Buscar

Crítica e libertação na psicologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Crítica e libertação na psicologia 
→ Aspectos históricos: 
- Ignácio Martin-Baró nasceu na Espanha em 
1942. 
- Estudou numa escola tradicionalmente católica 
- Jesuíta. 
- Sua missão o levou a Venezuela e logo em 
seguida a El Salvador, um país da América 
central marcado por uma sangrenta guerra civil. 
- Executado em 1989 pelo esquadrão de elite do 
exercito de El salvador. Ao perceber que seria 
executado junto com outros jesuítas gritou: 
“Isto é uma injustiça! Vocês são carniceiros” 
→ Críticas e afirmações: 
- Psicologia dedicada às mudanças sociais 
alinhada com as organizações populares e 
movimentos sociais; 
- Questionou o papel e a política da Psicologia 
Hegemônica – suas alianças e as praticas 
psicológicas; 
- Afirmou que a América Latina- as práticas e 
saberes psicológicos eram reproduções de 
panfletos ideológicos da classe dominante . 
- Propôs uma base para uma nova Psicologia 
Social. 
“Está claro que ninguém voltará para o dissidente 
preso, sua juventude; para a jovem mulher que 
foi estuprada por sua inocência; para a pessoa 
que foi torturada por sua integridade. Ninguém 
vai devolver os mortos e os que desapareceram 
para suas famílias. O que pode e deve ser 
restaurado publicamente são os nomes e a 
dignidade das vítimas, através do 
reconhecimento formal da injustiça do que 
ocorreu e, sempre que possível, reparação 
material ... Aqueles que clamam por uma 
reparação social não está pedindo vingança. 
Também não estão adicionando cegamente 
dificuldades a um processo histórico que já não é 
nada fácil. Pelo contrário, estão promovendo a 
viabilidade pessoal e social de uma nova 
sociedade, verdadeiramente democrática” 
- A Psicologia Social deve 
desideologizar/desmascarar o “senso comum” 
que justifica e sustenta subjetivamente a 
desigualdade e opressão social e impede a 
efetivação da democracia. 
→ Desideologizar: 
- Assumir a perspectiva das classe oprimidas, 
subalternas e marginalizadas; 
- Desenvolver pesquisas sistemáticas sobre a 
realidade social desses dos grupos sociais; 
- Utilizar esse conhecimento dialeticamente – 
comprometido com os processos históricos de 
organizações/movimentos populares pela busca 
da libertação e de direitos. 
- DEMOCRACIA - Sistema de governo em que o 
povo ou plebe exerce a soberania – sistema de 
regulação da vida social no qual o poder e 
autoridade de governar residem nos próprios 
sujeitos governados. 
→ Constituição Federal de 1988 - Brasil é um 
Estado Democrático de Direitos: 
- Soberania popular; 
- Democracia representativa e participativa; 
- Uma constituição que emanou da vontade do 
povo; 
- Um sistema de garantia dos direitos humanos. 
No Estado Democrático de Direito, as leis são 
criadas pelo povo e para o povo, respeitando-se 
a dignidade da pessoa humana. 
→ Obstáculos à democracia no Brasil: 
- O Brasil saiu da ditadura e retomou um sistema 
político que o liberalismo considera democrático; 
- Retomada dos direitos jurídicos e políticos - o 
país mais desigual no continente mais desigual; 
- As invasões portuguesas em nosso território - 
imposição de uma cultura exógena limitou e 
conteve qualquer possibilidade de auto 
desenvolvimento; 
- Como se o Brasil fosse “criado” para ser mero 
produtor econômico de interesses externos. 
- Desde a invasão se loteou o Brasil em capitanias 
hereditárias que foi a base de uma elite arcaica, 
não inovadora e transmitida de “pai para filho”. 
- No período da escravidão (o modelo se 
atualiza), e a partir daí todas as mudanças 
tentadas pela base da sociedade foram 
assimiladas, distorcidas e devolvidas de forma 
homeopática. 
- As manifestações por cidadania mínima - são 
consideradas atos extremistas, golpistas, fascistas, 
comunistas etc. 
:
 – Elaboração da cultura, da consciência 
coletiva do universo dos símbolos, das ideologias 
e suas funções críticas: 
- Dar sentido às questões da existência humana; 
- Justificar a ordem social para todos os setores 
da população; 
- Permitir a interiorização normativa da ordem 
social; 
→ Analisar a operacionalização das ideologias – 
oculta os interesses das classes dominantes; falsa 
consciência promovendo uma distorção na 
relação entre a configuração na realidade e a 
representação na consciência dos grupos e das 
pessoas. 
- Da perspectiva PSICOSSOCIAL – compreender 
como as ideologias se utilizam do “senso comum” 
ou da “cultura comum” . 
→ Senso comum - Pressupostos que interagem na 
vida cotidiana e são tidos como óbvios, naturais 
e por isso não são questionados: 
- Quando exigências objetivas de um sistema 
social são articuladas com exigências subjetivas 
do senso comum que se traduzem em hábitos, 
rotinas e papéis estereotipados pode-se afirmar 
que um sistema estabeleceu suas raízes (Reich, 
1993/1965). 
- A cultura dos povos latino-americanos não é 
responsável pelo seu subdesenvolvimento, mas 
essa cultura ao mesmo tempo pode limitar a 
produção de sentidos, distorcer a realidade e aí 
impedir mudanças. 
- Não podemos fazer muita coisa diante dos 
fatores objetivos, mas podemos atuar frente aos 
fatores subjetivos ou intersubjetivos. 
→ Objetivo da Psicologia Social: 
- Compreender o que há de ideológico no 
comportamento humano – toda ação humana 
articula interesses sociais com interesses 
individuais. 
- Cabe a Psicologia Social alinhada- aos 
interesses democráticos - à garantia de direitos - 
desmarcarar qualquer ideologia antipopular, que 
enraizada no senso comum justifica a 
exploração, a opressão e fundamenta a 
passividade, a submissão e a fatalidade social. 
- Desideologizar o senso comum. 
 Assumir a perspectiva do povo: 
- Metodologicamente e epistemologicamente 
devemos saber como o povo pensa, como se 
comportam, como se enxerga a vida a partir dos 
olhos dessas pessoas. 
 Aprofundar o conhecimento de sua 
realidade social: 
 - Entender o que mantem o povo “alienado” 
/passivo diante de sua realidade. Saber quais são 
as potencialidades históricas do povo? Como se 
dá sua mobilização social? O que eles podem, o 
que querem chegar a ser. 
 Comprometer-se criticamente com um 
processo que dá ao povo poder sobre 
sua própria existência e destino: 
- Devolver ao povo o conhecimento adquirido – 
fazer desse conhecimento espelho para que o 
povo reflita suas imagens e perceber sua 
realidade e transforma-la. 
→ Desafio popular à psicologia social: 
- Formulação de problemas - redefinir seu objeto 
a partir da realidade social das camadas 
populares. 
- Definição de esquemas teóricos- “que os 
conceitos não evoquem a realidade, mas que a 
realidade busque os conceitos” - artesanato 
intelectual. 
- Manutenção da objetividade científica – 
posicionar-se politicamente frente aos problemas 
sociais não elimina a objetividade científica. 
- A perspectiva popular deve ser entendida de 
dentro, de uma práxis, pois o psicólogo não é 
intérprete. 
- Não devemos descartar a produção da 
psicologia, mas revisar sua aplicabilidade de 
acordo com a perspectiva crítica dos povos 
marginalizados e subalternizados. 
→ Psicologia social latino-americana: 
- Estudar sistematicamente as formas de 
consciência popular o potencialidades históricas 
- (pesquisa- ação) - atuação 
conscientizadora/política. 
- Resgatar e potencializar as virtudes populares – 
como esses povos sobrevivem sob as diversas 
modalidades de opressão. 
- Analisar as organizações populares como 
instrumentos de libertação histórica - 
compreender de que modo as populações se 
organizam na busca de garantias de direitos? 
Compreender a importância dos movimentos 
sociais.

Continue navegando