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CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES

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CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES
Crime comum
Cometido por qualquer pessoa.
Crime próprio
Cometido por pessoas determinadas ou categoria de pessoas, definidas conforme a lei.
Ex.: Infanticídio (art. 123 CP)
Crime de mão própria
Só pode ser cometido pelo sujeito em pessoa, “pessoalmente”.
Admite-se partícipe, mas não coautores. 
Ex.: Falso testemunho (art. 342 CP)
Crime Formal
Não exige a produção de um resultado naturalístico para a consumação.
Ex.: Ameaça (art. 147 CP)
Crime Material
Exige-se a produção de um resultado naturalístico para a consumação. 
Ex.: Homicídio (art. 121 CP)
Crime de Mera conduta
Não existe o resultado naturalístico para a consumação, é uma conduta reprovada legalmente.
Ex.: Porte de ilegal de arma de fogo. 
Crime instantâneo
Consuma-se no mesmo instante, sem continuidade no tempo.
Ex.: Homicídio (art. 121 CP)
Crime permanente
O momento da consumação se prolonga com o tempo, por vontade própria do agente, e o bem jurídico é ofendido continuadamente.
Ex.: Extorsão mediante sequestro (art. 159 CP)
Crime instantâneo de resultado permanente
Consuma-se em um único instante, mas as consequências do delito se perpetuam com o tempo, independente da vontade do agente.
Ex.: Lesão Corporal (art. 129 CP)
Crime de Dano
Exige-se efetiva lesão ao bem jurídico para a consumação
Ex.: Furto (art. 155 CP)
Crime de Perigo 
Basta que exista a possibilidade de dano para que seja consumado.
*Não é possível a tentativa.
a) Perigo concreto: exige-se a existência de uma situação efetiva de perigo.
b) Perigo abstrato: a situação de perigo é presumida.
c) Perigo individual: atinge uma pessoa ou um número determinado de pessoas
d) Perigo comum ou coletivo: atinge um numero indeterminado de pessoas 
e) Perigo atual: é o que está acontecendo
f) Perigo iminente: é o que está prestes a acontecer
g) Perigo futuro ou mediato: é o que pode advir de certa conduta
Crime simples
O tipo penal é formado por uma conduta única
Ex.: Homicídio = matar alguém. 
Crime complexo
O tipo penal é formado pela junção de dois ou mais tipos penais.
Ex.: Roubo = furto + lesão corporal ou grave ameaça
a) Sentido estrito: junção de dois ou mais tipos penais
b) Sentido amplo: junção de um tipo penal com uma conduta lícita. 
Ex.: Estupro = constrangimento ilegal + ato sexual)
Continência
Quando um crime está contido em outro. 
a) Continência explícita: um tipo engloba o outro de maneira clara.
b) Continência implícita: mesmo sendo em um crime simples, ocorre a continência. Ex.: Homicídio contém uma lesão corporal. 
Crime progressivo 
Um tipo penal mais grave contém um tipo penal menos grave, de forma que é impossível chegar a um sem passar pelo outro. “Delito de passagem”. 
Ex.: É impossível cometer homicídio sem que haja lesão corporal. 
*único contexto fático
*Intenção é cometer o crime maior
*Dolo é o mesmo
Progressão criminosa
É quando há uma evolução do dolo do agente, que antes tinha o dolo de cometer um crime menor, mas após iniciar o ato, toma a decisão de cometer um crime mais grave. 
*Dois contextos fáticos
*Intenção inicial é cometer o crime menor
*Substituição do dolo inicial
Crime Habitual
Definido como uma prática reiterada, “um estilo de vida indesejado pela lei penal”.
Ex.: Curandeirismo (art. 284 CP) / Exercício ilegal da medicina (art. 282 CP).
Elementos Constitutivos: Reiteração de vários fatos, identidade ou homogeneidade de tais fatos, nexo de habitualidade entre tais fatos.
a) Habitual próprio: crime de condutas reiteradas, sem a qual não configura crime.
b) Habitual impróprio: condutas reiteradas de crimes permanentes ou instantâneos. 
*Habitualidade pode funcionar como majorante do crime. 
*Não admite tentativa 
*Diferença entre o crime continuado: o crime continuado é uma espécie de concurso de crimes = vários crimes em continuidade delitiva, já o crime habitual é um só crime, composto pela reiteração de condutas. 
Crime Unissubjetivo/Unissubsistente
Cometidos por uma só pessoa, mas não necessariamente/Um único ato e Não admite tentativa.
Crime Plurissubjetivo/Plurissubsistente
Cometidos por duas ou mais pessoas, necessariamente/Exige-se vários atos. 
Crime de dupla subjetividade passiva
Exige-se mais de um sujeito passivo 
Ex.: Violação de correspondência = destinatário + remetente
Crime vago
Cometidos contra a coletividade, sem sujeito passivo definido.
Ex.: Ato obsceno (art. 233 CP) / Incêndio (art. 150 CP). 
Crime de forma livre
Podem ser cometidos de qualquer modo executório.
Crime de forma vinculada
O modo de execução é definido em lei. 
Crime condicionado
Depende da de uma condição qualquer, podendo estar ou não prevista no tipo penal.
Crime de atentado ou empreendimento
Equiparação entre a forma tentada e consumada
Ex.: Evasão mediante violência contra a pessoa (art. 352 CP)
*Não admite tentativa
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES RELACIONADO À CONDUTA
Comissivos
Exige uma conduta positiva do agente = AÇÃO
Omissivos
O agente pratica uma conduta negativa = OMISSÃO
a) Omissão própria: o verbo se encontra no próprio tipo penal. São crimes de mera conduta, ou seja, basta não praticar o ato, sendo assim ele não responderá pelo resultado. Ex.: Omissão de socorro. 
b) Omissão imprópria: praticados em crimes comissivos, agente ocupa a posição de garantidor e devido a isso tem o dever de impedir o resultado, caso contrário irá responder por ele. 
DOLO / CULPA
Dolo natural (não é elemento da culpabilidade)
Qualquer vontade é considerada dolo, basta o simples querer, desprovido de juízo de valor. Independente da vontade ser lícita ou ilícita. 
Doutrina finalista = integra a conduta e o fato típico
Dolo normativo (Teoria clássica/naturalista/causal)
Exige valoração normativa da conduta para verificar o dolo, querer algo ilícito. 
Dolo direto ou determinado
É a vontade + consciência do agente, de realizar as condutas do tipo legal e produzir o resultado = Teoria da Vontade. 
Dolo indireto ou indeterminado
Dolo alternativo: Agente não se importa se irá produzir este ou aquele resultado. 
Dolo eventual: Agente não atua para alcançar o resultado, mas ele tem a consciência de que se realizar a conduta o resultado poderá acontecer, assume o risco de produzir = Teoria do Consentimento. 
a) Preterdolo: conduta inicial dolosa, mas o resultado grave do crime é culposo. Mistura de dolo + culpa. Ex.: Lesão corporal seguida de morte, quando a intenção era apenas lesionar. 
b) Culpa Consciente: o agente consegue prever que poderá atingir o resultado, mas acredita sinceramente que esse resultado não será alcançado. 
*Diferença: Dane-se = Dolo eventual
 Danou-se = Culpa Consciente
Dolo geral, erro sucessivo ou “aberratio causae”
O agente, após realizar a conduta, supondo já ter produzido o resultado, pratica o que entender ser um exaurimento e aí sim irá atingir a consumação. 
Culpa
Elemento da culpa = Previsibilidade objetiva.
Ausência de previsibilidade subjetiva pode dar causa de potencial consciência da ilicitude, que é elemento da culpabilidade.
*Analisar o caso concreto e as peculiaridades subjetivas da pessoa
*Se não há como o agente saber que é errado, poderá excluir a potencial consciência da ilicitude e em consequência a culpabilidade.
Princípio da Confiança: agente age de acordo com a expectativa de que a outra pessoa irá atuar conforme esperado.
Quebra do dever de cuidado/Juízos de valor sobre a conduta do agente.
Imprudência: ação. Culpa de quem está agindo, sem cuidado necessário.
Imperícia: Demonstração de inaptidão técnica. Incapacidade. 
Negligência: omissão. Deixar de fazer o que deveria, antes do início da conduta.

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