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MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO Objetivos • Explorar as habilidades e compreender as técnicas de comunicação. Específicos • Diferencias os tipos de comunicação; • Entender a comunicação efetiva; • Protocolo SPIKES > para comunicação de más notícias. Comunicação • Processo de troca e compreensão das mensagens enviadas e recebidas, através do qual as pessoas se percebem e como trocam ideias. • Entender o quanto a comunicação influencia na vida das pessoas > um bom exemplo é esse momento do coronavírus > muito alarme, muitas informações erradas > entender o que é uma comunicação efetiva nisso e o que é sensacionalismo é fundamental; Comunicação verbal • Símbolos e palavras; • Interpretação para compreender o mundo; • Escrita (letras e símbolos) ou falada (palavras, frases e universo vocabular de cada um); • Ao nos comunicarmos com o paciente: o Demonstrar interesse; o Permanecer em silêncio; o Praticar escuta atenta; o Provar que compreendeu o que ele quis dizer; o Local adequado; o Não interromper o paciente. • Sempre temos pressa em interromper o paciente > dificuldade maior na atenção primária, já que o paciente apresenta inúmeras queixas, em muitos casos; • Antes de tentar direcionar para o raciocínio > deixar o paciente se esvaziar das queixas (normalmente entre 1 e 2 minutos) > e então, após isso, começar a organizar o raciocínio; • Lembrar que na MFC o paciente sempre retorna e podemos, com o tempo, desenvolver as queixas > elencar o que é prioridade para o paciente, o que traz ele para a consulta naquele dia, principalmente. Comunicação não verbal • Envolve: gestos, expressão facial, movimentos do corpo, postura > complementa ou substitui a verbal; • Demonstrar sentimentos, manter o contato visual com o paciente; • Não manter a mesma expressão o tempo todo > paciente pode ver como negativo, como falta de interesse na queixa dele; • Utilizar linguagem com as mãos; • Prestar atenção no ritmo e na linguagem utilizada; • Boa relação médico-paciente pode ser medida pela comunicação > paciente tem interesse em falar outras coisas além das queixas, fala de coisas do cotidiano e da vida; • Aperto de mão firme também traz confiança ao paciente. Comunicação médica • Tem um papel fundamental > minimiza falha, aumenta o engajamento dos pacientes e disposição deles em seguir as recomendações propostas; • Aumenta a adesão ao tratamento > no sentido de cuidado compartilhado, em que o paciente opina sobre as decisões de acordo com a sua vivência. Não pode ser “o médico manda e o paciente faz”; • Precisa existir um bom vínculo > longitudinal; • Culturalmente e socialmente falando: ainda temos o paradigma assistencialista centrado na doença > médico resolve o problema de saúde do paciente e esse paciente só acredita que terá a cura se tiver acesso a equipamentos de última geração e procura s erviços de mais alta complexidade; • Os médicos muitas vezes são “endeusados”, mas, precisam assumir o papel de também serem humanos > tratar de igual para igual; • Fazer os pacientes participarem mais da decisão dos cuidados, tratamentos, prevenção e promoção à saúde; • Objetivos da comunicação na saúde básica: MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE • Quando o paciente entende que faz parte do processo, começa a entender a importância do tratamento; • Tentar inserir ao máximo os medicamentos que temos nas farmácias das unidades de saúde; • É importante não subestimar a capacidade do paciente em entender a orientação > muitas vezes pelo nível socioeconômico mais baixo. Porém, é importante adequar a linguagem; Comunicação efetiva • É aquela que cumpre o seu objetivo: o Clara; o Exata; o Que leva o usuário à compreensão completa. • Capacidade de enxergar o contexto do paciente > se colocar no ponto de vista do paciente; • Com o tempo se conhece cada paciente > é muito particular; MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE (Des)comunicação • Atitudes que as vezes permitem que o paciente não tenha uma boa aceitação da conduta; • Linguagem inacessível e técnica demais; • Informações irrelevantes > excesso de informações; • Autoritarismo; • Tentar induzir a resposta do usuário; • É necessário que o médico esteja contextualizado à realidade do paciente abordado. IMPORTANTE: comunicação é sinônimo de empatia! A doença e o adoecimento (experiência de doença) • Temos duas situações e uma síntese delas: 1. A abordagem da doença, através da anamnese, exame físico e todos os processos técnicos da medicina; 2. A perturbação do paciente: preocupação sobre a doença causa. É a experiência que o paciente vivencia: expectativas, sentimentos e outros; 3. Os dois juntos formam uma complexidade maior do paciente, uma síntese. Esquema da consulta médica • Planejamento futuro: combinar com o paciente o retorno depois de alguns dias ou semanas para verificar a evolução de alguma conduta ou combinar para que ele retorne assim que tiver uma resposta sobre algo esperado (ou não tiver, mas, que continue o acompanhamento correto); • Sempre responsabilizar o paciente pelo seu cuidado > é MUITO IMPORTANTE! MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE Abertura da consulta • Estabelecer o vínculo inicial > cumprimento; • Pergunta de abertura: o que eu posso ajudar? O que o traz aqui hoje? • Importância do primeiro minuto > esgotamento das queixas do paciente; • Prevenção de demandas aditivas: algo mais? Por mais que não se resolva tudo na consulta; Exploração dos problemas • Assegurar que o paciente tenha suas visões valorizadas; • Equilibrar o uso de perguntas fechadas e abertas; • Parafrasear; • Linguagem clara e facilmente inteligível; • Evitar julgamentos; • Encorajar o envolvimento mútuo: uso de facilitadores/encorajadores, como “um-hum”, “e depois?” > mostrar que realmente está prestando atenção e se importando. • Demonstrar empatia/legitimação: “eu também ficaria...” Explicação e planejamento • Informação adequada para cada paciente; • Analisar as necessidades individuais de informação; • Tech-bach /show me: fazer com que o paciente te ensine o que você acabou de orientar (como o uso de uma insulina, por exemplo). Ou falar para o paciente mostrar se ele entendeu como se usa determinado medicamento (como tirar a tampa de um medicamento para usar, mesmo que pareça muito básico); • Planejar de forma compartilhada com o paciente; • Esclarecer sobre desfechos inesperados e reforçar quando e onde o paciente pode procurar ajuda > onde ele pode procurar auxílio caso tenha algum desfecho negativo de determinado tratamento. Fechamento da consulta • Estabelecer contato: olhar nos olhos; • Confirmar o plano de cuidados; • Estabelecer os passos seguintes; • Verificar se há alguma dúvida. Habilidade de comunicação de más notícias • Preparo para o encontro: ensaio mental, planejamento de como contar e como reagir às ações do paciente. Pensar se eles requerem a presença de um familiar; • Percepção do paciente: as vezes o paciente já tem compreensão de tudo o que se passa > moldar então a notícia para que ela seja falada de forma melhor, haja melhor compreensão > conhecer se há negação da doença ou expectativas não realistas > não podemos omitir informações. • Convite para o diálogo: alguns pacientes se mostram mais interessados e outros preferem não saber. É importante percebermos isso também em cada momento do paciente. Se optar por não saber, o médico deve se colocar a disposição, até mesmo para conversar com algum familiar, caso o paciente assim deseje; • Transmitir a informação: linguagem de fácil compreensão. Evitar expressões duras e frias. Cuidado com os pacientes de cuidados paliativos, pois sempre há o que se fazer por qualquer paciente. Certificar que o paciente está entendendo a mensagem passada; MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE • Expressando emoções: as vezes vaichorar, sentir raiva, ficar em silencio. Nosso dever como médico é oferecer apoio, aguardar esse momento, não deixar o paciente sozinho nesse momento, expressão solidariedade, validar os sentimentos como o esperado; • Estratégia e resumo: antes de discutir os planos terapêuticos (curativos ou paliativos), perguntar se o paciente está pronto para prosseguir a discussão. Quando não são paliativas, é importante que o paciente não manifeste falsas esperanças > não superestimar o tratamento.
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