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projeto olericultura

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INTRODUÇÃO
O Tomate, Lycopersicon esculentum, é uma planta da família Solanaceae, herbácea, com caule flexível e incapaz de suportar o peso dos frutos e manter a posição vertical. É uma planta perene cultivada como anual. A floração e a frutificação ocorrem juntamente com a vegetação. A planta apresenta dois hábitos de crescimento, o indeterminado e o determinado, o que condiciona a forma de condução da cultura. As flores agrupam-se em cachos, são hermafroditas, sendo normalmente autopolinizadas. Os frutos são bagas carnosas, suculentas, com aspecto, tamanho e peso variados conforme a cultivar. Tem como possível centro de origem o litoral pacífico. Entre o Equador até o norte do Chile, incluindo as ilhas de Galápagos, a te a altitude de aproximadamente 2000 m, na Cordilheira dos Andes.
A importância do cultivo do tomateiro se reflete sob o ponto de vista econômico quanto social pelo volume da produção e geração de empregos. No Brasil é a hortaliça mais importante, que no ano de 2011 ocupou uma área 71000 ha, produzindo 4417 mil toneladas. Com relação ao ponto de vista nutricional o tomate é considerado um alimento funcional por possuir licopeno, carotenoide de ação antioxidante que protege o organismo contar vários cânceres, e ácido fenólico, que aumenta a atividade enzimática e a absorção de nutrientes e inibe a formação de nitrosaminas. 
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é prover informações necessárias para a implantação do cultivo de tomate indústria, em Alta Floresta – Mato Grosso.
CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO E DA ÁREA
O município de Alta Floresta está localizado no Estado do Mato Grosso. Os habitantes se chamam alta-florestenses. O município se estende por 9 212,5 km² e contava com 51 782 habitantes no último censo. A densidade demográfica é de 5,6 habitantes por km² no território do município. Situado a 264 metros de altitude, de Alta Floresta tem as seguintes coordenadas geográficas: Latitude: 9° 54' 0'' Sul, Longitude: 55° 54' 0'' Oeste.
A chegada do agronegócio nas regiões Norte e Noroeste de Mato Grosso podem ser considerados como o fenômeno de maior impacto sócio-econômico-cultural-ambiental já esperado. A nova fronteira agrícola possui uma área total ocupada por pastagens de mais de 6 milhões e 500 mil hectares, dos quais aproximadamente 2 milhões de hectares foram convertidos em áreas de pastagens cultivadas em Latossolo.
O município de Alta Floresta polo regional, possui uma área de quase 300 mil hectares de agricultura e pastagem e outras duas áreas, que somadas totalizam 172 mil hectares de solo exposto. O crescimento da área cultivada de uma safra para outra mostra o potencial de expansão da agricultura no município de Alta Floresta e isso tem motivado os agricultores a investir em tecnologia de ponta para atingir bons índices de produtividade.
A produtividade da nova fronteira, segundo o IMEA representa 7% da produção de soja do Estado, e desponta com uma projeção de crescimento de 12% para a safra 2021/2022, representando um incremento de 100% na produção de soja na região Norte e de aproximadamente 55% na produção do grão na região Noroeste.
Apesar da carência de infraestrutura, que encarece os preços dos fretes, investir em lavouras na região tem vantagens. As produções de soja e milho têm crescido ano a ano. Ainda não tem informações de plantios grandes de lavouras de tomate, mas pesquisas do Instituto Federal mostram resultados promissores no ramo da Olericultura.
O crescimento da área cultivada de uma safra para outra mostra o potencial de expansão da agricultura no município de Alta Floresta e isso tem motivado os agricultores a investir em tecnologia de ponta para atingir bons índices de produtividade.
Num comparativo feito pela Secretaria Municipal de Agricultura sobre a produtividade das safras 2015/2016 e 2016/2017, Alta Floresta apresentou um crescimento no plantio de soja de 50%, totalizando uma área cultivada de mais de 16 mil hectares. O crescimento no plantio do arroz foi de 30%, enquanto o milho chegou a 173% de expansão. Em um ano a área plantada teve um aumento de quase 85%, saltando de 16 mil hectares na safra 2015/2016 para quase 28 mil hectares na safra seguinte. 
Para o plantio do tomateiro o produtor arrendará duas áreas, cada uma de 10 hectares, com distância de 10 km uma da outra. Estas áreas estarão disponíveis da data 01/09/2021 a 31/12/2023. As áreas estão situadas no município de Alta Floresta, MT, a uma altitude de 264 metros. O cultivo do tomateiro será realizado em campo aberto. As áreas tem boa facilidade de acesso por estarem localizadas próximas a rodovia, dispondo de água e energia elétrica para irrigação. O solo é um Latossolo vermelho de textura média. 
Tabela 1. Médias de temperatura máxima e mínima em ºC, e chuva em milímetros, da cidade de Alta Floresta, MT.
	
	Jan
	Fev
	Mar
	Abr
	Mai
	Jun
	Jul
	Ago
	Set
	Out
	Nov
	Dez
	Temperatura média (°C)
	24.7
	24.9
	25.7
	25.6
	25.2
	24.3
	24.8
	25.7
	26.4
	26.1
	25.6
	25.4
	Temperatura mínima (°C)
	19.7
	19.9
	20.8
	19.1
	18.3
	15.9
	15.6
	16
	18.3
	19.2
	19.6
	19.6
	Temperatura máxima (°C)
	29.7
	29.9
	30.7
	32.1
	32.2
	32.8
	34
	35.5
	34.6
	33.1
	31.7
	31.2
	Chuva (mm)
	363
	363
	332
	231
	62
	16
	8
	23
	121
	188
	249
	325
 Fonte: CLIMADATA, 2020.
CLIMA E ÉPOCA DE PLANTIO
O sucesso na produção de uma cultura em determinado local está ligado ao comportamento fenológico desta cultura na área em que se deseja cultivá-la. A utilização de uma variedade produtiva, com altas doses de fertilizantes, controle de irrigação, patógenos e pragas não necessariamente resultará em altas produtividades se as condições climáticas às quais as plantas estão expostas não forem as ideais para a produção.
Entende-se por condições climáticas os fatores como temperatura, quantidade e qualidade da luz, altitude, concentração de CO2, umidade do ar, disponibilidade de água e disponibilidade de nutrientes. Devido à origem próxima à linha do equador, em altitudes superiores a 1000 m o tomateiro se adapta melhor ao cultivo em clima tropical de atitude. O tomateiro é exigente em termo periodicidade diária, com temperaturas diurnas amenas e noturnas menores, com uma amplitude térmica de 6-8 °C. 
Temperaturas entre 21 °C e 25 °C são consideradas ideais para o desenvolvimento do tomateiro (Peet; Bartholomew, 1996), e para a assimilação líquida máxima temperaturas entre 25 °C a 30 °C. Temperaturas excessivas noturnas ou diurnas constituem fator limitante da tomaticultura, prejudicando a frutificação e o pegamento dos frutos, já temperaturas amenas favorecem a polinização e o aumento de produtividade. Sob baixas temperaturas a germinação, emergência de plântulas e o crescimento vegetativo é prejudicado, não sendo indicado o plantio nestes locais.
A qualidade dos frutos é sensivelmente afetada pela temperatura, especialmente com relação ao pigmento licopeno que em temperaturas elevadas tem sua produção é inibida, ficando os frutos com coloração amarelada.
Em relação ao fotoperiodismo o tomateiro se comporta como uma planta indiferente, sendo cultivado em dias curtos no inverno quanto em dias longos no verão. No entanto outros fatores agroclimáticos como a pluviosidade excessiva e a alta umidade relativa do ar são prejudiciais por favorecerem o ataque de doenças fúngicas e bacterianas.
Somados as características climáticas, ao se escolher a época de plantio deve se atentar ao preço pago ao produtor que costuma ser maior no verão, devido os desafios que o plantio de tomate oferece nesta época do ano e menor no inverno devido a temperaturas mais propícias e menor incidência de doenças, tendo em tese, um manejo mais facilitado da cultura.
A Alta Floresta está em 288m acima do nível do mar O clima em Alta Floresta é tropical. Há muito mais pluviosidade no verão que no inverno. A classificação do clima é Aw de acordo com a Köppen e Geiger. Em Alta Floresta a temperatura média é 25.4 °C. 2281 mm é a pluviosidade média anual. Com uma temperatura média de 26.4 °C, Setembro é o mês mais quente do ano. A temperatura mais baixa detodo o ano é em Junho, a temperatura média é 24.3 °C.
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Figura 1. Alta Floresta: Temperaturas e Precipitações Médias
Figura 2. Alta Floresta: Gráfico de Temperatura
Se compararmos o mês mais seco com o mês mais chuvoso verificou-se que existe uma diferença de precipitação de 355 mm. As temperaturas médias têm uma variação de 2.1 °C durante o ano. Ao ser observado todos esses pontos foi optado por realizar o plantio, de uma só vez, visto que o plantio escalonado favorece o ataque de pragas e doenças, constituindo um fator limitante para o cultivo de tomateiro. Com relação à época de plantio, e obedecendo as exigências da rotação de culturas o plantio ficou da seguinte forma:
Tabela 2. Época de plantio do tomate na área 01 (10 ha) e na área 02 (10 ha) durante os três anos de cultivo.
	Cultura
	Plantio
	Área 
	Tomate
	nov/21
	1
	Tomate
	mai/22
	2
	Tomate
	mai/23
	1
	Tomate
	nov/23
	2
ESCOLHA DO CULTIVAR
A escolha do cultivar é um fator muito importante para obtenção do sucesso na produção comercial, pois é sabido que a produção de uma lavoura depende da cultivar que se utiliza e dos tratos culturais que são aplicados. A cultivar escolhida deve ser adaptada às condições ambientais da região onde será plantada. Além das exigências climáticas é importante observar a tolerância e resistência a doenças, e as exigências do mercado em relação ao formato, coloração e qualidade dos frutos. As cultivares de tomate podem ser divididas em diferentes grupos distintos, que são: Grupo Santa Cruz, Salada, Saladinha, Cereja, Saladete e Holandês.
Os recursos genéticos do tomateiro têm sido exaustivamente explorados em todo o mundo. No mercado são encontradas centenas de cultivares com diversas características. No Brasil, as cultivares de polinização aberta foram rapidamente substituídas por híbridos. Em 1998, informações obtidas nas indústrias processadoras indicaram que 45% da área plantada foram ocupadas por cultivares híbridas. Em 2002, a quase totalidade de área foi utilizada com híbridos.
O cultivar escolhido para o plantio foi o híbrido Paron, comercializado pela empresa Syngenta®. Esse híbrido pertence ao grupo salada, tem crescimento indeterminado, produz frutos redondos, levemente achatados, multilocular e com a característica longa vida. É resistente à Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici raças 1 e 2, Verticilium alboatrum raça 1, T.M.V., Cladosporium fulvum raças a, b, c, d, e, Vira-Cabeça (TSWV). É tolerante a Stemphylium solani, Pseudomonas syringae pv. tomato, Clavibacter michiganensis subsp. michiganensis, TMV e aos nematoides Meloidogyne incognita, M. arenaria, M. javanica. Além disso tem boa aceitação por parte dos produtores.
PREPARO E CORREÇÃO DE SOLO
Preparo do solo deverá ser convencional. Será utilizado o calcário dolomítico com prnt de 85%, a calagem deve ser dividida em duas aplicações, sendo a primeira antes da aração com a dosagem de 2,05t/ha, e a segunda, após a primeira gradagem com a mesma dosagem. Visando corrigir as camadas mais profundas (40-50 cm). Ao final dessa aplicação de calcário espera-se elevar a saturação por bases a 75%.
IMPLANTAÇÃO DA CULTURA
O plantio será realizado através de mudas, uma vez que proporciona a utilização de mudas híbridas, visando uma economia no gasto de sementes maior adaptabilidade da cultura. Espaçamento adotado será de 1,0m x 0,2m. 50000 mudas por hectare.
ADUBAÇÃO
O tomateiro é considerado, dentre as hortaliças, uma das espécies mais exigentes em adubação. Portanto, conhecer as exigências nutricionais, os principais sintomas de deficiências e o modo de corrigi-las é fundamental para o êxito da cultura.
A absorção de nutrientes pelo tomateiro é baixa até o aparecimento das primeiras flores. Daí em diante, a absorção aumenta e atinge o máximo na fase de pegamento e crescimento dos frutos (entre 40 e 70 dias após o plantio), voltando a decrescer durante a maturação dos frutos.
Em nosso projeto está definida uma adubação de plantio a priori com o fertilizante 4-30-10 e posterior adubação de cobertura com o fertilizante 20-00-20, também planejamos adubações com micronutrientes, principalmente Boro, visto que o tomate industrial possui altos índices de exportação pós-colheita de Potássio e Enxofre.
ADUBAÇÃO MINERAL NO TOMATEIRO
O tomateiro é considerado, dentre as hortaliças, uma das espécies mais exigentes em adubação. Portanto, conhecer as exigências nutricionais, os principais sintomas de deficiências e o modo de corrigi-las é fundamental para o êxito da cultura.
Em média, em cada tonelada de frutos colhidos são encontrados: 3 kg de Nitrogênio; 0,5 kg de Fósforo; 5 kg de Potássio; 0,8 kg de Cálcio; 0,2 kg de Magnésio e 0,7 kg de Enxofre. Em relação aos micronutrientes, as quantidades são: 5 g de Boro; 25 g de Zinco; 10 g de Cobre; 25 g de Manganês e 25 g de Ferro.
 
Figura 3. Alta Floresta: Tabela de Nutrientes
Levando em conta a análise de solo e os teores de exportação da cultura do Tomate Industrial foi determinada a seguinte adubação:
· Adubação orgânica: 8t/ha de esterco de galinha aplicados no sulco de plantio;
· Adubação de plantio: 600 kg/ha da formulação 05-38-12 1,2 t/ha;
· K2O 200 kg KCl;
· P2O5 731 Kg MAP;
· Nitrogênio 73,1 também pelo MAP;
· Micronutrientes: 5kg/ha Sulfato de zinco + 12kg/ha ácido bórico.
Adubação de cobertura: Será utilizada a formulação comercial 12-04-12, 312kg/ha parcelada em 8x, com 10 dias de intervalo.
ROTAÇÃO
Estudos apontam que o tomate não pode ser cultivado duas vezes em seguida na mesma área, visto que a segunda safra vai sofrer muito com pragas e doenças, perdendo muito em produtividade.
Está planejada a rotação de culturas com a crotalária e com milho entre as safras de tomate industrial. O plantio vai ser direto, sem preparo de solo aproveitando o residual da adubação sendo realizada apenas adubação de cobertura.
Foram escolhidas essas culturas por que:
Crotalária: Uma cultura leguminosa, de rápido crescimento. Apresenta alta eficiência no controle de nematoides, parasitas que atacam as raízes das plantas, especialmente o tomateiro. Proporciona também a fixação biológica do macronutriente Nitrogênio, além de proporcionar uma grande porcentagem de matéria orgânica que posteriormente poderá ser incorporada ao solo.
Milho: Gramínea, poderá aproveitar bem o residual de adubação deixado pelo tomate, gerando renda para o produtor sem um gasto tão pensado com adubação. Além quebrar o ciclo das pragas que atacam o tomate como, por exemplo, a traça do tomateiro.
CALAGEM
O manejo adequado de solos ácidos está relacionado com a quantidade de corretivo a ser aplicado. A quantidade de corretivo necessário para diminuir a porcentagem de saturação de alumínio ou aumento da saturação de bases para um nível satisfatório para as culturas crescerem é o principal fator, entre outros, para o sucesso da calagem, proporcionando ao agricultor os retornos econômicos esperados em sua execução (Volkweiss, 1984). 
A acidez elevada afeta a disponibilidade dos nutrientes contidos no solo ou adicionados através da adubação, influenciando a assimilação dos mesmos pelas plantas. Estima-se que a eficiência média na assimilação dos macronutrientes primários e secundários seja de 27% quando o pH é 4,5, e de 80% quando o pH é próximo de 6,0, o que torna a calagem uma prática essencial.(EMBRAPA)
A quantidade de calcário (QC) a ser aplicada foi determinada pelo método baseado nos teores de saturação por bases.
Sendo: t/ha de calcário= (7,76(75-30))/85=4,10t/ha.
Considerando que será utilizado um calcário dolomítico com PRNT de 85%.
A aplicação deverá se dar em duas etapas, sendo a primeira antes da aração com dosagem de 2,05t/ha devendo ser feita cerca de 90 dias antes do plantio. Já a segunda aplicação deverá ser realizada após a primeira gradagem, cerca de 1 semana antes da implantação da cultura com dosagem também de 2,05t/ha, visando além de diminuir os teores de alumínio trocáveis e elevar a saturação por bases também fornecer Cálcio para os estágio iniciais da cultura.
TRANSPLANTE DE MUDAS
Atualmente, todas as áreascultivadas com tomateiro destinado ao processamento industrial, são plantadas com mudas produzidas em bandejas e transplantadas com auxílio de máquinas ou até mesmo manualmente, dispensando o uso de canteiros (EMBRAPA).
O plantio será realizado através de mudas, visando uma maior facilidade de cultivares híbridos, mecanizado. O espaçamento adotado será de 1,0 metro entre fileiras 0,2 metro entre plantas.
Preço:
R$68,00 a tonelada.
Garantias: 14%MgO; 36%Cao
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DO TOMATEIRO
A cultura do tomateiro no Brasil é atacada por uma série de insetos e ácaros, causando grandes perdas na produção. A alta capacidade desses artrópodes-praga de causar danos econômicos ao tomateiro e a elevada exigência por parte do mercado de um produto com boa aparência visual determinam o elevado número de aplicações de inseticidas e acaricidas na cultura. O principal método de controle dessas pragas tem sido o químico, utilizado muitas vezes de forma indiscriminada, através do sistema convencional de controle. O controle químico embora seja uma solução rápida e fácil, eleva os custos de produção, acarreta riscos de intoxicações aos seres vivos e causa uma série de inconvenientes ao meio ambiente e em particular aos organismos não alvos de sua ação (Reis Júnior, 1999). Assim têm-se verificado um número de até 80 pulverizações por ciclo de cultivo (Silva et al., 2007). Uma opção para diminuir os problemas com o uso indiscriminado de inseticidas é a adoção do sistema de manejo integrado de pragas (MIP), no qual um inseto ou ácaro fitófago só é considerado praga quando causas danos econômicos.
Os principais grupos de grupos que atacam o tomateiro no Brasil são os causadores de mortalidade das plantas, grilos e lagartas roscas. Succionadores de seiva ou de conteúdo celular, moscas brancas, pulgões, tripes e ácaros, que também podem transmitir viroses de grande importância para o tomateiro. Minadores de folhas, traça do tomateiro e mosca minadora e broqueadores de frutos traça do tomateiro, broca pequena e broca gigante.
Para o programa de controle das pragas do tomateiro focaremos a atenção em duas pragas especiais na época chuvosa que são a broca pequena do fruto (Neuleucinoides elegantalis) e a traça do tomateiro (Tuta absoluta).
A broca pequena do fruto é um inseto da ordem Lepidoptera. O adulto é uma mariposa de coloração branca com cerca de 25 mm de envergadura que deposita seus ovos nos frutos junto ao cálice ou mesmo sob as pétalas, em média 3 ovos por fruto. Os ovos são brancos, após alguns dias as lagartas eclodem penetrando no fruto através de uma película, sendo o orifício feito para sua penetração quase imperceptível. A lagarta completamente desenvolvida mede cerca de 12 mm de comprimento, é de coloração rosada com o primeiro segmento torácico amarelado. Esse inseto broqueia os frutos, ficando a polpa destruída e imprópria para o consumo.
A traça do tomateiro também é da ordem Lepidoptera, os adultos são mariposas de coloração cinza, e cerca de 10 mm de envergadura. Suas lagartas medem no máximo 9 mm e são verdes com uma mancha parda no dorso. Esta praga ataca toda a planta em qualquer estádio de desenvolvimento, fazendo galerias nas folhas, ramos e principalmente nas gemas apicais, onde destroem brotações novas, além dos frutos, que são depreciados para a comercialização.
Para o controle dessas duas pragas será utilizado o método químico e o biológico. O método biológico consistirá na liberação de parasitoides da espécie Trichogramma pretiosum após constatado a presença da praga na área e sua densidade populacional começar a aumentar. A avaliação da densidade populacional da praga depende da experiência do amostrador e de seu bom senso, já que trabalhos nessa área são escassos. Para a liberação será utilizado um número de quatro cartelas por hectare, com 250 parasitoides cada. A empresa fornecedora deste produto será a Megabio Produtos biológicos. O controle biológico é interessante pela ausência de resíduos químicos em alimentos e no ambiente, melhor exposição dos aplicadores a pesticidas e menos risco de selecionar pragas resistentes. É importante ressaltar que o controle biológico é um componente do MIP, e que não substitui totalmente a utilização de outros métodos de controle, mas sim os completa.
 O controle químico será utilizado sempre que a praga atingir o nível de dano econômico o que será estabelecido pela amostragem. Para a broca pequena é indicado amostrar o 2° e 3° cachos a partir do ápice, sendo a contagem de frutos com ovos ou não, o que exige uma maior conhecimento técnico por parte do amostrador. O nível de dano econômico a ser considerado deve ser de 5% de frutos atacados. Para a traça do tomateiro deve se amostrar 5 plantas por ponto em um total de 20 pontos por talhão, fazendo a contagem direta de ovos nas folhas ou a presença de minas ativas em duas folhas entre o dossel basal e o mediano. O nível de dano econômico é de 10% de folhas atacadas.
 Os inseticidas utilizados na pulverização serão principalmente reguladores de crescimento como as benzoilfeniluréias como exemplo o triflumuron e diflubenzuron. Exemplos de produtos comerciais para o controle tanto da traça quanto da broca do tomateiro são o Certero, Kode, Du Din entre outros. Os reguladores de crescimento são menos tóxicos aos mamíferos por atuarem em mecanismos de ação diferente dos existentes em animais e são seletivos aos agentes de controle biológico, principalmente ao controle biológico aplicado já que eles irão agir na fase de larva da praga e os inimigos naturais estão na fase adulta. O produtor conservará matas próximas à lavoura para o refúgio dos inimigos naturais e realizará o plantio em faixas de coentro (Coriandrum sativum), que atrairão os inimigos naturais e servirão de refúgio para estes (Medeiros 2007). As pulverizações de inseticidas quando necessárias serão realizadas ao entardecer, hora de menor atividade dos agentes de controle biológico. Se houver a necessidade de aplicações muito constante de inseticidas é necessário a rotação de produtos com mecanismos de ação diferente afim de realizar o manejo de resistência. 
Quando a época de plantio for o inverno, com um clima mais seco, é importante ficar atento a outros tipos de pragas como os succionadores de seiva. Aqui focaremos no controle da mosca branca (Bemisia tabaci). Esse inseto é da ordem Hemiptera pequeno com 0,8 mm de comprimento, suas asas são membranosas recobertas por uma puverulência branca. As ninfas são de coloração clara, translúcida e de contorno ovalado, em forma de escama. Este inseto promove a sucção de seiva, injetam toxinas e a transmissão de viroses, por isso a importância de escolher um cultivar resistente, como é o caso do Paron, resistência ao Vira-Cabeça do tomateiro (TSWV). A amostragem dessa praga será feita batendo as folhas do ponteiro do ramo dentro de uma bandeja branca, contando os indivíduos que caírem dentro da bandeja. Deve ser amostrada 40 plantas por talhão, e considerar um NDE de seis insetos em média por planta amostrada. O controle químico será feito com inseticida Clorpirifós. Deve-se ficar atento ao manejo de resistência, visto que já foi encontrado no estado de Goiás populações de Bemisia tabaci resistentes a tiametoxam e Imidaclopride (Silva et al., 2009). Para as outras pragas controladas não foi encontrado trabalhos relacionados à resistência no estado que será cultivado o tomateiro.
É importante ressaltar que o controle de somente chaves pragas pode resultar em erupções de pragas secundárias como é o caso da mosca minadora (Liriomyza spp.). Portanto é de extrema importância que o produtor esteja atento a esses surto para assim realizar o controle. Deve-se realizar a catação dos frutos broqueados e posterior eliminação destes. Deve se ficar atento com pragas como o complexo das plusias e de Spodoptera frugiperda visto que essas pragas atacam tanto feijão quanto milho respectivamente, culturas utilizadas na rotação.
MANEJO DE DOENÇAS DO TOMATEIRO
O cultivo do tomate em regiões tropicais e subtropicaisé afetado por inúmeras doenças, provocando expressivas quebras de rendimento e depreciação da qualidade dos frutos. Os principais patógenos que atacam o tomateiro são fungos, bactérias, vírus e nematoides. 
O controle se concentrará nas doenças Pinta preta e Requeima na época chuvosa (verão) e em Requeima e oídio em época seca (inverno). Pinta preta, causada pelo fungo Alternaria solani, juntamente com a Requeima, constituem as principais doenças das folhas e frutos do tomateiro. Sua importância é maior em estações quentes e úmidas. As perdas causadas por essa doença pode ser direta quando a doença ataca as folhas, reduzindo a taxa fotossintética e consequentemente seu desenvolvimento vegetativo e reprodutivo ou indireto quando tem se manchas de escaldadura provocadas pela exposição contínua dos frutos a luz solar em decorrência da desfolha provocada pela doença. 
Para o manejo desta doença irá ser adotado um conjunto de medidas preventivas de controle como: uso de mudas que tiveram tratamento de sementes com fungicidas, rotação de cultura, eliminação de restos culturais, consequentemente de fonte de inóculo, evitar áreas de baixadas ou locais sujeitos a neblinas e áreas próximas a culturas de tomateiro no final do ciclo, emprego de sistema de tutoramento por fitilho vertical e espaçamento adequado, o que permite uma boa ventilação da cultura, adubação equilibrada e uso de pulverizações preventivas com fungicidas.
Deve se chamar a atenção para as pulverizações, por ser o controle químico um dos principais métodos que garante que o ataque das doenças não seja tão agressivo, obtendo assim altas produtividades. Nas pulverizações preventivas serão utilizados fungicidas protetores como a calda viçosa, que também disponibiliza micronutrientes as plantas e fungicidas do grupo do etileno bisditiocarbamatos (EDBC’s), como Mancozeb, Propineb e Metiram, os quais devem ser aplicados junto a um adjuvante adesivo. Fungicidas a base de clorotalonil são eficientes no controle de doenças da parte aérea, mas serão utilizados somente em casos específicos, devido seu alto grau de toxicidade. Quanto ao intervalo de aplicação, este irá variar de 15 em 15 dias. É importante lembrar que o intervalo de aplicação depende do grau de infestação no campo e com a tenacidade do fungicida no campo. Quando as condições climáticas forem favoráveis ao aparecimento de pinta preta que são temperaturas em torno de 27° C e umidade relativa em torno de 90 %, o intervalo de aplicação do fungicida protetor irá passar para 7 dias. Aplicará também neste intervalo produtos sistêmicos, estrobirulinas e triazóis.
Requeima ou mela é causada pelo oomiceto Phytophthora infestans. Se o produtor não adotar medidas adequadas de manejo, essa doença pode acarretar prejuízos de até 100%. É uma doença extremamente dependente das condições climáticas, de modo que sua importância está ligada à ocorrência de baixa temperatura e alta umidade relativa. Além do inverno, seu manejo deve ser realizado também no verão devido a variações climáticas que podem ocorrer, assim como na época chuvosa já se tem um molhamento contínuo das folhas se a temperatura baixar, certamente o produtor virá a ter problemas com essa doença, e devido à fácil disseminação e rápida colonização dos tecidos, vindo a ter perdas significativas na produção. 
Para o controle de requeima será adotado o mesmo esquema de pinta preta, inclusive de pulverizações. Porém como já foi dito as condições ideias de ataque dessas duas doenças são diferente. A condição ideal para o ataque de Phytophthora infestans são temperaturas de 12 a 16° C, umidade relativa maior que 90% e molhamento foliar por mais de 10 horas. Assim ao primeiro indício dessas condições no campo o produtor deve entrar com o controle utilizando fungicidas sistêmicos e diminuindo o intervalo de aplicação de fungicidas protetores. Os produtos protetores serão os mesmos para as duas doenças. No mercado há misturas de fungicidas sistêmicos com protetores, e quando necessário será estes produtos a serem utilizados, pois estas misturas evitam o surgimento de isolados resistentes do patógeno. Exemplos destes fungicidas a serem utilizados são Ridomil MZ, metalaxil-mancozeb, dimethomorph-chlorotalonil e dimethomorph-mancozeb. Na ausência de misturas para protetores e sistêmicos, será utilizado principalmente os produtos a base de estrobirulina e triazóis. 
Quando o plantio de tomate for na época de inverno (clima mais ameno e seco) o manejo das principais doenças será relacionado a Phytophthora infestans e Oidium sp. 
Quanto a requeima deve se ter maior atenção na época de inverno porque as temperaturas são mais favoráveis, e pode, devido a formação de orvalho um molhamento foliar contínuo o que favorece o surgimento e proliferação desta doença.
Oidium sp. é um fungo, agente causal do oídio. Os sintomas iniciais desta doença se manifestam na forma de manchas amareladas de formas e tamanhos variados na face adaxial da folha de folhas mais velhas. Em casos mais avançados, as manchas coalescem e tornam-se necróticas. O fungo é favorecido por condições de baixa umidade relativa e precipitação pluviométrica. O manejo desta doença será feito aplicando fungicidas protetores como os de requeima, e logo que sejam detectados os primeiros sintomas, entrará com pulverizações de fungicidas sistêmicos do grupo dos triazóis.
Em todas as ocasiões em que se realizar podas de condução, haverá pulverizações com inseticidas protetores para impedir a entrada de patógenos no tecido vegetal.
MANEJO DAS PLANTAS DANINHAS
Devido ao intenso distúrbio no solo provocado pelo seu uso intensivo o aparecimento de plantas daninhas de difícil controle é favorecido. Além disso devido ao crescimento inicial lento nas primeiras semanas após o plantio, pode aparecer espécies infestantes que comprometem o desenvolvimento e produtividade da cultura. Os principais atributos que determina o sucesso de uma planta daninha é o fato delas serem ruderais, esforço reprodutivo total alto, germinação descontínua, fácil dispersão de sementes, grande variabilidade genética, capacidade de germinar sob estresses, rápido crescimento radicular e vegetativo etc. O manejo integrado de plantas daninhas visa à utilização conjunta de vários métodos de controle, para minimizar o efeito destas e manter sua densidade abaixo daqueles de causar danos econômicos. Os métodos de controle de plantas daninha que irão ser realizadas nesse trabalho serão:
Controle Preventivo: Serão adquiridas mudas de produtor idôneo, evitando que novas plantas daninhas possam vir junto com o torrão da muda.
Controle Cultural: Essas práticas incluem o plantio de uma cultivar adaptada, mudas com alto vigor, espaçamento e arranjos adequados, bom preparo de solo e adubação equilibrada. Prática da amontoa, que coincidirá com o período crítica da invasão das plantas daninhas e rotação de culturas. 
Controle mecânico: Buscará realizar um preparo do solo adequado, com o enterrio das plantas daninhas existentes na área. Devido ao controle menos eficiente de plantas daninhas dicotiledôneas, quando necessário irá se realizar o arranque destas ou a capina manual. 
Controle químico: Utilização de métodos mecânicos de controle de plantas daninhas, seja pó meio de capinas manuais, seja pelo uso de cultivadores, pode prejudicar o sistema radicular do tomateiro e onerar os custos. Desta forma o principal método de controle das plantas daninhas nesse projeto será o químico. Dentre as vantagens desse método podemos citar: Controle em pré-emergência, atinge alvos que a enxada ou o cultivador não alcançariam, menor risco de danos mecânicos as raízes e à plantas novas, conservação da estrutura do solo, entre outros benefícios.
Plantas daninhas gramíneas são facilmente controladas em tomateiro pelo método químico, enquanto que para dicotiledôneas esse método nem sempre é possível, sendo muitas vezes necessário a capina. Antes de recomendar alguma medida de controle, primeiramente, deve-se identificar e fazer o levantamento das espécies de plantasdaninhas existentes na área. O nosso controle de plantas daninhas se focará em Eleusine indica (capim-pé-de-galinha) e em Amaranthus hybridus (caruru-roxo). 
Para controlar plantas gramíneas de forma geral e em especial Eleusine indica utilizaremos o herbicida Clethodim. Ele será usado pós-emergência.
Para o controle de plantas dicotiledôneas de forma geral, especialmente Amaranthus hybridus, será usado o herbicida Metribuzin, em pós-emergência. Este herbicida não apresenta nenhum tipo de controle sobre Euphorbia heterophylla (leiteira) e espécies deplantas daninhas solanáceas: Solanum americanum (Maria pretinha), Nicandra physaloides (Joá-de-capote). Assim o controle dessas plantas quando estiverem presentes será por meio da capina manual.

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