas diretamente 
no resultado, enquanto que os custos somente no momento da venda (CMV).
• Custos por processos
É o sistema em que os custos são acumulados por processo, ou seja, apurados de acordo com 
cada etapa de fabricação, podendo ser por departamento, centro de custos ou processo. 
Normalmente, são as empresas de produção contínua ou em massa que mais utilizam 
esse método, tais como as indústrias têxteis, de aço, produtos químicos, montadoras de 
automóveis e eletrodomésticos. Para ser utilizado, é necessário que a indústria seja dividida 
em centros de produção e serviços, assim, os custos devem ser acumulados em cada 
departamento, determinará o custo unitário no seu estágio de fabricação, transferindo 
para o próximo centro de custo, o seu custo também será transferido.
5 O propósito do uso dos métodos de custeio
Segundo Martins (2008), o propósito dos custos é servir de base para formação de preços. 
O método de custeio varia de acordo com o objetivo específico da gestão empresarial. Porém, 
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os sistemas de custos, quando estão voltados somente para a avaliação de estoques, acabam 
prejudicando os gestores na tomada de decisões importantes como: projetos sobre novos 
produtos, formação de preço, melhorias operacionais e marketing.
A maioria das pesquisas sobre métodos de custeio tem se concentrado basicamente nos 
métodos de custeio por absorção, variável e baseado em atividades, que são definidos a seguir.
• Método de custeio por absorção: é o mais utilizado e aceito pela legislação do imposto 
de renda no Brasil, pela facilidade de ser implementado e o baixo custo. A maior 
desvantagem apontada desse método é a arbitrariedade do rateio dos custos indiretos.
• Custeio variável: é o mais utilizado em análises gerenciais, porém esse método não é 
aceito na legislação do imposto de renda.
• Custeio em atividades: é o segundo mais utilizado, pois possibilita a identificação 
de quais atividades estão consumindo mais recursos no processo produtivo, 
possibilitando, dessa forma, maior controle.
Vale acrescentar que nenhum método é perfeito e atenderá a todos os requisitos da 
empresa, resolvendo seus problemas. Cabe a cada empresa adotar aquele que mais atenda 
às suas necessidades. Salienta-se que se pode utilizar métodos paralelos como modo 
comparativo na gestão de custos.
Considerações finais
A Contabilidade de Custos auxilia o gestor a saber qual é (ou será) o ponto de equilíbrio 
entre a produção e as vendas. De posse dessas informações, ele pode definir suas metas 
de vendas, suas despesas e o resultado esperado de forma concreta e objetiva. É muito 
importante que se conheça os custos, para que se possa apropriá-los e utilizar um método 
mais adequado de custeio à empresa.
A definição de um método de custeio deve ser analisada caso a caso. Cada empresa deve 
levar em consideração vários fatores para a definição de seu método de custeio, tais como: porte 
da empresa, faturamento, grau de informatização, quantidade e linhas de produto fabricado.
O método de custeio adotado pela empresa deve atender às suas reais necessidades para 
que ela possa obter o máximo de retorno financeiro, possibilitando o sucesso de seu negócio.
Até a próxima e bons estudos!
 Referências 
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

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