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4 Organização e Estrutura Organização doTexto Didático

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Prévia do material em texto

Cuiabá, 2010
Oreste Preti
PRODUÇÃO DE 
MATERIAL DIDÁTICO 
IMPRESSO:
ORIENTAÇÕES TÉCNICAS 
E PEDAGÓGICAS
ESTRUTURA E
ORGANIZAÇÃO DO TEXTO
O leitor geralmente não se aperceberá de um desenho 
bem-feito [...] Quando o desenho instrucional é pobre, o 
leitor irá notar que alguma coisa está interferindo na 
recepção da mensagem (BARRETO, 2007).
O que procuramos desenvolver nesta unidade é uma ideia 
aproximada de como pode ser organizado o material didático impresso 
de um curso. 
Caderno, Fascículo, Módulo, Apostila 
O MDI recebe as mais diferentes denominações, entre elas: 
caderno, fascículo, módulo, apostila.
- Caderno: remete à ideia de “material do estudante”, em que 
ele anota, realiza atividades. Nomenclatura que considero 
adequada para MDI de cursos de curta duração voltados para 
formação continuada e em serviço, para (re)qualificar os estu-
dantes, tendo como foco levá-los a repensar e modificar sua 
prática profissional.
- Módulo: no sentido de reunir “elementos ou conjunto de 
elementos inter-relacionados” que servem para entender ou 
estudar uma realidade. É uma unidade convencional que se 
utiliza para construir uma realidade mais complexa (CIDEAD, 
1994, p. 29). Faz mais sentido o uso desta nomenclatura quando 
4
86 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
se trata de produção de MDI por áreas de conhecimento, e não 
por disciplinas. Ex. os módulos do programa Formação pela 
Escola - FNDE (módulo do PNATE, do PDE, etc.); os módulos 
do curso de Pedagogia a distância da UFMT (módulo de Funda-
mentos, módulo de Linguagem, etc.). Em um sistema de Educa-
ção Aberta e a Distância (EAD) precisa existir flexibilidade 
curricular que permita ao estudante sair de um programa em 
determinado momento e retornar sem problema algum. Por esta 
razão, os planos de ensino necessitam ter uma estrutura curricu-
lar modular que permita este percurso do estudante.
- Fascículo: do latim, com o sentido de “feixe”, algo composto 
por diferentes “gravetos”, que, no entanto, faz um todo firme e 
compacto. Dá a ideia de reunir determinado conteúdo em unida-
des temáticas interligadas, formando um todo. Neste sentido, o 
fascículo apresenta e discute determinada temática, sem a 
necessária dependência de temas tratados em outros fascículos. 
Assim, em determinado curso ou área de conhecimento, não há 
necessidade, por parte do estudante, de realizar uma leitura 
sequencial preestabelecida dos fascículos.
- Apostila: do latim post illa (após aquelas palavras, post-
scriptum / pós-escrito): aquilo que se acrescenta depois (após a 
sentença judicial, anotações em diploma ou título oficial, anota-
ções para o debate em sala de aula, depois daquelas palavras do 
professor, etc.). Aqui no Brasil, com a invenção dos cursinhos 
preparatórios para os exames do vestibular, o termo passou a ser 
amplamente utilizado e difundido para designar o material que 
o professor prepara para os estudantes acompanharem suas 
explanações em sala de aula.
Para conjunto de “aulas” ou de textos, melhor dizer: coletânea 
ou, até mesmo, antologia.
Sua instituição pode chamar o material didático por uma dessas 
nomenclaturas, ou por outras. Porém, considero pouco adequado 
chamar um texto didático de “apostila”.
Instituições que, não de hoje, produzem material didático na EaD 
e avaliam a capacidade leitora de estudantes, sugerem uma média de 15 a 
20 páginas por unidade temática. A partir disso, organizamos uma tabela 
indicativa de número de MDI, de unidades e de páginas por carga horária.
87Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
nº de MDI
1
1
1
2
2
nº de unidades
2 a 3
4 a 6
6 a 8
3 a 4 (cada)
4 a 6 (cada)
nº de pág. não diagramadas
40 a 60
100 a 120
150 a 198
60 a 90 (cada)
100 a 120 (cada)
Em cada unidade, desenvolver duas a três seções (tópicos).
Estes critérios variam de acordo com a modalidade do curso 
(extensão, graduação, pós-graduação), com o caráter da disciplina (dis-
cursivas, narrativas, humanísticas, técnicas) e o perfil dos estudantes.
O mais importante é preocupar-se com os elementos que contribu-
em na construção do MDI, para que ele cumpra sua função pedagógica. 
Vejamos, então, esquematicamente, cada uma das partes que 
podem compor o MDI e o que nelas você poderá redigir.
Carga horária
30
60
90
120
Figura 5 - Sequência dos componentes do MDI
Texto-base
88 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
4.1 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
Os elementos que seguem são organizativos e, geralmente, defi-
nidos no projeto gráfico do curso. Você não deve se preocupar muito com 
eles, pois a equipe responsável pela editoração colocará seu texto no 
“formato” do material impresso de seu curso e/ou de sua instituição.
Capa 
- Títulos principais (Programa / Instituição - Disciplina)
Verso
- Créditos: órgãos do governo (ex. MEC / SEED / UAB / e-Tec Brasil), 
da Instituição produtora do material, da equipe de produção (ilustrador, 
diagramador, designer educacional, revisor, etc.).
Página de rosto
- Nome do autor
- Nome da Disciplina
- Editora
- Cidade, ano
Verso 
- Conselho editorial
- Equipe pedagógica do curso
- Ficha catalográfica
Apresentação do Programa
- Apresentação Institucional do Programa - pelo coordenador do Programa.
Apresentação do curso 
- Apresentação Institucional do curso - preferencialmente, feita pela 
coordenação do curso.
Apresentação do autor
- Há projetos gráficos que colocam essa apresentação ao final do texto. 
Incluí-la nos componentes pré-textuais pode propiciar o estabeleci-
mento de “rapport” com o leitor logo no início da leitura, ao saber quem 
é você, onde mora e trabalha, o que faz, sua formação e experiência 
profissional, etc.
- Redigido de maneira informal, nela você traz síntese de sua trajetória 
acadêmica e profissional, que permita ao estudante ter visão contextua-
lizada daquela com quem vai dialogar por meio do texto.
89Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
- Procure redigir breve texto (no máximo uma lauda) se apresentando. 
Aqui não se trata de exibir seu Curriculum Vitae, do tipo Lattes, mas 
fazer uma apresentação leve, informal, destacando os aspectos mais 
significativos de sua vida, de seu trabalho, acadêmico sobretudo.
Exemplo
Pedindo licença para me apresentar
O primeiro desafio que tive pela frente, ao escrever esses 
Fascículos, e o seu, ao iniciar sua leitura, é o fato de não nos 
conhecermos, ainda. [...]
Vim para Mato Grosso há mais de 30 anos e passei a maioria 
destes anos aqui em Cuiabá, como professor da Universidade 
Federal de Mato Grosso, no departamento de Teorias e Funda-
mentos da Educação. Sempre trabalhei com a formação de 
professores, sobretudo em áreas de fronteira agrícola, ao norte 
do Estado, a mais de 600km da Capital. Em 1992, fiz parte da 
equipe que, no interior da universidade, se propôs buscar outras 
saídas para dar conta do contingente de professores não titulados 
em nível superior, que atuavam na rede pública em Mato Grosso 
(na época eram mais de 5.000). [...]
A foto do autor deve ser salva em formato JPEG, com resolução 
de 300 DPIs e não deve ser anexada ao documento do Word, para não 
perder a qualidade da foto. Deverá ser salva em CD-ROM, juntamente 
com as demais fotos, imagens, gráficos que venham ilustrar seu texto.
Sumário
- Serve para indicar, de maneira organizada e didática, a seleção e a 
sequência do conteúdo. Portanto, deve ser visualmente atraente e claro, 
apresentando somente as unidades e os tópicos principais. 
Não listar tópicos secundários. Pode dar ao estudante a impressão 
de que é “muito conteúdo” a ser estudado, o que pode ser fator de desestí-
mulo. Além disso, não deixa claro quais são os temas centrais e mais 
importantes da disciplina, o que pode dificultar o entendimento dos 
objetivos de aprendizagem por parte do estudante. 
90 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e PedagógicasAconselha-se também não colocar as páginas indicativas, o que 
ocorrerá somente no momento da diagramação.
Os estudos de Waller se fundamentam em dois postula-
dos pedagógicos, O primeiro é que os estudantes não 
leem necessariamente um texto pedagógico desde a 
primeira página à última. Se assim fazem, não é verdade 
que seja a melhor estratégia de leitura; parece, inclusive, 
que uma leitura seletiva é, muitas vezes, uma estratégia 
mais apropriada [...] O segundo postulado é que os 
objetivos pessoais dos estudantes frequentemente 
diferem dos objetivos previstos pela equipe pedagógica 
(LANDRY, 1985, 234).
Por esta razão, o Sumário ajuda o estudante a definir seu percurso 
de leitura.
Exemplo 1
- Apresentando a Aventura
- Preparando-me para a Aventura
1 - O meu jeito de estudar
2 - Estudando e aprendendo
3 - Planejando meu estudo
4 - Avaliando minha caminhada
- Considerações
- Bibliografia
Exemplo 2
- Conversa Inicial
- Unidade I - Terra, a base de tudo
- Unidade II - As formas da Terra
- Unidade III - A influência da atmosfera
- Retomando a conversa inicial
- Referências
- Glossário
- Gabarito
91Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
4.2 ELEMENTOS TEXTUAIS
Agora chegou a hora de você pôr “a mão na massa” e escrever o 
corpo do texto:
- Apresentação da disciplina
- Unidades temáticas
- Conclusão
Comece a escrever por onde você se sentir mais “pronto”, mais 
motivado ou inspirado, para evitar ou superar o fantasma da “página 
em branco” que costuma acontecer quando iniciamos a escrever um 
novo texto.
Já mencionamos, mas queremos aqui novamente pontuar, que, ao 
elaborar seu texto, você terá de se preocupar:
a- com o tratamento temático (do qual você é um especialista);
b-com o tratamento pedagógico. Você deverá contar com o apoio 
de equipe pedagógica multidisciplinar, formada por especialis-
tas em “didática de EaD”, em “linguagem dialógica”;
c- com o tratamento formal. Uma equipe especializada, formada 
por ilustrador, designer gráfico, designer educacional, contri-
buirá para que seu texto ganhe beleza e leveza.
 
É o tratamento do conteúdo e das formas de expressão 
de diferentes temas com a finalidade de tornar possí-
vel o ato educativo, dentro do horizonte de uma 
educação concebida como participação, criatividade, 
expressividade e relacionalidade (GUTIÉRREZ PÉREZ; PRIETO 
CASTILHO, 1991, p.54).
Vamos, então, falar agora sobre seu trabalho de produção. Como 
organizar e elaborar seu texto?
4.2.1 APRESENTAÇAO DA DISCIPLINA
É a porta de entrada da disciplina, é o convite para participar de 
caminhada rumo à aprendizagem e ao sucesso.
92 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Você se dirige ao estudante de maneira coloquial e direta, estabele-
cendo desde o início clima de diálogo, despertando nele confiança e auto-
estima. É um texto curto, claro, preciso na informação dada e atraente.
Exemplo de títulos para esta apresentação: Conversa Inicial, 
Abertura, Carta ao estudante, Para começo de conversa, etc.
Sugestão de tópicos a serem abordados nessa Apresentação, não 
necessariamente na sequência aqui listada:
- Boas-vindas: para criar clima de relação pessoal com o estudan-
te. Caso você ainda não se tenha apresentado, é o momento de 
fazê-lo, de maneira bem informal.
- Objetivos da disciplina e sua relação com formação profissional 
e pessoal.
- Visão da disciplina, sua importância no contexto das demais 
disciplinas do curso, no campo da ciência e da humanidade.
- Os temas que são tratados no texto, o porquê dos temas esco-
lhidos e sua importância; como está organizado o conteúdo do 
MDI.
- Questionamentos, indagações que podem emergir no início da 
disciplina ou que estarão no centro do estudo ao longo da disci-
plina; levantamento de um caso ou situação-problema que sirva 
de mote ao longo da disciplina.
- Conhecimentos prévios necessários para compreender a disci-
plina. Abordar temas que o estudante, eventualmente, já tenha 
estudado em outro momento de sua vida estudantil, ou que 
foram abordados por disciplinas do curso que antecederam.
- Orientações sobre o estudo da disciplina, sobre as atividades a 
serem realizadas.
- Palavras de estímulo ao estudo e convite à leitura.
Este tipo de apresentação - relacionada com os objetivos da 
disciplina, com o esquema conceitual - é um organizador prévio, pois 
permite ao estudante:
- uma primeira aproximação aos conceitos/temas que irá estudar;
- relacionar estes temas com seus conhecimentos prévios e em 
função do perfil profissional;
- identificar os conhecimentos necessários para a aprendizagem 
do novo conteúdo, para que possa sanar possíveis lacunas antes 
de iniciar o estudo da disciplina.
Isso motivará o interlocutor a sentir-se sujeito da aprendiza-
gem, a dar sentido ao que está realizando e lendo. Em outras palavras, 
93Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Exemplo 1
Prezado estudante:
Bem-vindo a este Módulo que vai tratar do Programa 
Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar, o PNATE.
Sentimo-nos gratificados por poder estar com você, 
durante o estudo deste Módulo que faz parte do Programa de 
Formação Continuada nas Ações do FNDE, o FormAção pela 
Escola, oferecido na modalidade a distância. Esse Programa é 
resultado de parceria do Fundo Nacional de Desenvolvimento 
da Educação (FNDE) com a Secretaria de Educação a Distância 
(SEED), ambos do Ministério da Educação (MEC). [...]
Certamente, você escolheu esse Módulo para aprofundar 
seus conhecimentos e poder contribuir para que o Programa 
Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar efetivamente pro-
duza os resultados esperados: a melhoria das condições de aces-
so dos estudantes do Ensino Fundamental público à escola e a 
sua permanência. O PNATE realiza esta tarefa por meio do 
repasse suplementar de recursos financeiros aos Estados, Distrito 
Federal e Municípios, contribuindo para a oferta do transporte 
escolar aos estudantes do ensino fundamental público, residen-
tes na área rural.
Existe também o Programa Nacional de Transporte Esco-
lar (PNTE), criado há mais de dez anos, que, a partir de junho de 
2004, passou a beneficiar apenas organizações não governa-
mentais, a entidades sem fins lucrativos, que atendem ao trans-
porte de escolares com necessidades educacionais especiais. 
Dele trataremos rapidamente, pois o objetivo desse Módulo é 
discutirmos com maior profundidade o PNATE. 
[...]
Vamos, então, à leitura das Unidades do Módulo?
Boa leitura! 
você estará estimulando o estudante a acreditar em sua capacidade de 
aprender, despertando nele autoconfiança em seu sucesso nos estudos.
94 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Exemplo 2
Amigo estudante:
Depois de ter estudado o Módulo Introdutório, que tratou 
das políticas públicas no campo a educação e a atuação do 
FNDE, você optou por aprofundar seus conhecimentos sobre o 
Programa Nacional do Transporte Escolar (PNATE).
Trata-se de Programa do Governo Federal para garantir a 
qualidade da educação das crianças matriculadas em escolas 
públicas, em todo território nacional.
Daí sua importância e a necessidade de conhecer melhor o 
Programa para que você possa acompanhar sua implementação 
e fazer o controle social dos recursos destinados ao PNATE.
Para que seu estudo se torne proveitoso e prazeroso, orga-
nizamos este Módulo em quatro unidades:
Unidade I - Política pública do transporte do escolar
Unidade II - Funcionamento do PNATE
Unidade III - Os recursos do PNATE
Unidade IV - Acompanhamento e controle social
Na Unidade I, procuraremos compreender a dimensão 
política da implementação desse Programa pelo Governo Fede-
ral, os objetivos e os resultados esperados.
Na Unidade II, descreveremos o funcionamento do PNATE 
e a forma como está organizado. 
Na Unidade III, detalharemos a questão da prestação de 
contas e dos procedimentos contábeis. 
Finalmente, na última Unidade, refletiremosum pouco 
sobre um dos aspectos importantes das políticas sociais: o acom-
panhamento e o controle social dos recursos financeiros destina-
dos a programas como o PNATE. Tudo isso a partir dos docu-
mentos legais que regulamentam o Programa do Transporte do 
Escolar e das contribuições dos técnicos do FNDE que acompa-
nham esse Programa.
95Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Esperamos que, ao estudar esse Módulo, você possa:
- Ampliar sua compreensão em relação à dimensão política 
do Programa de Transporte do Escolar;
- conhecer a dinâmica do Programa, em seus diferentes 
aspectos de gestão;
- identificar os aspectos contábeis do Programa;
- compreender a importância do acompanhamento e do 
controle social no PNATE.
Porém, antes de iniciar a leitura das Unidades, gostaría-
mos que você parasse um instante para refletir sobre algumas 
questões.
- Qual a relação entre o transporte escolar e a educação 
pública?
- A quem se destina esse Programa?
- De onde vêm os recursos para financiar o PNATE?
- Quem é o executor e responsável por sua implantação 
nos Municípios e unidades da federação?
- Como e por quem é feito o acompanhamento e o contro-
le social do PNATE?
Não se preocupe. Não queremos que você responda, de 
imediato, a todas essas questões. Mas esperamos que, até o final 
desse Módulo, você tenha respostas, e não duvidamos que tam-
bém formule outras perguntas.
Leia agora, com muita atenção, a seguinte história... [...]
4.2.2 AS UNIDADES 
TEMÁTICAS
Sua disciplina poderá ser 
dividida em temas, em unidades 
de estudo (unidade didática, uni-
dade de aprendizagem) que, por 
usa vez, podem ser subdivididas 
em subtemas (seções, tópicos), 
com atividades de aprendizagem, 
ilustrações, contos, fatos, etc. 
A Unidade para ser “didática”
Deve conter os elementos necessários ao processo 
ensino-aprendizagem:
- objetivos, conteúdo, atividades, avaliação.
Quanto à sua organização, pode:
Abordar dois a três temas (a cada tema, uma 
seção);
- Definir entre três e quatro objetivos específicos.
Cada seção: quatro a cinco páginas;
- definir um a dois objetivos específicos;
- propor pelo menos uma atividade de estudo e 
questões para autoavaliação.
•
•
96 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Exemplo
Noções de Direito Administrativo
Unidade I Unidade IIIUnidade II
Seção 1 Seção 2 Seção 3 Seção 1 Seção 2 Seção 2Seção 1 Seção 2 Seção 3 
Como organizar cada unidade? O que nela pode ser proposto para 
torná-la didática?
Em cada Unidade:
a- Iniciar com uma Abertura
Apresentar ao estudante:
- o tema da unidade, sua importância na formação profissional;
- questionamentos sobre situações ou sobre conhecimentos 
relacionados com o tema;
- um caso (situação, notícia, estória, anedota, analogia, metáfora) 
que leve o estudante a refletir, a buscar respostas até o final da 
leitura da unidade, ou a partir do qual o tema será desenvolvido;
- objetivo(s) específico(s) da Unidade;
- subdivisões da unidade (seções).
Exemplo 1
Nesta Unidade, queremos lhe propor que faça como a 
águia que voa alto para melhor enxergar o que acontece lá 
embaixo, no vale, ou como a gaivota observando o que acontece 
na praia, no mar. Certamente, você já deve ter subido um morro, 
ou ter ido até o terraço de um prédio ou ter voado de avião. O que 
acontece? Você consegue ver muito mais do que estando abaixo, 
não é verdade? 
[...]
97Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Leia, então, essa breve anedota que nos 
chegou pelo correio eletrônico há muito tempo, 
numa quinta-feira de fevereiro de 1999 [...].
Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo 
e estava resolvido a encontrar meios de solucioná-los. Passava 
dias em seu laboratório em busca de respostas para suas dúvidas.
Certo dia, seu filho de sete anos invadiu o seu santuário 
decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista, nervoso pela inter-
rupção, insistiu para que o filho fosse brincar em outro lugar. 
Vendo que o filho não lhe obedecia, o pai procurou algo que 
pudesse ocupar e distrair o filho. De repente deparou-se com o 
mapa do mundo, e pensou: “É isso”.
Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários 
pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou-o ao 
filho, dizendo:
- Você gosta de quebra-cabeças, não é? Então vou dar-lhe o 
mundo para consertar. Aqui está o mundo, todo quebrado. Veja 
se consegue consertá-lo bem direitinho. Faça tudo sozinho.
Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa. 
Passados quinze minutos, ouviu a voz do filho, que o chamava 
calmamente:
- Papai, papai, já fiz tudo. Consegui terminar todinho.
A princípio, o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria 
impossível, em sua idade, ter conseguido recompor um mapa 
que jamais havia visto.
Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, 
certo de que veria um trabalho digno de uma criança.
Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os peda-
ços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria 
possível? Como o menino havia sido capaz?
- Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conse-
guiu?
Anedota: narração curta
de fato histórico, curioso,
divertido, ou imaginário. 
Assim, esperamos que, ao final desta unidade, você seja
capaz de:
- definir Sociedade, Estado, Governo e Políticas Públicas;
- compreender o sentido das políticas públicas no campo social.
98 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
- Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você 
tirou o papel da revista para recortar, eu vi que, do outro lado, 
havia a figura de um homem.
Quando você me deu o mundo para consertar, eu até tentei, 
mas não consegui. Foi então que me lembrei do homem.
Então, virei os recortes e comecei a consertar o homem 
que eu já conheço bem. Quando consegui consertar o homem, 
virei do outro lado e vi que, dessa forma, eu havia consertado o 
mundo. 
Essa historieta pode nos dizer uma coisa bem simples. Se 
você quer participar do “conserto” do mundo, a partir de seu 
local de trabalho, de seu município, de sua escola, é importante:
- ter conhecimentos que possibilitem uma compreensão 
do contexto em que os fatos ocorrem;
- ter consciência que as mudanças começam em você, 
com seu envolvimento e participação.
Só, assim, sua intervenção será eficiente e alcançará as 
mudanças desejadas [...].
Você deve ter lido, ouvido falar, ou assistido ao filme que 
narra as aventuras de “Robinson Crusoé”, o único sobrevivente 
de um naufrágio. Salvou-se e foi atirado pelas ondas a uma ilha 
tropical. Durante muitos anos viveu sozinho, na companhia de 
animais.... Viveu do jeito que bem quis, até ser encontrado por 
um navio e regressar a seu país de origem. Essa obra do escritor 
inglês Daniel Defoe (1660-1731) é um clássico da literatura 
mundial que foi traduzido e adaptado ao português por Montei-
ro Lobato (1882-1948).
Exemplo 2
[Anos mais tarde, encontrei versão redigida por Dom Lucas 
Moreira Neves e publicada no Jornal do Brasil, em janeiro de 1997.]
99Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
b- Desenvolver o tema e os subtemas
Feita a apresentação da unidade, agora é expor o conteúdo se-
guindo o plano, a estrutura da disciplina (desenhada no mapa concei-
tual), atendendo aos objetivos de aprendizagem propostos.
Exemplo 1
Exemplo 1
Vimos na unidade anterior que o Estado, por meio do 
governo que está no poder, desenvolve políticas sociais redistri-
butivas e compensatórias para “suavizar”, diminuir um pouco as 
desigualdades sociais presentes em nossa sociedade brasileira.
Esse papel do Estado vem se modificando, sobretudo a partir 
da década de 1970, quando o mundo passou por uma crise eco-
nômica que acabou afetando o campo das políticas sociais e, 
consequentemente, aquelas relacionadas com a área educacional.
Por isso, nesta Unidade, conversaremos um pouco sobreas 
políticas públicas educacionais, especificamente aquelas volta-
das para a Educação Básica. 
[...]
No interior do texto, é importante que você faça recurso a estraté-
gias didáticas, tais como atividades, exemplos, casos, situações-
problema, fatos, curiosidades, glossário, links, etc. 
As atividades podem ser inseridas na própria sequência do texto, 
se forem breves (como as de reflexão, comentários, breves exercícios); 
caso contrário, melhor serem apresentadas ao final da unidade. É aconse-
lhável numerar sequencialmente as atividades a serem realizadas pelo 
estudante, para que possam ser facilmente identificadas ao final do MDI, 
quando você for comentar a resposta ou a resolução delas.
A História nos conta um pouco a trajetória da humanidade 
na construção de diferentes tipos e modelos de sociedade (ex.: 
100 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
tribal, feudal, capitalista). Neste diálogo, procuraremos compre-
ender o que se passa atualmente em nossa sociedade, que se 
organiza sob os cuidados de um Estado, de um governo.
Você sabe a diferença entre Estado e governo? 
Pois bem, o Estado é identificado como o conjunto de insti-
tuições permanentes, como:
[...]
Exemplo 2
Houve fases da história em que o Estado interveio de mane-
ira mais decisiva para diminuir as desigualdades produzidas 
pelo desenvolvimento socioeconômico. Essa intervenção foi 
consequência das pressões efetuadas pelos movimentos popu-
lares que buscavam maior participação na política, por meio da 
eleição de seus representantes, e que lutavam por seus direitos 
fundamentais.
Procure no dicionário e transcreva os significados das 
palavras:
Sociedade:
Governo:
Estado:
c - Ao final de cada seção
Fazer breve síntese, relacionando-a com a que segue, e propor 
pelo menos uma atividade.
101Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Exemplo
Exemplos
Estudamos, neste tópico, que os critérios definidos nas reso-
luções do Conselho Diretor do FNDE deixam clara a preocupa-
ção, por parte do FNDE, em atender escolas que não foram con-
templadas com os recursos do Programa.
Porém, a principal finalidade da Lei n.10.880 foi instituir o 
Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar 
(PNATE), voltado aos Estados, Distrito Federal e Municípios, do 
qual vamos tratar no passo seguinte.
d- Ao final de cada unidade
Sugerimos que não conclua a unidade simplesmente com a dis-
cussão do último tópico, mas retome o que explicou na unidade toda, 
para “refrescar a memória” do estudante e apontar-lhe os pontos mais 
importantes. Além disso, poderá fazer um “gancho” com o que seguirá. 
Poderá, então:
- fazer síntese/resumo da unidade, relacionando-a com a que 
segue;
- propor Atividade (de aprendizagem) da unidade (a ser realizada 
como elemento compositivo do processo avaliativo) que poderá 
servir de sugestão para ser desenvolvida pelo professor forma-
dor da Instituição;
- indicar textos “complementares”: leituras, filmes, vídeos, 
links (com comentários; fichas técnicas).
Síntese 
Chegamos, assim, ao final da primeira unidade desse módu-
lo. Certamente, agora ficou mais claro seu entendimento sobre 
políticas públicas, que são ações adotadas por determinado 
102 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
governo para concretizar seu projeto de sociedade, buscando 
atender aos interesses e necessidades dos cidadãos. Elas contri-
buem para que a sociedade se organize ao redor de um projeto 
político, durante determinado período de tempo. [...]
Para complementar sua reflexão sobre o tema tratado 
nesta Unidade, sugerimos que você assista ao filme “O Ponto de 
Mutação” (Mindwalk – By Bernt Capra).
O filme se baseia nas obras de Fritjof Capra (O Tao da 
Física, A Teia da Vida e O Ponto de Mutação), um dos mais elo-
quentes porta-vozes das recentes descobertas que estão emergin-
do nas fronteiras do pensamento científico, filosófico e social.
Toda a trama se desenvolve num castelo, localizado no 
monte Saint Michèle, na França. São protagonistas três persona-
gens: um político, uma cientista e um poeta (talvez, simbolizando 
as três dimensões do homem), cada um trazendo sua visão da 
realidade.
É um diálogo que aos poucos vai ganhando força e con-
quistando os próprios personagens pela força com que os fenô-
menos físicos, biológicos, sociais e culturais vão se apresentando 
ao serem olhados por outro prisma, a partir das recentes desco-
bertas científicas. Uma nova percepção da realidade: a teia, as 
conexões, as inter-relações, e não mais a linearidade, a visão 
mecanicista e determinista dos fenômenos.
Há um confronto dos clássicos da ciência 
moderna - objetividade, neutralidade, unicidade do método, 
negação de outros tipos de conhecimento que não o científico, 
separação Sujeito-Objeto, Razão-Emoção -, com novos paradig-
mas que as Teorias Evolucionistas (Darwin, 1859), da Física Quân-
tica (Planck e Bohr, 1900) e da Relatividade (Einstein, 1905), 
sobretudo, vão revelando ao conceberem o mundo em termos de 
Movimento, Fluxo de Energia e Processo de Mudança. Como essa 
nova percepção tem influência na vida política, social e pessoal.
Da árvore do conhecimento, passa-se à Teia da vida, da 
visão antropocêntrica (Homem-Máquina) para a visão planetária e 
cósmica, com novos valores e novas categorias de análise - solida-
paradigmas
Atividade
103Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
riedade, complexidade, incerteza, transitoriedade, interdependên-
cia, auto-organização, coevolução, criatividade, transcendência, 
reintegração do sujeito, pensamento em rede, em processo.
Procure identificar as diferentes visões dos personagens e 
fazer um quadro sinótico delas.
4.2.3 CONCLUSÃO
Breve explanação sobre a disciplina, apontando sua contribuição 
na formação profissional, palavras de elogio e estímulo ao estudante.
Pode fazer uso de outros títulos, tais como: Retomando nossa 
conversa, Conversa final, Finalizando, Ponto de chegada.
Exemplo
Prezado cursista:
 
Chegamos ao final do Módulo Introdutório, da caminhada 
que você realizou pessoalmente, e trocando ideias com outras 
pessoas que atuam em seu município, com seus colegas de 
curso e, ainda, com seu tutor. [...]
Nós estamos aqui nos perguntando:
Será que tudo o que foi exposto neste Módulo Introdutório 
foi significativo para o nosso interlocutor, que é você? Será que 
irá contribuir para que sua ação seja mais consciente e efetiva 
nos programas do FNDE e no campo da educação?”
Só você para responder.
Confessamos que, para nós, a experiência de escrever esse 
Módulo Introdutório foi significativa. Fomos levados a refletir 
mais sobre os caminhos que nosso país está seguindo, sobretu-
do no que diz respeito à educação de seu povo. Lemos textos 
novos, relemos outros antigos, passamos a nos inteirar mais dos 
programas do governo e, de maneira especial, os do FNDE. 
Aprendemos muito. [...]
Certamente, as mudanças não dependem simplesmente de 
104 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
um governo, de programas, de algumas pessoas. Exigem vonta-
de política, compromisso social e implantação de novas práticas 
de gestão, de controle social, de inovações pedagógicas, ofere-
cendo condições para a melhoria do ensino, entre outras ações.
O FNDE, o MEC, o atual governo e a escola contam com 
você, com seu envolvimento, com sua participação!
Vamos, então, à luta. Seja teimoso como o menino Pedro 
Bala, líder dos Capitães de Areia*, acreditando em seus 
sonhos, em possíveis mudanças, e cantando, junto com 
o cantor Geraldo Vandré, um trecho da sua música “Pra 
não dizer que não falei das flores” (1968):
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Obrigado por ter estado conosco nesse início de conversa 
do curso de Formação Continuada nas Ações do FNDE, na 
modalidade a distância.
Esperamos ter realizado nossa parte a seu contento. 
*romancedo 
escritor brasileiro 
Jorge Amado, 
publicado 
em 1937.
4.3 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
Já está chegando ao final da elaboração de seu texto. Agora, 
alguns “detalhes” para que ele, além de manter os aspectos técnicos de 
um texto universitário, ofereça novos elementos para a aprendizagem do 
estudante.
REFERÊNCIAS
Referenciar somente as obras citadas nas unidades, seguindo as 
normas da ABNT. Também são apresentadas as fontes de origem das 
imagens que você sugeriu para ilustrar seu texto didático.
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
Mais do que uma lista extensa de obras, que o estudante dificil-
mente irá ler ou terá dificuldade para encontrar no município onde reside 
ou na biblioteca do Polo, é aconselhável indicar de três a cinco obras que, 
em seu entender, o estudante deverá ler e, se possível, adquirir.
105Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Essas obras, então, devem ser comentadas para que o estudante 
possa ter uma ideia inicial do que tratam e ser convencido a lê-las.
Exemplo
MORAES, Maria Cândida. O paradigma educacional emergen-
te. Campinas, SP: Papirus, 1997. p. 55-81. 239p.
A autora questiona: Qual é o modelo de ciência hoje? 
Qual seria o referencial teórico capaz de nortear a busca de 
novo paradigma para a Educação? Da física, chegam-nos refe-
renciais que enfatizam o estado de inter-relação e interdepen-
dência entre os fenômenos, e que poderiam ser tomados “em-
prestados” para a construção de nova escola, apreendida 
como sistema aberto, vivo, e que troca energia com o meio. 
Nesta escola em processo e em movimento, o professor seria o 
mediador, fazendo a ponte entre conhecimentos, o contexto e 
seus produtores-receptores.
PRETI, Oreste. Pesquisa educacional. uma introdução aos 
aspectos éticos, epistemológicos e metodológicos. Cuiabá: 
UFMT, 1992. 145p.
O autor propõe abordar questões que não são tratadas na 
maioria dos livros de pesquisa. Estes, restringem-se à apresenta-
ção e discussão das técnicas e dos métodos (em sentido muito 
amplo) da atividade científica, deixando as questões éticas e 
epistemológicas para os filósofos. O último capítulo discute o 
que é uma monografia, e quais os aspectos a serem considera-
dos em sua elaboração.
PRETI, Oreste. A Aventura de Ser Estudante: um guia metodo-
lógico. Cuiabá: EdUFMT, 1994. (4 Vol.)
Trata-se de Guia Metodológico escrito para professores que 
cursam a Licenciatura em Educação Básica, mediante a modali-
dade de Educação a Distância. Por isso, a linguagem é menos 
106 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
formal e mais dialogal. O autor propõe, para cada conteúdo, 
exemplos e exercícios para que o estudante possa se autoavaliar. 
(Vol.1 - Ser estudante; Vol. 2 - Leitura Produtiva; Vol. 3 - Os cami-
nhos da Pesquisa – I; Vol. 4 - Os caminhos da Pesquisa - II)
WEBREFERÊNCIAS
Hoje, com a popularização da internet e com o uso de plataformas 
para o ensino virtual na maioria dos cursos a distância, você pode indicar 
textos, artigos, sítios onde o estudante poderá expandir sua leitura e sua 
formação. Aqui, igualmente, indicar que texto o estudante irá ler, de que 
autor, o que vai poder encontrar, com que finalidade, o que vai fazer com 
o referido texto, etc.
GLOSSÁRIO
Necessário quando no texto há muitos termos novos para o estu-
dante, e ele teria dificuldades para compreendê-los ao consultar, por 
exemplo, um dicionário. 
Uma sugestão: caso sejam poucos e breve sua explicação, você 
pode colocá-los no interior do texto (em caixa-texto, na lateral da pági-
na); caso sejam muitos ou extensos, é melhor colocá-los ao final do MDI 
para não quebrar o ritmo de leitura e/ou “poluir” visualmente o texto.
Exemplo
Capital
Um dos fatores de produção, formado pela riqueza e que 
gera renda. Pode ser compreendido também como todos os 
meios de produção que foram criados pelo trabalho e que são 
utilizados para a produção de outros bens e serviços destinados 
à venda, isto é, as mercadorias. É representado em dinheiro.
Capitalismo
Surgiu na Europa entre o século XI ao XV, quando o centro 
da vida econômica, social e política se transferiu para a cidade. 
A sociedade que daí surge, a sociedade capitalista, tem como 
107Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
base o lucro e um sistema econômico e social em que há separa-
ção entre trabalhadores e capitalistas. Os trabalhadores, juridi-
camente livres, dispõem de sua força de trabalho e a vendem 
em troca de salário. Os capitalistas são os proprietários dos 
meios de produção e contratam os trabalhadores para produzir 
mercadorias visando obter lucro.
Envolvimento – Compromisso
Você saberia dizer a diferença entre essas duas palavras 
tão comuns e que, geralmente, as pessoas utilizam como 
sinônimos? Nos dicionários encontrará as mais diferentes 
explicações. Para que essa diferença fique clara, vou recorrer 
à metáfora utilizada por James C. Hunter, na obra O Monge e 
o Executivo (ed. Sextante, 2004): “A próxima vez que vocês 
forem comer ovos com bacon, lembrem-se disso: a galinha 
estava envolvida, mas o porco estava comprometido!”
Deu para entender a diferença? Certamente, agora, você não 
se esquecerá mais.
EXPLICAÇÃO DAS ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÃO
Não se trata de colocar simplesmente o “gabarito” ou dar a 
resposta “correta”. É mais pedagógico oferecer ao estudante elementos-
chave, pistas sobre o conteúdo de possíveis respostas corretas, propor 
explicações relativas ao processo, esclarecer os passos que conduzem à 
resolução, justificar a resposta correta, apontar possíveis erros (respostas 
“erradas”) que o estudante pode ter cometido (comuns e previsíveis, a 
partir de sua experiência docente). Somem-se a isso palavras de elogio ao 
estudante (por seus acertos), de estímulo (diante de erros) e de orientação.
Exemplo 1
O que você acha: o Estado age de maneira imparcial, 
sem atender a interesses de grupos, de setores privados, ou ele 
toma partido a favor de grupos específicos? 
( ) Sim ( ) Não Por quê?
108 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Você assinalou a alternativa Sim e, em sua justificativa, 
você disse que o Estado tem um discurso a favor do tratamento 
“igualitário” dos cidadãos, mas, na prática, age de acordo com 
interesses de setores da sociedade que dão sustentação ao 
governo que está no poder, pois vivemos numa sociedade 
capitalista, dividida socialmente, com interesses opostos, muitas 
vezes? Você conseguiu compreender bem a ideia central deste 
tópico. Parabéns por ter compreendido esse tema complexo.
Se você optou pela alternativa Não, ou pela alternativa 
Sim, mas, em seu texto, você não se deu conta de que há 
contradições, às vezes, entre o discurso e as ações do Estado, 
releia o item 2 desta Unidade para compreender melhor o 
papel do Estado nas disputas entre grupos políticos, econômi-
cos e sociais diferentes.
Exemplo 2
O Estado, para atender ao bem comum, desenvolve 
políticas públicas sociais que têm diferentes funções. Assinale 
com (R) as consideradas redistributivas e (C) as compensatórias:
( ) O Programa Universidade para Todos - ProUni 
( ) As cotas para ingresso nas universidades
( ) O imposto de Renda
( ) O Programa Bolsa-Família
( ) O sistema de aposentadoria do INSS
( ) O Programa de Garantia de Renda Mínima, aprovado pelo 
Senado em 1991.
Acertou todas?
Parabéns. Continue assim, estudando com afinco e inte-
resse. Você garantirá formação qualificada e sucesso futuro em 
sua profissão.
Não acertou todas? Teve dificuldade na leitura do texto em 
compreender a diferença entre redistributivo e compensatório?
C
C
R
C
C
R
109Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Não fique chateado. São palavras muito parecidas e muita 
gente por costuma utilizá-las como sinônimas.
Redistribuir implica uma ação muito mais profunda, bus-
cando reduzir as diferenças e desigualdades sociais, como o 
caso do Imposto deRenda. Paga mais imposto quem ganha 
mais, e o que ele paga vai ajudar aos que ganham pouco ou 
ainda não trabalham ou estão desempregados.
Compensar é muito próximo da atitude “paternalista” de 
dar em troca, de oferecer algo que foi negado ao longo de nossa 
história, como o caso do acesso à educação. É um direito dos 
cidadãos, mas nem todos os setores da sociedade têm a mesma 
oportunidade de frequentar, por exemplo, uma universidade 
pública. Aí, o governo implementa “cotas” para que as pessoas 
que vêm de setores mais pobres possam também ter sua chance 
de frequentar cursos superiores.
Ficou mais fácil de compreender agora? Que bom! Mas 
releia o texto – tópico 2.1, p. 48-51 – para que sua aprendiza-
gem seja solidificada.
 aí
O AUTOR
Caso opte por não fazer sua apresentação no início do MDI, aqui é 
o momento.
E, assim, chegou ao final de uma das etapas da produção de seu 
texto. Final de uma e início de outra: a configuração de seu texto, para 
atender ao projeto gráfico do curso e às sugestões da equipe pedagógica, 
e editoração do texto. 
Um novo desafio pela frente!

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