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Fisiologia Cardíaca “O coração como uma bomba” Frequência cardíaca de um bebê: 100 a 120 batimentos por minuto; O coração é dividido em quatro câmaras: 1) Átrio Direito 2) Átrio Esquerdo 3) Ventrículo Direito 4) Ventrículo Esquerdo OBS! Em pessoas normais, os átrios não se comunicam entre si, assim como os ventrículos também não se comunicam. Porém, existe uma condição em que isso pode acontecer, que seria a comunicação interatrial ou a interventricular. A interatrial é menos mal, tem gente adulta que tem e nem sabe, vai descobrir quando faz um ecocardiograma, a interventricular é um pouquinho mais complicada (ambas serão comentadas mais a frente). Caminho do sangue: O sangue vai chegar no coração por meio das veias cavas para o átrio direito. Daqui o sangue vai para ventrículo direito. Do ventrículo direito ele vai jogar sangue para o pulmão. O sangue que chega ao coração é venoso, pouco oxigenado, então é interessante que a gente faça uma lavagem do CO2 e coloque O2 no lugar. Ai depois do pulmão o sangue oxigenado vai para o átrio esquerdo e segue para o ventrículo esquerdo. OBS! A artéria pulmonar, diferente das outras artérias do corpo, carrega sangue VENOSO para o pulmão. Do mesmo modo, a veia pulmonar, diferente das outras veias do corpo, carrega sangue ARTERIAL para o coração. OBS 2! Da própria AORTA, saem ramos CORONÁRIOS que irão irrigar a parede do coração. Infarto agudo ao miocárdio: -Causa: interrupção nesse sistema, ou seja, o musculo do próprio coração deixou de receber oxigênio, e ai se ficar sem receber oxigênio por alguns minutos esse músculo começa a morrer, e vai deixar de funcionar. -Se pegar uma área muito grande: a pessoa pode ter um infarto fulminante e morrer na hora. Monizy Moreira- T3 -Se pegar áreas menores, mais focais, principalmente áreas atriais, a pessoa vai viver. OBS! São essas condições que indicam se o infarto foi fulminante ou não. Estruturas que garantem o sentido da fluidez: -Esse sentido é garantido pelas VALVAS, e elas podem ser de dois tipos: 1) Atrioventriculares (Tricúspide e Mitral): separa átrio de ventrículo. 2) Semilunares: separa o VD da árteria pulmonar esquerda e o VE da árteria aorta. OBS! Quem sustenta as valvas: CAPILARES. -Função: garantir a direção do fluído. Qual ventrículo que faz mais força para garantir sangue para a circulação pulmonar: VENTRÍCULO ESQUERDO (camada muscular mais espessa), já que esse precisa jogar sangue para o resto do corpo inteiro. Sistema porta: ocorre quando tem dois leitos capilares sem passar pelo pulmão ou pelo coração. Primeiro o sangue passa por uma rede de capilares e, antes de chegar no coração, ele passa por outra rede de capilares. dividindo os átrios e os ventrículos nós temos um anel fibroso aqui que ele tem uma função importante principalmente na condução elétrica cardíaca, que a gente vai ver lá na frente, certo? Conduzir eletricidade com fibra é difícil, a fibra não é uma boa condutora. Só que é importante a gente ter essa dificuldade de condução nesse local específico. Anel Fibroso: divide os átrios e os ventrículos e tem como função, principalmente, a condução elétrica cardíaca. OBS! Conduzir eletricidade com fibra é difícil, porém é importante ter essa dificuldade de condução nesse local. Propriedades do Músculo Cardíaco: 1- Excitabilidade: respondem a estímulo; 2- Contratilidade: contração em resposta a estímulo; 3- Automaticidade: conseguem gerar seu próprio impulso elétrico. OBS! É por isso que se você tirar o coração do animal e jogar em cima de uma mesa mesmo sem ter sistema nervoso central nenhum ali, ele vai continuar batendo. OBS 2! Ele é autônomo até certo ponto, ele pode ser regulado, ele pode diminuir de frequência e aumentar de frequência. Quem faz essa regulação a gente já viu. O autônomo simpático e parassimpático. Mas se você não tiver atividade de nenhum dos dois, o coração continua batendo. 4- Condutividade: conduz impulso elétrico. OBS! Essa condução é tão boa que lembra neurônio, só que não é neurônio, todas as células do coração são células cardíacas (cardiomiócitos), só que tem umas que são mais especializadas em conduzir o impulso e outras mais especializadas em contrair, mas é tudo célula cardíaca, nenhuma é neurônio. Demonstração dos cardiomiócitos: Diferente do musculo esquelético, que uma mesma célula tinha vários núcleos, a célula cardíaca só tem um núcleo, no entanto ela também tem um aspecto estriado, então morfologicamente ela lembra muito um musculo esquelético. A junção comunicante: é tão rápida a comunicação, é uma sinapse elétrica, é quase como se todas as células se contraíssem juntas. Então as células cardíacas elas conseguem contrair quase todas juntas, e isso só é possível porque tem essa sinapse elétrica que garante essa velocidade de condução do potencial. O potencial de ação do miocárdio: -Não tem hiperpolarização, porém possui uma fase diferencial (2), chamada de PLATÔ. A DESPOLARIZAÇÃO acontece por conta da abertura dos canais de sódio, entra sódio na célula. Canal de sódio é canal rápido, ele é tanto rápido para abrir, quanto é rápido para inativar, aí eles abriram, despolarizou, os canais de sódio se inativaram e começa a ter uma queda. Mas o que é responsável pela fase de PLATÔ em que o potencial continua caindo como nós vimos antes? Cálcio. O cálcio começa a entrar e aí a célula se mantem mais ou menos positiva e termina. Depois o canal de cálcio fecha também e o canal de potássio contribui para esse potencial como esta. E aí a fase 3 seria REPOLARIZAÇÃO. Então o principal responsável é sódio, cálcio e agora são os canais inativados tanto de sódio que já estava inativado tanto quanto o de cálcio, e os de potássio abertos começam a sair potássio. Acoplamento Excitação-Contração: -Isso nada mais é do que um pedaço da célula cardíaca, com um sarcolema, o já conhecido túbulo T e o reticulo sarcoplasmático, cujo seu interior é repleto de cálcio, que é necessário para a contração muscular. Diferença da célula muscular cardíaca para a célula muscular esquelética: A grande diferença entre a célula cardíaca e a esquelética é que na cardíaca existem canais de cálcio na membrana plasmática, bem como de sódio. Já as células do músculo esquelético não possuem canais de cálcio na membrana, apenas de sódio (acetilcolina). O cálcio utilizado na contração dele provém inteiramente do interior da própria célula (retículo sarcoplasmático). Para haver a contração do músculo cardíaco é necessária a liberação de cálcio pelo retículo. Para contração cardíaca é necessária a entrada de sódio do meio extracelular. Quando os canais de sódio abrem, ocorre a DESPOLARIZAÇÃO e os canais de cálcio também são abertos. Então, ocorre o influxo de cálcio (do meio extra para o intracelular), o qual vai para o retículo sarcoplasmático, o qual vai liberar ainda mais cálcio. Esse é um exemplo de liberação de cálcio por cálcio - mecanismo de 2° mensageiro, representado pelo cálcio, que é o que ocorre no coração. Deve-se entrar cálcio para que haja a liberação de mais cálcio. Então, o cálcio vai se ligar à troponina, desencadeando todo o processo de contração que ocorre no músculo esquelético (estudado anteriormente). Para que o músculo relaxe, o cálcio precisa se desprender da troponina e um dos destinos que ele toma após esse desprendimento é voltar para o próprio retículo. No entanto, como a concentração de cálcio sempre é maior no retículo, esse retorno é feito por transporte ativo, através de uma bomba de cálcio, que utiliza ATP para realizar sua função. Contudo, voltar para o retículo não é o único destino do cálcio. Já que entrou cálcio do meio extracelular, essa substância também vai voltar para essa área. Isso ocorre, sobretudo, por dois meios: (1) pela bomba de cálcio (pela qual só passa cálcio) e (2) pelo trocador sódio-cálcio. Também há o trocador potássio-cálcio, masos dois anteriores são mais importantes. Importância de entender essas trocas: Uma das formas de tratar um paciente acometido por insuficiência cardíaca (coração insuficiente para realizar as ações que precisa desempenhar/ que contrai menos do que deveria) é bloqueando a atuação de uma dessas bombas de cálcio. Caso isso seja feito, o cálcio não conseguirá sair da célula, se ligando a troponina e aumenta a contração do coração. Então, pode-se receitar um bloqueador de bomba de cálcio para um insuficiente cardíaco, com o intuito de que o coração desse indivíduo contraia mais e faça mais força. Divisões funcionais: Coração direito x Coração esquerdo: Funcionalmente, pode ser dito que há dois corações, direito e esquerdo, resultado pelas diferenças de pressão, sendo o coração ESQUERDO com maior pressão Ventriculo Esquerdo: aproximadamente 80 mmHg; Atrio esquerdo: aprox. 0mmHg Ventriculo Direito: aprox.. 8 mmHg; Atrio direito: aprox. 0mmHg OBS! A pouca, ou nenhuma, contração nos átrios infere que o sangue apenas entra na câmara cardíaca sem nenhum esforço. A diferença funcional é gritante e, por isso, fisiologistas fazem essa divisão. Contração sincício atrial x Contração sincício ventricular -As câmaras “batem” simultaneamente, os dois ventrículos ao mesmo tempo, assim como os átrios. -Tem-se a contração dos dois átrios ao mesmo tempo, e depois, dos dois ventrículos aos mesmo tempo. Por isso que a gente define também em sincício atrial e sincício ventricular. Análise gráfica: 1º A-B Enchimento ventricular (quando o ventrículo está relaxado (diástole): aumento de volume, mas sem alteração de pressão OBS! A diástole cessa em B, onde tem-se o VDF (Volume que está no ventrículo ao final da diástole – Volume Diastólico Final) 2º A'-B Átrio contrai, por isso aumenta o volume do ventrículo e a sua pressão 3º B-C: Ocorre a contração isovolumétrica (não muda o volume, mas aumenta a pressão) para que haja um fechamento da valva atrioventricular bicúspide 4º C: Abre valva aorta 5º C-D Ocorre a sístole (contração do ventrículo): O volume diminui 6º D: Final da sístole OBS! Mesmo a contração sendo eficaz, ainda fica sangue no ventrículo. Por isso, nesse ponto D tem-se o VSF (volume do ventrículo no fim da sístole – Volume Sistólico Final). O volume que saiu do coração (débito/volume sistólico) é a diferença entre VDF e VSF > DS: VDF – VSF Levando em consideração o gráfico: DS: 135-65= 70 ml (sai 70 ml do ventrículo esquerdo em apenas 1 sístole) (a cada batimento libera 70 ml). Pode-se transformar esse valor de ml para porcentagem. O valor de DS em % é chamado de Fração de Ejeção. Quantos % saiu do que tinha no coração no fim da diástole (VDF)? Você pode descobrir isso através de uma regra de três: VDF = 100%; DS = X 135 ml - 100% 70 ml - X X= (aproximadamente) 52%. Ou seja: A fração de ejeção foi de 52% OBS! A Fração de Ejeção é considerada normal acima de 55 Hemodinâmica: Volume Diastólico Final (VDF): volume dos ventrículos no fim da diástole (~130ml); Volume Sistólico Final (VSF): volume que resta nos ventrículos ao fim da sístole (~60ml) Débito Sistólico (DS) ou Volume Sistólico (VS): diferença entre o VDF e o VSF DS= VDF – VSF Fração de ejeção: -Porcentagem do VDF que é ejetado no Ventrículo Esquerdo; -Considerada normal acima de 55%. OBS! No eletrocardiograma é calculado quanto o coração está ejetando. Infarto agudo do miocárdio: tem insuficiência cardíaca; eletrocardiograma pode calcular uma fração de ejeção de 30%, fração de ejeção de 28%. Diferença entre débito cardíaco para débito sistólico ou volume sistólico -Volume sistólico é o volume de sangue que sai em uma batida. -Débito cardíaco é o quanto de sangue que sai numa unidade de tempo; é o quanto de sangue que sai do coração em 1min. DC= VS x FC OBS! só aumentando a frequência cardíaca, sem nem mexer no volume sistólico, aumenta a quantidade de líquido liberado. Conceito de pré-carga e pós-carga: Pré-carga: seria justamente o grau de pressão que a parede do ventrículo tem quando ele recebe todo o sangue daquele ciclo cardíaco, ou seja, quando a sístole acaba, tem uma certa tensão de parede ali, por conta da pressão que é exercida lá no ventrículo, então no final dessa diástole, esse valor/tensão, a gente chama de pré-carga. Pós-carga: seria justamente a tensão gerada pelas paredes para conseguir expulsar esse sangue. Então a pré-carga é a tensão quando acaba a diástole e a pós-carga é a tensão que ele tem que fazer pra conseguir expulsa/ejetar aquele sangue que está dentro do ventrículo. -Como é que calcula essa pressão diastólica: O ideal seria colocar o catéter no ventrículo e ver como é que está a pressão lá dentro, e a pós-carga geralmente é igual a pressão arterial de saída do ventrículo, justamente a tensão que foi exercida para cuspir aquele sangue. Então, o bombeamento cardíaco precisa ser regular, porque as nossas necessidades “sentada” é diferente da necessidade “de pé”, da necessidade “deitada” e da necessidade “correndo”. Regulação do coração: Temos dois meios principais de controle do bombeamento cardíaco: 1- EXTRÍNSECO (fora do coração, que já foi discutido – SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO); 2- INTRÍNSECO (local, NO CORAÇÃO – que é o MECANISMO DE FRANK-STARLING). - Frank-Starling percebeu que, colocando uma quantidade maior de sangue no coração, quando ele contraia, expulsava mais sangue também. Ou seja, QUANTO MAIOR A PRÉ- CARGA, MAIOR A PÓS-CARGA. O aumento do volume: vai deixar os filamentos grossos e finos do coração numa posição mais próxima da ideal, por isso consegue gerar mais força. Isso não é certeza. (NO SLIDE: Se dá devido a um posicionamento mais próximo do ideal dos filamentos de actina e miosina; e pelo aumento da FC gerada pela distensão da massa atrial) Aumento de força: quando aumenta o volume, o miocárdio distende e fica mais próximo dessa situação ideal (comprimento ideal), e acaba gerando mais força de contração. Essa é uma das possíveis explicações para esse mecanismo. (NO SLIDE: Quanto maior for a distensão do miocárdio, maior será a força de contração) -Além do posicionamento, quando chega mais sangue no coração, inicialmente pelo átrio direito (onde tem uma estrutura muito importante, que gera o batimento cardíaco, que é o NÓ SINO ATRIAL) – e essa distensão do nó sino atrial pode AUMENTAR essa frequência de disparo, além de aumentar força, aumenta também freqüência. OBS! Quando se fala de aumento de frequência cardíaca: é o efeito cronotrópico do coração. OBS 2! Quando se fala em aumento de força do contração: é o efeito inotrópico (volume sistólico). Sistema Nervoso Autônomo: Quanto mais ondas R, significa que teve mais SÍSTOLE. Então, no simpático, o coração bate mais rápido do que no parassimpático. Quem estimula o coração: SNA simpático. OBS! Tanto o SIMPÁTICO como o PARASSIMPÁTICO estão jogando neurotransmissores na região do átrio direito, no NÓ SINOATRIAL (que é quem gera a freqüência cardíaca) – é conhecido como marcapasso natural do coração. OBS 2! O acelerador do coração é o SIMPÁTICO. Se fizer um estímulo simpático, a gente tem um aumento da frequência cardíaca, gerando um aumento do débito cardíaco. OBS 3! Quem vai desacelerar é o SNA parassimpático. OBS 4! O coração é “empoderado”, ele bate se ele quiser e ele que gera o próprio batimento, mas ele pode receber estimulação através do SNA simpático ou parassimpático. -O neurônio parassimpático secreta o que na segunda sinapse? Acetilcolina. Então a acetilcolina vai se ligar aos receptores colinérgicos muscarínicos, quando há essa ligação no nó sinoatrial, há o aumento do efluxo de potássio, saída de potássio, e diminui a entrada de cálcio. Se há o impedimento da entrada de cálcio e a expulsão de potássio, a célula HIPERPOLARIZA, pois fica cada vez mais negativo dentro da célula, pois está saindo íonspositivos e não está entrando íon positivo. Se a célula está hiperpolarizada, é mais difícil de se gerar um potencial de ação, então ocorre a DIMINUIÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA, pois as células do nó sinoatrial vão disparar menos, por estarem hiperpolarizadas. -O neurônio simpático secreta o quê? Noradrenalina, que vai aumentar a entrada de sódio e de cálcio ao se ligar com os receptores adrenérgicos Beta1. Então vai haver a situação inversa, ou seja, vai deixar a célula excitada, AUMENTANDO A FREQUÊNCIA CARDÍACA de DESPOLARIZAÇÕES. EM SUMA: Excitação cardíaca: O nó sinoatrial ou sinusal é quem inicia o processo, pois é ele quem gera o próprio batimento por ser auto excitável, é justamente por isso que o coração consegue bater fora do corpo, e o nó sinusal irá mandar a informação para outro nó, o nó atrioventricular, no nó AV irá acontecer algo importante, depois vai passar por um feixe, chamado de feixe de His, que se distribui em dois ramos, direito e esquerdo, e vai chegar aqui nessas fibras, fibras nó ou nodo sinoatrial ou sinusal, vai passar essa informação para o outro nó, que é o átrio ventricular por meio das fibras que ficam entre os nós, são chamadas de vias bifenoidais. Ai depois fascículo átrio ventricular (feixe de His), ramos do fascículo e fibras de Purkinje. OBS! Se por acaso tiver um problema e o o nó sinoatrial não tiver funcionando, o que é que vai acontecer? O no átrio ventricular vai tomar a frente. Qual é a diferença? Se não tiver atividade nenhuma, a frequência de disparo nessas células aqui é aproximadamente 70x por minuto. Se por acaso tiver um infarto, morreu essas células, ai vai ser esse aqui que vai disparar, só que a frequência de disparo dele é menor, entre 40, 45x por minuto. Então a frequência cardíaca vai ficar bem menor. Se o marca-passo natural não está funcionando, vai na farmácia e compra um marca-passo novo. Análise gráfica: Há dois gráficos de potencial de ação: -Em vermelho está sendo mostrado um potencial de ação, e em verde, outro. Isso aqui é o potencial de ação das células contráteis. Esse potencial de ação aqui, perceba que não está com as mesma fases do outro, mas esse potencial aqui também é um potencial do coração, mas onde é que ta esse potencial? Nas células do nó sinoatrial, células que conduzem o impulso, então elas se contraem. Qual a diferença de cara que a gente vê do gráfico vermelho, para o verde: Além da frequência maior, o potencial de repouso aqui é -90 aproximadamente. Qual das duas células é mais fácil de excitar, a vermelha ou a verde: A vermelha, porque é menos trabalhoso botar essa célula daqui pra cá. E ainda, como se não fosse suficiente, pesquisadores demonstraram que existe uma corrente constante aqui de íons sódio e íons cálcio, e ninguém sabe dizer porque, que fica entrando sódio e cálcio o tempo todo nessas células. Justamente por ser uma coisa muito curiosa, eles acharam essa corrente engraçada e deram o nome de corrente “funny”. Então realmente existe o canal funny de sódio e canal funny de cálcio. Como é que a gente vê isso? Percebe que o repouso dele nunca ta reto, porque quando chega perto do repouso ela já começa a despolarizar, porque entra sódio e cálcio e justamente por esse repouso ser próximo ao limiar de excitabilidade, é que essas células conseguem sozinhas serem empoderadas ao ponto de gerar o próprio potencial, ou seja, são células auto excitáveis, células marca passo. Por isso que o coração fora do corpo não para, porque essa corrente fica rolando lá e ninguém sabe como. A sequência de despolarização começa aqui. Nó sinoatrial, vai descendo, vai ganhando a massa atrial até o ponto em que chega no nó átrio ventricular. Aqui acontece uma coisa muita importante. Essa passagem aqui é rápida pra caramba por conta das junções comunicantes, isso faz com que o coração contraia um sincício. Mas a gente tem dois sincícios cardíacos: o atrial e o ventricular. Isso significa que um sincício contrai antes do outro. É importante que não seja tudo de uma vez, pra não voar sangue pra todo lado, contrair uma parte primeiro e depois a outra. Quem é que garante essa diferença de ativação? Se a gente der um zoom aqui, vemos o nó átrio ventricular, as vias interlocais estão cortadas e o nó sinoatrial ta engrandecido. Olha o nó sinoatrial estaria aqui em cima, como está aparecendo intermodal e o nó átrio ventricular. O que é que tem de diferente nesse nó átrio ventricular? Primeiro que tem poucas junções comunicantes comparado ao nó sino atrial, ou seja, a distribuição vai ser mais lenta do que lá em cima. Então isso já gera um atraso. Além disso, tem um anel fibroso ali embaixo do sincício atrial que separa átrio de ventrículo, e passar eletricidade por fibra, sendo que fibra não é uma boa condutora elétrica, então atrasa também. Olha só a diferença: para o sinal sair lá do nó sino atrial e chegar até aqui, leva 0,03 segundos. Para sair de lá de cima e chegar aqui e depois chegar aqui leva 0,12 segundos. Ou seja, esse espacinho daqui para cá leva 0,09 segundos. Um espaço desse de passagem muito menor do que o que foi percorrido antes e mesmo assim demanda mais tempo, por que as junções não são comunicantes e tem esse tecido fibroso aqui oh. E isso faz com que os átrios contraiam primeiro e tem esse pequeno leque para fazer com que o ventrículo contraia depois, e ainda bem que é assim pois o sangue vai para o lugar que tem que ir. Depois que passa para cá a condução fica superrápida. Então quando passa para cá, continuando, chegou no septo interventricular, feixe de His e ramo direito e esquerdo. E depois daqui dá uma subida justamente pelas fibras de Purkinje, finalmente ganhando os ventrículos. Essa partizinha aqui são muito rápidas. As fibras de Purkinje são mais calibrosas e, apesar de ser uma distância muito maior, por serem calibrosas elas passam com muita velocidade. Sistema de Purkinje: fibras super calibrosas que transmitem o impulso rapidamente, também tem muito mais junção comunicante do que no nó átrio ventricular. Portanto, o tempo de condução dos ramos até as extremidades é só 0,3 segundos, ou seja, aproximadamente daqui até chegar ao final é só 0,03 enquanto só nesse pontinho aqui foi 0,09 segundos.
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