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Exemplo 1: Calcule o volume do sólido que está acima do quadrado R = [0,2] x [0,2] e abaixo do paraboloide z = 16 – x2 – y2. Solução: O volume de um sólido limitado superiormente pelo gráfico de uma função f(x,y), lateralmente por uma região R e abaixo pelo plano xy é dado por R dA)y,x(fV . Assim, como R é um quadrado R = {(x,y) | 0 < x < 2, 0 < y < 2}, esta integral dupla pode ser calculada facilmente por uma integral iterada, sendo que tanto faz a ordem de integral, pois os limites de x e y são independentes da outra variável. Assim, .v.u 3 160 3 16 3 176 3 x 2 3 x88 dxx2 3 88 dx 3 8 x232 dx 3 y yxy16dxdyyx16dAyx16V 2 0 32 0 2 2 0 2 2 0 2 0 3 2 2 0 2 0 22 R 22 Exemplo 2: Calcule R dA)y2x( onde R é a região limitada pelas parábolas y = 2x2 e y = 1 + x2. Solução: As parábolas são desenhadas a partir de suas raízes, quando existem. A parábola y = 2x2 tem uma única raiz em x = 0. Este será o vértice da parábola e ela tem concavidade para cima, pois o coeficiente de x2 é positivo. A parábola y = 1 + x2 não tem raízes reais. Portanto, seu vértice é obtido calculando-se sua derivada e igualando- se a zero, para determinar o valor de x, e substituindo-se este valor na equação para determinar o y do vértice. Assim, y’ = 2x = 0 x = 0 e y = 1 + 02. Assim, o vértice será (0,1) e concavidade é para cima, pois o coeficiente de x2 é positivo. Para determinar as intersecções das curvas fazemos 2x2 = 1 + x2, resultando x = 1 ou x = -1. A região R está inscrita na faixa vertical –1 < x < 1, pois essas são as abscissas dos pontos de intersecção das duas parábolas e podemos escrever R = {(x,y) | –1 < x < 1, 2x2 < y < 1 + x2}. Assim, calculamos a integral dupla através das seguintes integrais iteradas: 15 32 x 2 x 3 x 2 4 x 5 x 3 dx1xx2xx3dxx4x2xx21xx dxx4x2)x1()x1(xdxyxydxdy)y2x(dA)y2x( 1 1 2345 1 1 234 1 1 43423 1 1 43222 1 1 x1 x2 2 1 1 x1 x2R 2 2 2 Exemplo 3: Determine o volume do sólido que está abaixo do paraboloide z = x2 + y2 e acima da região do plano xy limitada pela reta y = 2x e pela parábola y = x2. Solução: A parábola y = x2 tem uma única raiz em x = 0. Este será o vértice da parábola e ela tem concavidade para cima, pois o coeficiente de x2 é positivo. A reta y = 2x é desenhada a partir de dois pontos. Assim, escolhemos dois valores para x e determinamos o y resultante, ou seja, x = 0 y = 2.0 = 0 e x = 1 y = 2.1 = 2. Para determinar as intersecções das curvas fazemos x2 = 2x, resultando x = 0 ou x = 2. R é uma região inscrita na faixa vertical 0 < x < 2. Logo R = {(x,y) | 0 < x < 2, x2 < y < 2x}. Assim, o volume é: .v.u 35 216 21 128 5 32 12 16.14 21 x 5 x 12 x14 dx 3 x x 3 x14 dx 3 x x 3 x8 x2dx 3 y yxdxdyyxdAyxV 2 0 7542 0 6 4 3 2 0 6 4 3 3 2 0 x2 x 3 2 2 0 x2 x 22 R 22 22 Observação: Caso R seja descrita como uma região inscrita numa faixa horizontal 0 < y < 4, tem-se que R = {(x,y) | 0 < y < 4, y/2 < x < }. Assim, o volume será dado por: .v.u 35 216 3 8.13 7 256 15 64 96 y13 7 y2 15 y2 dy 24 y13 y 3 y dy 2 y 24 y y 3 y dyxy 3 x dydxyxdAyxV 4 0 42/72/54 0 3 2/5 2/3 4 0 33 2/5 2/34 0 y 2/y 2 34 0 y 2/y 22 R 22 Exemplo 4: Calcule R xydA , onde R é a região limitada pela reta y = x – 1 e pela parábola y2 = 2x + 6. Solução: Vamos desenhar os eixos invertidos (eixo y na horizontal e eixo x na vertical). A parábola x = y2/2 - 3 tem duas raízes em y = . A parábola cortará o eixo y nestes dois pontos e ela tem concavidade para cima, pois o coeficiente de y2 é positivo. A reta y = x - 1 é desenhada escolhendo dois valores para x e determinamos o y resultante, ou seja, x = 0 y = 0 - 1 = -1 e x = 1 y = 1 - 1 = 0. O desenho da região pode, também, ser feito com os eixos nas posições usuais, como vemos abaixo. A intersecção das duas curvas é calculada da seguinte maneira: [y2 = 2x + 6] [y = x – 1] 2 6y x 2 e x = y + 1 1y 2 6y2 y2 – 2y – 8 = 0 y = –2 ( x = –1 ) ou y = 4 (x = 5 ) Portanto os pontos de intersecção das curvas são (-1,-2) e (5,4). Novamente, a região R pode ser considerada inscrita tanto em uma faixa vertical como em uma faixa horizontal. Mas a descrição de R considerada inscrita na faixa vertical -3 < x < 5 é mais complicada, pois sua fronteira inferior é constituída por mais de uma curva. Assim, preferimos expressá-la como R = { (x,y) | -2 < y < 4, 2 6y 2 < x < y + 1 }. Logo: 3664 3 64 64 3 32 256 3 512 1024 3 2048 8 1 y16 3 y 8y4 6 y 8 1 dy 4 y32y8y16y 2 1 dy) 8 y36y12y 2 yy2y (dyy 2 x dyxydxxydA 4 2 2 3 4 64 2 235 4 2 35234 2 1y 2 6y 24 2 1y 2 6yR 2 2 Exemplo 5: Determine o volume do tetraedro limitado pelos planos coordenados e pelo plano x + 2y + 3z = 6. Solução: Observe que, neste exemplo, não foi apresentada a região R. Neste tipo de exercício, encontra-se a região R pela intersecção da superfície com o plano xy. Para tanto, devemos fazer um esboço da superfície para, com isto, enxergar a região R. No caso de planos, seu esboço é obtido pela intersecção deste com os eixos coordenados, ou seja, substituímos na equação do plano duas variáveis nulas e encontramos a outra, que é marcada no eixo respectivo. O plano é representado pelo triângulo que tem este três pontos como vértice. Assim, observando o desenho do plano, vemos a sombra no plano xy (figura ao lado) que é um triângulo com vértices em (0,0), (6,0) e (0,3). Este triângulo pode ser descrito tanto numa faixa horizontal como numa faixa vertical. Vamos optar por descrevê-lo dentro de um faixa horizontal. No caso, y varia entre 0 e 3. Para um dado y, o x varia de 0 até a reta azul. A equação desta reta pode ser obtida pela intersecção do plano com o plano xy (basta fazer z = 0 na equação), ou seja, x + 2y = 6. Assim, R = {(x,y) | 0 < y < 3, 0 < x < 6 – 2y} e a função a ser integrada é obtida isolando-se z na equação do plano, ou seja, e o volume deste sólido é dado por: .v.u6 3 y2 y6y18 3 1 dyy2y1218 3 1 dyy26y2 2 y26 y266 3 1 dyyx2 2 x x6 3 1 dydxy2x6 3 1 dA 3 y2x6 V 3 0 3 2 3 0 2 3 0 2 3 0 y26 0 23 0 y26 0R Exemplo 6: Expresse, de duas maneiras diferentes, as integrais iteradas que resolvem R dA)y,x(f , sendo f uma função contínua sobre a região R do plano xy limitada pelos gráficos de 6 x , y = 1, y = 3, 3y + x = 10 e x = y2. Solução: No gráfico abaixo, aparecem as curvas que formam a fronteira de R. A região que tem como fronteira todas as curvas citadas é a parte sombreada do plano. Portanto essa é a região R. Assim, podemos descrevê-la de duas formas: I) Inscrita na faixa vertical /6 x 4 e, nesse caso dividi-la em: R1 = { (x,y) | /6 x 1, 1 y 3 } e R2 = { (x,y) | 1 x 4, 3 x10 yx }. II) Inscrita na faixa horizontal 1 y 3 e, nesse caso, dividi-la em: R1 = { (x,y) | 1 y 2, /6 x y2} e R2 = { (x,y) | 2 y 3, /6 x 10 – 3y }. Na forma I, as integrais iteradas são: 4 1 3 x10 x 1 6 3 1RRR dxdy)y,x(fdxdy)y,x(fdA)y,x(fdA)y,x(fdA)y,x(f 21 . Na forma II, as integrais iteradas são: 3 2 y310 6 2 1 y 6 RRR dydx)y,x(fdydx)y,x(fdA)y,x(fdA)y,x(fdA)y,x(f 2 21 . Exemplo 7: Inverta a ordem de integração e, então, resolva a integral iterada 1 0 1 x 33 2 dxdy)ycos(x . Solução: Este exercício é bastante elucidativo sobre o cálculo de integrais iteradas. Em geral, descrevemos a região R de acordo com a maior facilidade em descrevê-la. No entanto, como acontece neste exemplo, não conseguimos integrar a primeira integral e, ao inverter os limites de integração, talvez, consigamos resolver o problema. Devemos nos lembrar de que a inversão dos limites não é apenas trocar x e y de lugar. Devemos desenhar a região R e descrevê-la com os limites invertidos. No nosso exemplo, observamos que não conseguimos integrar a função proposta em relação à y, mas a integração em relação à x é possível. Vamos tentar resolvê-la, então, invertendo os limites de integração. Para tanto, desenhamos a região R a partir das equações de suas fronteiras fornecidas pelos limites da integral iterada: x = 0, x = 1, y = x2 e y = 1. Observe na figura abaixo que a fronteira x = 1 nos mostra apenas o ponto final (1,1) da região R. Redescrevendo a região R como inscrita numa região vertical, temos que R = {(x,y) | 0 y 1, 0 x } e a integral iterada será reescrita como abaixo de forma a poder ser calculada: , 12 )1(sen 12 )y(sen dyy)ycos( 4 1 dy)ycos( 4 y dy)ycos( 4 x dydx)ycos(xdxdy)ycos(x 1 0 3 1 0 231 0 3 2 1 0 y 0 3 4 1 0 y 0 331 0 1 x 33 2 onde foi feita a substituição 3yu , para resolver a última integral. Observe que o cálculo do cosseno usa o valor 1 em radianos. Deve-se observar, finalmente, que a inversão dos limites de integração não garante que consigamos resolver a integral iterada resultante, mas esta é uma técnica que poderá nos socorrer em algumas situações. Exemplo 8: Determine a massa de uma lâmina triangular com vértices (0,0), (1,0) e (0,2), se a função densidade é (x,y) = 1 + 3x + y. Solução: O triângulo R está limitado pelas retas x = 0, y = 0 e y = 2 – 2x. A última reta é obtida substituindo os pontos (1,0) e (0,2) numa equação geral da reta y = ax + b, para determinar os valores de a e b. Podemos expressar esta região por R = {(x,y) | 0 x 1, 0 y 2 – 2x}. A massa da lâmina é RR dAyx31dA)y,x(m . Portanto: .m.u 3 8 3 4 4 3 x 4x4dxx44dxx2x42x6x42 dx 2 x22 x6x6x22dx 2 y xy3ydxdyyx31m 1 0 31 0 2 1 0 22 1 0 2 2 1 0 x22 0 21 0 x22 0 Exemplo 9: Use integração dupla para calcular a área do círculo de raio 2. Solução: A área de uma região é dada pela integral dupla R dA1A . Neste caso, podemos integrar apenas sobre a região R amarela e multiplicar por quatro o resultado para encontrar a área da região. Isto nem sempre pode ser feito, tem que haver simetria na região (como é o caso do círculo) e da função sobre a região (como acontece com a função constante). Se a função variar em cada pedaço da região, não poderemos utilizar este raciocínio. Assim, a região amarela R pode ser descrita numa faixa horizontal ou numa faixa vertical. Vamos descrevê-la numa faixa vertical (tanto faz). Portanto, R = {(x,y) | 0 x 2, 0 y } e a área é dada por: .a.u4dxx44dxdy14dA14A 2 0 2 2 0 x4 0R 2 Esta integral deve ser resolvida por substituição trigonométrica (x = 2 sen(u), lembram disto?), mas esta técnica é bastante trabalhosa. Vamos aprender no próximo encontro a utilizar coordenadas polares para resolver integrais duplas em regiões circulares, as quais descrevem a integral de uma forma mais simples de resolver neste tipo de região.
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