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CARNE BOVINA E SUAS GENERALIDADES CURTA ESSA IDEIA Clóvis Antonio Bassani Bassani CARNE BOVINA E SUAS GENERALIDADES CURTA ESSA IDEIA 1 0 edição Campo Mourão - PR Clóvis Antonio Bassani 2014 CAPÍTULO I ASPECTOS GENERALIDADES SOBRE A CARNE BOVINA 1壑彎)鶯 Ouatro velas estavam queimando ruidosamente. calmamente. O ambiente estava tao silencioso quo podia-so ouvir o diálogo que travavam: A primeira vela disse: - Eu sou a Paz! não conseguem manter-me, acho que vou apagar. Apesar de minha luz E diminuindo as pessoasdevagarzinho, apagou totalmente. A segunda vela disse: - Eu me chamo Fé! Infelizmente sou muito supérflua. As pessoas náo querem saber de mim. Náo faz sentido continuar queimando. Ao terminar sua fala, um vento levemente bateu sobre ela, e esta se apagou. Baixinho e triste a terceira vela se manifestou: - Eu sou o Amor! Não tenho mais forças para queimar. As pessoas me deixam volta de lado, que só lhes conseguem amam. E sem se enxergar, esperar apagou-se. esquecem-se até daqueles à sua De repente... entrou uma criança e viu as três velas apagadas. - Que é isto? Vocês deviam queimar e a ficar chorar. acesas até o fim. Dizendo isso começou Então a quarta vela falou: - Não tenha medo criança. Enquanto eu queimar, podemos acender as outras velas. Eu sou a Esperança. A criança com os olhos brilhantes, pegou a vela que restava e acendeu todas as outras... ESPERO QUE A VELA DA ESPERANÇA NUNCA SE APAGUE DENTRO DE VOCÊ.. PREFÁCIO As informações que constam neste material foram colhidas e compiladas, através de dados obtidos ao longo dos mais de 20 anos de experiência na atividade de higiene e inspeção sanitária no abate e desossa em bovinos e bubalinos, pesquisas em livros publicados por pesquisadores renomados, artigos publicados na internet, revistas técnicas e sites oficiais formando assim uma fonte para consulta que possa atender os diversos níveis de interesse relacionados ao crescimento, evolução tecnológica e os cortes oriundos da carne bovina. A produção e o processamento dos produtos cárneos bovinos, respeitando as formas convencionalmente aceitas e corretas, sem a utilização de produtos nocivos para o consumo humano, sem a devastação ou poluição do meio ambiente, sem a utilização de técnicas desumanas, determinarão uma maior ou menor aceitação e credibilidade do produto. Sabemos da preferência dos consumidores pela carne bovina e também a sua importância como fonte básica de nutrientes (proteínas, vitaminas, minerais, etc.), desta forma é de grande importância disponibilizar informações que sejam acessíveis a toda a população que aprecia e consome de forma regular os produtos de origem animal e em especial a carne bovina. Autor Clóvis Antonio Bassani Médico Veterinário CRMV-PR 2180 Colaboradores Carlos Roberto Pianho Médico Veterinário CRMV-PR 6109 Letícia Karen Stevanato Médica Veterinária CRMV-PR 7322 Bom mesmo é ir à luta com determinação, Abraçar a vida e viver com paixão, Perder com classe e viver com ousadia, Pois o triunfo pertence a quem se atreve, E a vida é muito bela para ser insignificante. (Charles Chaplin) AGRADECIMENTOS AOS AMIGOS E COLABORADORES QUE ACREDITA M No AGRONEGÓCIO, E FAZEM PARTE DO CRESCIMENTO E EVOLUÇÃO DO MERCADO DA CARNE BOVINA No BRASIL, VALORIZANDO E RESPEITANDO OS CONCEITOS DE ÉTICA, MEIO AMBIENTE E BEM ESTAR ANIMAL EM TODA A SUA CADEIA PRODUTIVA. "COOPERATIVA MARIA MACIA" 'FRIGORÍFICO CRISTAL LTDA. "PARANÁ SUPERMERCADOS" "INTEGRADO COLÉGIO E FACULDADE" "AGROPECUÁRIA ÁGUA AZUL" Мана Маст mõGühño FRIGORÍFICO CRISTAL LTDA. Fone 44.3523-1988 Agora habilitado para abate de ovinos e caprinos CampoMd)ão - Paraná INTEGRADO COLÉGIO E FACULDADE CAMPO MOURÃO/PR Atendimento do coração SUMÁRIO 1 CORTES DE CARNES BOVINAS E SUAS CARACTERÍSTICAS 2 CARCAÇA 2.1 QUARTO 1 2.1.1.1 2.1.1.2 2.1.1.3 2.1.1.4 2.1.1.5 2.1.2 2.1.3 2.1.4 Quarto Dianteiro Pescoço Acém Peito Braço ou Paleta Raquete Peixinho Músculo do Dianteiro Cupim 2.2 QUARTO TRASEIRO. 2.2.1 2.2.1.1 2.2.2 2.2.3 2.2.3.1 2.2.3.2 2.2.4 2.2.5 2.2.6 2.2.7 2.2.8 2.2.9 2.2.10 2.2.11 2.2.12 2.2.13 Traseiro Traseiro-Serrote Capa-de-Filé Filé-de-Costela Bife de Ancho Prime Rib Contrafilé Bisteca (variante do lombo) Tibone (variante do lombo) Bife de Chorizo Bananinha Picanha Filé-Mingon Alcatra Maminha Aranha 21 42 .44 47 .56 ...59 61 64 67 70 . 71 74 .79 83 86 89 92 93 91 too 105 sol 2.2.14 Coxâo.Mole 2.2.15 Lagarto 2.2.16 Coxão Duro 2.2.17 Bife-do-Vazio 2.2.18 Patinho 2.2.19 Musculo-Mole 2.2.20 Musculo•Duro 2.2.21 Fralda 2.2.22 Ponta-de-Agulha 2.2.23 Diafragma 3 MIUDOS 3.1 BUCHO OU ESTÔMAGO I 3.1.2 3.1.3 4 3.1.5 3.1. 5.1 3.1.6 3.1.7 3.1 .7.1 3.1.8 3.1.8.1 3.1.9 3.1.9.1 3.1.10 Colmeia Tripas Ubere de Novilha Cabeças de Vitelas Mocotó Informação Nutricional (Mocotó) Cerebro Fígado Informação Nutricional (Fígado) Língua Informação Nutricional (Língua) ......... Rim Informação Nutricional (Rim) ......... Coração 3.1.10.1 Informação Nutricional (coração bovino) 3.1.11 Rabo 3.1.11.1 Informação Nutricional (Rabo). 3.1.12 Pulmão 3.1.13 Medula Espinhal 108 112 114 117 119 122 125 129 130 134 141 142 143 144 145 145 146 .147 147 148 .150 151 152 152 ................. 153 154 ... 154 155 ... ... 156 157 157 3.1.14 3.1. 15 3.1. 16 4 Testículo Timo (Moleja) Tutano IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL DA CARNE BOVINA E PARTICULARIDADES 4.1 CARNE BOVINA, VERSÁTIL, SABOROSA E NUTRITIVA 4.2 ASPECTOS IMPORTANTES NA HORA DE COMPRAR A CARNE BOVINA 4.3 COMO CONSERVAR A CARNE EM CASA. 5 0 CHURRASCO PERFEITO 5.1.1 5.1.2 5.1.3 5.1.4 5.1.5 5.1.6 5.1.7 5.1.8 5.1.9 5.1.10 5.1.11 5.1.12 Os 7 Mandamentos do Churrasco Formas de Preparações para cada Tipo de Corte Sugestões De Preparo Calculando a Quantidade de Carne para um Churrasco Acompanhamentos para o Churrasco Cardiologistas dão Aval à Carne Vermelha Cortes Cárneos e o Ranking das Gorduras Manutenção da Saúde e Bem Estar O Poder e o Valor Nutricional da Carne Vermelha e dos Miúdos Há Hormônios nas Carnes? Marmoreio da Carne Como Conhecer o Valor Nutritivo da Carne? 5.2 GORDURA 5.3 PROTEÍNA 5.4 MINERAIS 5.4.1 Zinco 5.4.2 Ferro 5.4.3 Vitaminas 5.5 CARACTERíSTlCAS DE PREPARO 5.6 CONSUMO RECOMENDADO 5.7 RETIRAR A CARNE DA SUA DIETA 5.8 CINCO - ALIMENTOS CONTRA A RESSACA 159 SUAS 165 165 166 169 169 169 170 171 172 172 173 174 ..174 .175 .175 175 176 176 177 178 178 179 1806 RECEITAS ASSADO DE LAGARTO ... ... ..... 62 ALCATRA 63 AL'.'OUDEGAS SIMPLES ........... 64 BRASATO AO VINHO TINTO. BRANDADE OE BACALHAU COM TUTANO DE BOI. 60 BIFE ENROLADO 6.7 BIFE À MILANESA BOLINHO DE CARNE MOIDA 69 CARNE DE PANELA DE PRESSÃO 6.10 COSTELA NA PANELA DE PRESSÃO SEM ÁGUA 6.11 COSTELA ASSADA NO FORNO 6.12 CARNE AO MOLHO DE CERVEJA 6.13 CUPIM ASSADO 180 181 182 182 183 184 185 186 186 187 187 188 . 189 6.14 COSTELA DE BOI NA PANELA DE PRESSÃO COZIDA NA CEBOLA 190 6.15 CARNE SECA NA MORANGA 191 6.16 CUPIM DE FORNO 192 6.17 CONTRA FILÉ ASSADO 193 6.18 CUPIM BOVINO ASSADO 194 6.19 CARNE NA CERVEJA PRETA 194 6.20 COSTELA COM MANDIOCA 195 6.21 CONTRA FILÉ AO MOLHO DE IOGURTE 196 6.22 COSTELA NO BAFO RECHEADA 197 6.23 COZIDO AO MOLHO DE TOMATE .198 6.24 COSTELA ASSADA COM BATATAS E AGRIÃO 199 6.25 CARNE COM BRÓCOLIS .200 6.26 CARNE MOÍDA COM BANANA AO FORNO 201 6.27 CONTRA FILÉ EM TIRAS NA ENDíVlA COM PURÉ DE MANDIOQUINHA E ARROZ SELVAGEM .... 202 6.28 CORAÇÃO DE BOI COM CEBOLA E PIMENTÃO... 203 6.29 CARNE DE PANELA TRADICIONAL 204 6.30 CARNE ASSADA COM MOLHO BRANCO 6.31 DOBRADINHA SEM FRESCURA 6.32 DOBRADINHA ESPECIAL 6.33 ESTROGONOFE DE CARNE 6.34 ESCALOPINHO AO MOLHO MADEIRA 6.35 ENFORMADO DE CARNE COM BATATA 6.36 FILÉ A PARMEGIANA - I 6.37 FILÉ AO MOLHO MADEIRA . 6.38 FILET MIGNON 6.39 FRALDINHA ASSADA NO FORNO COM SAL GROSSO6.40 FILÉ À PARMEGIANA - II 6.41 FíGADO 6.42 FILÉ AO MOLHO DE MOSTARDA 6.43 FILÉ AOS QUATRO QUEIJOS 6.44 FILÉ MIGNON COM MOLHO DE COGUMELOS E PURÉ DE CASTANHAS 6.45 FILÉ MIGNON À POIVRE 6.46 FILÉ MIGNON COM GENGIBRE 6.47 FILET EN CROÜTE - (FILET RECHEADO NA MASSA FOLHADA) 6.48 FILÉ DE PICANHA COM MOLHO DE MARACUJÁ 6.49GEBACKENES EUTER - (ÚBERE VACA) 6.50 LAGARTO ASSADO 6.51 LAGARTO AO MOLHO MADEIRA 6.52 LAGARTO COM CREME DE LEITE 6.53 LíNGUA DE BOI COM VINHO 6.54 LíNGUA DE BOI NA PRESSÃO 6.55 LíNGUA DE BOI AO MOLHO 6.56 MEDALHÃO DE FILÉ MIGNON COM CREME DE MOSTARDA 6.57 MEDALHÃO DE FILÉ MIGNON 6.58 MAMINHA AO FORNO 6.59 MEDALHÃO AO MOLHO MADEIRA 6.60 MEDALHÃO DE FILÉ MIGNON AO MOLHO DE REQUEIJÃO E BATATA PALHA 205 205 206 207 208 209 210 211 212 212 213 214 215 216 217 .219 219 220 221 222 222 223 224 225 226 227 228 229 229 231 232 6.61 MEDALHÃO DE FILÉ MIGNON COM MOLHO VERDE - AMARELO 6.62 MAMINHA AROMÁTICA COM ANÉIS DE CEBOLA 6.63 MEDALHÕES DE FILÉ GRATINADOS EM CROSTA DE CHAMPIGNONS 6.64 MIOLO DE BOI 6.65 MIOLO DE BOI A MILANESA 6.66 MOCOTÓ TRADICIONAL 6.67 MOCOTÓ ESPECIAL 6.68 OSSOBUCO (MÚSCULO COM OSSO) 6.69 OMELETE DE FíGADO 6.70 OSSOBUCO NA PRESSÃO 6.71 OSSOBUCO 6.72 PICANHA AO FORNO COM SAL GROSSO 6.73 PICANHA DE FORNO COM BATATAS 6.74 PICADINHO INDIANO 6.75 PICADINHO DE CARNE AO VINHO 6.76 PICANHA RECHEADA COM QUEIJO 6.77 PICANHA NA PANELA DE PRESSÃO 6.78 PICANHA NO AVESSO 6.79 PICANHA NO ALHO 6.80 PICADINHO À JARDINEIRA 6.81 PICADINHO À BRASILEIRA 6.82 PICADINHO NICOTA 6.83 PICANHA ORIENTAL 6.84 PICANHA RECHEADA 6.85 POLPETTONE 6.86 QUIBE CRU 6.87 ROCAMBOLE DE CARNE MOíDA 6.88 ROCAMBOLE DE CARNE RECHEADO 6.89 RABADA 6.90 RABADA PANTANEIRA 6.91 ROSBIFE COM MOLHO DE UVA .233 234 235 236 237 .238 239 240 241 241 242 243 244 245 246 247 248 249 249 .250 251 .251 252 253 254 255 256 257 258 259 260 6.92 RABO DE BOI COM BATATA.... 6.93 RIM AO 6.94 RIM AO VINHO TINTO . 6.95 RIM COM PIMENTÕES E CEBOLA.... 6.96 STROGONOFF DE CARNE COM MOLHO BRANCO 6.97 TESTÍCULOS DE BOI À MILANESA... 6.98 TAGLIATA Dl FILET......... 6.99 ÚBERE, COZIDO COM BATATAS....... 6.100 VACA ATOLADA. 7 REFERÊNCIAS 7.1 SITES CONSULTADOS....... ..260 • .. 263 ...263 • ....264 267 1 CORTES DE CARNES BOVINAS E SUAS CARACTERÍSTICAS Carne bovina é a carne extraída dos bovinos. É uma das variedades mais consumida na Europa, nas Américas e na Austrália, e muito importante na alimentação de populações da África, Asia Oriental e Sudeste Asiático. A carne bovina é um tabu culinário em algumas culturas; seu consumo é proibido pelo hinduísmo, religião que reverencia os bovinos, e é desencorajado pelos budistas. A carne muscular pode ser cortada em bifes, em peças, desfiada ou moída. O sanguebovino também é utilizado em algumas das variedades de morcelas. Outras partes costumeiramente consumidas incluem o rabo, a língua, tripa, estômago, diversas glândulas,como o pâncreas, timo, além do coração e do cérebro (proibido onde existe o risco da encefalopatia espongiforme bovina, a popular 'doença da vaca-louca'), o fígado, os rins e os testículos do touro (carne especialmente macia, conhecida nos Estados Unidos como "ostrasdas Montanhas Rochosas" ou "ostras da pradaria"), e até mesmo os intestinos e a glândula mamária. Os ossos bovinos são aproveitados pelo tutano na forma de caldo. A carne de bois e vacas apresentam poucas diferenças, com a exceçáo de que osbois têm um pouco menos gordura e mais músculo, quando criados em condições iguais. Acarne de vacas e bois mais velhos costuma ser mais dura. O gado criado para a obtenção de carne pode ser criado a pasto, em campos ou planícies, ou pode estar confinado, onde costumam ser cuidados de maneira coletiva e semi-industrial, sob um regime de alimentação balanceada. A tecnologia da produção de carnes sempre acompanha as transformações socioeconómicas e vem sendo constantemente influenciada pelos emergentes modelos económicos e mercadológicos mundiais, que estão sendo desenvolvidos para atender às exigências de abastecimento da população humana com produtos cárneos em quantidade e de elevado padrão de qualidade. O bem estar de um povo está diretamente relacionado a sua condição alimentar. A produção animal e vegetal, que se encontram intimamente ligadas à produção de alimentos, têm importância vital no bem estar e futuro da humanidade, razão pela qual uma agricultura fortalecida exerce grande importância no desenvolvimento da nação. As cadeias produtivas de alimentos estão sofrendo grandes mudanças que, por um lado refletem o novo consumidor final, mais exigente, mas por outro, estimulam o consumo cada vez mais seletivo. Como qualquer outro alimento, a carne deve corresponder às expectativas do consumidor no que se refere a seus atributos de qualidade sensorial. As características da carne bovina que influenciam, em ordem de preferência, na decisão de compra do consumidor são a cor, a maciez, o sabor e a suculência. O Brasil hoje possui cerca de 200 milhões de cabeça de gado, aparecendo no cenário mundial como o maior exportador de carnes bovinas, exportando para mais de 100 países. A base desse sucesso consiste no baixo custo de produção, porém a cada dia esse custo vem aumentando devido ao acréscimo de imposições feitas pelos países importadores, principalmente países da União Européia. 21 Inicialmente, os países importadores estavam preocupados com a higiene e qualidade dos alimentos, mas atualmente outros fatores estão sendo adicionados neste cenário, dentre eles podemos citar: o bem estar animal, proteção ao meio ambiente e a sustentabilidade do sistema. Cientistas, produtores e consumidores estão conscientes que o sistema de produção precisa ser balanceado com os recursos naturais disponíveis. De modo geral, pode-se dizer que a qualidade da carne e da carcaça depende da interação de fatores intrínsecos e extrínsecos. Os fatores intrínsecos mais importantes são a genética, o manejo alimentar, a idade e o sexo. Entre os fatores extrínsecos, destacamos as condições de abate, que envolve desde a saída dos animais da propriedade até a entrada das carcaças nas câmaras frias, o tipo de cozimento e os métodos de conservação. Nos bovinos, as diferenças genéticas entre as raças são significativas para a maioria dos atributos de qualidade da carne, principalmente a maciez, para a qual as diferenças entre raças podem ser mais facilmente exploradas. A textura ou a maciez da carne bovina assumiu importância expressiva a partir da utilização de animais zebuínos (Bos indicus) nos rebanhos taurinos. O genótipo zebuíno introduziu grande variação na maciez da carne de bovinos europeus (Bos taurus). Sabe-se hoje que, à medida que aumenta a participação do genótipo zebuíno dentro de uma raça bovina, aumenta a força de cisalhamento e diminuem os escores de avaliação sensorial da maciez, devido à maior atividade de calpastatina, o inibidor das enzimas naturais que causam 0 amaciamento da carne, as calpaínas. Desse modo, a variação da maciez da carne bovina é independente do ambiente onde os animais são criados bem como da composição da carne, tanto no que diz respeito à gordura intramuscular (marmoreio) quanto ao tecido conjuntiv0 (aponevroses) associado ao tecido muscular. O grau de acabamento ou a deposição de gordura subcutânea das carcaças tem também, efeito sobre as características de palatabilidade da carne bovina. O grau de marmoreio parece ter mais influência sobre a maciez da carne de Bos indicus do que sobre a de Bos taurus. Com um mesmo grau de marmoreio, as carnes de zebuínos tendem a ser mais duras que as de raças europeias. A gordura intramuscular, em quantidades de 3 a 7%, é suficiente para garantir a palatabilidade da carne, contribuindo muito pouco em quantidades acima desta. Mas' s quantidade aumenta, pode ser prejudicial à saúde do consumidor. Por outro lado, o grau de acabamento das carcaças tem umgrande efeito na maciez final da carne. Carcaças com pouca gordura de cobertura estão mais sujeitas a produzirem carnes duras, uma vez que os músculos mais superficiais da carcaça ficando mais expostos ao resfriamento, frequentemente sofrem o encurtamento pelo frio, causando o endureciment0 carnes. dos Outro fator de grande influência na qualidade da carne bovina é a idade de abate animais. sua importância sobre a maciez da carne está na relação direta com a solubilidade do tecido conjuntivo e com o grau de acabamento das carcaças. para a s adotadas produção de carnes mais macias, Porém, somente reduzir a idade de abate não garante 22 maciez das carnes. Mais do que controlar a idade cronológica é importante controlar a idado fisiológica dos animais que se traduz pelo estado corporal no momento do abate. A idade fisiológica é relacionada ao estágio de desenvolvimento do animal. Animais s iniciam a fase de deposiçáo de gordura, principalmente a gorúJra do cobertura bem como o marmoreio. mais cedo. Animais de raças zebuínas sáo mais tardios que os do raças européias. Via de regra, as raças de origem britânica sáo mais precoces que as continentais. Para garantir o perfeito acabamento das carcaças de animais jovens. a nutrição é uma importante ferramenta. Somente garantindo o aporte de nutrientes. principalmente energético. é possível abater bovinos jovens e bem acabados. As condições ambientais nas quais os animais sáo criados podem ter marcada influência sobre o crescimento, afetando a composição corporal. Animais em desconforto térmico desviam nutrientes ou alteram seu consumo para a adaptação à temperatura ambiente, prejudicando seu desenvolvimento. O manejo sanitário deve garantir o bom estado de saúde a fim de propiciar o pleno desenvolvimento dos animais. A aplicação do medicamentos e vacinas deve ser feita de maneira a evitar lesóos quo possam resultar em perdas que comprometem toda a cadeia produtiva. O estresse no periodo pré•abate tem efeito direto sobre características de qualidade da carne, Animais expostos a condiçôes estressantes entre a saida da propriedade e o momento da sangria podem apresentar alteraçóes em sua musculatura durante a transformação do músculo em carne. Este fato se deve a nao reposiçào do glicogénio muscular, comprometendo a qualidade final do produto, especialmente a cor da carne e a capacidade de retenção de água (suculência). A qualidade da carne bovina depende da interaçáo de diversos fatores ao longo de toda cadeia de produção e o descuido ou desconhecimento desses fatores pode comprometer todo o sistema. Cada país tem seu modo de produção, o qual é guiado pela exigência do mercado consumidor e características específicas de cada sistema produtivo, por exemplo, os cortes de carnes do Brasil são diferentes dos seus principais concorrentes exportadores, EUA e Austrália. Uma das razões desta diferença é o alto custo da mão de obra, nesses dois últimos países ocorre uma maior utilização de maquinas e consequentemente cortes menos específicos. Frigoríficos brasileiros utilizam mais cortes manuais do que os americanos, processando menos carcaças por dia. Outra explicação são as diferentes colonizações (Inglesa x portuguesa), o que reflete em diferentes maneiras de se preparar a carne. A carcaça estando limpa e dividida ao meio inicia-se o processo de cortes. Nos EUA quartos dianteiro e traseiro sáo separados por um corte perpendicular a coluna vertebral entre a décima segunda e décima terceira costela (Figura 1), no Brasil essa divisáo é feita entre a quinta e sexta costela (Figura 2). Havendo os quartos separados, no Brasil é usado corte mecânico somente para separar as costelas dos quartos e os demais cortes são todos feitos à mão, enquanto nos EUA os cortes são totalmente automatizados. 23 Ouarto Élank raseiro nib Ouarto Dianteiro 000'ot Chuck — • Shank Figura I. Divisão da carcaça americana Quarto raseiro Quarto Dianteiro Vaz" —uasou. Paiota Figura 2. Divisão da carcaça brasileira 24 Tabela 1 -- Tabela nutricional — carne bovina 100 gramas Calorias Glicídios Proteínas Lipídios Cálcio Fósforo Ferro BEZERRO BISTECA DE LOMBO BUCHO CARNE SECA CORAÇAO COSTELA DOBRADINHA F GADO FIL FRALDA LAGARTO LINGUA LOMBO PALETA PEITO PESCOÇO QUARTO DIANTEIRO QUARTO TRASEIRO RABADA RIM TEST CULOS UBERE Kcal 115,6 271 99,0 248,5 104,0 302,0 67,7 130,3 284,4 105,0 117,0 158,4 193,1 307,0 210,9 210,9 185,0 200,6 388,5 111,0 76,0 229,9 0,00 0,00 0,00 0,00 0,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 19,90 21 18,00 35,00 16,90 26,00 14,00 20,20 16,20 22,40 27,00 18,10 19,70 25,00 15,80 20,10 18,90 20,00 16,80 15,30 13,40 15,40 g 4,00 20,40 2,50 12,06 3,70 22,00 5,50 24,40 1,72 13,00 9,20 12,70 23,00 28,50 16,10 12,90 13,40 35,70 5,00 3,00 18,70 mg 12 12 92 9 11 12 8 11 65 10 11 9 12 10 12 10 13 14 70 mg 220 225 118 172 117 285 373 224 120 136 117 202 224 202 226 219 260 181 170 mg 2,36 2,39 4,80 2,29 5,50 12,10 3,40 4,32 2,50 3,00 2,30 2,31 2,23 5,70 2,80 2,60 25 Gráfico 1 -- Consumo mundial de carnes (todas as espécies). 400 Países em desenvolvimento 350 Paises desenvolvidos 250 200 150 100 2015F Fonte: FAO 20306 Gráfico 2 — Aumento da demanda por carnes, por região, entre 2021 e o período base. Aumento na demanda por carnes, por região, entre 2021 e 0 período base América do Norte Europa Ch•tros Ásia e pacífico Amértca Launa e Fonte: OCDE e FAO. TraduçSo: BeefR>int 26 Gráfico 3 Previsão e representatividade da produção mundial de carnes por espécie. '00.0% 00.0% 60.0% 20.0% 950 960 900 990 o cacvvu:n 7.crs Ave. 22.0% 35.7% 39.09. '9.05' 30.93. Fonto: Baseado nos dados da FAO (2012). 905 2000 zom 20 'O 20.5*. 29 aa.o•v. 25.3% 22-:ys 20 '5 7020 2030 2040 2050 3.68. 37.0% 43.0% 36. 20.5'* Gráfico 4 - Maiores Produtores Mundiais de Carne Bovina. EUA a Brasil a UE • China a Argeltina índia a Austrália 12.048 9.115 7.870 5.600 2.600 2.800 2.100 Produção em milhões de toneladas Fonte: USDA - 2010 27 Gráfico 5 — Distribuição dos principais consumidores de carne bovina no mundo. • EUA-22% a União Européia - 15% Brasi - 13% China - 10% Argentina - 4% Outros - Fonte: Adaptado de USDA (2012) Gráfico 6 — Exportações de carne bovina — projeções OCDE/FAO — 2006-2015. 12.000 nooo 3 amo 28 Exportações de Came Bovina ProJeçoesOCDVFAO-20W2015 a 2006 2015 Gráfico 7 — Importações de carne bovina — projeçóes ocde/fao - 2006/2015. Importaçóes de Carne Bovina Prolesoes OCDE/FAO - 2006/201 S taooo 7.000 3 4000 2.000 Mundo EUA lapso UL.2S 2015 Cora. Chile Gráfico 8 - Distribuição do número de cabeças (bovinos) por continente. 2.71% 8.76% 36.34% —América 18.87% —Asia —Arica —Europa aoceania 33.31% Fonte: FAO/FAOSTAT (2011) 29 30 Gráfico 9 - Principais cortes cárneos bovinos e suas respectivas traduções. Brasil Aus t"lia USA Alcava (miolo) Bananin a a B isteca Br o cornra me a em cu de ua uer múscdo Came m Cortra rzra com cosu st a Cost a sem osso Costelin a Coxao duro COH ao m e Cu m ostbiff Ir«ercost r Bris et- dec m ne s in meat u are iced Beef nce e tri oin ibs - prepared op uu un i n rs on ess e irt one in o res ee RI 'ced / roun tri n meat ri en s are ribs hortr S e at o side insi crest - ca o Diafragma / entranha fina Inside skirt FraldSo Ganhadora / raquete L arto Lom in o Marnhha Musc o r o Musculo traseiro Pacu bie o vazio p eta Padn Peito Pei Rin Pesc o Pesc o e ac m e e oin rcemal flank plae in FiarJc r blade s irt sidoin triangle Shin—s al tún a c nuckle risket end plane ck eef rib, wen-prepared s ribs on ess h ort rós trtnm e round o tis • e round ca r rt ia r m Tende Fia Abdomhis ransversus omnus mer Skirt op a bo nelesseo round s ores han ou er nuckle, p oneless uck Moc h can Te er 31 Quadro 1 — Lista de tipos de carne bovina por idioma. ESPANHOL ALEMÂO PORTUGUÉS raselro Alcatra Contra Filé Filé Mignon Coxáo Duro Coxáo Mole Lagarto Coxão Duro com Lagarto Patinho Contra Filé e Filé Mignon Capa do Coxáo Mole Maminha Picanha Ponta do Contra Filé Músculo de Primeira Diante ro Pescoço Acém ou Agulha Miolo do Acem Capa da Ponta do Contra Filé 32 INGLÉS FOA\hdOuarter Rump Striploin Tenderloin / Fillet Flat / Outside Topside Eye Round Silverside Knuckle Rump and Loins Inside Cover Tail of Rump Rump Cover Cube Roll Heel Neck Chuck Chuck Cover Cube Roll Cover Trasero Cuadril Bife Angosto Lomo-Solomillo Cuadrada Nalga de Adentro Peceto / Redondel Nalga de Afuera Bola de Lomo Bife con Lomo Tapa de Nalga Colita de Cuadril Tapa de Cuadril Bife Ancho / Lomo Alto Tortuguita / Morcillo Delantero Cogote Aguja Tapa de Aguja Tapa de Bife de Ancho Hinterviertel Huefte Roastbeef Filet Unterschale Ohne Rolle Oberschale Semerrolle Unterschale Kugel Roastbeef Und Filet Oberschaledeckel Schwanztück Der Huefte Hueftedeckel Hochrippe Rosenstuck Voidérvierte Zungenstueck Lappen Blug Lappen Entrecote PORTUGUÉS Miolo da Paleta Paleta peixinho peitO Dianteiro Garráo Tonta de Agulha Janela Bife do Vazio Miúdo Carne de Cabeça Queixada Lábio Pulmáo Bucho Omasso Coraçáo Língua Fraldinha Entranha Grossa Medula Cérebro Tendáo Animela INGLÉS ESPANHOL Shoulder / Clod Carnaza de Paleta Shoulder Chuck Tender Brisket Shin / Fore Shank Plate Flank Short Ribs Flank Steak Offal Head Meat Cheek Meat Lip Lung Tripe Omasum Heart Tongue Thin Skirt Thick Skirt Spinal Cord Brain Tendon Sweetbread Marucha Chingolo pecho Brazuelo Asado con Vazio Asado Curto Bife de Vacio / Falda Menudencia Carne de Cabeza Nuez de Quijada Lábio Pulmone Mondongo / Callo Librillo Corazón Lengua Entraña Fina Entraña Gruesa Medula Seso Tendon Molleja ALEMÀO Schulter Schulter Schultedilet Brust Hinterbein appen Entrecote Bavet De Flanchet Abfalle Kopffleisch Rinderbacken Ochsenmaul Lungen Pansen Bláttermagen Herz Zunge Zwergfelle Nierenzapfen Rueckenmark Hirn Sehne Milken 33 PORTUGUÊS Supra-Renal Rim Fígado Cupim Rabo INGLÊS Suprarenal Kidney Liver Hump Tail Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre. ESPANHOL Suprarenal Riñon Higado Rabo ALEMÃO Nebennierendruese Niere Leber Hoecker Schwanz 34 o s rasileros rtes arge 35 03 ο: 02 Πο 20 100 οοο 38 Quad , 0 2一1p1 dos cortes ca「neos bov 0$. 0~ 0 Peito 、Capa . Ponta面 ( | Filé Dia ,0 (WAR10 ! 0 Ic B面 V 13.F 20 39 ・ 受 ・ 0t 一 戔 己 p ー : 言 姜 4 こ ・ 9 一 8N00 宅 01 ・ 受 設 ま 、 ミ 一 u22 工 当 一 ・ 9 6 名 医 1 : き 0)・ t 0 「 ヂ ~ 一ミ 第 qt 9 38 》 当 0 WO 7 毛 8 04- CAPÍTULO II CORTES CÁRNEOS BOVINOS 2 CARCAÇA Entende-se por carcaça o bovino abatido, sangrado, esfolado, eviscerado, desprovidode cabeça, patas, rabada, glândula mamária (na fémea). verga, exceto suas raízes, e testículos Após sua divisão em meias espinhal, carcaças diafragma retiram-se e seus ainda pilares. os rins, gorduras perirrenalinguinal, "ferida-de•sangria", medula A cabeça é separada da seccionadas carcaça entre à altura o osso da occipital articulação e a primeira carpo-metacarpiana vértebra cerv. e (atlas). As patas dianteiras sáo traseiras na tarso-metatarsiana. Fonte: Arquivo Pessoal 42 MEIA CARCAÇA Resulta do corte longitudinal da carcaça, abrangendo a sínfise isquiopubiana, a coluna vertebral e o esterno. Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte» Meia Carcaça Fonte: Arquivo Pessoal 43 Meia Carcaça 2.1 QUARTO Fonte: Arquivo Pessoal Resulta da subdivisão da meia-carcaça em traseiro e dianteiro, por separação entre a quinta e a sexta costelas. A incisão deverá ser feita a igual distância das referidas costelas, alcançando as regiões esternal (peito) e da coluna vertebral, à altura do quinto espaço intervertebral. O quarto dianteiro corresponde à porção anterior (cranial) da meia-carcaça e o quarto traseiro à posterior (caudal). Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de—corte> Quarto Dianteiro e Traseiro Quarto Dianteiro Fonte: Arquivo Pessoal Quarto Traseiro Fonte: Arquivo Pessoal 46 2.1.1 Quarto Dianteiro 1. Pescoço 2. Acém 3. peito 4. Braço ou Paleta 4.1 — Raquete 4.2 - Peixinho 5. Músculo do Dianteiro 6. Cupim 2.1.1.1 Pescoço É o corte constituído das massas musculares compreendidas entre o acém e a face anterior do atlas. Limites: • Anterior: face anterior do atlas, com suas massas musculares. • Posterior superfície de corte das massas musculares ao nível da articulação cérvico-torácica, borda anterior da primeira costela e da extremidade anterior do esterno. Bases Ósseas: • Vértebras cervicais, já selecionadas longitudinalmente. Componentes Musculares: • trapézio, porção cervical • omotransversário • braquiocefálico • rombóide, porção cervical • serrátil ventral, porção cervical • esplénio • longo da cabeça 47 • longo do atlas • semi-espinhal cervical • multífido cervical • intertransversos cervicais • oblíquo cranial da cabeça • oblíquo caudal da cabeça • reto lateral da cabeça • reto ventral maior da cabeça • reto ventral menor da cabeça • reto dorsal maior da cabeça • reto dorsal menor da cabeça • escalenos • longo do pescoço Gânglios Linfáticos Regionais: • Atlóideo • Pré-escapular Preparação do Corte: O corte é obtido pela separação, à faca, das massas musculares inseridas nas vértebras cervicais, na borda anterior da primeira costela e na extremidade anterior do esterno. Ótimo para pratos que exijam bons molhos, como ensopados, cozidos, picadinhos e carnes de panela, tem muito tecido conjuntivo e gordura, exige prolongado tempo de cozimento. É considerado de 'terceira". Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> 48 Fonte: Arquivo Pessoal Carne de Pescoço desossada Pescoço twovn•o Fonte: Arquivo Pessoal 49 2.1.1.2 Acém É o corte constituído das massas musculares situadas entre o pescoço e o filé-da- costela, limitando-se, em sua porção inferior, com o corte da costela-do-dianteiro. Termos utilizados: Agulha, lombo-de-agulha, alcatrinha, lombo-d'acém, tirante e lombinho-do-acém. Limites: • Anterior: face anterior da primeira vértebra torácica, com suas massas musculares. • Posterior: face posterior da quinta vértebra torácica, com suas massas musculares. • Inferior: superfície do corte transversal das massas musculares, ao nível da porçãodorsal das cinco primeiras costelas. Superior: cupim (raças zebuínas). Bases Ósseas: Cinco primeiras vértebras torácicas, já seccionadas longitudinalmente, e porção dorsaldas cinco primeiras costelas. Componentes Musculares: • trapézio, porção torácica • rombóide, porção torácica • serrátil ventral, porção torácica • escaleno supracostal • serrátil dorsal cranial iliocostal torácico • longo dorsal • semi-espinhal torácico • elevadores das costelas • intercostais externos • intercostais internos • longo do pescoço 50 Gânglios Linfáticos Regionais: • Intercostais • Dorso-aórticos Preparação do Corte: O corte é obtido pela separação, à faca, das massas musculares inseridas nas cinco primeiras vértebras torácicas e da porção dorsal das cinco primeiras costelas, individualizando- as do corte costela-do-dianteiro. O Acém, também conhecido como agulha, está localizado na parte dianteira do animal e representa 31,92% do total. É o maior e mais macio corte do dianteiro do animal, com pouca gordura é saboroso e pode ser usada moída e rende ótimos ensopados, picadinhos, assados, refogados e até bifes. Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> 51 Acém Carne de Acém Desossada Fonte: Arquivo Pessoal Acém Informa ao nutricional AcémLocalização: Dianteiro Em Inglês: Chuck / Neck Rendimento: 31 0/0 Animal Arroba Média Valor calórico Carboidratos Proteínas Gorduras totais 108,26 kcal 0,09 g 0% 22,12g 44% 2,15g 30/0 (kg) 160 10 Peso médio: 190 12 220 14 250 16 (kg) 9,45 11 ,22 12,99 14,76 Gorduras saturadas 0,60 g Colesterol 55,35 mg 22% Fibras Cálcio Ferro Sódio 0% 1 1 ,83 mg 1 ,69 mg 84,52 mg 40/0 Obs.: Valores diários em referência com base em uma dieta de 2.500 calorias por porção de 100 g comreferência para animais do Brasil. 2.1.1.3 Peito É o corte constituído das massas musculares que recobrem o esterno e cartilagenscostais, limitando-se, em sua porção superior, com o corte denominado costela-do-dianteiro. Termo utilizado: • Granito Limites: • Posterior: face posterior da sexta esternebra e extremidades esternais das sexta e sétima costelas. • Superior: costelas do dianteiro. Bases Ósseas: Seis primeiras esternebras, já seccionadas longitudinalmente; cartilagens costais correspondentes e extremidades esternais das sexta e sétima costelas. Componentes Musculares: • peitoral descendente 53 • peitoral transverso • subclávio • peitoral ascendente • intercostais externos • intercostais internos • transverso torácico Gânglios Linfáticos Regionais: • Supra-esternais Preparação do Corte: O corte é obtido pela separação, à faca, das massas musculares inseridas nas seis primeiras esternerbras, cartilagens costais correspondentes e extremidades esternais das sexta e sétima costelas. O peito (também chamado de ponta do peito) está localizado na parte dianteira do animal que representa 12,30 % dela. Por ser constituído por músculos e fibras é uma carne um pouco mais dura e necessita de um maior tempo de cozimento. Corte ideal para rechear e enrolar e pode ser preparado com temperos e cozido na panela de pressão com molho. Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado.de-corte> 54 ponta de Peito Fonte: Arquivo pessoal Peito Localização: Dianteiro Em Inglês: Brisket Rendimento: 12,30 % Animal Arroba Média (kg) (kg) 160 10 3,64 Peso médio: 190 12 4,32 220 14 5,01 250 16 5,69 Informação nutricional (Peito) Valor calórico Carboidratos Proteínas Gorduras totais Gorduras saturadas Colesterol Fibras Cálcio Ferro Sódio 164,37 kcal 7% 1,14 g 22,02 g 7,97 g 2,75 g 42,79 mg 9,44 mg 2,24 mg 59,01 mg 00/0 440/0 40/0 0% 10% 2% Obs.: Valores diários em referência com base em uma dieta de 2.500 calorias por porção de 100 g com referência para animais do Brasil. 2.1.1.4 Braço ou Paleta Coração da Paleta: É o corte constituído da massa muscular separada do peixinho, da raquete e demais músculos da pá. Termos utilizados: Centro-da-paleta, miolo-da-paleta, pá, cruz machado, carne-de-sete, posta-gorda e posta-de-paleta. Limites: • Anterior: raquete. • Inferior: músculo do dianteiro Bases Ósseas: • Escápula, úmero e extremidade proximal da ulna 56 Componente Muscular: • Tríceps braquial Gânglios Linfáticos Regionais: • Pré-escapular Subescapular Preparação do Corte: O corte é obtido pela separação, à faca, da massa muscular inserida na bordaposterior da escápula, no úmero e extremidade da ulna, bem como de sua inserção com ocorte músculo do dianteiro. A Paleta, também conhecida como Pá, está localizada na partedianteira do animal que representa 21,78 % dela. Corte de segunda e é ideal para cozidos eassados. A peça oferece uma quantidade de gordura interna que o deixa ainda mais saborosa,dá bons molhos e ensopados, ótimo para carnes de cozimento mais longo e para moer. Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> 57 Fonte: Arquivo Pessoal Patinho da Paleta Informaçáo nutricional (Palota) paleta Dianteiro Localizaçáo: Blade Em Inglês: Rendimento: Animal Arroba Média (kg) (kg) 160 6,45 peso medio: 190 12 7,66 220 14 8,86 250 10,07 Valor calórico 127,64 kcal Carboidratos Proteínas Gorduras totais 1,599 21 g 3,76 g Gorduras saturadas 1,54 g Colesterol Fibras Cálcio Ferro Sódio 43,39 mg Og 8,50 mg 1,21 mg 60,70 mg 00/0 440/0 50/0 150/0 9% 30/0 Obs.: Valores diários em referência com base em uma dieta do 2,500 calorias por porçáo do 100 g com referência para animais do Brasil, 2.1.1.5 Raquete Termos utilizados: ganhadora, sete, língua e segundo coió, É o corte constituído da massa muscular situada na porção posterior da espinha escapular (fossa infra-espinhosa). Limites: Medial: fossa infra-espinhosa da escápula • Posterior: coração-da-paleta Anterior: espinha da escápula Base óssea: Escápula 59 Componente Muscular: • Infra-espinhoso Gânglios Linfáticos Regionais: • Pré-escapular • Subescapular Preparação do Corte: O corte é obtido pela separação, à faca e por arrancamento, do músculo inserido na fossa infra-espinhosa. Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> Raquete 60 Fonte: Arquivo Pessoal Raquete 2.1.2 Peixinho Termos utilizados: • coió, lagartinho-cja-pá, lombinho e tatuzinho-da-paleta. É o corte constituído da massa muscular situada na porção anterior da espinha escápula (fossa supra-espinhosa). Limites: • Medial: fossa supra-espinhosa da escápula. • Posterior: espinha da escápula. 61 Base óssea: • Escápula (fossa supra-espinhosa) Componente Muscular: • Supra-espinhoso Gânglios Linfáticos Regionais: • Pré-escapular • Subescapular Preparação do Corte: O corte é obtido pela separação, á faca e por arrancamento, do músculo inserido na fossa supra-espinhosa. Fonte: Embrapa em: <https:llwww.embrapa.brlgado-de-corte> 62 Fonte: Arquivo Pessoal Peixinho 63 Fonte: Arquivo Pessoal 2.1.3 Músculo do Dianteiro sea 3 Peixinho É o corte constituído das massas musculares que envolvem o rádio e a ulna, compreendidas entre o coração-da-paleta e o carpo. Termos utilizados: • Braço e mão-de-vaca. Limites: Superior: coração-da-paleta. • Inferior: face articular do carpo. Bases Ósseas: • Úmero, rádio, ulna e carpo. Componentes Musculares: • bíceps braquial • coracobraquial • braquial • extensor carpo radial • extensor digital comum 64 extensor digital lateral abdutor longo do 1 0 dedo flexor cubital lateral flexor radial do carpo flexor cubital do carpo flexor digital superficial flexor digital profundo pronador redondo. Gânglios Linfáticos Regionais: • Pré-escapular • Subescapular Preparação do Corte: O corte é obtido pela separação, à faca, das massas musculares inseridas no úmero, rádio, ulna e carpo. O músculo do dianteiro está localizado na parte dianteira do animal que representa 6,10 % dela. A diferença entre o músculo traseiro é o seu tamanho e em alusão ao ser humano, o músculo dianteiro seria o braço, portanto menor, e o músculo traseiro seria a "batata" da perna. Corte de segunda e de terceira, sabor forte e textura dura, carne saborosa, ideal para o preparo de caldos, molhos, sopas e carne de panela. Com osso, é conhecida como ossobuco. Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> 65 Fonte: Embrapa em: <https:]/www.embrapa.br/gado-de-corte> Fonte: Arquivo Pessoal Músculo do dianteiro 66 Músculo Dianteiro Localização: Dianteiro Informação nutricional (Músculo dianteiro) (kg) 160 Peso médio: 190 220 250 Valor calórico Carboidratos Proteínas Gorduras totais Gorduras saturadas Colesterol Fibras Cálcio Ferro Sódio 120,91 kcal 5% Em Inglês: Shin Rendimento: 6,10% Animal Arroba 10 12 14 16 Média (kg) 2,14 2,48 2,82 0,65 g 25,19g 1,95 g 0,58 g 60,42 mg 7,89 mg 1 ,80 mg 56,36 mg 0% 2% 2% 20% 13% 2% Obs.: Valores diários em referência com base em uma dieta de 2.500 calorias por porção de 100 g com referência para animais do Brasil 2.1.4 Cupim É o corte constituído das massas musculares situadas dorsalmente ao acém. Termos utilizados: • Giba e mamilo Limite: • Inferior: Acém Bases Ósseas: • Extremidades superiores das cinco primeiras apófises espinhais das vértebras torácicas e cartilagem das escápulas.Componentes Musculares: • Rombóide • Trapézio Preparação do Corte: O corte é obtido pela separação, à faca, das massas musculares acima da borda superior das apófises espinhais das cinco primeiras vértebras torácicas e da cartilagem da escápula. É a corcova do boi. uma bola de carne gordurosa. Parte nobre que tem como característica seu sabor marcante, está localizado na parte dianteira do animal, mais precisamente atras do pescoço, e representa 3,29% do dianteiro. Característico do gado zebu é uma carne macia entremeada de gordura e paladar agradável. Deve sempre ser cozido lentamente. Muro utilizado em churrascos ou na grelha, pode ser assado enrolada em várias camadas de celofane especial para culinária que distribui o calor uniformemente e promove 0 cozimento da carne em seu próprio suco. Outra forma de preparo é o cozimento em panela de pressão. bem temperado ou apenas com sal refinado, e posteriormente assado no forno enrolada em papel celofane. Fonte: Embrapa em: <https:/iwww.embrapa.br/gado-de-corte> Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> 68 nna.Q0'0 Fonte: Arquivo pessoal Cupim Localização: Em Inglês: Rendimento: Peso médio: Cupim Dianteiro ox-hump Informação nutricional (Cupim) 3,29 % Animal Arroba (kg) 160 190 220 250 10 12 14 16 Média (kg) 0,97 1,16 1 ,34 Valor calórico Carboidratos Proteínas Gorduras totais Gorduras saturadas Colesterol Fibras Cálcio Ferro Sódio 297,76 kcal 1,72 g 17,55 g 24,52 g 6,42 g 71 ,23 mg 7,60 mg 0,63 mg 63,20 mg 12% 31% 24% 0% 1% 5% 3% Obs.: Valores diários em referência com base em uma dieta de 2.500 calorias por porção de 100 g com referência para animais do Brasil. 69 2.2 QUARTO TRASEIRO 2-2.1 Traseiro Traseiro Serrote; Capa de tilé: • Filé de Costela; Bife de Ancho. Contra filé; — Bisteca (variante do lombo). T — Bone (variante do lombo). Bife de chorizo • Bananinha • Picanha • Filé Mignon • Alcatra • Maminha • Coxão Mole • Lagarto • Coxão duro; • Bife do vazio; • Patinho • Músculo dianteiro; • Músculo traseiro; • Fralda Costela Costela; • Fraldinha; • Ponta de agulha. 2.2.1.1 Traseiro-Serrote É obtido do quarto traseiro após a retirada da ponta-de-agulha. Preparação do Corte: O corte é obtido pela incisão que se inicia na extremidade posterior do matambre (músculo cutâneo toráco-abdominal), junto ao gânglio linfático pré-crural, atinge a ponta da anca (tuberosidade ilíaca), seguindo em linha reta até a sexta costela (primeira do traseiro- serrote), a uma distância não superior a 4 cm da borda lateral da porção muscular do contrafilé. O traseiro-serrote é subdividido em grandes peças, tais como: • Lombo Alcatra Coxão Fonte: Embrapa em: https://www.embrapa.brlgado-de-corte 71 Fonte: Arquivo Pessoal Traseiro Serrote Traselro Serrote COXÅO ALCATRA LOMBO Fonte: Arquivo Pessoal 73 2.2.2 Capa-de.Filé Corte constituído das massas musculares sobrepostas ao filé de costela e cartilagem do escápula. Limite: • Medial: tilé-de-costela Bases Ósseas: Cartilagem da escápula e apófises espinhais da sexta a décima vértebras torácicas, já seccionadas longitudinalmente. Componentes Musculares: • trapézio, porção torácica • rombóide, porção torácica • grande dorsal Preparação do Corte: A Capa de Filé é um corte localizado sobre o contrafilé, sendo obtido pela liberação, à taca, das massas musculares sobrepostas ao filé-decostela na porção torácica. Com textura desigual e grande quantidade de nervos, presta-se bem para o preparo de carnes com molho que precisam de cozimento mais longo, além de ensopados, refogados, assados, churrascos, preparo na grelha e picadinhos. Fonte: Embrapa em: <https•JYw•w.embrapa-br gado-ee-ccrte» Capa de filé Arquivo pessoal Capa de Filé 76 2.2.3 Filé-de-Costela É o corte constituído das massas musculares da parte anterior do contrafilé, entre o acém e o filé-de-lombo. Termos Utilizados: • Entrecote e charneira (Nóix). Limites: • Anterior: superfície do corte transversal das massas musculares ao nível do espaço entre a quinta e a sexta vértebras torácicas. • Posterior: superfície do corte transversal das massas musculares ao nível do espaço entre a décima e a décima primeira vértebras torácicas. • Superior: capa-de-filé. Bases Ósseas: • As cinco primeiras vértebras do traseiro-serrote (sexta a décima torácica), já seccionadas longitudinalmente, bem como a porção dorsal das costelas que permanecem no corte Componentes Musculares: • iliocostal torácico • longo dorsal • semi-espinhal torácico • multífido torácico • interespinhal torácico • elevadores das costelas • intercostais externos • intercostais internos Gânglios Linfáticos Regionais: • Intercostais • Dorso-aórticos 77 Preparação do Corte: O corte é obtido pela separação da capade-filé e pela liberação das massasmusculares aderidas à porção dorsal das costelas que permanecem no traseiro-serrote e ascinco primeiras vértebras torácicas (sexta a décima), já seccionadas longitudinalmente. É umcorte bastante novo no Brasil, muito apreciado na Argentina e Uruguai, de onde se retira ofamoso Bife de Ancho, é um corte com pouca gordura externa e mais gordura entremeada nacarne. O Filé de Costela é uma carne muito saborosa, suculenta e macia, apresenta fibras maiscurtas e rijas, por isso, é utilizado principalmente para churrascos ou grelha. Bom para fritar emcorte grosso (4 cm ou 2 dedos de espessura), muito macio e saboroso perde liquido combastante facilidade. O corte também é ideal para ser cozido na panela de pressão com Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> Filé de Costela 78 Fonte: Arquivo Pessoal 2.2.3.1 Bife de Ancho Filé de Costela A parte anterior do contra filé (torácica) é chamado de Bife de Ancho, pedaço mais macio que o Bife de Chorizo, com mais marmorização (gordura entranhada) e com um sabor mais tenro, mais mole de ser mastigado. Mais isso mostra como num mesmo pedaço da carne temos pedaços diferentes e com sabores diferentes. Graças aos Argentinos que trouxeram esses cortes para o Brasil no inicio do século. Hoje em dia esses pedaços são apreciados nos melhores churrascos. Contra Filé (Lombo) Filé de Costela 79 Bife de Ancho Fonte: Arquivo Pessoal 80 Bife de Ancho 2.2.3.2 Prime Rib Primo rib, um dos mais nobres cortes quo os cortes americanos e ingleses possam colher de seus gados bovinos. Abrange o entrecote, o osso e a capa da costela, gera um bile vistoso, entremeado de gorduras e com todo o sabor quo vem do osso. É o corto para grelhados por excelência, quando preparado ainda com o longo osso da costela, tornou-se o ícone dos cortes de boi. A denominação prime não é gratuita. É um dos oito cortes considerados de primeira categoria pela USDA, o equivalente americano do Ministério da Agricultura. Segundo o Catálogo Brasileiro de Cortes Bovinos, publicado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes Industrializadas (Abiec), o prime rib é obtido da divisão do contrafilé pela seção das massas musculares correspondentes às cinco primeiras vértebras torácicas que permanecem no traseiro. Contando a partir do início das costelas, a partir do quarto traseiro, o corte está localizado entre a sexta e a décima e inclui seis tipos de músculos diferentes - incluindo o contrafilé. A mais abundante, a do miolo quase arredondado é composto pelo espinhal dorsal e pelo longo dorsal (longissimus dorso. Ao longo do osso, as porções náo cortáveis à faca, há cinco músculos discretos: o cutâneo e o oblíquo, que viram uma casquinha. E, mais consistentes, o iliocostal e os intercostais exteno e interno. Mas a melhor porção é a mais macia, irrigada, mas irregular e menos atraente, é formada pelo músculo multifídio dorsal, que contorna toda a parte maior e redonda, que é considerada o filé da peça. A proximidade com gorduras que derretem sobre a brasa transformam esse pedaço pequeno, mas incrivelmente macio e saboroso. Prime Rib Fonte: Arquivo pessoal81 2.2.4 Contrafilé É o corte constituído das massas musculares compreendidas entre o acém e a alcatra, após a retirada do filé-mignon e capa-de-filé. Termo utilizado: • Filé Limites: • Anterior: superfície do corte transversal das massas musculares ao nível do espaço entre a quinta e a sexta vértebras torácicas. • Posterior: superfície do corte transversal das massas musculares ao nível da articulação lombossacral. Bases Ósseas: • As oito últimas vértebras torácicas (sexta e décima terceira) e as seis lombares, já seccionadas longitudinalmente, bem como a porção dorsal das costelas que permanecem no traseiro-serrote. Componentes Musculares: • glúteo médio • iliocostais • longo dorsal • semi-espinhais • interespinhais • intertransversos lombares • retrator da costela • elevadores das costelas • intercostais externos • intercostais internos • multífidos 83 Gânglios Linfáticos Regionais: • Intercostais • Lombo-aórticos Preparação do Corte: • O corte é obtido pela liberação das massas musculares aderidas à porçao das costelas que permanecem no traseiro•serrote, às oito últimas vértebras torácicas (sexta a décima terceira) e às seis lombares, já seccionadas longitudinalmente. 0 corte transversal do contrafilé, quando acompanhado da base óssea correspondente, denomina-se O contrafilé pode ser subdividido nos cortes: • Filédecostela • FiléO-lombo Contrafilé: O Contrafilé é o mais longo corte da carne bovina, podendo conter também a Capa do contra tilé. Localiza-se na parte externa da coluna vertebral e representa, aproximadamente, 13,43% da carcaça. A camada de gordura na lateral deixa a carne saborosa e macia. É indicada para o preparo de bifes de chapa, estrogonofe, grelhados, medalhóes e churrasco. Trata-se de um corte nobre que fica próximo ao filé mignon. É dele também que é feito o tradicional bife à cavalo .com ovo frito). Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado•de-corte> Bisteca com Osso Contrafilé Contra Filé Desossado Informação nutricional (Contrafilé) Localização: Em Inglês: Rendimento: Traseiro Sirloin 13,43 % (kg) 160 10 Peso médio: 190 12 220 14 250 16 Valor calórico Carboidratos Proteínas Gorduras totais Gorduras saturadas Colesterol Fibras Cálcio Ferro Sódio 133,99 kcal 5% Animal Arroba Média (kg) 5,48 6,51 7,53 8,56 0,55 g 21 ,63 g 5,03 g 1,60 g 42,59 mg 11,62 mg 1 mg 82,97 mg 430/0 0% 6% 140/0 0% 1% 12% 3% Obs.: Valores diários em referência com base em uma dieta de 2.500 calorias por porção de 100 g com referência para animais do Brasil. 85 2.2.5 Bisteca (variante do lombo) É o corte constituído de seções transversais das massas musculares e bases ósseascorrespondentes do lombo após a retirada do filé-mignon e da capa-de-filé. Termo utilizado: • Chuleta Limites: • Anterior: superfície do corte transversal das massas musculares ao nível do espaço entre a quinta e a sexta vértebras torácicas. • Posterior: superfície do corte transversal das massas musculares ao nível da articulaçào lombossacral. Componentes Musculares: • glúteo médio • iliocostais • longo dorsal • semi•espinhais • interespinhais • intertransversos lombares • retrator da costela • multífidos • elevadores das costelas • intercostais externos • intercostais internos Gânglios Linfáticos Regionais: • Intercostais • Lombo•aórticos Preparação do Corte: O corte é Obtido por seções transversais das massas musculares e bases ósseas correspondentes constituídas da sexta à décima terceira vértebras torácicas, seis lombares e porçàO dorsal das costelas que permanecem no corte sem o filé mignon. É uma carne muito saborosa, macia e entremeada de gordura, Fica ótima em bifes e churrascos, preparada na grelha. Pode ser assada no forno (rosbife). Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte» 87 Traseiro serrote Bisteca Fonte: arquivo pessoal Fonte: Arquivo Pessoal 2.2.6 Tibone (variante do lombo) É o corte constituído de seções transversais das marssas nausculares e bases ósseas coffespondentes, compreendidas entre a primeira e a última vértebra lombar e, abrangendo o filéde-lombo e o filé-mignon. Termo utilizado: "T. Bone" Limites: • Anterior: superfície do corte transversal das massas musculares e bases ósseas correspondentes, ao nível do espaço entre a última vértebra torácica (décima terceira) e a primeira lombar. • posterior: superfície do corte transversal das massas musculares e bases ósseas correspondentes, ao nível da articulação lombossacral (sexta vértebra lombar e primeira sacral). Bases Ósseas: • Seis vértebras lombares, já seccionadas longitudinalmente. Componentes Musculares: glúteo médio iliocostal lombar • longo dorsal • multífido lombar • intertransversos lombares • interespinhais lombares • retrator da costela psoas maior • psoas menor • quadrado lombar 89 Gânglios Linfáticos Regionais: • Ilíaco interno • Lombo-aórticos Preparação do Corte: O corte é obtido por secção transversal das massas musculares e bases óscorrespondentes de parte do filé.de-lombo (primeira à sexta vértebras lombares), inclui filé-mignon. É uma carne muito saborosa e entremeada de gordura. Fica ótima em bifeschurrascos preparados na grelha. Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> Fonte: Arquivo Pessoal Tibone / T Bone 2.2.7 Bife de Chorizo A parte do contra filé (lombar) é chamada de Bife de Chorizo, pedaço macio, com menos gordura entranhada e com um sabor mais concentrado. Contra Filé (Lombo) Filé de Costela 91 Bife de Chorizo Fonte: Arquivo Pessoal 2.2.8 Bananinha Constituído do músculo flexor digital superficial, resultante da desossa do contrafilé, localizadas entre as costelas. Elas são pequenas e individuais e por isso recebem essa denominação (Bananinhas). É uma carne muito saborosa, suculenta e macia. Suas fibras são curtas. sendo utilizada principalmente em churrascos elou na grelha, ou ainda com carnes cozidas com legumes, assados, refogados e picadinhos. Bananinha 92 Bananinha Bananinha Fonte: Arquivo Pessoal 2.2.9 Picanha Parte nobre do animal. Carne macia e com sabor suave, temperada com alho ou no sal. Carne mais requisitada para churrasco, faz par com a Alcatra, pesa entre 800 g e 1,2 kg, e pode ser cortada de várias maneiras, deve ser servida ao ponto ou mal passada. A Picanha é um tipo de corte tipicamente brasileira. A origem do nome Picanha vem de uma vara comprida utilizada pelos boiadeiros do Rio Grande do Sul e Mato Grosso para tocar o gado. Esta vara, chamada picana (em espanhol), possuía um ferrão na ponta e servia para picar o gado na parte posterior da sua região lombar. Com o passar do tempo esta região do animal passou a ser chamada picana e posteriormente picanha. Famosa por render um corte macio e saboroso para churrascos, a Picanha também pode ser preparada na churrasqueira, forno, frita ou até cozida. A peça está localizada no traseiro bovino e é envolta em uma capa espessa de gordura, que garante uma maior suculência na carne. 93 Picanha Coxáo Duro Picanha Coxão Duro Contra picanha Fonte: arquivo pessoal 95 Picanha Picanha Localização: Coxáo duro / Traseiro Em Inglês: top sirloin cap Rendimento: 1,500 % Animal Arroba Média (kg) (kg) 160 IO 1,02 Peso médio: 190 12 220 14 250 16 Fonte: Arquivo Pessoal Informação nutricional (picanha) Valor calórico Carboidratos Proteínas Gorduras totais 323 kcal 1,92 g 18,99 g 26,59 g 38% 0% Gorduras saturadas 8,67 g Colesterol Fibras Cálcio Ferro Sódio 51,03 mg 0% 9,21 mg 2,34 mg 58,61 2%mg Obs.: Valores diários em referência com base em uma dieta de 2.500 calorias por porção de 100 g com 2.2.10 Filé-Mingon É o corte constituído das massas musculares aderidas à face ventral das três últimas vértebras torácicas, seis lombares, ilíaco e fémur (terceiro trocanter). Termo utilizado: • Filé Limites: • Superior: face ventral das três últimas vértebras torácicas e das lombares. • Posterior:ilíaco (coxal). • Inferior: fémur (terceiro trocanter). Bases Ósseas: • As três últimas vértebras torácicas, as seis lombares, o ilíaco e o fémur. Componentes Musculares: psoas maior • psoas menor • ilíaco • quadrado lombar Gânglios Linfáticos: • Ilíaco interno • Lombo-aórticos Preparação do Corte: O corte é obtido pela separação, à faca e por arrancamento, das massas musculares aderidas às bases ósseas correspondentes, próximo do terceiro trocanter, até a liberação total do corte. 97 Filé Mignon: O Filé Mignon é famoso por ser uma carne nobre, macia e suculenta. Extremamente macia por nao ter contato com as partes mais movimentadas do animal. A carne é localizada na parte traseira do boi e quase não possui gordura, com sabor pouco acentuado devido ao alto volume de irrigação sanguínea nessa região. Utilizada também pela alta gastronomia, peta sua maciez e facilidade de preparo, ótima também para tournedos, escalopes, bifes, rosbifes estrogonofes e fondues. Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de.corte» 98 Filé Mignon Fonte: Arquivo Pessoal Filé Mignon Fonte: Arquivo Pessoal 99 Filé mignon Localização: Traseiro Em Inglés: Tenderloin Steak Rendimento: 2,95 % Animal Arroba Média Informação nutricional (Filé mignon) Valor calórico 114,34 kcal 5% (kg) 160 10 Peso médio: 190 12 220 14 250 16 (kg) 1,65 Carboidratos Proteínas Gorduras totais Gorduras saturadas Colesterol Fibras Cálcio Ferro Sódio 20,04 g 3,06 g 59,19 mg 9,05 mg 1 ,68 mg 64,68 mg 40% 5% 20% 0% 1% 12% 3% Obs.: Valores diários em referência com base em uma dieta de 2.500 calorias por porção de 100 g com referência para animais do Brasil. 2.2.11 Alcatra É o corte constituído das massas musculares compreendidas entre o lombo e o coxão. Termos utilizados: • Alcatra grossa, coice e alcatre. Limites: • Anterior: superfície do corte transversal das massas musculares ao nível da articulação lombossacral. • Posterior: superfície do corte transversal das massas musculares que se limitam com o coxão, ao nível da articulação sacrococcígea e da extremidade anterior do trocanter maior. Bases Ósseas: • Sacro, já seccionado longitudinalmente, e ilíaco (coxal) 100 Componentes Musculares: • tensor da fáscia lata • glúteo bíceps • glúteo médio glúteo acessório • glúteo profundo Gânglios Linfáticos Regionais: • Sacrais • Isquiático • Glúteo Preparação do Corte: 0 corte é obtido, em sua parte anterior, pela separação, à faca, da articulação lombossacral. Na extremidade posterior faz-se um corte, à altura da articulação sacrococcígea, em direçao ao trocanter maior. A seguir, liberam-se as massas musculares aderidas aos ossos sacro e ilíaco. A partir do trocanter maior, separa-se a maminha-da-alcatra de sua justaposição ao patinho. A alcatra pode ser subdividida nos cortes: • Maminha-da-Alcatra (constituída do músculo tensor da fáscia lata). • Picanha (formada de parte do músculo glúteo bíceps). Coraçáo•da-Alcatra (constituído dos músculos glúteos médio, acessório e profundo). Alcatra• Considerada "A Rainha das Carnes". Servida ao ponto ou mal passada é considerada uma carne nobre, de fibras macias, ideal para bifes. A peça inteira está localizada no traseiro do boi entre o lombo e a coxa, de onde saem outros cortes igualmente apreciados, como a Picanha e a maminha representando aproximadamente, 8,84% da carcaça. A carne também faz igual sucesso em assados e cozidos de panela. Na região dos Campos Gerais do Paraná o corte tradicional é serrado transversalmente do membro do animal em fatias de cerca de 2 centímetros, que é assado no espeto duplo ou grelha rapidamente, em fogo forte. 101 Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte» Fonte: Embrapa em: <https:/,'www.embrapa.br/gado-de-corte> 102 Alcatra sem Maminha Alcatra Localização: Traseiro Em Inglês: Rump / D-Rump / Top sirloin Informação nutricional (Alcatra) Rendimento: 8,84 % Animal Arroba k 160 10 Peso médio: 190 12 220 14 250 16 Valor calórico Carboidratos Proteínas Gorduras totais Gorduras saturadas Colesterol Fibras Cálcio Ferro Sódio 157,47kcal Média k 3,61 4,28 4,96 5,64 1,32 g 20,79 g 7,67 g 2,76g 48,03mg 11,14mg 1 ,73mg 61,87mg 0% 420/0 0% 110/0 00/0 1% 12% 3% Obs.: Valores diários em referência com base em uma dieta de 2.500 calorias por porção de 100 g com referência para animais do Brasil. 104 2.2.12 Maminha É um cofie de carne bovina que se origina da subdivisão da alcatra: • Maminha-da-Alcatra (constituída do músculo tensor da fáscia lata). • Picanha (formada de parte do músculo glúteo bíceps). • Coração-da-Alcatra (constituído dos músculos glúteos médio, acessório e profundo). É a carne da virilha do boi, que por sua baixa irrigação sanguínea, tem sabor suave e é muito macia, considerada uma carne nobre, de fibras macias. A peça inteira está localizada no traseiro do boi, de onde saem outros cortes igualmente apreciados, como a picanha. A carne também faz igual sucesso em assados, churrasco e cozidos de panela. Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> Maminha 105 Alcatra Maminha 106 Maminha Fonte: Arquivo Pessoal 2.2.13 Aranha É retirada do traseiro, na parte externa, aderida ao osso da alcatra, utilizado com frequéncia para picadinhos ou ensopados. Fonte: Arquivo Pessoal Aranha 107 2.2.14 Coxáo-Mole Termos utilizados: chá, coxá0<je-dentro, polpa e polpáo É o corte constituído das massas musculares da face interna do coxão, separado dopatinho, do lagarto e do coxáo-duro. Limites: Ântero-lateral: patinho. • Superior: face ventral do ilíaco. • Lateral: coxáo-duro. • Inferior: músculo-mole. Bases Ósseas: • ísquio, púbis, fémur e tíbia (extremidade proximal). Componentes Musculares: • sartório • reto interno (grácil) • pectíneo • adutor • semimembranoso • gémeos • obturador externo • obturador interno • quadrado femoral Gânglios Linfáticos Regionais: • Inguinais • Poplíteo 108 Preparação do Corte: 0 corte é obtido pela liberação, à faca, das massas musculares aderidas à face ventral do ilíaco (púbis e ísquio), do fémur e da tíbia (extremidade proximal). Separa-se ainda o corte de suas ligações com patinho, coxáo•duro e lagarto. É uma carne macia e bastante popular, sinónimo de carne para bife por muitos anos. O corte é constituído por fibras macias e curtas, que também pode ser utilizado para o preparo à milanesa, assado ou na forma de escalopes. Fonte: Embrapa em: https://www.embrapa.br/gado-de-corte Arquivo Pessoal 109 Coxio Mole Coxào Mole 110 Coxão Mole Coxão mole Fonte: Arquivo Pessoal Informação nutricional (Coxão mole) Localização: Em Inglês: Rendimento: Peso médio: Traseiro Topside 14,61% (kg) 160 190 220 250 Valor calórico Carboidratos Proteínas Gorduras totais Gorduras saturadas Colesterol Fibras Cálcio Ferro Sódio 131,69kcal 5% Animal Arroba 10 12 14 16 Média (kg) 5,96 7,08 8,20 9,31 Og 22,55g 4,61g 1,55g 59,88mg Og 7,73mg 2,32mg 96,64mg 0% 0% 60/0 4% Obs.: Valores diários em referência com base em uma dieta de 2.500 calorias por porção de 100 g com referência para animais do Brasil. 111 2.2.15 Lagarto Termos utilizados: Lagarto•redondo, lagarto-paulista, lagarto.branco. posta.bra paulista e tatu. É o corte constituido da massa muscular localizada entre o coxáo.duro e o mole. Limites: Ântero•Lateral: coxào-duro • Inferior: músculo•mole Bases Ósseas: • Ilíaco (tuberosidade isquiática) e tarso (tuberosidade do calcâneo) Componente Muscular: Semitendinoso Gânglio Linfático Regional: • Popliteo Preparaçào do Corte: O corte é obtido pela liberação, à faca, das massas musculares aderidas ao coxo. duro, coxáo•mole e músculo-mole. Também denominada na região sul do Brasil como tatu. Na Bahia é conhecido como paulista. O Lagarto é uma carne considerada de "primeira", de mais clara. e com o típico formato alongado. O corte é ideal para ser cozido napanela de pressáo ou assado. Também é apreciado rechear a peça com farofa, cenoura, bacon ou linguiça. Já cru, cortado em fatias finíssimas, pode ser feito um delicioso carpaccio. Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> 12 Fonte: Arquivo Pessoal Lagarto (Posta branca) Lagarto "Posta Branca" Fonte: Arquivo Pessoal 113 Lagarto ou Caturni Localizaçáo•. Traseiro Em Inglês: Eye round Rendimento: 3,73% Antmal Arroba (kg) 160 10 Peso médio: 190 12 220 14 250 16 Média (kg) 1,52 1,81 2.09 2,38 Informação nutricional (Lagarto) Valor calórico Carboidratos Proteínas Gorduras totais Gorduras saturadas Colesterol Fibras Cálcio Ferro Sódio 152,67kcal 6% 0,880 23,090 6,31g 2,439 47,46mg 9.60rng 1 ,37mg 0% 1 60/0 1% 68,54mg 3% Vabtos diânos em roteeéncva com baso em wna dieta de 2.500 calorias por porção de 100 g com para arumats 00 Brasil 2.2.16 coxio Duro Termos utilizados: Coxáode.fora, chandanca, posta-vermelha, perniquim, lagarw piano. laoanochato. lagano•vermelho, chá-de•fora e lagarto•atravessado. C o corte constituido da massa muscular da face lateral do coxão, separado do lagarto • Antenor: patinho e alcatra • Posteror: lagarto • 100al. coxáo-mole • músculo.mole Bases Ósseas • Fémur. diaco, tiba e fibula Componente Muscular: • Giuteo biceps • Regional: • Preparação do Corte: 0 corte é obtido pela liberação, à faca, das massas musculares aderidas às faces lateral do fémur e ventral do ilíaco, extremidades proximais da tíbia e da fíbula. Separa-se ainda o corte de suas ligações com o músculo-mole, lagarto e coxáo•mole. É localizada na paro traseira do animal e representa, aproximadamente, 8,35% da carcaça. É um corte com fibras grossas, que exige um cozimento lento, ideal para assados de panela. A peça também é indicada para ensopados e picadinho. Fonte: Arquivo pessoal Coxão duro 115 Fonte: Arquivo Pessoal Coxão Duro Coxão Duro "Posta Vermelha" Fonte: Arquivo pessoal 116 Coxão duro Localização: Traseiro Ern Inglês: Silverside / Outside flat Rendimento: 8,35 % Animal Arroba Média (kg) (kg) 160 10 3,41 Peso médio: 190 12 4,05 220 14 4,68 250 16 5,32 Informação nutricional (Coxão duro) Valor calórico Carboidratos Proteínas Gorduras totais Gorduras saturadas Colesterol Fibras Cálcio Ferro Sódio 202,83kcal 8% 1 ,99g 21 ,92g 11,91g 4,13g 63,33mg 7 ,43mg 2,76mg 53,06mg 1% 44% 17% 21% 0% 1% 2% Obs.: Valores diários em referência com base em uma dieta de 2.500 calorias por porção de 100 g com referência para animais do Brasil. 22.17 Bife-do-Vazio Termo utilizado: • Pacu É o corte constituído de massa muscular circunscrita, localizada no assoalho da parte posterior da cavidade abdominal, integrante do vazio. Bases Ósseas: • Não há Componente Muscular: • Reto abdominal, porção pré-púbica Gânglios Linfáticos Regionais: • Inguinais (escrotal/retromário) 117 Preparação do Corte: • O corte é obtido por incisão da massa muscular individualizada do vazio, próxima ao tubérculo púbico. Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> Pacu Fonte: Arquivo Pessoal 118 2.2.18 Patinho Termos utilizados: • Bochecha, caturnil, cabeça-de-lombo e bola É o corte constituído das massas musculares da face anterior do coxão separado do coxáo-mole, do coxáo-duro e da maminha-da-alcatra. Limites: • Ântero-Superior: maminha-da-alcatra. Póstero-Lateral: coxão-duro. • Pótero-Medial: coxáo-mole. • Inferior. músculo-mole. Bases Ósseas: • Fémur e patela Componentes Musculares: • reto femoral • vasto lateral • vasto medial • vasto intermediário Gânglio Linfático Regional: • Pré-crural Preparação do corte: O corte é obtido pela liberação, à faca, das massas musculares aderidas à face anterior do fémur, após a sua liberação do coxáo-duro e do coxão-mole. O patinho é considerado uma carne de "primeira", por dispor de fibras macias. E uma carne magra devido ao baixo teor de gordura, porém menos macia que a alcatra. A parte inferior do patinho é um dos melhores cortes para escalope. Você pode aproveitá- Io no preparo de bifes à milanesa, almôndegas, recheio de pastel e tortas, hambúrguer, molho bolonhesa e preparações de carne moída cru, como Kobe cru e steak tartar. 119 Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> 120 Patinho Informação nutricional (Patinho) Localização: Traseiro Em Inglés: Knuckle Rendimento: 7,79 % Valor calórico Carboidratos 142,03kcal Animal Arroba (kg) 160 Peso médio: 190 220 250 Média (kg) 3,18 3,77 4,37 4,97 Proteínas Gorduras totais o, 12g 27,74g 2,51g 10 12 14 16 Gorduras saturadas 0.92g Colesterol Fibras Cálcio Ferro Sódio 46,59mg 8,53mg I ,84mg 61 ,49mg 00/0 59% 0% 4% 1 60/0 1% 13% 3% Obs.: Valores diários em referéncia com base em uma dieta de 2.500 calorias por porção de 100 com referência para animais do Brasil. 2.2.19 Músculo-Mole Termos utilizados: • Músculo-de-primeira e "tortuguita" É o corte constituído das massas musculares separadas do coxáo-duro e coxáo-mole, aderidas à face posterior do joelho (articulação fémoro-tibial). Limites: • Anterior: fibula e faces posteriores da tíbia e do fémur. Lateral: coxáo-duro. • Medial: coxáo-mole. • Inferior: tendão calcaneano (garráo). Bases Ósseas: • Fémur, tíbia, fibula e tarso. 122 Componentes Musculares: • gastrocnémio • sóleo • flexor digital superficial Gânglio Linfático Regional: • Poplíteo preparação do Corte: • O corte é obtido pela liberação, à faca, das massas musculares aderidas às faces posteriores do fémur e da tíbia. Separa-se ainda o corte de suas ligações com o coxão-duro, com o coxào-mole e com o lagarto. Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> 123 Músculo Mole Músculo Mole 124 Fonte: Arquivo Pessoal Fonte: Arquivo Pessoal 20 Músculo-Duro Termos utilizados. Garrão, músculo-de-sequnda, músculo•da-perna e canela É o corte constituído das massas musculares da perna, separadas do patinho e que està0 aderidas à tíbia e a fíbula. Limites: • posterior e Lateral: tíbia e fíbula. • Superior: patinho. • Inferior: tarso. Bases Ósseas: • Tíbia e fíbula. Componentes Musculares: extensor digital longo. • extensor digital lateral. • extensor digital curto. fibular longo. • fibular terceiro. • tibial cranial. • extensor digital longo do primeiro dedo. • flexor digital profundo. • poplíteo. Gânglio Linfático Regional: • Poplíteo. 125 Preparaçáo do Corte: O corte é obtido pela liberaçào, à faca, das massas musculares aderidas às facesposterior e lateral da tíbia e da fibula. Separa-se ainda o corte de suas ligaçoescom o patinho e com o músculo.mole. A secção transversal do corte duro, acompanhada das bases ósseas correspondentes, é uma variante conhecida Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> 126 Músculo Duro Músculo Duro Fonte: Arquivo Pessoal Fonte: Fonte: Arquivo Pessoal 127 Músculo do traseiro Localização: Traseiro Informação nutricional (Músculo do traseiro) Em Inglês: Tortuguita Rendimento: 5,98 % Animal Arroba (kg) 160 10 Peso médio: 190 12 220 14 250 16 Média (kg) 2,44 2,90 3,35 3,81 Valor calórico Carboidratos Proteínas Gorduras totais Gorduras saturadas Colesterol Fibras Calcio Ferro Sódio 1 12,90kcal 0,99g 22,609 2,06g 0,889 44,09mg 9,42mg 2,24mg 58,87mg 6% 0% 0% 0% 1% 10% 2% Obs.: Valores diários em referência com base em uma dieta de 2.500 calorias por porçáo de 100 g com referência para animais do Brasil. Ossobuco O Ossobuco é um prato tradicional italiano da região da Lombardia, em especial da cidade de Milão. O nome deste chambão de vitela à italiana, significa literalmente "Osso (com) buraco. A explicação desta designação é simples: no norte da Itália (região da Lombardia) chambão de vitela é cortado às rodelas juntamente com os ossos. Cada rodela tem no centro um bocado de osso em forma detubo. No "buraco" encontra-se o tutano que não deve se, retirado. Fonte: www.gerolino.blogger.com.br 128 2 2.21 Fralda É o corte constituído da massa muscular obtida do vazio, localizada posteriormente à costela.do-traseiro e na parte lateral (flanco) da cavidade abdominal. Bases Ósseas: Não há Componente Muscular: • Oblíquo abdominal interno Gânglios Linfáticos Regionais: • Inguinais • Ilíaco externo Preparação do Corte: • O corte é obtido por incisão da massa muscular volumosa do vazio, com origem na ponta da anca (tuberosidade coxal), em direçáo ao apêndice xifóide e terminando próximo à linha alba. Fonte: Embrapa em: https://www.embrapa.br/gado-de-corte 129 2.2.22 Ponta-de-Agulha Termos utilizados: Costela-do•traseiro, pandorga e costelào. É a grande peça constituída das massas musculares que recobrem as oito últimas costelas, a última esternebra, o apêndice xifóide e a região do vazio, obtida do traseiro-comum na preparação do traseiro-serrote ou especial. Limites: Superior: contrafilé • Posterior: patinho e maminha-da-alcatra • Antenor: bordas anteriores da sexta costela e sétima esternébra. Bases Ósseas: • Oito últimas costelas, última esternebra (sétima) e apêndice xifoide. Componentes Musculares: • cutâneo toraco-abdominal (matambre) • grande dorsal • serrátil ventral • peitoral ascendente • oblíquo abdominal externo • oblíquo abdominal interno • transverso abdominal • reto abdominal • intercostais externos • intercostais internos • transverso torácico • serrátil dorsal caudal 130 Gânglios Linfáticos Regionais: • Pré-crural Esterno-diafragmático Paralombar Preparação do Corte: O corte é obtido do traseiro-comum, por meio de incisáo que se inicia na extremidade posterior do matambre, junto ao gânglio linfático pré-crural, atinge a ponta da anca (tuberosidade ilíaca), seguindo em linha reta até a sexta costela, a uma distância máxima de 4 cm da borda lateral da porção muscular do contrafilé. A secção transversal da ponta-de-agulha, sem o bife-do-vazio, é uma variante conhecida como tira-da-ponta-de-agulha. A ponta-de-agulha por ser subdividida nos cortes: • Costela-do-Traseiro • Vazio Ponta de Agulha: A Costela é composta por osso, gordura e carne fibrosa, o que a torna apropriada tanto para cozidos quanto para assados ou churrasco. Carne muito delicada, que náo admite erros do churrasqueiro; é uma carne que, para ser preparada adequadamente, necessita pelo menos 6 horas para preparo. É importante que o seu preparo seja lento, para garantir uma carne macia e suculenta. Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> 131 Ponta de Agulha Fonte: Arquivo Pessoal 132 Ponta de Agulha Localização: Costela Ern Inglês: Short ribs Rendimento: 12 % Animal Arroba (kg) 160 10 Peso médio: 190 12 220 14 250 16 Média (kg) 9,60 11,40 13,20 15,00 Informação nutricional (Ponta de Agulha) Valor calórico Carboidratos Proteínas Gorduras totais Gorduras saturadas Colesterol Fibras Cálcio Ferro Sódio 218,70kcal 1,15g 21 ,43g 14,26g 6,28g 40,13mg Og 37,77mg 1 ,30mg 63,12mg 90/0 00/0 0% 25% 13% 00/0 9% 3% Obs.: Valores diários em referência com base em uma dieta de 2.500 calorias por porção de 100 g com referência para animais do Brasil. Matambre É a capa dura da costela, quando separado da mesma pode ser assado ou cozido na pressão enrolado e recheado, é uma bela iguaria. Matambre 133 Fonte: Arquivo Pessoal 2.2.23 Diafragma Termos utilizados: • Fraldinha e entranha-fina. É o corte constituído da massa muscular obtida do músculo diafragma, excluindo os seus pilares, que sáo conhecidos isoladamente como "lombinho" 134 Limites: • Lateral: face medial da sétima à décima segunda costela. • Ventral: face dorsal do apêndice xifóide. Bases Ósseas: • Seis últimas costelas (sétima à décima segunda) e apêndice xifóide. Componente Muscular: • Diafragma, porções costal e esternal. Preparação do Corte: • O corte é obtido pela liberação, à faca, das massas musculares aderidas às seis últimas costelas e ao apêndice xifóide. Ideal para bifes de panela e cozidos. Saborosa e macia. Por ser uma carne magra, possui baixa taxa de colesterol. Fonte: Embrapa em: <https://www.embrapa.br/gado-de-corte> 135 Diafragma Diafragma "Fraldinha" 136 "Fraldinha" Fonte: Arquivo Pessoal Fraldinha A fraldinha também chamada de bife do vazio, ou vazio, é um tipo de corte de carne bovina. Está localizada entre a parte traseira e a costela do animal, representando aproximadamente 2,62 % da carcaça. Vazio Arquivo Pessoal 137 Fraldinha Localizaçáo: Traseiro / Costela Em Inglés: Flank steak Rendimento: 2,62 % Animal Arroba Média (kg) (kg) 160 IO 1,07 Peso médio: 190 12 I ,27 220 14 250 16 Informação nutricional (Fraldinha) Valor calórico Carboidratos Proteinas Gorduras totais Gorduras saturadas Colesterol Fibras Cálcio Ferro Sódio 136.92kcal 5% 0,86g 20,59g 5,68g 2,17g 55,37mg 1 1 ,37mg 2,64mg 65,95mg 0% 410/0 0% 90/0 18% 1% 19% 3% Obs.: Valores diários em referência com base em uma dieta de 2.500 calorias por porçáo de 100 g com referénc/a para animais do Brasil, Fonte: www.fribaldelivery.com.br 138 CAPÍTULO III MIÚDOS BOVINOS 3 MiúDos Os órgãos internos do animal sáo chamados de miúdos. com os quais muitos pratos saborosos podem ser feitos. O cardápio ficará rico, variado, substancioso e, com a vantagem de ser muito económico. Os miúdos bovinos são: fígado, rim, bucho (também conhecido por dobradinha), língua, miolo e coraçào. Apesar de náo ser propriamente um miúdo, o rabo também é vendido nos açougues com esse nome. Língua, tripa, testículo. fígado, moela. Alguns destes nomes dão arrepio só de ouvir, mas ainda causam mais estranhamento quando lidos no cardápio de um restaurante. A cultura gastronómica brasileira náo simpatiza muito com a ideia de se aproveitar todas as partes dos animais, mas o fato é que uma nova onda gastronómica promete revirar o estômago de quem estiver disposto a se despir de preconceitos. Muitos estabelecimentos passaram a oferecer pratos com miúdos, que incluem os órgãos internos dos animais, além de outras partes menos comuns, como cérebro, rabo ou bochecha. Além de nutritivos, os miúdos são muito saborosos quando bem preparados e apresentados. Antes da preocupação com a limpeza, corte e preparo da peça, é preciso atentar também para a procedéncia. O fígado de boi e o coração de galinha, sáo os miúdos que mais passam "desapercebidos" ao olhar criterioso do brasileiro, e acabam indo para o prato com mais facilidade. A língua pode ser feita de diversas formas, como à parmegiana, pastrami, empanada ou como carpaccio, segundo especialistas. Fora do Brasil, também são comuns pratos com timo, uma glândula bovina, geralmente feita na churrasqueira no Uruguai, assim como o cérebro e a bochecha bovina, bastante comum nos cardápios franceses. O brasileiro ainda não aceita este tipo de ingrediente por dois motivos distintos. "O primeiro é o sabor, porque o preparo exige técnica culinária para perder o gosto ferroso, que não agrada muito. O segundo ponto tem a ver com a questão da •carne de segunda', pois temos no Brasil a 'cultura do filé mignon'. O que não é nobre não é servido" Muitas pessoas rejeitam os miúdos, até mesmo sem provar, por uma questão de hábito. "Algumas pessoas nunca comeram esse tipo de comida dentro do âmbito familiar. Mas se você der o prato e não contar o que é, podem até acabar gostando" Por serem consumidos em menor escala, os miúdos nem sempre sáo encontrados facilmente. Não à toa, só sáo servidos sob encomenda em alguns estabelecimentos, e, dependendo da iguaria, são apresentados em preços bem salgados. "Pela dificuldade de se achar uma boa peça e pela falta de cultura de manejo dessas partes. acabam já chegando ao 4 restaurante com um preço caro". Se depender da criatividade de alguns chefs, outras partes 3 dos animais sairão do anonimato e entrarão de vez para o menu fixo, com todo sabor
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