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Aula 5 - O MÉTODO DELPHI

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AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRATÉGIA DE RUPTURA E 
TRANSIÇÃO SOCIOTÉCNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Giancarlo Leite 
 
 
 
02 
CONVERSA INICIAL 
A humanidade sempre demonstrou preocupação com o futuro, 
especialmente na direção da tentativa de prever e antecipar os acontecimentos. 
Na busca de mudanças e inovações, emergiu uma série de técnicas e ferramentas 
com vistas a orientar as empresas e direcionar seus esforços com respostas que 
possam minimizar as preocupações e antecipar ações ou identificar tendências 
em curso que possam afetar o desempenho das organizações. Como uma técnica 
prospectiva, o método Delphi pode auxiliar a obter essas respostas, apoiando a 
empresa na gestão das informações e na construção do conhecimento que possa 
apoiar as suas decisões e o planejamento de cenários. 
Como ferramenta de projeção, o Delphi está apoiado em grupos de 
pessoas consideradas especialistas em áreas específicas que, uma vez reunidos, 
buscam, se possível, um consenso sobre determinado tema colocado em 
discussão a priori. A participação é voluntária, por escrito, e pode-se primar pelo 
anonimato, para aumentar a chance de as participações serem mais abertas e 
exploratórias. 
CONTEXTUALIZANDO 
A prospecção compreende os estudos exploratórios realizados no presente 
no qual se procura dar direcionamento para o futuro da empresa, através da 
identificação de atores e variáveis que têm o potencial de influenciar positiva e 
negativamente os cenários. A técnica Delphi, objeto de estudo desta aula, visa 
apoiar esse processo a partir da identificação clara de um problema até a 
estruturação das recomendações por parte dos especialistas, que contribuem com 
ideias e opiniões sobre o tema. 
A respeito deste tema, procure responder: 
1. O que significa ou compreende a técnica ou ferramenta Delphi e como ela 
poderia contribuir com sua empresa? 
2. Quais as principais dificuldades que poderiam surgir em um processo de 
implantação da técnica Delphi? 
TEMA 1 – O MÉTODO DELPHI 
Para Cardoso et al. (2005), a análise prospectiva envolve alto grau de 
complexidade e abrangência, pois é necessário um profundo conhecimento do 
 
 
03 
objeto de análise, do seu ambiente, do seu desempenho e das variáveis que 
afetam esse desempenho. Ainda para os autores, o futuro não é uma continuação 
do passado, pois se trabalha com a ideia de “futuros múltiplos e incertos”, sendo 
a projeção do passado uma das possibilidades, em função de possíveis interações 
entre tendências históricas e eventos hipotéticos. 
Figura 1 – Alternativas de construção do futuro 
 
Fonte: Cardoso et al., 2005, p. 64. 
Na visão de Rozados (2015, citando Konow; Pérez, 1990; Linstone et al., 
2002; Vélez; Pareja, 2003), a técnica Delphi nasceu dentro dos denominados 
Métodos de Especialistas – quando se utiliza como fonte de informação um grupo 
de pessoas com elevado conhecimento do assunto em questão – e é normalmente 
utilizada em três condições: 
 nas situações em que não há dados históricos com os quais se possa 
trabalhar; 
 quando o impacto dos fatores externos tem mais influência na evolução do 
tema em questão que o dos internos; 
 se as considerações éticas ou morais dominam as econômicas e 
tecnológicas em um processo evolutivo. 
Para Cardoso et al. (2005), o método Delphi – uma alusão ao oráculo da 
cidade de Delfos, na antiga Grécia –, que tem sido uma das ferramentas mais 
empregadas na realização de estudos relacionados ao futuro das organizações, 
 
 
04 
consiste na consulta a especialistas, de modo a obter respostas que reflitam a 
opinião sobre temas de interesse. 
O referencial que orienta a aplicação de exercícios da técnica Delphi, na 
visão de Caruso e Tigre (2004), é o de buscar a maior eficiência possível no 
processo de obtenção de opiniões de um grupo de especialistas, diminuindo os 
possíveis problemas causados por pessoas com personalidades dominantes ou 
polarização excessiva do processo de interação, que costuma ser frequente em 
painéis presenciais. 
Na visão de Rozados (2015), como a técnica Delphi está baseada na 
interação direta entre as pessoas participantes – os especialistas – que 
normalmente não trabalham juntas ou convivem diariamente, diminui-se ou 
elimina-se alguns inconvenientes, como as interações sociais indesejáveis, e na 
outra ponta aumenta-se a sinergia, essencial para chegar-se a um consenso que 
seja o mais confiável possível. 
Cardoso et al. (2015, p. 67) explicam que a técnica Delphi se converteu em 
uma ferramenta fundamental na área de projeções tecnológicas que busca 
consenso entre opiniões de um grupo de especialistas sobre eventos futuros e 
estabelece três condições básicas: 
 Deve ser assegurado o anonimato dos respondentes, para evitar a 
influência prévia de uns sobre os outros e eventuais 
constrangimentos devido a mudanças de opinião durante o processo; 
 Retorno (feedback) das respostas, para que os especialistas 
possam, conhecendo as opiniões do grupo, reavaliar e aprofundar 
suas visões; e 
 Tratamento estatístico das respostas, para que cada especialista 
possa se posicionar em relação ao grupo. O tratamento estatístico 
também é necessário para que a equipe de coordenação possa 
acompanhar a evolução das respostas em direção ao consenso. 
Assim como outras técnicas ou metodologias prospectivas, com 
experiências já conhecidas e retratadas na literatura, a técnica Delphi se propõe 
a melhorar a capacidade de tomada de decisão, auxiliar na priorização das áreas 
de atuação, melhorar a capacidade de ação e reação frente aos desafios, 
promover o equilíbrio por meio de consenso e da mediação, e melhorar o 
conhecimento e a troca de informações entre os participantes. 
TEMA 2 – ETAPAS E SEQUÊNCIA DO DELPHI 
Como uma metodologia de prospecção ou de antecipação de 
possibilidades futuras, Linstone e Turoff (1975, citados por Caruso; Tigre, 2004) 
sugerem que o uso da técnica Delphi é recomendado quando: 
 
 
05 
 Não há técnica analítica que permita estruturar adequadamente o 
problema; 
 O problema a ser analisado é excessivamente amplo ou complexo de 
modo que não há conceitos, linguagens ou formas de comunicação 
capazes de uniformizar o entendimento dos diversos especialistas 
sobre os temas envolvidos; 
 Devido à amplitude ou complexidade do problema, o número de 
pessoas a serem envolvidas é excessivo para permitir formas diretas 
eficientes de interação entre elas; 
 Existem restrições de tempo ou recursos que não permitem métodos 
estruturados de interação entre os envolvidos; 
 Existem desacordos políticos ou ideológicos entre os envolvidos que 
impedem um processo de comunicação que não seja conflitivo e 
ineficiente; 
 Existe excessiva heterogeneidade social, econômica ou cultural entre 
os envolvidos de sorte que não se consegue evitar dominação por 
parte de alguns grupos sobre os demais. 
De acordo com Sackman (1975, citado por Munaretto; Corrêa; Cunha, 
2013, p. 14-15), o método Delphi – que tem como premissa obter o mais confiável 
consenso de opiniões de um grupo de especialistas, por meio de uma série de 
questionários intensivos, intercalados por feedbacks controlados de opiniões – 
apresenta a seguinte configuração: 
a. O formato é, tipicamente, mas nem sempre, um questionário do tipo 
“papel e lápis”, que pode ser aplicado por via do correio, em uma 
entrevista pessoal ou em uma sessão, interativa ou on-line. A técnica 
básica de apresentação e coleta dos dados é o questionário formal, 
estruturado para cada caso; 
b. O questionário consiste em uma série de itens, utilizando escalas 
semelhantes ou diferentes, quantitativas ou qualitativas, de acordo 
com os objetivos do estudo; 
c. Os itens do questionário podem ser gerados pelo coordenador da 
pesquisa, pelos participantes, ou por ambos; 
d. O questionário é acompanhado por algumas instruções, diretrizes do 
jogo;e. O questionário é aplicado aos participantes em duas ou mais 
rodadas, os participantes respondem aos itens objetivos escalados e 
podem ou não responder às solicitações verbais abertas; 
f. Cada momento de interação é acompanhado por alguma forma de 
feedback estatístico, que, geralmente, envolve uma medida de 
tendência central, alguma medida de dispersão, ou ainda, de 
distribuição de frequência absoluta das respostas de cada item. 
 
 
 
06 
Figura 2 – Etapas para a realização da pesquisa Delphi 
 
Fonte: Munaretto; Corrêa; Cunha, 2013, p. 15. 
Com o objetivo final da busca do consenso, a técnica Delphi apresenta 
como entrega final a compilação das respostas obtidas e apresentação dos 
resultados a partir da definição clara do problema a ser apresentado. 
TEMA 3 – APLICAÇÕES DO DELPHI 
As aplicações das técnicas de prospecção ou projeção do futuro 
denominadas de Delphi – formação da visão por meio da consulta a especialistas 
– incluem uma série de disciplinas, temas, tópicos ou situações, no qual, de forma 
estruturada, são sistematizadas ações controladas visando resultados 
específicos. 
 
 
07 
Para se conduzir um estudo com a utilização da técnica Delphi, segundo 
Wright e Giovinazzo (2000, citados por Scarparo et al., 2012) é necessário 
percorrer as seguintes etapas de aplicação: seleção e contato com os 
participantes; elaboração e aplicação do primeiro questionário; envio do primeiro 
questionário aos participantes; tabulação e análise dos questionários recebidos; 
elaboração e envio do segundo questionário; e assim as etapas se sucedem até 
que haja convergência das respostas ou o nível de consenso seja atingido. 
Segundo Caruso e Tigre (2004), o método Delphi pode ser empregado 
sempre que se busca consenso de especialistas sobre um evento indeterminado, 
sendo que as aplicações práticas mais frequentes incluem: 
 Cenarização econômica e de mudanças sociais 
 Desenvolvimento tecnológico 
 Desenvolvimentos da medicina 
 Processos regulatórios 
 Necessidades sociais futuras 
 Avaliação de orçamentos 
 Soluções de conflitos / guerras 
 Objetivos e metas de programas educacionais 
 Planejamento de currículos 
 Desenvolvimento de critérios de avaliação de alunos 
 Medidas de custo-benefício de programas educacionais 
 Quanto aos problemas, podemos destacar: 
 Painel de respondentes inadequado. O problema é como incluir 
somente especialistas qualificados, com visões globais do problema, 
colaborativos e disciplinados. 
 Ausência de motivação 
 Personalidades dominantes. Este inconveniente é, de certa forma, 
eliminado pelo anonimato 
 Captura dos participantes, quando representam instituições e não a 
visão individual do especialista. 
Espinha (2016) explica quais os cuidados que devem ser tomados na 
aplicação dessa técnica, representando os chamados fatores críticos da 
implantação: 
 possibilidade de receber amostras e tratamento de resultados não 
aceitáveis dentro do padrão estatístico estabelecido; 
 total dependência das respostas dos especialistas; 
 chance de se forçar o consenso para agilizar a tomada de decisão ou não 
impactar no cronograma do projeto; 
 possibilidade de demora na finalização do processo; 
 custo de preparação elevado. 
http://artia.com/blog/serie-como-ser-um-gerente-de-projetos-de-sucesso-aprenda-como-nao-perder-prazos/
http://artia.com/blog/serie-como-ser-um-gerente-de-projetos-de-sucesso-aprenda-como-nao-perder-prazos/
 
 
08 
 A observação da aplicação da técnica Delphi está condicionada aos seus 
fatores críticos de sucesso, levando-se em conta que, como todo processo 
metodológico, este contém vantagens e desvantagens. 
 TEMA 4 – VANTAGENS E DESVANTAGENS 
As vantagens e desvantagens da técnica Delphi estão associadas à 
capacidade de se executar adequadamente e de forma pertinente as etapas que 
são responsáveis pela estruturação do processo de busca do consenso entre os 
envolvidos. Kolb aponta as principais vantagens e desvantagens da técnica 
Delphi: 
Vantagens: 
 possibilidade de realizar previsões mesmo sem dados históricos; 
 em geral, traz um volume muito maior de informações; 
 o uso de questionários e respostas escritas conduz a uma maior 
reflexão e cuidado nas respostas, facilitando o seu registro; 
 o anonimato nas respostas elimina a influência de fatores como 
status acadêmico ou profissional do respondente; 
 outros fatores restritivos da dinâmica de grupo são reduzidos: 
supressão de posições minoritárias, omissão de participantes, 
manipulação política, entre outros; 
 os custos totais são provavelmente menores do que aqueles 
associados à reunião física de um grande grupo de peritos. (Kolb, 
2014a) 
"Desvantagens: 
 excessiva dependência dos resultados na escolha dos especialistas, com 
a possibilidade de introdução de viés pela escolha dos participantes; 
 possibilidade de forçar o consenso indevidamente" (Kolb, 2014b). 
Quadro 1 - Vantagens e Desvantagens da técnica Delphi 
Características Vantagens Desvantagens 
Anonimato 
Igualdade de expressão de 
ideias. O anonimato faz com que 
a interatividade aconteça com 
maior espontaneidade e que 
assuntos críticos ou polêmicos 
possam ser mais bem discutidos 
e apresentados pelos 
participantes. 
Ao responder um 
questionário sozinho, o 
respondente pode não se 
lembrar de tudo que pensa 
sobre o assunto ou pode 
não se ater a pontos sobre 
os quais ainda não refletiu. 
Feedback 
Redução de ruídos. Evita desvios 
no objetivo do estudo. Fixação no 
grupo das metas propostas. 
Pode determinar o sucesso 
ou o insucesso do método. 
 
 
09 
Possibilidade de revisão de 
opiniões pelos participantes. 
Risco de excluir da análise 
pontos de discordância. 
Flexibilidade 
No decorrer das discussões os 
participantes recebem opiniões, 
comentários e argumentações 
dos outros especialistas, 
podendo, assim, rever suas 
posições diante do assunto 
pesquisado. As barreiras 
comunicacionais são superadas. 
Dependendo de como 
serão apresentados os 
resultados e feedbacks, é 
possível que se criem 
consensos, forçados ou 
artificiais, em que os 
respondentes podem 
aceitar de forma passiva a 
opinião de outros 
especialistas e passar a 
defendê-las. 
Uso de especialistas 
São formados conceitos, 
julgamentos, apreciações e 
opiniões confiáveis a respeito do 
assunto. 
Possibilidade de obter 
consenso de forma 
demasiado rápida. 
Consenso 
Sinergia de opinião entre os 
especialistas. Identificação do 
motivo de divergência de opinião. 
Risco de criar um consenso 
artificial. 
Interatividade 
A interatividade foge de uma 
conjuntura hierárquica, pois 
formata as respostas e, em 
seguida, faz com que elas sejam 
partilhadas. Adequação das 
respostas, pois tende a excluir 
excentricidades que estejam fora 
do contexto solicitado. 
Aprendizado recíproco entre os 
respondentes. 
Rodadas interativas 
realizadas em rede são 
apontadas como 
desvantagens por críticos 
ao método. Apesar de 
tornar o processo mais 
rápido e menos oneroso, o 
sincronismo possibilitado 
pela internet, contraria o 
benefício de obter 
respostas mais elaboradas. 
Fonte: Adaptado de Oliveira; Costa; Wille; Marchiori, 2008, citados por Munaretto; Corrêa; Cunha, 
2013. 
TEMA 5 – CONFIANÇA E VALIDADE NO MÉTODO DELPHI 
 A palavra confiança indica o nível com o qual se estabelece uma relação 
pautada na credibilidade entre as partes envolvidas, no qual predomina a 
sinceridade e a lealdade. A validade está relacionada com o ato de validar, testar, 
conferir a qualidade e as características de algo, um produto, um serviço ou uma 
empresa. A validade e a confiança no método Delphi estão relacionadas com a 
exatidão em relação às informações apresentadas nos resultados finais, em 
 
 
010 
relação ao quanto estas são confiáveis e válidas em termos de possibilidades de 
uso futuro por parte da organização, para tomada dedecisão, gestão ou 
planejamento. 
Linstone e Turoff (2002, p.3, citados por Martins, 2013) referenciam que o 
método Delphi serve para estruturar o processo de comunicação do grupo e 
simultaneamente permitir uma maior eficácia, perspectivando um conjunto de 
individualidades como um todo, de forma a lidar com problemas complexos. A 
confiança na técnica Delphi deve refletir-se nos procedimentos adotados de coleta 
de dados, estendendo-se em relação às pessoas participantes, às experiências 
de cada um, à clareza e à natureza do problema sob investigação, que se refletem 
no aumento da credibilidade em relação ao método. 
Neste sentido, Nworie (2011, p. 27) indica que vários investigadores têm 
frequentemente utilizado a técnica de Delphi para definir políticas, metas e 
objetivos, prever tendências, explorar os papéis emergentes e responder a 
diferentes questões de pesquisa. Seguindo essa percepção de compreensão dos 
critérios de confiança e validade, Cardoso et al. (2005) relatam uma experiência 
que incluiu a realização de um estudo prospectivo da cadeia produtiva da 
construção civil, setor habitacional, conduzido em duas etapas – diagnóstico e 
prognóstico –, que envolveu as seguintes atividades: 
 A modelagem da cadeia como sistema industrial, por meio de elos 
sucessivos e interligados, os quais agregam transformações e valor ao 
produto, até o elo final, que é o do consumidor. 
 A segmentação de cada elo e os fluxos de materiais e de capitais na cadeia 
produtiva. 
 A análise do ambiente institucional e organizacional, que envolve a cadeia 
produtiva. 
 A análise de desempenho da cadeia produtiva e a identificação de fatores 
críticos à melhoria do seu desempenho, a partir dos critérios de equidade, 
qualidade, eficiência, competitividade e sustentabilidade. 
Na aplicação da técnica Delphi ocorre algo semelhante a um processo de 
terceirização – neste caso totalmente controlada –, na tentativa de se chegar a 
uma conclusão mais rigorosa e profunda, com recomendações sobre as 
mudanças que são necessárias de serem colocadas em prática. 
 
 
 
011 
FINALIZANDO 
No início desta aula, foi proposta uma reflexão: 
1. O que significa ou compreende a técnica ou ferramenta Delphi e como ela 
poderia contribuir com sua empresa? 
2. Quais as principais dificuldades que poderiam surgir em um processo de 
implantação da técnica Delphi? 
As respostas para as questões para reflexão propostas são: 
1. De acordo com Sackman (1975, citado por Munaretto; Corrêa; Cunha, 
2013), o método Delphi – que tem como premissa obter o mais confiável 
consenso de opiniões de um grupo de especialistas, por meio de uma série 
de questionários intensivos, intercalados por feedbacks controlados de 
opiniões – apresenta a seguinte configuração: 
2. Espinha (2016) explica quais os cuidados que devem ser tomados na 
aplicação dessa técnica, representando os chamados fatores críticos da 
implantação: 
 possibilidade de receber amostras e tratamento de resultados não 
aceitáveis — dentro do padrão estatístico estabelecido; 
 total dependência das respostas dos especialistas; 
 chance de se forçar o consenso para agilizar a tomada de decisão 
ou não impactar o cronograma do projeto; 
 possibilidade de demora na finalização do processo; 
 custo de preparação elevado. 
 
 
http://artia.com/blog/serie-como-ser-um-gerente-de-projetos-de-sucesso-aprenda-como-nao-perder-prazos/
 
 
012 
REFERÊNCIAS 
CARDOSO, L. R. de A. et al. Prospecção de futuro e Método Delphi: uma 
aplicação para a cadeia produtiva da construção habitacional. Ambiente 
Construído, Porto Alegre, v. 5, n. 3, p. 63-78, jul./set. 2005. Disponível em: 
<https://www.researchgate.net/profile/Orestes_Goncalves/publication/238104873
_Prospeccao_de_futuro_e_Metodo_Delphi_uma_aplicacao_para_a_cadeia_pro
dutiva_da_construcao_habitacional/links/00b49539e4dbbc5a47000000/Prospecc
ao-de-futuro-e-Metodo-Delphi-uma-aplicacao-para-a-cadeia-produtiva-da-
construcao-habitacional.pdf>. Acessado em: 1 mar. 2018. 
CARUSO, L. A. C.; TIGRE, P. B. Oficina Internacional del Trabajo: Modelo 
SENAI de Prospecção. Documento Metodológico. Papeles de La Oficina Técnica. 
Montevideo, 2004. 
ESPINHA, R. G. Série Ferramentas de Gestão de Projetos: Técnica de Delphi. Artia, 21 
set. 2016. Disponível em: <http://artia.com/blog/serie-ferramentas-de-gestao-de-
projetos-tecnica-de-delphi/>. Acesso em: 20 jan. 2018. 
KOLB, J. J. Vantagens Técnica Delphi. Compartilhando, 10 ago. 2014. 
Disponível em: <http://jkolb.com.br/vantagens-tecnica-delphi/>. Acesso em: 1 
mar. 2018. 
______. Desvantagens Técnica Delphi. Compartilhando, 10 ago. 2014. 
Disponível em: <http://jkolb.com.br/desvantagens-tecnica-delphi/>. Acesso em: 1 
mar. 2018. 
MARTINS, D. M. dos S. Um estudo para a identificação das áreas de 
investigação em ensino a distância consideradas prioritárias em Portugal. 
225 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Lisboa, Lisboa, 
2013. Disponível em: 
<http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/10227/1/ulfpie044899_tm.pdf>. Acesso 
em: 1 mar. 2018. 
MUNARETTO, L.; CORRÊA, F. H.; CUNHA, L. J. A. C. da. Um estudo sobre as 
características do método Delphi e de grupo focal, como técnicas na obtenção de 
dados em pesquisas exploratórias. Revista de Administração da UFSM, Santa 
Maria, v. 6, n. 1, p. 09-24, jan./mar. 2013. Disponível em: 
<https://periodicos.ufsm.br/reaufsm/article/view/6243/pdf>. Acesso em: 1 mar. 
2018. 
 
 
013 
ROZADOS, H. B. F. O uso da técnica Delphi como alternativa metodológica para 
a área da Ciência da Informação. Em Questão, Porto Alegre, v. 21, n. 3, p. 64-86, 
set./dez. 2015. Disponível em: 
<http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:dvpdWOdktTEJ:seer.
ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/download/58422/36043+&cd=6&hl=pt-
BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 1 mar. 2018. 
SCARPARO, A. F. et al. Reflexões sobre o uso da técnica Delphi em pesquisas 
na enfermagem. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, Fortaleza, v. 
13, n. 1, p. 242-251, 2012. Disponível em: 
<http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:hI7gV5OLloMJ:www.r
evistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/download/36/31+&cd=22&hl=pt-
BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 1 mar. 2018.