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Cuiabá, 2010 Oreste Preti PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO: ORIENTAÇÕES TÉCNICAS E PEDAGÓGICAS ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO O leitor geralmente não se aperceberá de um desenho bem-feito [...] Quando o desenho instrucional é pobre, o leitor irá notar que alguma coisa está interferindo na recepção da mensagem (BARRETO, 2007). O que procuramos desenvolver nesta unidade é uma ideia aproximada de como pode ser organizado o material didático impresso de um curso. Caderno, Fascículo, Módulo, Apostila O MDI recebe as mais diferentes denominações, entre elas: caderno, fascículo, módulo, apostila. - Caderno: remete à ideia de “material do estudante”, em que ele anota, realiza atividades. Nomenclatura que considero adequada para MDI de cursos de curta duração voltados para formação continuada e em serviço, para (re)qualificar os estu- dantes, tendo como foco levá-los a repensar e modificar sua prática profissional. - Módulo: no sentido de reunir “elementos ou conjunto de elementos inter-relacionados” que servem para entender ou estudar uma realidade. É uma unidade convencional que se utiliza para construir uma realidade mais complexa (CIDEAD, 1994, p. 29). Faz mais sentido o uso desta nomenclatura quando 4 86 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas se trata de produção de MDI por áreas de conhecimento, e não por disciplinas. Ex. os módulos do programa Formação pela Escola - FNDE (módulo do PNATE, do PDE, etc.); os módulos do curso de Pedagogia a distância da UFMT (módulo de Funda- mentos, módulo de Linguagem, etc.). Em um sistema de Educa- ção Aberta e a Distância (EAD) precisa existir flexibilidade curricular que permita ao estudante sair de um programa em determinado momento e retornar sem problema algum. Por esta razão, os planos de ensino necessitam ter uma estrutura curricu- lar modular que permita este percurso do estudante. - Fascículo: do latim, com o sentido de “feixe”, algo composto por diferentes “gravetos”, que, no entanto, faz um todo firme e compacto. Dá a ideia de reunir determinado conteúdo em unida- des temáticas interligadas, formando um todo. Neste sentido, o fascículo apresenta e discute determinada temática, sem a necessária dependência de temas tratados em outros fascículos. Assim, em determinado curso ou área de conhecimento, não há necessidade, por parte do estudante, de realizar uma leitura sequencial preestabelecida dos fascículos. - Apostila: do latim post illa (após aquelas palavras, post- scriptum / pós-escrito): aquilo que se acrescenta depois (após a sentença judicial, anotações em diploma ou título oficial, anota- ções para o debate em sala de aula, depois daquelas palavras do professor, etc.). Aqui no Brasil, com a invenção dos cursinhos preparatórios para os exames do vestibular, o termo passou a ser amplamente utilizado e difundido para designar o material que o professor prepara para os estudantes acompanharem suas explanações em sala de aula. Para conjunto de “aulas” ou de textos, melhor dizer: coletânea ou, até mesmo, antologia. Sua instituição pode chamar o material didático por uma dessas nomenclaturas, ou por outras. Porém, considero pouco adequado chamar um texto didático de “apostila”. Instituições que, não de hoje, produzem material didático na EaD e avaliam a capacidade leitora de estudantes, sugerem uma média de 15 a 20 páginas por unidade temática. A partir disso, organizamos uma tabela indicativa de número de MDI, de unidades e de páginas por carga horária. 87Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas nº de MDI 1 1 1 2 2 nº de unidades 2 a 3 4 a 6 6 a 8 3 a 4 (cada) 4 a 6 (cada) nº de pág. não diagramadas 40 a 60 100 a 120 150 a 198 60 a 90 (cada) 100 a 120 (cada) Em cada unidade, desenvolver duas a três seções (tópicos). Estes critérios variam de acordo com a modalidade do curso (extensão, graduação, pós-graduação), com o caráter da disciplina (dis- cursivas, narrativas, humanísticas, técnicas) e o perfil dos estudantes. O mais importante é preocupar-se com os elementos que contribu- em na construção do MDI, para que ele cumpra sua função pedagógica. Vejamos, então, esquematicamente, cada uma das partes que podem compor o MDI e o que nelas você poderá redigir. Carga horária 30 60 90 120 Figura 5 - Sequência dos componentes do MDI Texto-base 88 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas 4.1 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS Os elementos que seguem são organizativos e, geralmente, defi- nidos no projeto gráfico do curso. Você não deve se preocupar muito com eles, pois a equipe responsável pela editoração colocará seu texto no “formato” do material impresso de seu curso e/ou de sua instituição. Capa - Títulos principais (Programa / Instituição - Disciplina) Verso - Créditos: órgãos do governo (ex. MEC / SEED / UAB / e-Tec Brasil), da Instituição produtora do material, da equipe de produção (ilustrador, diagramador, designer educacional, revisor, etc.). Página de rosto - Nome do autor - Nome da Disciplina - Editora - Cidade, ano Verso - Conselho editorial - Equipe pedagógica do curso - Ficha catalográfica Apresentação do Programa - Apresentação Institucional do Programa - pelo coordenador do Programa. Apresentação do curso - Apresentação Institucional do curso - preferencialmente, feita pela coordenação do curso. Apresentação do autor - Há projetos gráficos que colocam essa apresentação ao final do texto. Incluí-la nos componentes pré-textuais pode propiciar o estabeleci- mento de “rapport” com o leitor logo no início da leitura, ao saber quem é você, onde mora e trabalha, o que faz, sua formação e experiência profissional, etc. - Redigido de maneira informal, nela você traz síntese de sua trajetória acadêmica e profissional, que permita ao estudante ter visão contextua- lizada daquela com quem vai dialogar por meio do texto. 89Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas - Procure redigir breve texto (no máximo uma lauda) se apresentando. Aqui não se trata de exibir seu Curriculum Vitae, do tipo Lattes, mas fazer uma apresentação leve, informal, destacando os aspectos mais significativos de sua vida, de seu trabalho, acadêmico sobretudo. Exemplo Pedindo licença para me apresentar O primeiro desafio que tive pela frente, ao escrever esses Fascículos, e o seu, ao iniciar sua leitura, é o fato de não nos conhecermos, ainda. [...] Vim para Mato Grosso há mais de 30 anos e passei a maioria destes anos aqui em Cuiabá, como professor da Universidade Federal de Mato Grosso, no departamento de Teorias e Funda- mentos da Educação. Sempre trabalhei com a formação de professores, sobretudo em áreas de fronteira agrícola, ao norte do Estado, a mais de 600km da Capital. Em 1992, fiz parte da equipe que, no interior da universidade, se propôs buscar outras saídas para dar conta do contingente de professores não titulados em nível superior, que atuavam na rede pública em Mato Grosso (na época eram mais de 5.000). [...] A foto do autor deve ser salva em formato JPEG, com resolução de 300 DPIs e não deve ser anexada ao documento do Word, para não perder a qualidade da foto. Deverá ser salva em CD-ROM, juntamente com as demais fotos, imagens, gráficos que venham ilustrar seu texto. Sumário - Serve para indicar, de maneira organizada e didática, a seleção e a sequência do conteúdo. Portanto, deve ser visualmente atraente e claro, apresentando somente as unidades e os tópicos principais. Não listar tópicos secundários. Pode dar ao estudante a impressão de que é “muito conteúdo” a ser estudado, o que pode ser fator de desestí- mulo. Além disso, não deixa claro quais são os temas centrais e mais importantes da disciplina, o que pode dificultar o entendimento dos objetivos de aprendizagem por parte do estudante. 90 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e PedagógicasAconselha-se também não colocar as páginas indicativas, o que ocorrerá somente no momento da diagramação. Os estudos de Waller se fundamentam em dois postula- dos pedagógicos, O primeiro é que os estudantes não leem necessariamente um texto pedagógico desde a primeira página à última. Se assim fazem, não é verdade que seja a melhor estratégia de leitura; parece, inclusive, que uma leitura seletiva é, muitas vezes, uma estratégia mais apropriada [...] O segundo postulado é que os objetivos pessoais dos estudantes frequentemente diferem dos objetivos previstos pela equipe pedagógica (LANDRY, 1985, 234). Por esta razão, o Sumário ajuda o estudante a definir seu percurso de leitura. Exemplo 1 - Apresentando a Aventura - Preparando-me para a Aventura 1 - O meu jeito de estudar 2 - Estudando e aprendendo 3 - Planejando meu estudo 4 - Avaliando minha caminhada - Considerações - Bibliografia Exemplo 2 - Conversa Inicial - Unidade I - Terra, a base de tudo - Unidade II - As formas da Terra - Unidade III - A influência da atmosfera - Retomando a conversa inicial - Referências - Glossário - Gabarito 91Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas 4.2 ELEMENTOS TEXTUAIS Agora chegou a hora de você pôr “a mão na massa” e escrever o corpo do texto: - Apresentação da disciplina - Unidades temáticas - Conclusão Comece a escrever por onde você se sentir mais “pronto”, mais motivado ou inspirado, para evitar ou superar o fantasma da “página em branco” que costuma acontecer quando iniciamos a escrever um novo texto. Já mencionamos, mas queremos aqui novamente pontuar, que, ao elaborar seu texto, você terá de se preocupar: a- com o tratamento temático (do qual você é um especialista); b-com o tratamento pedagógico. Você deverá contar com o apoio de equipe pedagógica multidisciplinar, formada por especialis- tas em “didática de EaD”, em “linguagem dialógica”; c- com o tratamento formal. Uma equipe especializada, formada por ilustrador, designer gráfico, designer educacional, contri- buirá para que seu texto ganhe beleza e leveza. É o tratamento do conteúdo e das formas de expressão de diferentes temas com a finalidade de tornar possí- vel o ato educativo, dentro do horizonte de uma educação concebida como participação, criatividade, expressividade e relacionalidade (GUTIÉRREZ PÉREZ; PRIETO CASTILHO, 1991, p.54). Vamos, então, falar agora sobre seu trabalho de produção. Como organizar e elaborar seu texto? 4.2.1 APRESENTAÇAO DA DISCIPLINA É a porta de entrada da disciplina, é o convite para participar de caminhada rumo à aprendizagem e ao sucesso. 92 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas Você se dirige ao estudante de maneira coloquial e direta, estabele- cendo desde o início clima de diálogo, despertando nele confiança e auto- estima. É um texto curto, claro, preciso na informação dada e atraente. Exemplo de títulos para esta apresentação: Conversa Inicial, Abertura, Carta ao estudante, Para começo de conversa, etc. Sugestão de tópicos a serem abordados nessa Apresentação, não necessariamente na sequência aqui listada: - Boas-vindas: para criar clima de relação pessoal com o estudan- te. Caso você ainda não se tenha apresentado, é o momento de fazê-lo, de maneira bem informal. - Objetivos da disciplina e sua relação com formação profissional e pessoal. - Visão da disciplina, sua importância no contexto das demais disciplinas do curso, no campo da ciência e da humanidade. - Os temas que são tratados no texto, o porquê dos temas esco- lhidos e sua importância; como está organizado o conteúdo do MDI. - Questionamentos, indagações que podem emergir no início da disciplina ou que estarão no centro do estudo ao longo da disci- plina; levantamento de um caso ou situação-problema que sirva de mote ao longo da disciplina. - Conhecimentos prévios necessários para compreender a disci- plina. Abordar temas que o estudante, eventualmente, já tenha estudado em outro momento de sua vida estudantil, ou que foram abordados por disciplinas do curso que antecederam. - Orientações sobre o estudo da disciplina, sobre as atividades a serem realizadas. - Palavras de estímulo ao estudo e convite à leitura. Este tipo de apresentação - relacionada com os objetivos da disciplina, com o esquema conceitual - é um organizador prévio, pois permite ao estudante: - uma primeira aproximação aos conceitos/temas que irá estudar; - relacionar estes temas com seus conhecimentos prévios e em função do perfil profissional; - identificar os conhecimentos necessários para a aprendizagem do novo conteúdo, para que possa sanar possíveis lacunas antes de iniciar o estudo da disciplina. Isso motivará o interlocutor a sentir-se sujeito da aprendiza- gem, a dar sentido ao que está realizando e lendo. Em outras palavras, 93Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas Exemplo 1 Prezado estudante: Bem-vindo a este Módulo que vai tratar do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar, o PNATE. Sentimo-nos gratificados por poder estar com você, durante o estudo deste Módulo que faz parte do Programa de Formação Continuada nas Ações do FNDE, o FormAção pela Escola, oferecido na modalidade a distância. Esse Programa é resultado de parceria do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) com a Secretaria de Educação a Distância (SEED), ambos do Ministério da Educação (MEC). [...] Certamente, você escolheu esse Módulo para aprofundar seus conhecimentos e poder contribuir para que o Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar efetivamente pro- duza os resultados esperados: a melhoria das condições de aces- so dos estudantes do Ensino Fundamental público à escola e a sua permanência. O PNATE realiza esta tarefa por meio do repasse suplementar de recursos financeiros aos Estados, Distrito Federal e Municípios, contribuindo para a oferta do transporte escolar aos estudantes do ensino fundamental público, residen- tes na área rural. Existe também o Programa Nacional de Transporte Esco- lar (PNTE), criado há mais de dez anos, que, a partir de junho de 2004, passou a beneficiar apenas organizações não governa- mentais, a entidades sem fins lucrativos, que atendem ao trans- porte de escolares com necessidades educacionais especiais. Dele trataremos rapidamente, pois o objetivo desse Módulo é discutirmos com maior profundidade o PNATE. [...] Vamos, então, à leitura das Unidades do Módulo? Boa leitura! você estará estimulando o estudante a acreditar em sua capacidade de aprender, despertando nele autoconfiança em seu sucesso nos estudos. 94 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas Exemplo 2 Amigo estudante: Depois de ter estudado o Módulo Introdutório, que tratou das políticas públicas no campo a educação e a atuação do FNDE, você optou por aprofundar seus conhecimentos sobre o Programa Nacional do Transporte Escolar (PNATE). Trata-se de Programa do Governo Federal para garantir a qualidade da educação das crianças matriculadas em escolas públicas, em todo território nacional. Daí sua importância e a necessidade de conhecer melhor o Programa para que você possa acompanhar sua implementação e fazer o controle social dos recursos destinados ao PNATE. Para que seu estudo se torne proveitoso e prazeroso, orga- nizamos este Módulo em quatro unidades: Unidade I - Política pública do transporte do escolar Unidade II - Funcionamento do PNATE Unidade III - Os recursos do PNATE Unidade IV - Acompanhamento e controle social Na Unidade I, procuraremos compreender a dimensão política da implementação desse Programa pelo Governo Fede- ral, os objetivos e os resultados esperados. Na Unidade II, descreveremos o funcionamento do PNATE e a forma como está organizado. Na Unidade III, detalharemos a questão da prestação de contas e dos procedimentos contábeis. Finalmente, na última Unidade, refletiremosum pouco sobre um dos aspectos importantes das políticas sociais: o acom- panhamento e o controle social dos recursos financeiros destina- dos a programas como o PNATE. Tudo isso a partir dos docu- mentos legais que regulamentam o Programa do Transporte do Escolar e das contribuições dos técnicos do FNDE que acompa- nham esse Programa. 95Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas Esperamos que, ao estudar esse Módulo, você possa: - Ampliar sua compreensão em relação à dimensão política do Programa de Transporte do Escolar; - conhecer a dinâmica do Programa, em seus diferentes aspectos de gestão; - identificar os aspectos contábeis do Programa; - compreender a importância do acompanhamento e do controle social no PNATE. Porém, antes de iniciar a leitura das Unidades, gostaría- mos que você parasse um instante para refletir sobre algumas questões. - Qual a relação entre o transporte escolar e a educação pública? - A quem se destina esse Programa? - De onde vêm os recursos para financiar o PNATE? - Quem é o executor e responsável por sua implantação nos Municípios e unidades da federação? - Como e por quem é feito o acompanhamento e o contro- le social do PNATE? Não se preocupe. Não queremos que você responda, de imediato, a todas essas questões. Mas esperamos que, até o final desse Módulo, você tenha respostas, e não duvidamos que tam- bém formule outras perguntas. Leia agora, com muita atenção, a seguinte história... [...] 4.2.2 AS UNIDADES TEMÁTICAS Sua disciplina poderá ser dividida em temas, em unidades de estudo (unidade didática, uni- dade de aprendizagem) que, por usa vez, podem ser subdivididas em subtemas (seções, tópicos), com atividades de aprendizagem, ilustrações, contos, fatos, etc. A Unidade para ser “didática” Deve conter os elementos necessários ao processo ensino-aprendizagem: - objetivos, conteúdo, atividades, avaliação. Quanto à sua organização, pode: Abordar dois a três temas (a cada tema, uma seção); - Definir entre três e quatro objetivos específicos. Cada seção: quatro a cinco páginas; - definir um a dois objetivos específicos; - propor pelo menos uma atividade de estudo e questões para autoavaliação. • • 96 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas Exemplo Noções de Direito Administrativo Unidade I Unidade IIIUnidade II Seção 1 Seção 2 Seção 3 Seção 1 Seção 2 Seção 2Seção 1 Seção 2 Seção 3 Como organizar cada unidade? O que nela pode ser proposto para torná-la didática? Em cada Unidade: a- Iniciar com uma Abertura Apresentar ao estudante: - o tema da unidade, sua importância na formação profissional; - questionamentos sobre situações ou sobre conhecimentos relacionados com o tema; - um caso (situação, notícia, estória, anedota, analogia, metáfora) que leve o estudante a refletir, a buscar respostas até o final da leitura da unidade, ou a partir do qual o tema será desenvolvido; - objetivo(s) específico(s) da Unidade; - subdivisões da unidade (seções). Exemplo 1 Nesta Unidade, queremos lhe propor que faça como a águia que voa alto para melhor enxergar o que acontece lá embaixo, no vale, ou como a gaivota observando o que acontece na praia, no mar. Certamente, você já deve ter subido um morro, ou ter ido até o terraço de um prédio ou ter voado de avião. O que acontece? Você consegue ver muito mais do que estando abaixo, não é verdade? [...] 97Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas Leia, então, essa breve anedota que nos chegou pelo correio eletrônico há muito tempo, numa quinta-feira de fevereiro de 1999 [...]. Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de solucioná-los. Passava dias em seu laboratório em busca de respostas para suas dúvidas. Certo dia, seu filho de sete anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista, nervoso pela inter- rupção, insistiu para que o filho fosse brincar em outro lugar. Vendo que o filho não lhe obedecia, o pai procurou algo que pudesse ocupar e distrair o filho. De repente deparou-se com o mapa do mundo, e pensou: “É isso”. Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou-o ao filho, dizendo: - Você gosta de quebra-cabeças, não é? Então vou dar-lhe o mundo para consertar. Aqui está o mundo, todo quebrado. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho. Faça tudo sozinho. Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa. Passados quinze minutos, ouviu a voz do filho, que o chamava calmamente: - Papai, papai, já fiz tudo. Consegui terminar todinho. A princípio, o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível, em sua idade, ter conseguido recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os peda- ços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Como o menino havia sido capaz? - Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conse- guiu? Anedota: narração curta de fato histórico, curioso, divertido, ou imaginário. Assim, esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de: - definir Sociedade, Estado, Governo e Políticas Públicas; - compreender o sentido das políticas públicas no campo social. 98 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas - Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que, do outro lado, havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para consertar, eu até tentei, mas não consegui. Foi então que me lembrei do homem. Então, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu já conheço bem. Quando consegui consertar o homem, virei do outro lado e vi que, dessa forma, eu havia consertado o mundo. Essa historieta pode nos dizer uma coisa bem simples. Se você quer participar do “conserto” do mundo, a partir de seu local de trabalho, de seu município, de sua escola, é importante: - ter conhecimentos que possibilitem uma compreensão do contexto em que os fatos ocorrem; - ter consciência que as mudanças começam em você, com seu envolvimento e participação. Só, assim, sua intervenção será eficiente e alcançará as mudanças desejadas [...]. Você deve ter lido, ouvido falar, ou assistido ao filme que narra as aventuras de “Robinson Crusoé”, o único sobrevivente de um naufrágio. Salvou-se e foi atirado pelas ondas a uma ilha tropical. Durante muitos anos viveu sozinho, na companhia de animais.... Viveu do jeito que bem quis, até ser encontrado por um navio e regressar a seu país de origem. Essa obra do escritor inglês Daniel Defoe (1660-1731) é um clássico da literatura mundial que foi traduzido e adaptado ao português por Montei- ro Lobato (1882-1948). Exemplo 2 [Anos mais tarde, encontrei versão redigida por Dom Lucas Moreira Neves e publicada no Jornal do Brasil, em janeiro de 1997.] 99Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas b- Desenvolver o tema e os subtemas Feita a apresentação da unidade, agora é expor o conteúdo se- guindo o plano, a estrutura da disciplina (desenhada no mapa concei- tual), atendendo aos objetivos de aprendizagem propostos. Exemplo 1 Exemplo 1 Vimos na unidade anterior que o Estado, por meio do governo que está no poder, desenvolve políticas sociais redistri- butivas e compensatórias para “suavizar”, diminuir um pouco as desigualdades sociais presentes em nossa sociedade brasileira. Esse papel do Estado vem se modificando, sobretudo a partir da década de 1970, quando o mundo passou por uma crise eco- nômica que acabou afetando o campo das políticas sociais e, consequentemente, aquelas relacionadas com a área educacional. Por isso, nesta Unidade, conversaremos um pouco sobreas políticas públicas educacionais, especificamente aquelas volta- das para a Educação Básica. [...] No interior do texto, é importante que você faça recurso a estraté- gias didáticas, tais como atividades, exemplos, casos, situações- problema, fatos, curiosidades, glossário, links, etc. As atividades podem ser inseridas na própria sequência do texto, se forem breves (como as de reflexão, comentários, breves exercícios); caso contrário, melhor serem apresentadas ao final da unidade. É aconse- lhável numerar sequencialmente as atividades a serem realizadas pelo estudante, para que possam ser facilmente identificadas ao final do MDI, quando você for comentar a resposta ou a resolução delas. A História nos conta um pouco a trajetória da humanidade na construção de diferentes tipos e modelos de sociedade (ex.: 100 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas tribal, feudal, capitalista). Neste diálogo, procuraremos compre- ender o que se passa atualmente em nossa sociedade, que se organiza sob os cuidados de um Estado, de um governo. Você sabe a diferença entre Estado e governo? Pois bem, o Estado é identificado como o conjunto de insti- tuições permanentes, como: [...] Exemplo 2 Houve fases da história em que o Estado interveio de mane- ira mais decisiva para diminuir as desigualdades produzidas pelo desenvolvimento socioeconômico. Essa intervenção foi consequência das pressões efetuadas pelos movimentos popu- lares que buscavam maior participação na política, por meio da eleição de seus representantes, e que lutavam por seus direitos fundamentais. Procure no dicionário e transcreva os significados das palavras: Sociedade: Governo: Estado: c - Ao final de cada seção Fazer breve síntese, relacionando-a com a que segue, e propor pelo menos uma atividade. 101Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas Exemplo Exemplos Estudamos, neste tópico, que os critérios definidos nas reso- luções do Conselho Diretor do FNDE deixam clara a preocupa- ção, por parte do FNDE, em atender escolas que não foram con- templadas com os recursos do Programa. Porém, a principal finalidade da Lei n.10.880 foi instituir o Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE), voltado aos Estados, Distrito Federal e Municípios, do qual vamos tratar no passo seguinte. d- Ao final de cada unidade Sugerimos que não conclua a unidade simplesmente com a dis- cussão do último tópico, mas retome o que explicou na unidade toda, para “refrescar a memória” do estudante e apontar-lhe os pontos mais importantes. Além disso, poderá fazer um “gancho” com o que seguirá. Poderá, então: - fazer síntese/resumo da unidade, relacionando-a com a que segue; - propor Atividade (de aprendizagem) da unidade (a ser realizada como elemento compositivo do processo avaliativo) que poderá servir de sugestão para ser desenvolvida pelo professor forma- dor da Instituição; - indicar textos “complementares”: leituras, filmes, vídeos, links (com comentários; fichas técnicas). Síntese Chegamos, assim, ao final da primeira unidade desse módu- lo. Certamente, agora ficou mais claro seu entendimento sobre políticas públicas, que são ações adotadas por determinado 102 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas governo para concretizar seu projeto de sociedade, buscando atender aos interesses e necessidades dos cidadãos. Elas contri- buem para que a sociedade se organize ao redor de um projeto político, durante determinado período de tempo. [...] Para complementar sua reflexão sobre o tema tratado nesta Unidade, sugerimos que você assista ao filme “O Ponto de Mutação” (Mindwalk – By Bernt Capra). O filme se baseia nas obras de Fritjof Capra (O Tao da Física, A Teia da Vida e O Ponto de Mutação), um dos mais elo- quentes porta-vozes das recentes descobertas que estão emergin- do nas fronteiras do pensamento científico, filosófico e social. Toda a trama se desenvolve num castelo, localizado no monte Saint Michèle, na França. São protagonistas três persona- gens: um político, uma cientista e um poeta (talvez, simbolizando as três dimensões do homem), cada um trazendo sua visão da realidade. É um diálogo que aos poucos vai ganhando força e con- quistando os próprios personagens pela força com que os fenô- menos físicos, biológicos, sociais e culturais vão se apresentando ao serem olhados por outro prisma, a partir das recentes desco- bertas científicas. Uma nova percepção da realidade: a teia, as conexões, as inter-relações, e não mais a linearidade, a visão mecanicista e determinista dos fenômenos. Há um confronto dos clássicos da ciência moderna - objetividade, neutralidade, unicidade do método, negação de outros tipos de conhecimento que não o científico, separação Sujeito-Objeto, Razão-Emoção -, com novos paradig- mas que as Teorias Evolucionistas (Darwin, 1859), da Física Quân- tica (Planck e Bohr, 1900) e da Relatividade (Einstein, 1905), sobretudo, vão revelando ao conceberem o mundo em termos de Movimento, Fluxo de Energia e Processo de Mudança. Como essa nova percepção tem influência na vida política, social e pessoal. Da árvore do conhecimento, passa-se à Teia da vida, da visão antropocêntrica (Homem-Máquina) para a visão planetária e cósmica, com novos valores e novas categorias de análise - solida- paradigmas Atividade 103Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas riedade, complexidade, incerteza, transitoriedade, interdependên- cia, auto-organização, coevolução, criatividade, transcendência, reintegração do sujeito, pensamento em rede, em processo. Procure identificar as diferentes visões dos personagens e fazer um quadro sinótico delas. 4.2.3 CONCLUSÃO Breve explanação sobre a disciplina, apontando sua contribuição na formação profissional, palavras de elogio e estímulo ao estudante. Pode fazer uso de outros títulos, tais como: Retomando nossa conversa, Conversa final, Finalizando, Ponto de chegada. Exemplo Prezado cursista: Chegamos ao final do Módulo Introdutório, da caminhada que você realizou pessoalmente, e trocando ideias com outras pessoas que atuam em seu município, com seus colegas de curso e, ainda, com seu tutor. [...] Nós estamos aqui nos perguntando: Será que tudo o que foi exposto neste Módulo Introdutório foi significativo para o nosso interlocutor, que é você? Será que irá contribuir para que sua ação seja mais consciente e efetiva nos programas do FNDE e no campo da educação?” Só você para responder. Confessamos que, para nós, a experiência de escrever esse Módulo Introdutório foi significativa. Fomos levados a refletir mais sobre os caminhos que nosso país está seguindo, sobretu- do no que diz respeito à educação de seu povo. Lemos textos novos, relemos outros antigos, passamos a nos inteirar mais dos programas do governo e, de maneira especial, os do FNDE. Aprendemos muito. [...] Certamente, as mudanças não dependem simplesmente de 104 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas um governo, de programas, de algumas pessoas. Exigem vonta- de política, compromisso social e implantação de novas práticas de gestão, de controle social, de inovações pedagógicas, ofere- cendo condições para a melhoria do ensino, entre outras ações. O FNDE, o MEC, o atual governo e a escola contam com você, com seu envolvimento, com sua participação! Vamos, então, à luta. Seja teimoso como o menino Pedro Bala, líder dos Capitães de Areia*, acreditando em seus sonhos, em possíveis mudanças, e cantando, junto com o cantor Geraldo Vandré, um trecho da sua música “Pra não dizer que não falei das flores” (1968): Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Obrigado por ter estado conosco nesse início de conversa do curso de Formação Continuada nas Ações do FNDE, na modalidade a distância. Esperamos ter realizado nossa parte a seu contento. *romancedo escritor brasileiro Jorge Amado, publicado em 1937. 4.3 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS Já está chegando ao final da elaboração de seu texto. Agora, alguns “detalhes” para que ele, além de manter os aspectos técnicos de um texto universitário, ofereça novos elementos para a aprendizagem do estudante. REFERÊNCIAS Referenciar somente as obras citadas nas unidades, seguindo as normas da ABNT. Também são apresentadas as fontes de origem das imagens que você sugeriu para ilustrar seu texto didático. BIBLIOGRAFIA COMENTADA Mais do que uma lista extensa de obras, que o estudante dificil- mente irá ler ou terá dificuldade para encontrar no município onde reside ou na biblioteca do Polo, é aconselhável indicar de três a cinco obras que, em seu entender, o estudante deverá ler e, se possível, adquirir. 105Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas Essas obras, então, devem ser comentadas para que o estudante possa ter uma ideia inicial do que tratam e ser convencido a lê-las. Exemplo MORAES, Maria Cândida. O paradigma educacional emergen- te. Campinas, SP: Papirus, 1997. p. 55-81. 239p. A autora questiona: Qual é o modelo de ciência hoje? Qual seria o referencial teórico capaz de nortear a busca de novo paradigma para a Educação? Da física, chegam-nos refe- renciais que enfatizam o estado de inter-relação e interdepen- dência entre os fenômenos, e que poderiam ser tomados “em- prestados” para a construção de nova escola, apreendida como sistema aberto, vivo, e que troca energia com o meio. Nesta escola em processo e em movimento, o professor seria o mediador, fazendo a ponte entre conhecimentos, o contexto e seus produtores-receptores. PRETI, Oreste. Pesquisa educacional. uma introdução aos aspectos éticos, epistemológicos e metodológicos. Cuiabá: UFMT, 1992. 145p. O autor propõe abordar questões que não são tratadas na maioria dos livros de pesquisa. Estes, restringem-se à apresenta- ção e discussão das técnicas e dos métodos (em sentido muito amplo) da atividade científica, deixando as questões éticas e epistemológicas para os filósofos. O último capítulo discute o que é uma monografia, e quais os aspectos a serem considera- dos em sua elaboração. PRETI, Oreste. A Aventura de Ser Estudante: um guia metodo- lógico. Cuiabá: EdUFMT, 1994. (4 Vol.) Trata-se de Guia Metodológico escrito para professores que cursam a Licenciatura em Educação Básica, mediante a modali- dade de Educação a Distância. Por isso, a linguagem é menos 106 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas formal e mais dialogal. O autor propõe, para cada conteúdo, exemplos e exercícios para que o estudante possa se autoavaliar. (Vol.1 - Ser estudante; Vol. 2 - Leitura Produtiva; Vol. 3 - Os cami- nhos da Pesquisa – I; Vol. 4 - Os caminhos da Pesquisa - II) WEBREFERÊNCIAS Hoje, com a popularização da internet e com o uso de plataformas para o ensino virtual na maioria dos cursos a distância, você pode indicar textos, artigos, sítios onde o estudante poderá expandir sua leitura e sua formação. Aqui, igualmente, indicar que texto o estudante irá ler, de que autor, o que vai poder encontrar, com que finalidade, o que vai fazer com o referido texto, etc. GLOSSÁRIO Necessário quando no texto há muitos termos novos para o estu- dante, e ele teria dificuldades para compreendê-los ao consultar, por exemplo, um dicionário. Uma sugestão: caso sejam poucos e breve sua explicação, você pode colocá-los no interior do texto (em caixa-texto, na lateral da pági- na); caso sejam muitos ou extensos, é melhor colocá-los ao final do MDI para não quebrar o ritmo de leitura e/ou “poluir” visualmente o texto. Exemplo Capital Um dos fatores de produção, formado pela riqueza e que gera renda. Pode ser compreendido também como todos os meios de produção que foram criados pelo trabalho e que são utilizados para a produção de outros bens e serviços destinados à venda, isto é, as mercadorias. É representado em dinheiro. Capitalismo Surgiu na Europa entre o século XI ao XV, quando o centro da vida econômica, social e política se transferiu para a cidade. A sociedade que daí surge, a sociedade capitalista, tem como 107Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas base o lucro e um sistema econômico e social em que há separa- ção entre trabalhadores e capitalistas. Os trabalhadores, juridi- camente livres, dispõem de sua força de trabalho e a vendem em troca de salário. Os capitalistas são os proprietários dos meios de produção e contratam os trabalhadores para produzir mercadorias visando obter lucro. Envolvimento – Compromisso Você saberia dizer a diferença entre essas duas palavras tão comuns e que, geralmente, as pessoas utilizam como sinônimos? Nos dicionários encontrará as mais diferentes explicações. Para que essa diferença fique clara, vou recorrer à metáfora utilizada por James C. Hunter, na obra O Monge e o Executivo (ed. Sextante, 2004): “A próxima vez que vocês forem comer ovos com bacon, lembrem-se disso: a galinha estava envolvida, mas o porco estava comprometido!” Deu para entender a diferença? Certamente, agora, você não se esquecerá mais. EXPLICAÇÃO DAS ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÃO Não se trata de colocar simplesmente o “gabarito” ou dar a resposta “correta”. É mais pedagógico oferecer ao estudante elementos- chave, pistas sobre o conteúdo de possíveis respostas corretas, propor explicações relativas ao processo, esclarecer os passos que conduzem à resolução, justificar a resposta correta, apontar possíveis erros (respostas “erradas”) que o estudante pode ter cometido (comuns e previsíveis, a partir de sua experiência docente). Somem-se a isso palavras de elogio ao estudante (por seus acertos), de estímulo (diante de erros) e de orientação. Exemplo 1 O que você acha: o Estado age de maneira imparcial, sem atender a interesses de grupos, de setores privados, ou ele toma partido a favor de grupos específicos? ( ) Sim ( ) Não Por quê? 108 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas Você assinalou a alternativa Sim e, em sua justificativa, você disse que o Estado tem um discurso a favor do tratamento “igualitário” dos cidadãos, mas, na prática, age de acordo com interesses de setores da sociedade que dão sustentação ao governo que está no poder, pois vivemos numa sociedade capitalista, dividida socialmente, com interesses opostos, muitas vezes? Você conseguiu compreender bem a ideia central deste tópico. Parabéns por ter compreendido esse tema complexo. Se você optou pela alternativa Não, ou pela alternativa Sim, mas, em seu texto, você não se deu conta de que há contradições, às vezes, entre o discurso e as ações do Estado, releia o item 2 desta Unidade para compreender melhor o papel do Estado nas disputas entre grupos políticos, econômi- cos e sociais diferentes. Exemplo 2 O Estado, para atender ao bem comum, desenvolve políticas públicas sociais que têm diferentes funções. Assinale com (R) as consideradas redistributivas e (C) as compensatórias: ( ) O Programa Universidade para Todos - ProUni ( ) As cotas para ingresso nas universidades ( ) O imposto de Renda ( ) O Programa Bolsa-Família ( ) O sistema de aposentadoria do INSS ( ) O Programa de Garantia de Renda Mínima, aprovado pelo Senado em 1991. Acertou todas? Parabéns. Continue assim, estudando com afinco e inte- resse. Você garantirá formação qualificada e sucesso futuro em sua profissão. Não acertou todas? Teve dificuldade na leitura do texto em compreender a diferença entre redistributivo e compensatório? C C R C C R 109Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas Não fique chateado. São palavras muito parecidas e muita gente por costuma utilizá-las como sinônimas. Redistribuir implica uma ação muito mais profunda, bus- cando reduzir as diferenças e desigualdades sociais, como o caso do Imposto deRenda. Paga mais imposto quem ganha mais, e o que ele paga vai ajudar aos que ganham pouco ou ainda não trabalham ou estão desempregados. Compensar é muito próximo da atitude “paternalista” de dar em troca, de oferecer algo que foi negado ao longo de nossa história, como o caso do acesso à educação. É um direito dos cidadãos, mas nem todos os setores da sociedade têm a mesma oportunidade de frequentar, por exemplo, uma universidade pública. Aí, o governo implementa “cotas” para que as pessoas que vêm de setores mais pobres possam também ter sua chance de frequentar cursos superiores. Ficou mais fácil de compreender agora? Que bom! Mas releia o texto – tópico 2.1, p. 48-51 – para que sua aprendiza- gem seja solidificada. aí O AUTOR Caso opte por não fazer sua apresentação no início do MDI, aqui é o momento. E, assim, chegou ao final de uma das etapas da produção de seu texto. Final de uma e início de outra: a configuração de seu texto, para atender ao projeto gráfico do curso e às sugestões da equipe pedagógica, e editoração do texto. Um novo desafio pela frente!
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