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AULA 2 - ROTINAS TRABALHISTAS COM E-SOCIAL

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19/11/2020 UNINTER - GESTÃO DE ROTINAS TRABALHISTAS COM O ESOCIAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/18
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO DE ROTINAS
TRABALHISTAS COM O ESOCIAL
AULA 2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Rubiane Bakalarczyk Matoso
19/11/2020 UNINTER - GESTÃO DE ROTINAS TRABALHISTAS COM O ESOCIAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/18
CONVERSA INICIAL
Olá, caro(a) aluno(a)! Esta é a nossa segunda aula sobre o Sistema de Escrituração Digital das
Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), criado pelo governo federal para
simplificar o envio das informações pelos empregadores e, por outro lado, facilitar a sua fiscalização,
pelos órgãos competentes. Nesta aula, estudaremos o conceito de evento trabalhista, a arquitetura
do eSocial, o acesso ao eSocial, os identificadores do empregado e do empregador no sistema e a
qualificação cadastral. Desejamos uma ótima aula!
CONTEXTUALIZANDO
No dia a dia das empresas, estamos acostumados a nos deparar com diversos acontecimentos,
como novas admissões, afastamentos, faltas, desligamentos, realização de exames periódicos, enfim,
acontecimentos que impactam diretamente a rotina do departamento pessoal de uma empresa.
Sabemos que, antes do eSocial, a empresa transmitia as informações mensais de sua folha de
pagamento, inclusive as movimentações dos trabalhadores, através do Sistema Empresa de
Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social/Guia de Recolhimento de FGTS e de
Informações à Previdência Social (Sefip/Gfip). Nesse caso, o prazo de envio era consolidado, ou seja,
até o dia 7 do mês subsequente as informações deveriam ser transmitidas.
O eSocial oferece prazos distintos de envio das informações e cada ocorrência é considerada um
evento trabalhista. Portanto, é muito importante compreender essa mudança, para a correta
adequação da rotina do departamento pessoal de uma empresa.
TEMA 1 – CONCEITO DE EVENTO TRABALHISTA NO ESOCIAL
Para entendermos o funcionamento e a obrigatoriedade do cumprimento das informações por
meio do eSocial, precisamos compreender, etimologicamente, o que são os eventos trabalhistas no
eSocial. De forma clara, os eventos trabalhistas são situações que ocorrem durante o contrato de
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trabalho no decorrer dos dias, meses e anos. Como exemplo, podemos citar um evento de admissão,
um afastamento por doença, maternidade, paternidade, acidente de trabalho.
Os eventos são apenas aqueles em que cuja ocorrência está ligada diretamente com
acontecimentos vinculados ao trabalhador. Existem eventos que são ligados diretamente ao
empregador e em que caberá a ele cumprir uma tal exigência legal. Para compreendermos melhor,
segue uma relação de eventos que deverão ser cumpridos pelo empregador:
Exames obrigatórios: o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) foi
estabelecido pela Norma Regulamentadora n. 7 e tem como objetivo cuidar da saúde do
empregado. Tal programa é custeado, em sua integralidade, pelo empregador, sem ônus ao
empregado. Portanto, podemos considerar que a realização dos exames previstos pelo PCMSO
da empresa nada mais é que um evento trabalhista e deverá ser informado no eSocial,
respeitando os prazos do sistema. O empregador deverá realizar os seguintes exames, de forma
obrigatória:
a. admissional;
b. periódico;
c. de retorno ao trabalho;
d. de mudança de função;
e. demissional.
Emissão de Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT): a ocorrência do acidente de
trabalho também deverá ser comunicada pelo empregador, contribuinte ou órgão público à
parte concedente de estágio, ao sindicato de trabalhadores avulsos. A comunicação do
acidente deverá ser realizada até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de
morte, de imediato.
Muito embora a legislação previdenciária estabeleça que cabe ao empregador a comunicação da
ocorrência do acidente de trabalho, também estão autorizados à realização da emissão da CAT o
próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou
qualquer autoridade pública, não prevalecendo nesses casos o prazo previsto no PCMSO.
Portanto, podemos concluir que, para o eSocial, os eventos trabalhistas são todos aqueles que
impactam diretamente a relação de trabalho e estão associados com as mais diversas obrigações
previstas na legislação vigente.
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TEMA 2 – ARQUITETURA DO ESOCIAL
A estrutura adotada pelos desenvolvedores do eSocial segue a mesma estrutura dos programas
que compõem o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), como o Nota Fiscal Eletrônica.
Segundo os especialistas, a adoção de uma estrutura semelhante a uma já existente minimiza os
riscos e conta com a experiência de quem já participou dos projetos anteriores.
As informações trabalhistas devem ser entregues por intermédio de um arquivo em formato
XML, com as informações referentes à remuneração dos empregados. A alimentação dos dados
deverá seguir o descrito no manual do eSocial disponível no portal do sistema: <http://portal.esocial.
gov.br/manuais/manual-do-usuario-esocial-web-geral.pdf >(Brasil, 2019a).
A título de informação, precisamos saber que cada evento é codificado com a letra S seguida de
hífen (-) e de uma ordem de números; por exemplo, o evento S-1000 indica o cadastro do
empregador/contribuinte. De acordo com o manual, o eSocial é composto por duas espécies de
ambientes. Vejamos a descrição de cada um deles:
>1.    Produção: ambiente destinado a processamento e apuração das informações do
empregador que produz todos os efeitos jurídicos.
>2.    Produção restrita: ambiente de teste no qual as informações do empregador não
serão validadas pelos sistemas externos e não produzirão efeitos jurídicos (Brasil, 2019a).
Quanto à lógica do sistema, precisamos entender que ele foi concebido para enviar informações
de modo agrupado, por meio dos eventos e que, para isso ocorra, essas informações precisam ser
enviadas considerando uma sequência lógica. Essa sequência lógica deverá respeitar a dinâmica das
contratações dos empregados pela empresa, ou seja, desde a admissão (dados do contrato de
trabalho, gestão dos serviços prestados, pagamento das remunerações, afastamentos) até o final do
contrato (rescisão contratual).
O manual nos diz que a sequência do envio das informações conduz ao conceito de
empilhamento dos dados, ou seja, “as informações transmitidas nos eventos iniciais serão usadas nos
eventos seguintes e para se alterar um dado de evento antigo há que se verificar as
consequências/repercussões nos eventos posteriores” (Brasil, 2019a, p. 11).
2.1 TRANSMISSÃO DE DADOS
http://portal.esocial.gov.br/manuais/manual-do-usuario-esocial-web-geral.pdf
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Ao transmitir os dados ao eSocial, o empregador não poderá fazê-lo de forma aleatória. Como
em qualquer sistema, o envio dos dados deverá seguir uma sequência lógica. Nos termos do manual,
“as informações constantes dos primeiros arquivos são necessárias ao processamento das
informações constantes nos arquivos a serem transmitidos posteriormente” (Brasil, 2019a).
Portanto, vejamos a sequência em que as informações deverão ser enviadas:
a.   Eventos relativos à identificação do empregador/contribuinte/órgão público: esses
eventos fazem parte dos eventos iniciais e sempre serão enviados antes de qualquer outra
informação. Em regra, são eventos em que a empresa os transmite pela primeira vez e eles só
serão enviados novamente se existir alguma alteração nos dados da empresa, nas alíquotas de
recolhimento, entre outras.
b.   Eventos de tabelas: são os utilizados como base para os eventos iniciais, periódicos e
não periódicose, como regra, serão enviados logo após os dados do empregador mencionados
anteriormente. Alguns exemplos: tabelas de rubricas, cargos e salários, funções, entre outras.
Segundo notícia veiculada no portal do eSocial, no dia 2 de agosto de 2019, o sistema do
eSocial passa por um processo de modernização iniciado naquela época. A previsão é que
algumas tabelas, por exemplo a tabela de cargos/empregados públicos, a tabela de
funções/cargos em comissão, a tabela de horários/turnos de trabalho, a tabela de ambientes de
trabalho e a tabela de operadores portuários deixarão de ser obrigatórias. Você pode ver a
notícia completa no link: <http://portal.esocial.gov.br/noticias/nota-tecnica-15-2019-marca-o-i
nicio-da-primeira-fase-da-modernizacao-do-esocial> (Brasil, 2019b).
c.    Eventos não periódicos e periódicos: depois das informações anteriores, temos os
eventos não periódicos (admissões, desligamentos, afastamentos etc.) e, por último, as
informações previstas nos eventos periódicos, que são compostos pelos eventos de folha de
pagamento.
Vejamos a ilustração extraída do manual do eSocial (Figura 1).
Figura 1 – Sequenciamento dos eventos no eSocial
http://portal.esocial.gov.br/noticias/nota-tecnica-15-2019-marca-o-inicio-da-primeira-fase-da-modernizacao-do-esocial
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Colacionamos, também, os exemplos extraídos do manual, para uma maior compreensão:
Exemplo 1 - Ao enviar as informações de remuneração dos trabalhadores/servidores (folha de
pagamento), as rubricas da folha devem constar da tabela de rubricas.
Exemplo 2 - Ao transmitir um arquivo com informações de alteração de dados cadastrais de um
determinado empregado, este deve constar do RET como empregado ativo. Para constar no RET, há
necessidade de ter sido transmitido previamente o evento de “Cadastramento Inicial do Vínculo de
Admissão/Ingresso do Trabalhador.
Exemplo 3 - Ao enviar a remuneração de determinado empregado na folha de pagamento, este
trabalhador já deve constar do RET. (Brasil, 2019a)
Após a transmissão dos dados, o sistema disponibilizará o recibo de entrega dos eventos, que
deverá ser armazenado pela empresa para comprovar que a remessa de determinada informação foi
realizada, ao eSocial. O recibo também será utilizado para obter cópia de determinado evento, para
retificações e exclusões, quando for o caso.
Importante mencionar que o eSocial não emitirá as guias de recolhimentos previdenciários e de
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), como acontecia quando do envio das informações
pelo Sefip/Gfip. Conforme orientações do manual, os dados correspondentes às contribuições e ao
FGTS serão recepcionados pela Receita Federal do Brasil (RFB) e pela Caixa Econômica Federal (CEF),
para a composição dos débitos (Brasil, 2019a).
A RFB, por meio da DCTFWeb (ambiente próprio), fará a apuração dos débitos tributários. Para o
recolhimento do FGTS e de contribuição social pela CEF, esta estabelece a forma de recolhimento.
Mais informações poderão ser extraídas no sítio da CEF.
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TEMA 3 – ACESSO AO ESOCIAL
O acesso ao eSocial, para envio das informações, se dará por meio de certificado digital ou
código de acesso. Vejamos a diferença entre eles.
3.1 CERTIFICADO DIGITAL
O certificado digital deve seguir os padrões estabelecidos pela Infraestrutura de Chaves Públicas
Brasileiras (ICP-Brasil). Somente terá validade o certificado devidamente emitido por autoridade
certificadora devidamente credenciada para esse fim.
O manual do eSocial nos diz que os certificados deverão permanecer na série A, podendo ser do
tipo A1 ou A3 (Brasil, 2019a). Mas, qual é a diferença entre eles?
Certificado A1: fica armazenado no próprio computador utilizado para a transmissão dos
arquivos.
Certificado A3: fica armazenado em dispositivo portátil inviolável, do tipo smart card ou token,
que possui um chip que armazena o certificado. Esse tipo de dispositivo é muito seguro, uma
vez que toda a operação é feita com o chip, que se encontra no dispositivo sem qualquer
acesso externo à chave privada do certificado.
Poderão ser utilizados certificados do tipo e-CPF (e-PF) ou e-CNPJ (e-PJ). Os certificados serão
utilizados em duas oportunidades:
1.    Transmissão dos dados: de acordo com o manual, a primeira assinatura com o
certificado se dará antes de se indicar a transmissão, com o intuito de garantir a segurança do
tráfego das informações na internet (Brasil, 2019a).
2.   Assinatura de documentos: o certificado também será utilizado para a assinatura dos
documentos. Para isso, alguns critérios deverão ser observados, quanto à utilização do
certificado. Vejamos:
a.    Empregadores pessoas jurídicas: o certificado a ser utilizado deverá, em regra,
pertencer ao estabelecimento matriz ou ao seu representante legal; outra possibilidade será a
de um certificado do procurador ou substabelecido, que, para ser utilizado, a empresa deverá
outorgar poderes por meio de procuração eletrônica e não eletrônica;
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b.    Empregadores pessoas físicas: os eventos deverão ser gerados pelo próprio
empregador ou, ainda, pelo procurador/substabelecido para esse fim, desde que possua
procuração eletrônica e não eletrônica;
c.    Órgãos públicos: segundo o manual, “os eventos poderão ser gerados pelo
representante autorizado para efetuar a transmissão das respectivas unidades administrativas”
(Brasil, 2019a, p. 28).
Informações a respeito do certificado digital e de suas regras de emissão podem ser encontradas
no sítio da RFB.
3.2 CÓDIGO DE ACESSO
Outra forma de acesso à base de dados do eSocial é por meio do código de acesso, que
somente poderá ser utilizado por:
a.   Microempreendedor Individual (MEI) com empregado;
b.   Segurado especial;
c.   Empregador doméstico;
d.   Microempresa (ME) e empresa de pequeno porte (EPP) optantes pelo Simples Nacional,
desde que possuam apenas um empregado ativo – nessa contagem, não são incluídos os
empregados afastados em razão de aposentadoria por invalidez.
Cumpre ressaltar que a utilização do código de acesso somente é permitida paras os
empregadores listados anteriormente; os demais empregadores (pessoas físicas ou jurídicas) deverão
utilizar o certificado digital.
Para o cadastro do código de acesso, serão necessários os seguintes dados:
a.   Número no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF);
b.   Data de nascimento;
c.   Número dos recibos da Declaração do Imposto de Renda de Pessoa Física (DIRPF) dos
dois últimos exercícios.
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d.    Número do título de eleitor – nos casos em que a pessoa não possua as DIRPF
supramencionadas.
Na inexistência das DIRPF e também do título de eleitor, o acesso ao portal do eSocial somente
será possível por intermédio do certificado digital. Cabe lembrar que não é possível o envio das
informações por procurador, quando o empregador possuir apenas o código de acesso.
TEMA 4 – IDENTIFICADORES
Para o cadastramento do empregador e do empregado será necessário utilização de dados que
os identifiquem aos órgãos que receberam as informações enviadas. Vejamos quais são os
identificadores no eSocial.
4.1 EMPREGADOR
Como vimos inicialmente, qualquer pessoa física, pessoa jurídica, contribuinte e órgão público
que admitir ou contratar trabalhadores para prestação de serviços deverá prestar informações por
meio do eSocial. Os empregadores, contribuintes e órgãos públicos (pessoas jurídicas) serão
identificados apenas pelo seu número no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e os
empregadores/contribuintes (pessoas físicas), apenas pelo número do CPF.
Segundo o manual,o identificador-chave para empresas em geral será o “[...] o CNPJ-Raiz/Base
de oito posições, exceto se a natureza jurídica da empresa for de administração pública, situação em
que o campo deve ser preenchido com o CNPJ completo com 14 posições” (BRASIL, 2019a, p. 12).
4.1.1 Pessoa física com matrícula CEI: substituição para Caepf
Outra grande mudança ocorre para as pessoas físicas que utilizam a chamada matrícula Cadastro
Específico do INSS – matrícula CEI. A partir do advento do eSocial, o cadastro passa a ser o Cadastro
de Atividades Econômicas da Pessoa Física (Caepf).
De acordo com a Instrução Normativa n. 1.828/2018, art. 2º, a pessoa física poderá realizar esse
cadastro para exercer as suas atividades econômicas, desde que tais atividades sejam dispensadas da
constituição de um CNPJ: “O CAEPF é o cadastro da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) com
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informações das atividades econômicas exercidas pela pessoa física, quando dispensadas de inscrição
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ” (Brasil, 2018b).
Somente poderão cadastrar-se no Caepf, nos termos do art. 4º da Instrução Normativa RFB n.
1.828/2018, as seguintes pessoas físicas (Brasil, 2018b):
o contribuinte individual, desde que possua trabalhador que lhe preste serviço;
o contribuinte individual que seja produtor rural cuja atividade constitua fato gerador de
contribuição previdenciária;
o contribuinte individual que é titular de cartório, caso em que a matrícula será emitida no
nome do titular, ainda que a respectiva serventia seja registrada no CNPJ;
a pessoa física que não é produtora rural, mas que adquire produção rural para venda, no
varejo, a consumidor pessoa física (nos termos do inciso II do parágrafo 7º do art. 200 do
Decreto n. 3.048/1999) (Brasil, 1999);
o contribuinte individual na qualidade de perito aduaneiro;
o segurado especial;
o equiparado à empresa desobrigado da inscrição no CNPJ e que não se enquadre nos incisos I
e II.
A inscrição no Caepf poderá ser realizada no portal do Centro Virtual de Atendimento (e-CAC)
ou diretamente nas unidades de atendimento da RFB. A inscrição poderá ser realizada em ofício por
decisão administrativa ou por determinação judicial. O prazo para inscrição é de 30 dias contados do
início da atividade econômica exercida pela pessoa física.
4.1.2 Obras de construção civil
Para os casos de obras de construção civil, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica, a
matrícula CEI é substituída pelo registro no Cadastro Nacional de Obras (CNO). As obras em
andamento no início da obrigatoriedade do eSocial foram migradas para o CNO sem necessidade de
alteração.
A legislação considera como obra de construção civil não apenas uma obra nova, que
corresponda à construção de uma casa, de um edifício, entre outras, mas também a demolição, a
reforma, a ampliação de edificações ou qualquer outra benfeitoria agregada ao solo ou ao subsolo
(segundo anexo VII da Instrução Normativa RFB n. 971/2009) (Brasil, 2009).
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A Instrução Normativa n. 1.845/2018 regulamentou a emissão do CNO, que deverá ser realizada
no prazo de 30 dias contados do início das atividades (Brasil, 2018c).  A não inscrição no prazo
sujeitará o responsável à multa.
Portanto, deverão utilizar a inscrição no CNO (Brasil, 2018c):
o proprietário do imóvel, o dono da obra, inclusive o representante de construção em nome
coletivo ou o incorporador de construção civil, pessoa física ou pessoa jurídica;
a pessoa jurídica construtora, quando contratada para execução de obra por empreitada total;
a sociedade líder do consórcio, no caso de contrato para execução de obra de construção civil
mediante empreitada total, celebrado em nome das sociedades consorciadas;
o consórcio, no caso de contrato para execução de obra de construção civil mediante
empreitada total, celebrado em seu nome.
Para os casos em que a empresa é responsável pela obra, a inscrição do CNO estará vinculada ao
estabelecimento da matriz do responsável pela obra. Nesse caso, a empresa fará suas informações
com o seu identificador (CNPJ) e das informações da obra com o CNO.
O processo de inscrição poderá ser realizado por meio do sítio da RFB ou diretamente nas
unidades de atendimento. Maiores informações no portal da RFB: < http://receita.economia.gov.br/in
terface/lista-de-servicos/cadastros/cno> (Brasil, [201-]).
4.1.3 Trabalhador
Primeiramente, precisamos compreender que trabalhador é toda pessoa física, quando em uma
relação de trabalho, inclusive de natureza administrativa, por exemplo: os empregados em regime
celetista, os servidores públicos, os militares e os trabalhadores sem vínculo empregatício ou
estatutários (TSVE).
Portanto, para esses trabalhadores, sua identificação no eSocial será, obrigatoriamente, o CPF e o
Número de Identificação Social – NIS (Número de Identificação do Trabalhador – NIT, Programa de
Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/Pasep). Somente
não será exigido o NIS no caso de estagiário, que utilizará apenas o CPF.
TEMA 5 – QUALIFICAÇÃO CADASTRAL
http://receita.economia.gov.br/interface/lista-de-servicos/cadastros/cno
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A qualificação cadastral está diretamente ligada aos identificadores dos trabalhadores. Um dos
requisitos para o envio das informações referentes a um vínculo empregatício é que os dados do
trabalhador estejam consistentes com a base de dados da RFB e com a base de dados do Cadastro
Nacional de Informações Sociais (Cnis).
Para facilitar a verificação dos dados e prevenir a rejeição dos dados dos trabalhadores foi
disponibilizada, no portal do eSocial, a possibilidade de o empregador realizar a verificação dos
dados com uso de um aplicativo: < http://portal.esocial.gov.br/institucional/consulta-qualificacao-cad
astral> (Brasil, [S.d.]).
Figura 2 – Página de qualificação cadastral no eSocial
Fonte: Brasil, [S.d.].
A consulta será realizada pelos empregadores com o cruzamento de alguns dados básicos do
trabalhador:
nome cívil do trabalhador;
CPF – caso o trabalhador não o possua, deverá se dirigir à RFB ou realizar sua inscrição on-line;
data de Nascimento;
http://portal.esocial.gov.br/institucional/consulta-qualificacao-cadastral
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NIS – também pode ser denominado NIT, PIS/Pasep, mas estaremos diante de um único
número.
O NIS é administrado e atribuído pela CEF à pessoa empregada vinculada a uma empresa
privada ou ao diretor não empregado, quando optante pelo FGTS, recebendo a nomenclatura de PIS,
e será utilizado para identificá-la no recolhimento/recebimento do FGTS, seguro-desemprego e
abono salarial (Brasil, 2019a, p. 14).
O NIS poderá receber a nomenclatura de Pasep quando concedido pelo Banco do Brasil, que
administra e atribui o NIS aos servidores públicos. Portanto, caso a pessoa física já possua o PIS, o
Pasep ou o NIS, não precisará de uma nova inscrição, deverá utilizar a inscrição já existente.
A qualificação cadastral poderá ser realizada de duas formas:
1.    On-line: permite a pesquisa diretamente na tela do aplicativo, para até dez
trabalhadores, de forma simultânea. Vejamos a tela do portal que nos mostra os campos para a
realização da consulta:
Crédito: eSocial/Brasil.
2.   Lotes: a consulta em lote permite que os empregadores com um elevado número de
vínculos possam consultar os dados de mais de dez empregados ao mesmo tempo. Para isso, é
permitido o envio de arquivos de entrada no formato TXT, somente com o uso do certificado
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digital. O arquivo TXT deverá seguir o seguinte padrão de dados: “O sistema permitirá enviar o
arquivo de entrada com os 4 campos (CPF, NIS, NOME, DN) ou de forma completa com os7
campos (CPF, NIS, NOME, DN, UF, MUNICÍPIO e NOME MÃE). [...] O formato dos arquivos de
entrada e retorno será “TXT” com delimitador ';' (ponto e vírgula) entre os campos”.
Figura 3 – Exemplo de arquivo de entrada para a consulta em lote
Após o envio do arquivo, o pedido de verificação será processado em até 48 horas, ficando
disponível para o empregador pelo período de 30 dias, por meio do botão download.
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Figura 4 – Arquivo de retorno de consulta
5.1 VALIDAÇÃO DOS DADOS PELA QUALIFICAÇÃO CADASTRAL
Na consulta realizada no portal do eSocial, o empregador deverá confrontar os dados cadastrais
do trabalhador (nome X CPF X data de nascimento X NIS). Na base de dados do Cnis serão
verificados a data de nascimento, o número do CPF e o número do Cnis. Se, ao se consultarem os
dados do trabalhador, não houver incorreção, o sistema informará que o cadastro do trabalhador
está de acordo com as bases de dados consultadas. Agora, existindo incorreções, o sistema sinalizará
qual o erro encontrado e a qual órgão o trabalhador deverá se dirigir para as devidas retificações.
Cumpre ressaltar que, para o estagiário, não é necessário esse procedimento, uma vez que o
sistema somente solicitará o CPF do estudante.  Para os empregados afastados antes da vigência do
eSocial, a qualificação cadastral não será obrigatória, conforme regras estabelecidas no leiaute do
eSocial. Vejamos a orientação das perguntas e respostas do portal sobre o assunto:
Quando a empresa possui empregados que já foram aposentados por invalidez é obrigatória a
qualificação cadastral para o eSocial?
A qualificação cadastral não será obrigatória para o trabalhador afastado pelo motivo de
aposentadoria por invalidez ou benefício por incapacidade, conforme regras já aplicadas no leiaute
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do eSocial.
Conforme a REGRA_VALIDA_TRABALHADOR_BASE_CNIS, nos casos em que o NIS for informado,
deve ser efetuada validação do CPF, NIS e data de nascimento do trabalhador na base de dados no
CNIS. No evento de admissão (S-2200), não efetuar a validação acima mencionada quando {cadIni}
= [S] e o grupo {afastamento} estiver preenchido. (Brasil, 2018a)
TROCANDO IDEIAS
Uma sugestão de fórum seria sobre o conceito de evento trabalhista; se, com a explicação
fornecida, ficou fácil visualizar, no dia a dia, quando um evento trabalhista ocorre e se ele deverá ser
enviado ao eSocial ou não.
NA PRÁTICA
Vamos considerar que uma empresa realizou a qualificação cadastral de um certo trabalhador,
no portal do eSocial, e o sistema retornou mencionando o erro no CPF. Qual deverá ser o
procedimento adotado pela empresa?
Qualquer alteração dos dados incorretos do trabalhador deverá ser realizada por ele mesmo.
Não cabe à empresa essa prática. Portanto, se o erro está alocado nos dados do CPF do trabalhador,
este deverá se dirigir à RFB para realizar as devidas correções. Algumas opções de correção podem
ser realizadas de forma on-line. Para isso, será necessária a consulta do portal da RFB.
FINALIZANDO
Nesta aula, falamos sobre o conceito de evento trabalhista, a arquitetura do eSocial, os
identificadores do empregador e do trabalhador, bem como sobre a qualificação cadastral dos dados
do trabalhador, necessária para a transmissão dos dados de forma correta, através do eSocial.
REFERÊNCIAS
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1999. Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/ccivil_ 03/decreto/d3048.htm>. Acesso em: 6 mar.
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ambiente web geral. Brasília, 24 maio 2019a. Disponível em:
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marca-o-inicio-da-primeira-fase-da-modernizacao-do-esocial>. Acesso em: 5 mar. 2020.
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19/11/2020 UNINTER - GESTÃO DE ROTINAS TRABALHISTAS COM O ESOCIAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/18

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