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DEONTOLOGIA JURÍDICA

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Deontologia Jurídica - Ética Profissional
a) Incompatibilidades E Impedimentos Com O Exercício Da Advocacia
Trata-se de proibições normativas ao exercício da advocacia, previstas no capítulo VII da Lei 8.906/94, mais precisamente nos artigos 27 a 30. Acontece que alguns cargos, não podem cumular com o exercício da advocacia por despenharem atividade de maior relevância e interesse público.
Dentre as hipóteses de proibição, estão o chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legai, membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta e indireta, ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público, ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro, ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de qualquer natureza, militares de qualquer natureza, na ativa, ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais, ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas.
Isto por que é necessário que se mantenha a independência, parcialidade e isenção do advogado sob qualquer circunstância, bem como se protega a dignidade do exercício da advocacia. O advogado no exercício de sua profissão, deve de forma constante buscar agir com dignidade, honestidade, boa-fé e decoro.
 Ademais, em alguns casos, é necessário que se mantenha dedicação exclusiva no exercício de algumas funções públicas ou, em alguns casos, para evitar possível facilitação de fraude, pois interferem diretamente nos interesses de terceiros, bem como evita a captação de clientes através do uso do serviço público. Nos casos de exercício de magistratura, por óbvio, a norma proibitiva é necessária para preservar a imparcialidade dos julgamentos. E ainda, nos casos de agente que fiscaliza e arrecada o contribunte, caso fosse permitido, facilitaria demasiadamente a captação de clientes, e ainda teria poder de interferir nos interesses de qualquer contribuinte. Por fim, nos cargos de direção em instituição pública, ainda que privada, é necessária a vedação decorrente do enorme poder econômico que possuem, e do poder de interferir em interesse de terceiros, o que também facilitaria a captação de clientes.
 Tais proibições, conforme depreende-se do artigo 27, podem ocorrer na forma da incompatibilidade, que é a proibição total ao exercício da advocacia, ou seja, o profissional não pode advogar em hipótese alguma, ou ainda, em menor grau de severidade, na forma de impedimento, que é a proibição parcial ao exercício da advocacia, o profissional tem restrição para advogar contra determinadas pessoas jurídicas, ou, dado seu cargo ou função, é proibido de advogar. 
Em um caso real, em Março de 2015, servidores do Tribunal de Contas foram impedidos de exercer a advocacia, por decisão judicial, determinando a OAB que registre o impedimento na inscrição da servidora pública perante à Entidade.
Segundo o desembargador relator do caso, a servidora do quadro do tribunal de contas estadual, se enquadra na situação de impedimento, revista no art. 30, I, do Estatuto da Advocacia, não na de incompatibilidade para o exercício da advocacia, prevista no art. 28, VII, da mesma lei.
Fonte: https://migalhas.uol.com.br/quentes/217410/servidores-de-tribunais-de-contas-sao-impedidos-de-exercer-advocacia
b) Infrações e Sanções Disciplinares
Conforme explanado acima, o Estatuto da Advocacia e da OAB, por meio das normas de condutas, como os impedimentos e incompatibilidades, visa proteger a ordem moral da Entidade e de toda a classe. Desta forma, em casos de inobservância dessas regras, o profissional se submeterá a sanções e punições pelo conselho. As infrações e sanções disciplinares que são consideradas prejudiciais aos deveres éticos dos advogados, estão contidas em no artigo 34 da Lei nº 8906/94.
A primeira possibilidade de sanção é a censura. Esta sanção é a mais branda, pois aplicada aos casos de menor gravidade, portanto não impede o exercício da profissão. O principal efeito da pena de censura está na perca da condição de primário, assim, a reincidência especifica significa em uma penalização de maior potencial, o que é o caso de suspensão. Ou seja, perder a primariedade significa dizer que, elimina-se o elemento atenuante quanto ao réu primário.
A censura representa a censura oficial da conduta do advogado, a qual será analisada e julgada. A pena da censura não pode ser divulgada ou assunto de publicidade. Vale destacar que, segundo o artigo 36 da Lei nº 8906/04 a sanção da censura, dependendo de sua gravidade e extensão, ou na presença de situações que amenizem o ocorrido, poderá ser alterada para a condição de advertência, por meio de um ofício reservado e sem registro nos assentamentos do inscrito.
Dentre as infrações disciplinares, estão a captação de clientes por meio de publicidade, advogar contra literal disposição da Lei, ou seja, o advogado que pleitear contra a orientação pacífica dos tribunais sobre determinado assunto, sem informar ao seu cliente sobre o insucesso da causa, recebendo os honorários, a quebra do sigilo profissional sem justa causa para tanto e o abandono da causa sem justa causa ou sem o prazo de dez dias da comunicação do abandono, entre outros.
A suspenção é aplicada nos casos descritos no art. 37, nos casos de reincidência, e pode ser por tempo determinado, entre 30 dias e 12 meses, ou indeterminado nos casos de recusa injustificada de prestação de contas, inadimplência junto a OAB e inépcia profissional.
Ao infringir o artigo 34 do Estatuto no que se refere aos incisos XVII a XXV e quando há reincidência no acometimento de penalidades com a pena de censura, a pena de suspensão deverá ser aplicada. Cabe ressaltar que, ao contrário da sanção de censura, a suspensão como penalização é pública, e deve ser noticiada, assim é publicada na imprensa oficial. 
A exclusão trata-se da sanção mais grave que a OAB pode aplicar. Para ser aplicada, depende da aprovação de 2/3 do Conselho. Implica no cancelamento da inscrição do advogado, ou seja, deixa de ser advogado. Será publicada e registrada nos assentamentos do inscrito. Dentre as infrações puníveis com a exclusão estão a condenação com base em falsa prova para a inscrição (ex.: falsificar o diploma do curso de Direito), o cometimento de crime, diante de terceira suspensão, ou perda da idoneidade moral.
A exclusão é a penalização de cancelamento da inscrição do advogado, a perda da sua condição como profissional e a consequente proibição ao exercício da advocacia. Esta é a penalização mais grave que pode ser aplicada ao infrator, pois, veda seu exercício e lhe retira dos quadros de advogados da OAB. Ademais, assim como nos casos de suspensão, esta punição, por óbvio, deve ser publicada na Imprensa Oficial.
Em consonância com os princípios constitucionais, este tipo de punição, por ser mais grave, deve se submeter a processo específico e destinado a esta finalidade, assim, poderá voltar a exercer a profissão de advogado. O processo de exclusão deve ser aprovado por, no mínimo, dois terços dos membros do respectivo Conselho Seccional competente.
Ademais, cabe esclarecer que a exclusão somente poderá ser imposta quando o profissional já tiver penalizado por 3 três vezes em suspensão, e neste caso, não é necessária reincidência específica, pois, é relevante apenas a natureza da pena, expressas nos incisos XXVI a XXVIII do Estatuto.
Por fim, a última sanção prevista é a multa. Esta sanção é classificada como acessória, pois sua aplicação estácondicionada à uma outra sanção, ou seja, não pode ser aplicada sozinha. Sua aplicação deve se fixar um valor mínimo de 1 e máximo 10 anuidades que serão devidas à Ordem dos Advogados do Brasil pelo infrator penalizado. 
Em um caso real, o ex-presidente da Câmara de Cuiabá, João Emanuel Moreira Lima foi excluído dos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso (OAB/MT) por perda do requisito da idoneidade moral, previsto no artigo 8º, inciso VI, cumulado com a norma do artigo 11, inciso V, que preceitua o cancelamento da inscrição do advogado neste caso.
No ano de 2013 ele chegou a ser preso e teve seu mandato cassado nos meses seguintes em decorrência da operação ‘Aprendiz’, que investigou fraudes em licitações e um esquema de grilagem de terras. No caso, o ex-parlamentar foi preso em 2016 em uma operação que investigou crimes de estelionato praticado por uma organização criminosa que aplicava golpes em todo o Estado. Além disso, o ex-advogado está sendo monitorado por uma tornozeleira eletrônica.
Fonte: https://www.olharjuridico.com.br/noticias/exibir.asp?id=40510&noticia=doutor-em-direito-joao-emanuel-e-excluido-dos-quadros-da-oab-por-falta-de-idoneidade-moral

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