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PROLIFERAÇÃO CELULAR - RESUMÃO

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Proliferação Celular 
 
câncer de COLO UTERINO 
 
ANATOHISTOLOGICAMENTE 
Anatomicamente, o colo uterino       
compreende a porção vaginal externa         
(​ectocérvice​) e o canal ​endocervical​.  
● A ​ectocérvice ​é visível no exame           
vaginal e é coberta por um ​epitélio             
escamoso contínuo com a parede         
vaginal.  
○ O epitélio escamoso     
converge centralmente em     
uma pequena abertura     
chamada de ​orifício externo​,       
que se continua com o canal           
endocervical.  
 
● A ​endocérvice ​é revestida por um           
epitélio colunar secretor de muco​.  
○ O ponto onde o epitélio         
escamoso e o colunar se         
encontram é chamado de       
junção escamocolunar​.  
○ A posição da junção varia e           
muda com a idade e a           
influência hormonal, mas em       
geral a junção sobe ao longo           
do canal endocervical com o         
tempo.  
 
■ A substituição   
do epitélio glandular     
pelo avanço do epitélio       
escamoso é um     
processo chamado de     
metaplasia escamosa.  
○ A área do colo uterino onde o             
epitélio toca o epitélio       
escamoso é chamada de       
“zona de transformação​”.  
○ O ambiente epitelial singular       
do colo uterino o faz         
altamente ​suscetível a     
infecções com HPV​, a       
principal causa de câncer do         
colo uterino.  
 
○ As ​células epiteliais     
metaplásicas escamosas   
imaturas ​na zona de       
transformação são mais     
suscetíveis à infecção por       
HPV, e como resultado disso,         
é onde se desenvolvem as         
lesões e cânceres     
precursores cervicais. 
Larissa Moitinho 
 
 
 
EPIDEMIOLOGIA 
O Instituto Nacional de Câncer (INCA)           
estima que para cada ano do triênio             
2020/2022, sejam diagnosticados ​16.590       
novos casos de câncer de colo do útero               
no Brasil, com um risco estimado de             
15,43 casos a cada 100 mil mulheres​,             
ocupando a terceira posição. 
➔ Os pré-cânceres de colo do útero           
são diagnosticados com muito mais         
frequência do que o câncer de colo             
do útero invasivo. 
➔ O câncer de colo do útero foi uma               
das causas mais frequentes de         
morte por câncer em mulheres.  
A taxa de mortalidade por câncer de colo               
do útero caiu significativamente com o           
aumento do rastreamento da doença         
através do exame de Papanicolaou. Mas           
isso não mudou muito nos últimos 10             
anos. 
O câncer de colo do útero pode ser                 
diagnosticado em ​mulheres com ​idade         
entre 35 e 44 anos​, sendo que a idade                 
média no momento do diagnóstico é aos             
50 anos​.  
➔ Raramente se desenvolve em       
mulheres com menos de 20 anos.  
Muitas mulheres mais velhas não         
percebem que o risco de desenvolver           
câncer de colo do útero ainda está             
presente à medida que envelhecem.  
➔ Mais de ​20% dos casos de câncer             
de colo do útero são         
diagnosticados em ​mulheres com       
mais de 65 anos.  
No entanto, esses cânceres raramente         
ocorrem em mulheres que realizam         
exames regulares de rastreamento para         
câncer de colo do útero antes dos 65               
anos. 
Nenhum outro tipo de câncer mostra de             
forma tão marcante os notáveis efeitos da             
triagem, o diagnóstico precoce e a terapia             
curativa do que o câncer do colo uterino.  
● Muito do crédito por esses ganhos           
acentuados pertence à eficiência       
do ​exame de Papanicolaou em         
detectar lesões precursoras,     
algumas das quais teriam evoluído         
se não tivessem sido tratadas; além           
disso, o exame de Papanicolaou         
também pode detectar cânceres       
em estágios iniciais, altamente       
curáveis.  
➔ A acessibilidade do colo uterino ao           
exame de Papanicolaou e ao exame           
visual (colposcopia), além da lenta         
progressão a partir de lesões         
precursoras até o carcinoma       
invasor (tipicamente ao longo dos         
anos), fornece tempo amplo para         
triagem, detecção e tratamento       
preventivo. 
 
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA 
As ​HPVs de alto risco são de longe o fator                   
mais importante no desenvolvimento do         
câncer de colo uterino.  
Larissa Moitinho 
 
➔ Os HPVs são vírus DNA cujos tipos             
são determinados com base nas         
sequências de DNA, e agrupados         
conforme possuam alto ou baixo         
risco oncogênico.  
➔ Há 15 HPVs de alto risco atualmente             
identificados, mas o ​HPV-16       
sozinho representa quase ​60% dos         
casos de câncer cervical, e o           
HPV-18, outros 10% dos casos;         
outros tipos de HPV contribuem         
individualmente para menos do que         
5% dos casos.  
➔ Os HPVs de alto risco também           
estão associados nos carcinomas       
de células escamosas que surgem         
em muitos outros locais, incluindo         
a ​vagina​, a ​vulva​, o ​pênis​, ​ânus​,             
tonsilas palatinas e outros locais         
da orofaringe. 
Conforme mostrado anteriormente, as       
HPVs de baixo risco oncogênico são a             
causa das verrugas vulvares, perineais e           
perianais transmitidas sexualmente     
(condiloma acuminado). 
● As infecções genitais por HPV são           
extremamente comuns; a maioria é         
assintomática e não causa qualquer         
alteração do tecido, não sendo,         
consequentemente, detectadas no     
teste de Papanicolaou.  
A prevalência do HPV nos esfregaços           
cervicais em mulheres com resultados         
normais no exame de Papanicolaou tem           
seu pico entre as idades de 20 e 24 anos,                   
uma relação que tem conexão com o             
início da atividade sexual, enquanto a           
subsequente diminuição na prevalência       
reflete a aquisição de imunidade e a             
preferência por relações monogâmicas       
com a idade.  
A maioria das infecções por HPV é             
transitória e eliminada pela resposta         
imunológica no decorrer de meses. 
➔ Em média, 50% ​das infecções por           
HPV são eliminadas dentro de 8           
meses e ​90% são eliminadas dentro           
de 2 anos. 
A duração da infecção é relacionada ao             
tipo de HPV; em média, as infecções com               
alto risco de HPV duram mais que as               
infecções com HPVs de baixo risco           
oncogênico (13 meses contra 8 meses,           
respectivamente).  
➔ A infecção persistente aumenta o         
risco de desenvolvimento das       
lesões precursoras do colo uterino         
e do carcinoma subsequente. 
Os HPVs infectam as ​células basais           
imaturas do epitélio escamoso em áreas           
de ruptura epitelial ou ​células         
escamosas metaplásicas imaturas     
presentes na junção escamocolunar​.  
➔ Os HPVs não infectam as células           
superficiais escamosas maduras     
que recobrem a ectocérvice, a         
vagina e a vulva.  
➔ O estabelecimento da infecção por         
HPV nesses locais ​requer lesão do           
epitélio superficial​, permitindo o       
acesso do vírus às células imaturas           
da camada basal do epitélio.  
O ​colo uterino​, com suas áreas           
relativamente grandes de ​epitélio       
escamoso metaplásico imaturo​, é       
particularmente vulnerável à infecção por         
HPV, quando comparado, por exemplo,         
com a pele e a mucosa da vulva, que são                   
Larissa Moitinho 
 
recobertas por células escamosas       
maduras.  
➔ Essa diferença na suscetibilidade       
epitelial à infecção por HPV explica           
a acentuada diferença na       
incidência de cânceres     
relacionados a HPV originados em         
diferentes locais, e explica a altafrequência de câncer cervical em         
mulheres ou câncer anal em         
homens homossexuais, e a       
frequência relativamente baixa de       
cânceres vulvar e peniano. 
A capacidade de o HPV agir como             
carcinógeno depende das ​proteínas       
virais E6 e E7​, que ​interferem na             
atividade das proteínas supressoras de         
tumores​, que regulam o crescimento e a             
sobrevivência das células.  
➔ Embora o HPV infecte as células           
escamosas imaturas, a replicação       
viral ocorre durante a maturação         
das células escamosas​.  
Normalmente, essas células mais       
maduras são detidas na ​fase G1 do ciclo               
celular, mas elas continuam a progredir           
ativamente através do ciclo celular ao           
serem infectadas com o HPV, que usa             
maquinaria de síntese de DNA da célula             
hospedeira para replicar seu próprio         
genoma.  
➔ A ​proteína viral E7 se liga à forma               
hipofosforilada (ativa) do RB e         
promove sua degradação através       
da ​via do proteossomo​, e também           
se liga ​e ​inibe o p21 e ​p27​, ​dois                 
inibidores de cinase dependentes       
de ciclina​.  
➔ A remoção desses controles não         
somente ​aumenta a progressão do         
ciclo celular​, mas também       
atrapalha a capacidade das células         
de reparar o dano ao DNA.  
➔ Esse defeito na reparação do DNA é             
exacerbado pelas proteínas virais       
E6 dos subtipos de alto risco ao             
HPV, ​que se ligam à proteína           
supressora de tumores p53 e         
promovem sua degradação pela       
proteossomo.  
➔ Além disso, a E6 ​aumenta a           
expressão da telomerase​, que leva         
à “imortalização” celular.  
O efeito prático é o ​aumento da             
proliferação das células com propensão a           
adquirir mutações que podem resultar no 
desenvolvimento de câncer​.  
Em contraste com os HPVs de alto risco,               
as proteínas E7 com baixo risco de HPV               
se 
ligam ao RB com baixa afinidade,           
enquanto as proteínas E6 de HPV de baixo               
risco não conseguem se ligar         
completamente à p53, e parecem         
desregular o crescimento e sobrevivência         
ao interferir com a via de sinalização             
Notch. 
Outro fator que contribui para a           
transformação maligna pelo HPV é o           
estado físico do vírus​.  
➔ O DNA viral está ​integrado no           
genoma da célula hospedeira na         
maioria dos cânceres.  
➔ Essa configuração ​aumenta a       
expressão dos genes E6 e E7​, e             
também pode desregular os       
oncogenes próximos aos locais de         
inserção viral, como o​ MYC​.  
Em contraste, ​o DNA viral é           
extracromossômico (epissomal) nas     
Larissa Moitinho 
 
lesões precursoras associadas com os         
HPVs de alto risco e nos condilomas             
associados com os HPVs de baixo risco. 
➔ Ainda que o HPV tenha sido           
estabelecido firmemente como     
uma causa habitual de câncer         
cervical, não é suficiente para         
causar câncer.  
● Essa conclusão é apoiada       
pelo fato de que uma alta           
porcentagem de mulheres     
jovens é infectada por um ou           
mais tipos de HPV durante         
seus anos reprodutivos, mas       
apenas algumas desenvolvem     
câncer.  
Dessa forma, ​outros fatores como a           
exposição a cocarcinógenos e o estado           
imune do hospedeiro influenciam se uma           
infecção por HPV regride ou persiste, e,             
enfim, evolui para um câncer. 
 
TIPOS 
Neoplasia Intraepitelial Cervical (Lesões       
Intraepiteliais Escamosas) 
A classificação de lesões precursoras         
cervicais evoluiu ao longo do tempo e os               
termos de diferentes sistemas de         
classificação atualmente são usados de         
modo intercambiável. Portanto, se       
justifica uma breve revisão da         
terminologia.  
● O sistema de classificação mais         
antigo classificava as lesões como         
apresentando ​displasia leve em       
uma extremidade e     
displasia/carcinoma grave ​na     
outra.  
Isto foi seguido pela classificação de           
neoplasia intraepitelial cervical (NIC)​,       
com a ​displasia leve ​chamada de ​NIC I​, a                 
displasia moderada​ de​ NIC II​, e a ​displasia 
grave​ chamada de ​NIC III​.  
➔ Já que a decisão relativa à conduta             
para a paciente tem dois níveis           
(observação versus tratamento     
cirúrgico), o sistema de       
classificação de três níveis foi         
simplificado recentemente para um       
sistema de dois níveis, com ​NIC I             
renomeada para lesão     
intraepitelial ​escamosa de baixo       
grau (​LSIL​, do inglês, low-grade         
squamous intraepithelial lesion) e       
NIC II e ​NIC III combinadas em uma               
categoria citada como ​lesão       
intraepitelial escamosa de alto       
grau ​(​HSIL​, do inglês, high-grade         
squamous intraepithelial lesion). 
 
 
A ​LSIL ​é associada com a infecção de ​HPV                 
produtiva​.  
➔ Na LSIL, há um ​alto nível de             
replicação viral e ​apenas pequenas         
alterações no crescimento das       
células hospedeiras.  
➔ A LSIL ​não progride diretamente         
para carcinoma invasivo​, e, na         
verdade, em muitos casos, regride         
espontaneamente; apenas uma     
pequena porcentagem progride     
para HSIL.  
Por esse motivo, ​a LSIL não é tratada               
como uma lesão pré-maligna​.  
 
Larissa Moitinho 
 
Na ​HSIL, por outro lado, ocorre uma             
desregulação progressiva do ciclo celular         
pelo HPV​, que resulta em ​aumento da             
proliferação celular​, diminuição ​ou       
parada da maturação epitelial e uma           
menor taxa de replicação viral, em           
comparação à LSIL.  
➔ O desarranjo do ciclo celular na HSL             
pode se tornar irreversível e         
resultar em um fenótipo maligno         
totalmente transformado. 
Dessa forma, considera-se que as HSILs           
oferecem um ​alto risco de progredirem           
para um carcinoma.  
OBS: As LSILs são 10 vezes mais comuns               
do que as HSILs. 
 
MORFOLOGIA 
O diagnóstico de ​SIL (do inglês,           
squamous intraepithelial lesion​) se       
baseia na identificação de ​atipia nuclear           
caracterizada por ​aumento nuclea​r,       
hipercromasia (coloração escura),     
presença de grânulos grosseiros de         
cromatina e ​variação dos tamanhos e           
formas nucleares​.  
As mudanças nucleares são       
frequentemente acompanhadas por     
halos citoplasmáticos​.  
➔ No nível ultraestrutural, esses       
halos consistem em vacúolos       
perinucleares, uma ​mudança     
citopática criada em parte por uma           
proteína codificada no HPV       
chamada E5 que se concentra nas           
membranas do retículo     
endoplasmático.  
As alterações nucleares e o halo           
perinuclear associado são chamados de         
atipia coilocitótica​.  
A ​classificação de SIL em baixo ou alto               
grau se baseia na ​expansão da camada             
de células imaturas a partir de sua             
localização basal normal.  
➔ Se as células escamosas imaturas         
estiverem confinadas ​ao terço       
inferior do epitélio, a lesão é           
classificada como LSIL​; se houver         
expansão para ​dois terços da         
espessura epitelial, é classificada       
como ​HSIL​. 
 
 
 
 
Mais de ​80% das ​LSILs e ​100% das ​HSILs                 
são associadas com HPVs de alto risco,             
dos quais o ​HPV-16 é o tipo mais comum                 
de HPV em ambas as categorias de lesões. 
➔ Embora ​a maioria das HSILs se           
desenvolva a partir das LSILs​,         
aproximadamente 20% dos casos       
de HSIL se desenvolvemde novo,           
independentemente de LSILs     
preexistentes. 
Larissa Moitinho 
 
As taxas de progressão não são uniformes             
de maneira alguma, e embora o tipo de               
HPV — especialmente o HPV 16 — esteja               
associado com o aumento do risco, é difícil               
prever o resultado em um paciente           
individualmente.  
Esses achados reforçam a ideia de que o               
risco de desenvolver lesões precursoras e           
câncer deve-se somente em parte ao tipo             
de HPV.  
➔ A progressão para carcinoma       
invasivo, quando ocorre, pode       
demorar de poucos meses a mais           
de ​1 década​. 
 
Carcinoma Cervical 
A idade média das pacientes com           
carcinoma cervical invasor é de ​45 anos​.  
O ​carcinoma de células escamosas é o             
subtipo histológico mais comum,       
representando aproximadamente ​80% dos       
casos.  
O segundo tipo tumoral mais comum é o               
adenocarcinoma​, que representa     
aproximadamente ​15% dos casos de         
câncer cervical ​e se desenvolve a partir de               
uma lesão precursora chamada       
adenocarcinoma in situ​.  
➔ Os carcinomas adenoescamosos e       
neuroendócrinos são tumores     
cervicais raros que representam       
5% dos casos restantes.  
Todos os tipos tumorais citados         
previamente são causados por HPVs de           
alto risco oncogênico.  
O tempo de progressão a partir da forma in                 
situ até o carcinoma adenoescamoso e o             
carcinoma neuroendócrino é mais curto do           
que no carcinoma das células escamosas,           
e os pacientes com esses tumores           
frequentemente se apresentam em       
estágios avançados das doenças, tendo         
um prognóstico menos favorável. 
 
MORFOLOGIA 
O carcinoma cervical invasor pode se           
manifestar como ​massa vegetante       
(exofítico)​ ou ​infiltrativa​.  
➔ O ​carcinoma de células       
escamosas é composto por ​ninhos         
e projeções de epitélio escamoso         
maligno​, queratinizado ou não       
queratinizado, invadindo o estroma       
cervical subjacente.  
➔ Os ​adenocarcinomas ​são     
caracterizados pela ​proliferação     
de epitélio glandular composto por         
células endocervicais malignas     
com núcleos grandes​,     
hipercromáticos, e citoplasma     
com relativa diminuição de       
mucina​, resultando em um aspecto         
escuro das glândulas, em       
comparação ao epitélio     
endocervical normal.  
➔ Os ​carcinomas adenoescamosos     
são tumores compostos por uma         
mistura de epitélio maligno       
glandular e escamoso. 
➔ O ​carcinoma cervical     
neuroendócrino tem uma     
aparência similar à do carcinoma         
de pequenas células do pulmão,         
mas a diferença é que ele é             
positivo para HPVs de alto risco. 
 
Larissa Moitinho 
 
 
 
FATORES DE RISCO 
➔ Início precoce da atividade sexual e           
múltiplos parceiros.  
➔ Tabagismo (a doença está       
diretamente relacionada à     
quantidade de cigarros fumados). 
➔ Uso prolongado de pílulas       
anticoncepcionais. 
 
SINAIS E SINTOMAS 
O câncer do colo do útero é uma doença                 
de desenvolvimento lento, que pode não           
apresentar sintomas em fase inicial.  
➔ Nos casos mais avançados, pode         
evoluir para ​sangramento vaginal       
intermitente (que vai e volta) ou           
após a relação sexual​, ​secreção         
vaginal anormal e dor abdominal         
associada a queixas urinárias ou         
intestinais. 
 
DIAGNÓSTICO 
Os seguintes testes podem ser utilizados: 
● Exame pélvico e ​história clínica​:         
exame da vagina, colo do útero,           
útero, ovário e reto através de           
avaliação com espéculo,     
Papanicolau, toque vaginal e toque         
retal. 
● Exame Preventivo​ (Papanicolau). 
● Colposcopia – exame que permite         
visualizar a vagina e o colo de útero               
com um aparelho chamado       
colposcópio, capaz de detectar       
lesões anormais nessas regiões. 
● Biópsia – se células anormais são           
detectadas no exame preventivo       
(Papanicolau), é necessário realizar       
uma biópsia, com a retirada de           
pequena amostra de tecido para         
análise no microscópio. 
 
ESTADIAMENTO  
O câncer cervical é estadiado da seguinte             
forma: 
Estádio 0 ​— Carcinoma in situ (NIC III,               
HSIL). 
Estádio I — Carcinoma confinado ao colo             
uterino. 
Ia — Carcinoma pré-clínico, ou seja,           
diagnosticado apenas por microscopia 
Ia1 ​— Invasão do estroma não mais             
profunda que 3 mm e não mais larga que 7                   
mm (o chamado carcinoma microinvasor). 
Ia2 ​— Profundidade máxima de invasão do             
estroma acima de 3 mm e não mais               
profundo que 5 mm, considerado a partir             
da base do epitélio; invasão horizontal de             
no máximo 7 mm. 
Ib — Carcinoma histologicamente       
invasivo confinado ao colo uterino e maior             
que o estágio Ia2. 
Estádio II ​— O carcinoma se estende além               
do colo uterino, mas não até a parede               
pélvica. O carcinoma envolve a vagina, mas             
não o terço inferior. 
Larissa Moitinho 
 
Estádio III ​— O carcinoma se estende para               
a parede pélvica. Ao exame retal não existe               
um espaço sem câncer entre o tumor e a                 
parede pélvica. O tumor envolve o terço             
inferior da vagina. 
Estádio IV ​— O carcinoma se estende             
além da pelve verdadeira ou envolve a             
mucosa da bexiga ou do reto. Esse estádio               
também inclui câncer com disseminação         
metastática. 
 
TRATAMENTO 
Mais da metade dos cânceres cervicais           
invasores são detectados em mulheres         
que não participaram de triagem regular.  
Embora os cânceres invasores precoces         
do colo uterino (carcinomas       
microinvasores) possam ser tratados       
apenas por biópsia em cone, a maioria dos               
cânceres invasivos é tratada por         
histerectomia com dissecção de       
linfonodos​, e, para lesões avançadas,         
irradiação ​e ​quimioterapia​.  
O prognóstico e a sobrevida nos           
carcinomas invasores dependem em       
grande parte do estádio no qual o câncer é                 
inicialmente descoberto e, em certo grau,           
do tipo celular, com tumores         
neuroendócrinos de pequenas células       
apresentando um prognóstico muito       
desanimador.  
Com os tratamentos atuais, a taxa de             
sobrevida em 5 anos é de ​100% para               
carcinomas microinvasores, e ​menos do         
que 50% para tumores que se estendem             
além da pelve.  
A maioria dos pacientes com câncer de             
colo uterino avançado morre das         
consequências da invasão tumoral local (p.           
ex., obstrução uretral, pielonefrite e         
uremia), e não das complicações da           
doença metastática. 
 
METÁSTASE 
O carcinoma cervical avançado se         
estende por disseminação direta para         
envolver tecidos contíguos, incluindo os         
tecidos paracervicais​, a ​bexiga​, os         
ureteres ​(resultando em hidronefrose), o         
reto ​e a ​vagina​.  
➔ A invasão linfovascular resulta em         
metástases de linfonodos locais e         
distantes.  
➔ As metástases distantes também       
podem ser encontradas no ​fígado​,         
pulmões​, ​medula óssea e outros         
órgãos. 
 
REFERÊNCIAS 
 
Estimativa 2020: ​incidência de câncer no           
Brasil / Instituto Nacional de Câncer. José             
Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro :                 
INCA, 2019. 120 p. : il. color. 
 
KUMAR, V., ABBAS, A.K., FAUSTO, N.,           
ASTER, J.C. Robbins & Cotran ​Patologia​:           
Bases Patológicas das Doenças.       
Elsevier,Riode Janeiro, 2010. 1458p.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Larissa Moitinho 
 
 
câncer de PRÓSTATA 
 
 ANATOMIA 
● No adulto normal, a próstata pesa           
aproximadamente​ 20 g​. 
● É um ​órgão retroperitoneal ​que         
envolve o colo da bexiga e a uretra e                 
não possui uma cápsula distinta. 
● No adulto, o parênquima prostático         
pode ser dividido em quatro zonas           
ou regiões biológicas e       
anatomicamente distintas: ​zonas     
periférica​, ​central​, ​transicional e       
periuretral. 
 
● Os tipos de lesões proliferativas são           
diferentes em cada região.  
○ Por exemplo, a maioria das         
hiperplasias ​surge na ​zona       
de transição​, enquanto a       
maioria dos ​carcinomas ​é       
originada na​ zona periférica​. 
 
HISTOLOGIA 
● A próstata é composta por         
glândulas ​revestidas por duas       
camadas de células: uma ​camada         
basal de epitélio cubóide ​baixa         
coberta por uma ​camada de         
células secretoras colunares​. 
 
● Em muitas áreas existem pequenas         
dobras papilares do epitélio.  
● Essas glândulas são separadas por         
um estroma fibromuscular     
abundante.  
● Os ​andrógenos testiculares     
controlam o crescimento e a         
sobrevida das células prostáticas. 
● A ​castração ​provoca atrofia da         
próstata causada por apoptose       
difusa. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
O câncer de próstata está junto ao câncer               
colorretal em termos de mortalidade por           
câncer, e causou 9% das mortes por             
câncer nos Estados Unidos em 2012.  
Há uma probabilidade de que um em ​seis               
homens seja diagnosticado com câncer de           
próstata ao longo de sua vida.  
● Esses dados demonstram uma       
grande variedade de     
comportamentos clínicos, desde     
cânceres letais, muito agressivos,       
até cânceres insignificantes,     
descobertos incidentalmente. 
Larissa Moitinho 
 
 
O câncer de próstata é tipicamente uma             
doença de homens com mais de ​50 anos               
de idade, faixa etária em que é bastante               
comum.  
Com base nos estudos de autópsia, sua             
incidência aumenta de 20% em homens na             
faixa dos 50 anos​, para aproximadamente           
70% em homens entre 70 ​e ​80 anos ​de                 
idade.  
● O câncer prostático é raro em           
asiáticos e ocorre mais       
frequentemente entre negros.  
● OBS: Além dos fatores hereditários,         
o ambiente desempenha um papel         
importante, como evidenciado pela       
elevação da incidência da doença         
em japoneses imigrantes para os         
Estados Unidos, embora não tão         
próxima do nível de americanos         
nativos.  
○ Além disso, à medida que a           
dieta na Ásia tem se tornado           
ocidentalizada, a incidência     
de câncer de próstata       
clinicamente significativo   
nessa região do mundo       
parece estar aumentando.  
○ Ainda não está claro se isso é             
decorrente de fatores     
dietéticos ou de outras       
alterações do estilo de vida. 
 
ETIOFISIOPATOLOGIA 
Os andrógenos desempenham um papel         
importante no câncer de próstata.  
Como seus equivalentes normais, o         
crescimento e a sobrevida das células do             
câncer de próstata dependem de         
andrógenos​, que se ligam ao ​receptor           
androgênico (RA) e induzem a expressão           
de genes pró-crescimento e       
pró-sobrevida.  
● A importância dos andrógenos na         
manutenção do crescimento e       
sobrevida das células do câncer de           
próstata pode ser observada no         
efeito terapêutico da castração ou         
do ​tratamento com     
antiandrogênicos, ​que geralmente     
induzem regressão da doença.  
● Infelizmente, a maioria dos tumores         
eventualmente se torna resistente       
ao bloqueio androgênico.  
● Os tumores escapam por uma         
variedade de mecanismos​,     
incluindo uma ​hipersensibilidade     
em níveis baixos de andrógeno (p.           
ex., amplificação do gene de RA),           
ativações de RA independente de         
ligante ​(p. ex., via ligações variantes           
que bloqueiam o domínio de ligação           
do ligante), ​mutações em RA que           
permitem sua ativação por ligantes         
não androgênicos​, e outras       
mutações ou alterações     
epigenéticas que ​ativam as vias de           
sinalização alternativas​, que podem       
evitar completamente a     
necessidade de RA.  
● Entre essas últimas estão as         
alterações que levam a um         
aumento da ativação da via de           
sinalização ​PI3K/AKT (tal como a         
perda do gene supressor de tumor           
PTEN​), que é observada mais         
Larissa Moitinho 
 
frequentemente em tumores que       
se tornaram resistentes à terapia         
antiandrogênica. 
Outros trabalhos focalizam o papel de           
mutações adquiridas e alterações       
epigenéticas específicas para o tumor.  
● Uma mudança genética estrutural       
muito comum no câncer de         
próstata são os ​rearranjos       
cromossômicos ​que justapõem a       
sequência de codificação do gene         
de um fator de transcrição da           
família ​ETS ​(mais comumente ​ERG         
ou ​ETV1​) próximo ao promotor         
TMPRSS2 ​regulado por androgênio. 
Em contraste com câncer de mama e de               
cólon, os esforços recentes de         
sequenciamento do genoma completo têm         
demonstrado que as ​deleções ​e         
amplificações genômicas são mais       
comuns no câncer da próstata do que             
mutações pontuais envolvendo     
oncogenes.  
● Alterações genéticas mais comuns       
no câncer da próstata incluem         
amplificação do ​locus 8q24       
contendo o ​oncogene MYC e         
deleções envolvendo o ​supressor       
tumoral PTEN​. 
 
MORFOLOGIA 
Quando os termos “câncer de próstata”           
ou “adenocarcinoma prostático” são       
usados sem qualificações, eles se         
referem à variante comum ou acinar do             
câncer de próstata.  
Em aproximadamente 70% dos casos, o           
carcinoma da próstata surge na zona           
periférica da glândula, classicamente em         
uma localização posterior, ​onde pode ser           
palpável ao exame retal​. 
Caracteristicamente, no corte     
transversal da próstata, o tecido         
neoplásico é granuloso e firme, mas,           
quando incrustado no interior da         
substância prostática, sua visualização       
pode ser extremamente difícil, sendo         
mais facilmente aparente à palpação. 
 
 
 
 
 
Larissa Moitinho 
 
FATORES DE RISCO 
O câncer da próstata é tratado por             
cirurgia​, ​radioterapia ​e ​manipulações       
hormonais​.  
● Mais de 90% dos pacientes que           
recebem essas terapias podem       
esperar viver por mais de 15 anos.  
Atualmente, o tratamento mais comum         
para câncer de próstata clinicamente         
localizado é a ​prostatectomia radical​. 
● O prognóstico após a       
prostatectomia radical é baseado       
no estágio patológico, estado das         
margens e grau de Gleason. 
Tratamentos alternativos para o câncer         
de próstata localizado consistem em         
radioterapia com feixe externo ou         
radioterapia intersticial​, sendo que a         
última consiste na colocação de         
“sementes” radioativas em toda a         
próstata (​braquiterapia​). 
O ​carcinoma avançado metastático é         
tratado por terapia de privação         
androgênica.  
● A privação de androgênio pode ser           
obtida através da orquiectomia ou         
pela administração de agonistas       
sintéticos de hormônio liberador do         
hormônio luteinizante (LHRH), que       
suprime o LHRH normal, obtendo,         
como efeito, uma orquiectomia       
farmacológica. 
○ Embora a terapia     
antiandrogênica induza à     
remissão,eventualmente os     
tumores desenvolvem   
resistência à retirada de       
testosterona, um efeito que é         
um prenúncio de progressão       
da doença e morte. 
SINAIS E SINTOMAS 
O câncer prostático localizado é         
assintomático, e geralmente é descoberto         
pela detecção de um nódulo suspeito ao             
exame retal ou pela elevação do nível             
sérico de PSA (ver adiante).  
A maioria dos cânceres prostáticos surge           
perifericamente e longe da uretra, e           
portanto sintomas urinários ocorrem       
tardiamente.  
● Pacientes com câncer de próstata         
clinicamente avançado podem     
apresentar sintomas urinários,     
como ​dificuldade em iniciar ou         
interromper a micção​, ​disúria​,       
frequência ​ou ​hematúria​. 
 
DIAGNÓSTICO 
● O ​exame retal digital pode detectar           
alguns carcinomas prostáticos     
precoces devido a sua localização         
posterior, mas o exame sofre tanto           
de ​baixa sensibilidade ​quanto de         
baixa especificidade​.  
● Da mesma forma, enquanto a         
ultrassonografia transretal e     
outras modalidades de imagem       
mostram achados característicos     
naqueles com próstatas     
cancerosas, as baixas sensibilidade       
e especificidade desses métodos       
também limitam a sua utilidade         
diagnóstica. 
● Tipicamente, uma ​biópsia por       
agulha transretal ​é necessária para         
confirmar o diagnóstico. 
● A ​medição dos níveis séricos de           
PSA é amplamente usada para         
auxiliar no diagnóstico e       
tratamento do câncer de próstata. 
Larissa Moitinho 
 
 
PSA 
O ​PSA ​é um produto do epitélio             
prostático e é secretado normalmente         
no sêmen.  
● É uma serino-protease regulada       
por andrógeno cuja função é         
clivar e liquefazer o coágulo         
seminal formado após a       
ejaculação. 
Em homens normais, apenas       
quantidades mínimas de PSA circulam         
no soro.  
● Níveis sanguíneos elevados de       
PSA ocorrem em associação ao         
câncer localizado, assim como       
avançado. 
OBS ​: No entanto, como rastreamento         
de câncer de próstata, o uso de PSA               
continua a ser controverso, dado que           
carece de sensibilidade e       
especificidade. 
OBS ​: É importante ressaltar que o PSA             
é específico do órgão, mas não           
específico do câncer. 
OBS ​:Embora os níveis séricos de PSA           
estejam elevados em menor extensão         
na HPB que nos carcinomas         
prostáticos, existe uma sobreposição       
considerável. 
OBS ​:Outros fatores como prostatite,       
infarto de hiperplasias nodulares,       
instrumentação da próstata e       
ejaculação também aumentam os       
níveis séricos de PSA. 
 
Na maioria dos laboratórios, um nível           
sérico de ​4 ng/mL ​é classificado como             
o ponto de corte entre o normal e               
anormal;  
● No entanto, este ponto de corte           
pode ser muito alto, porque 20%           
a 40% dos pacientes com         
câncer de próstata confinado ao         
órgão têm um valor de PSA de 4               
ng/mL ou menos, que não é           
detectado por esse simples       
rastreamento.  
Assim, algumas orientações     
consideram anormais os valores de PSA           
acima de 2,5 ng/mL ​. 
 
Por faixa de idade: 
2,5 ng/mL  Homens de 40 a 49 
anos 
3,5 ng/mL  Homens de 50 a 59 
anos 
4,5 ng/mL  Homens de 60 a 69 
anos 
6,5 ng/mL  Homens de 70 a 79 
anos 
 
 
● Além do antígeno prostático       
específico, surgiram outros     
genes e proteínas que podem         
servir como biomarcadores     
do câncer de próstata. 
○ PCA3​. 
ESTADIAMENTO  
 
 
 
TRATAMENTO 
O câncer da próstata é tratado por             
cirurgia​, ​radioterapia ​e ​manipulações       
hormonais​.  
● Mais de 90% dos pacientes que           
recebem essas terapias podem       
esperar viver por mais de 15 anos.  
Atualmente, o tratamento mais comum         
para câncer de próstata clinicamente         
localizado é a ​prostatectomia radical​. 
● O prognóstico após a       
prostatectomia radical é baseado       
Larissa Moitinho 
 
no estágio patológico, estado das         
margens e grau de Gleason. 
Tratamentos alternativos para o câncer         
de próstata localizado consistem em         
radioterapia com feixe externo ou         
radioterapia intersticial​, sendo que a         
última consiste na colocação de         
“sementes” radioativas em toda a         
próstata (​braquiterapia​). 
O ​carcinoma avançado metastático é         
tratado por terapia de privação         
androgênica.  
● A privação de androgênio pode ser           
obtida através da orquiectomia ou         
pela administração de agonistas       
sintéticos de hormônio liberador do         
hormônio luteinizante (LHRH), que       
suprime o LHRH normal, obtendo,         
como efeito, uma orquiectomia       
farmacológica. 
○ Embora a terapia     
antiandrogênica induza à     
remissão, eventualmente os     
tumores desenvolvem   
resistência à retirada de       
testosterona, um efeito que é         
um prenúncio de progressão       
da doença e morte. 
 
METÁSTASE 
Se a doença se disseminou, o local mais               
provável são os ​linfonodos​, e, em seguida,             
os ​ossos​.  
● Com menos frequência se espalha         
para o ​fígado ​ou outros órgãos. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
Estimativa 2020: ​incidência de câncer no           
Brasil / Instituto Nacional de Câncer. José             
Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro :                 
INCA, 2019. 120 p. : il. color. 
 
KUMAR, V., ABBAS, A.K., FAUSTO, N.,           
ASTER, J.C. Robbins & Cotran ​Patologia​:           
Bases Patológicas das Doenças.       
Elsevier,Rio de Janeiro, 2010. 1458p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Larissa Moitinho 
 
 
LEUCEMIA 
 
Os 4 tipos principais de leucemia são: 
Leucemia Mieloide Aguda (LMA) 
Leucemia Mieloide Crônica (LMC) 
Leucemia Linfocítica Aguda (LLA)  
Leucemia Linfocítica Crônica (CLL) 
 
 
Leucemia Mieloide Aguda (LMA) 
 
A leucemia mieloide aguda (LMA) é uma             
neoplasia maligna hematológica     
frequentemente letal, com idade mediana         
por ocasião de sua apresentação de mais             
de 60 anos. 
● A LMA está sendo cada vez mais             
diagnosticada em indivíduos que       
sobrevivem a outros cânceres e         
que foram previamente expostos a         
quimioterapia e radioterapia.  
○ Os agentes alquilantes​,     
como o ​melfalano e o         
clorambucil​, podem levar ao       
desenvolvimento de LMA,     
com tempo médio de início         
de 5 a 10 anos, e a             
anormalidades associadas   
nos cromossomos 5 e 7. 
○ Os ​inibidores da     
topoisomerase​, como   
etoposídeo e ​antraciclinas​,     
também podem causar LMA,       
com tempo médio de início         
de 2 a 3 anos. 
Esses casos de LMA frequentemente         
estão associados a translocações       
cromossômicas equilibradas em 11q23 e         
envolvem alterações da proteína da         
leucemia de linhagem mista (LLM).  
● A ​síndrome mielodisplásica e os         
distúrbios mieloproliferativos​,   
como a policitemia vera e a           
mielofibrose, também podem     
evoluir para a LMA.  
● As leucemias “secundárias” que       
derivam de tratamento prévio ou de           
outras doenças mielóides     
apresentam desfechos   
significativamente ​mais graves do       
que os casos de novo de LMA.  
● O risco de leucemia é 20 vezes             
maior em pacientes com síndrome         
de Down. 
As mutações comuns com valor         
prognóstico na LMA incluem a ​mutação           
de duplicação interna em série (ITD) de             
FLT3 ​e a mutação ​NPM1 ​(nucleofosmina).  
● A mutação ​FLT3-ITD​, identificada       
em aproximadamente 25% dos       
pacientes, leva à produção de um           
receptor de tirosina quinaseFLT3         
constitutivamente ativo anormal na       
superfície das células leucêmicas.  
● Isso, por sua vez, leva à proliferação             
descontrolada de blastos     
indiferenciados e a uma maior         
propensão à recidiva e a resultados           
insatisfatórios.  
Por outro lado, a mutação ​NPM1 ​está             
associada a um prognóstico ​melhor         
quando presente como lesão isolada e           
acomete maior proporção de pacientes         
com LMA.  
● Essa mutação leva ao sequestro         
aberrante de proteínas de       
nucleofosmina alteradas no     
Larissa Moitinho 
 
citoplasma e à ruptura do ciclo           
celular regulação das células       
malignas. 
➔ Os casos de LMA são, em sua             
maioria, idiopáticos. 
➔ A LMA pode surgir em         
consequência de quimioterapia     
ou radioterapia administradas     
anteriormente, ou de processos       
mielodisplásicos/mieloproliferati
vos subjacentes. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
O Instituto Nacional de Câncer (INCA)           
estima que para cada ano do triênio             
2020/2022, sejam diagnosticados no       
Brasil ​5.920 casos novos de leucemia em             
homens e ​4.890​ em mulheres.  
● Esses valores correspondem a um         
risco estimado de 5,67 casos novos           
a cada 100 mil homens e 4,56 casos               
novos para cada 100 mil mulheres. 
 
A leucemia mieloide aguda é um dos tipos               
mais comuns de leucemia em adultos.           
Ainda assim, de forma geral, é bastante             
rara, representando cerca de ​1% de todos             
os cânceres. 
 
A leucemia mieloide aguda afeta         
principalmente adultos mais velhos, sendo         
rara antes dos 45 anos​.  
● A idade média de um paciente com             
leucemia mieloide aguda é de 68           
anos, mas também pode ocorrer         
em crianças. 
A leucemia mieloide aguda é ligeiramente           
mais frequente entre homens do que entre             
as mulheres, mas o risco médio durante a               
vida em ambos os sexos é de             
aproximadamente ​1%. 
 
ETIOFISIOPATOLOGIA 
A leucemia aguda é uma doença ​clonal             
derivada de ​células-tronco leucêmicas​.  
● As mutações do DNA tornam as           
células precursoras mieloides     
incapazes de sofrer diferenciação e         
maturação normais e promovem       
uma ​proliferação descontrolada​,     
levando ao fenótipo leucêmico       
agudo. 
● Os mieloblastos proliferam nos       
compartimentos da medula óssea,       
resultando em insuficiência     
hematopoiética e citopenias     
progressivas.  
● Quando os mieloblastos se       
expandem para fora da medula         
óssea, pode ocorrer ​leucocitose       
periférica grave​, levando a       
sequelas adicionais, como     
leucostase ​e lise tumoral       
significativa.  
○ OBS: ​Leucostase é     
diagnosticada quando   
plugues de células brancas       
são vistos na     
microvasculatura. 
● Raramente, tumores sólidos     
extravasculares, conhecidos como     
cloromas ou sarcomas     
granulocíticos, podem surgir em       
tecidos. 
 
FATORES DE RISCO 
● Idade: ​pode ocorrer em qualquer         
idade, mas é mais comum à medida             
que as pessoas envelhecem. 
Larissa Moitinho 
 
● É mais comum em ​homens do que             
em mulheres, mas a razão disso é             
desconhecida. 
● Tabagismo: as substâncias     
causadoras de câncer no fumo do           
tabaco são absorvidas pelos       
pulmões e se espalham através da           
corrente sanguínea para muitas       
partes do corpo. 
● Exposição a produtos químicos. 
● Medicamentos quimioterápicos. 
● Exposição às radiações. 
● Síndromes hereditárias: por     
exemplo, síndrome de Down,       
anemia de Fanconi, síndrome de         
Bloom, ataxia-telangiectásica,   
síndrome de Blackfan-Diamond,     
síndrome de   
Schwachman-Diamond, síndrome   
de Li-Fraumeni, neurofibromatose     
tipo 1, neutropenia congênita grave         
(síndrome de Kostmann) e trissomia         
8. 
● Histórico familiar. 
● Doenças do sangue: pacientes       
com doenças crônicas     
mieloproliferativas, como   
policitemia vera, trombocitopenia     
essencial e mielofibrose idiopática       
têm um risco aumentado de         
desenvolver leucemia mieloide     
aguda. 
 
SINAIS E SINTOMAS 
A LMA pode ser sutil na sua apresentação,               
e alguns pacientes exibem sintomas         
inespecíficos, como ​fadiga​, ​dispneia ​e         
sangramento​, durante vários dias a         
semanas. 
Citológicamente: 
● Classicamente, os ​mieloblastos     
exibem nucléolos distintos,     
cromatina fina, citoplasma escasso       
e grânulos azurófilos.  
● Os ​bastonetes de Auer       
característicos são formados por       
grânulos azurófilos dentro de       
lisossomos, embora sua presença       
não seja essencial para o         
diagnóstico. 
 
DIAGNÓSTICO 
O ​hemograma completo​, o ​exame do           
esfregaço de sangue periférico e o           
aspirado ​e biópsia de medula óssea são             
essenciais para estabelecer o diagnóstico         
de leucemia aguda. 
● A coloração histoquímica pode ser         
útil;  
○ Por exemplo, a leucemia       
monocítica aguda pode ser       
diferenciada com o uso de         
um corante de esterase       
inespecífico. 
● A imunofenotipagem por citometria       
de fluxo ajuda a estabelecer o           
diagnóstico definitivo e a       
diferenciar a LMA da leucemia         
linfoblástica aguda (LLA). 
○ Por exemplo, o ​CD33 ​é         
positivo em   
aproximadamente 75% dos     
pacientes com ​LMA​, o ​CD13 ​é           
positivo em cerca de 70% dos           
pacientes com LMA, e o ​CD14           
é positivo em mais de 50%           
dos subtipos monocítico e       
mielomonocítico.  
O sistema de classificação mais         
amplamente usado para a LMA é aquele             
Larissa Moitinho 
 
desenvolvido pela Organização Mundial da         
Saúde (OMS), que organiza essa neoplasia           
maligna de acordo com suas         
características morfológicas, cariotípicas     
e moleculares. 
➔ A ​anamnese ​e o ​exame ​podem           
revelar fadiga, dispnéia, palidez,       
petéquias, febre, sudorese noturna       
e, em certas ocasiões,       
esplenomegalia.  
◆ Podem-se observar lesões     
cutâneas, das gengivas e do         
sistema nervoso central     
(SNC), embora sejam mais       
frequentes nas variantes     
monocíticas. 
➔ Ao ​exame laboratorial, a contagem         
de leucócitos pode estar normal,         
elevada ou baixa. 
◆ A anemia e a         
trombocitopenia são   
frequentes.  
◆ O exame do esfregaço de         
sangue periférico é essencial       
e, com frequência, revela a         
presença de mieloblastos e       
outras células progenitoras     
imaturas e, em certas       
ocasiões, um quadro     
mielotísico. 
➔ A avaliação diagnóstica inclui       
aspirado ​e biópsia de medula         
óssea ​com citometria de fluxo,         
coloração histoquímica,   
citogenética e avaliação molecular       
(p. ex., tirosina quinase semelhante         
a fms [FLT3] e nucleofosmina         
[NPM1]). 
◆ Definição da LMA: > 20% de             
mieloblastos no sangue     
periférico ou na medula       
óssea. 
 
ESTADIAMENTO  
 
TRATAMENTO 
Tradicionalmente, o tratamento da LMA         
envolve ​quimioterapia de indução a         
remissão​, seguida de ​tratamento       
pós-remissão (consolidação)​.  
● A forma mais comumente usada de           
quimioterapia de indução é o         
denominado esquema “7 + 3”, que           
consiste em 3 dias de         
administração de uma antraciclina,       
como idarrubicina, 12 mg/m2/dia, e         
7 dias de citarabina por infusão, em             
uma dose que varia de 100-200           
mg/m2. 
Deve-se considerar o ​transplante de         
células-tronco alogênico na primeira       
remissão em pacientes com alto risco de             
recidiva, incluindo aqueles comLarissa Moitinho 
 
anormalidades citogenéticas complexas     
ou LMA secundária. 
OBS​: A maioria dos pacientes com LMA             
sofre recidiva, porém o tratamento ideal           
para a recidiva da doença não está             
definido. A LMA que sofre recidiva não é               
curável apenas com quimioterapia       
convencional; 
 
➔ A quimioterapia de indução com         
uma antraciclina e citarabina por         
infusão constitui a abordagem       
tradicional ao tratamento inicial       
da LMA. 
➔ A quimioterapia de consolidação       
com citarabina em altas doses         
após a obtenção da primeira         
remissão pode levar à cura em um             
subgrupo de pacientes com LMA         
de risco favorável ou       
intermediário. 
➔ O transplante de células-tronco       
alogênico é recomendado para       
pacientes com alto risco de         
recidiva ou para pacientes em         
segunda remissão completa. 
 
METÁSTASE 
Na maioria dos casos, a Leucemia           
Linfóide Aguda invade o sangue com           
razoável rapidez e pode se disseminar para             
outras partes do corpo, como os ​gânglios             
linfáticos​, ​fígado​, ​baço​, ​sistema nervoso         
central ​(cérebro e medula espinhal) e           
testículos ​nos homens. 
 
Leucemia Mieloiode Crônica (LMC) 
A leucemia mieloide crônica (LMC) é um             
distúrbio clonal das células-tronco       
hematopoiéticas que afeta todas as         
linhagens (​exceto os linfócitos T)​. 
● A causa da LMC não é conhecida. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
A LMC corresponde a aproximadamente         
15% a 20% de todas as leucemias, com               
incidência de um a dois casos em cada 100                 
mil indivíduos.  
Apresenta maior frequência em adultos,         
com faixa etária entre ​40 ​e ​60 anos​,               
principalmente do​ sexo masculino​.  
Entretanto, pode acometer indivíduos de         
todas as faixas etárias, com menos de 10%               
dos casos de pacientes com até 20 anos. 
 
ETIOFISIOPATOLOGIA 
A ​LMC ​foi um dos primeiros cânceres             
humanos associado a uma anormalidade         
cromossômica: a translocação 9;22 ou         
cromossomo Filadélfia​.  
● Essa translocação cria um novo         
gene de fusão, ​bcr-abl​, entre o           
gene abl no cromossomo 9 e o gene               
bcr no cromossomo 22. 
● O produto proteico do gene de           
fusão expressa uma ​tirosina       
quinase ativada.  
● A atividade quinase descontrolada       
do bcr-abl assume as funções         
normais da enzima ABL normal,         
causando ​proliferação celular     
desregulada e diminuição da       
apoptose. 
 
A doença caracteriza-se por uma fase           
estável, que pode ser clinicamente         
silenciosa e durar de 3 a 4 anos.  
● O ​acúmulo de lesão genética ​com           
o passar do tempo, particularmente         
Larissa Moitinho 
 
mutações em ​p53​, pode levar à           
aceleração da doença e a um           
predomínio de mieloblastos na       
medula óssea e no sangue         
periférico.  
● Quando ocorre aceleração da       
doença, a sobrevida média é de           
habitualmente menos de um ano.  
● O desenvolvimento da leucemia       
aguda pode ser de diferenciação         
linfóide, mieloide ou eritroide. 
 
FATORES DE RISCO 
● Exposição às radiações​:     
evidências em sobreviventes das       
bombas atômicas e acidentes de         
reatores nucleares são o ​único         
fator de risco ambiental conhecido         
para a leucemia mieloide crônica. 
● Idade​: em geral, o risco de           
leucemia mieloide crônica aumenta       
com a idade. 
● Gênero​: a doença é mais comum           
em homens do que em mulheres,           
mas a razão disso é desconhecida. 
Não existem outros fatores de risco           
comprovados para a doença: ​o risco de             
contrair a leucemia mieloide crônica não           
parece ser influenciado pelo tabagismo,         
dieta, exposição a produtos químicos ou           
infecções. 
 
SINAIS E SINTOMAS 
Os pacientes com LMC, particularmente na           
fase estável (< 5% de mieloblastos na             
medula óssea), são, em sua maioria,           
assintomáticos​.  
● Pode-se observar uma ​contagem       
elevada de leucócitos no exame         
físico de rotina.  
Os pacientes na ​fase acelerada ​(5 a 20%               
de blastos medulares) podem apresentar         
sudorese noturna​, ​adenopatia e       
esplenomegalia​.  
A ​crise blástica (> 20% de blastos na               
medula óssea ou no sangue periférico)           
tem apresentação semelhante à leucemia         
aguda. 
 
DIAGNÓSTICO 
Em LMC, o esfregaço de sangue e a               
medula óssea na LMC revelam quantidades           
abundantes de ​células em todos os           
estágios de maturação​. 
 
O diagnóstico definitivo pode ser         
estabelecido pela ​presença da       
translocação bcr-abl no sangue ​ou na           
medula óssea, determinada por PCR.  
● São observados cromossomos     
variantes em 5% dos pacientes,         
que não afetam o prognóstico. 
 
➔ A translocação ​bcr-abl positiva       
no sangue periférico ou na         
medula óssea é diagnóstica de         
LMC – não há necessidade de           
exame de medula óssea para o           
diagnóstico, mas pode ser útil         
para excluir um estágio mais         
avançado da doença. 
Larissa Moitinho 
 
➔ Fase crônica​: contagem elevada       
de leucócitos, frequentemente     
assintomática, < 5% blastos. 
➔ Fase acelerada​: pode ser       
sintomática, 5 a 20% de blastos. 
➔ Crise blástica: 70%     
manifestam-se como leucemia     
aguda mieloide, 30% como       
linfoide e semelhantes à leucemia         
aguda; o diagnóstico baseia-se       
em > 20% de blastos. 
 
TRATAMENTO 
O tratamento da LMC mudou         
drasticamente desde a aprovação do         
imatinibe​ no ano de 2002. 
● O imatinibe é um inibidor da           
tirosina quinase, que bloqueia a         
atividade quinase de bcr-abl e inibe           
a proliferação de progenitores com         
cromossomo Filadélfia positivo.  
A doença na fase crônica é tratada com               
imatinibe, em uma dose de 400 mg/dia.  
● Cerca de 95% dos pacientes na           
fase crônica tratados com       
imatinibe terão resposta     
hematológica completa, 87% irão       
apresentar resposta citogenética     
completa e 77%, resposta       
molecular significativa. 
Atualmente, o ​transplante de       
células-tronco alogênicas é reservado       
apenas para pacientes jovens (com menos           
de 30 anos de idade), para pacientes que               
não obtêm remissão molecular com         
imanitibe​, ​dasatinibe ou nilotinibe​, para         
aqueles que apresentam a mutação T315I           
(que são resistentes aos inibidores da           
tirosina quinase, em virtude do         
impedimento estérico da ligação do         
fármaco ao sítio de ligação de ATP da               
quinase) ou para pacientes na fase           
acelerada ou crônica. 
 
➔ Tratamento inicial com ​imatinibe​,       
em uma dose de 400 mg/dia.  
➔ Dasatinibe ​ou ​nilotinibe ​para       
pacientes que apresentam     
intolerância ou resistência ao       
imatinibe (esses fármacos     
também podem ser considerados       
como tratamento inicial). 
➔ Transplante de células-tronco     
alogênicas para pacientes com       
resistência aos inibidores da       
tirosina quinase​, com mutação       
T315I ou fase acelerada/crise       
blástica. 
➔ O ​ponatinibe​, um novo inibidor da           
abl quinase, foi planejado       
racionalmente para superar a       
resistência ao imatinibe e       
mostra-se efetivo em tumores       
que apresentam a mutação T315I. 
 
Leucemia Linfocítica Aguda (LLA)  
ETIOFISIOPATOLOGIA 
A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é uma             
neoplasia altamente agressiva de células         
hematopoiéticas de linhagem linfoide.  
● Acúmulos de linfoblastosT ou B           
anormais podem ser encontrados       
na medula óssea, no sangue         
periférico e em outros locais         
extramedulares.  
A ​LLA é predominantemente um câncer           
infantil​, e dois terços dos novos casos são               
Larissa Moitinho 
 
diagnosticados em indivíduos com menos         
de 15 anos.  
● A LLA era uniformemente fatal até           
1960; todavia, como resultado dos         
avanços na quimioterapia e       
cuidados de suporte, obtém-se       
atualmente uma cura em mais de           
80% das crianças. 
Em contrapartida, os adultos       
diagnosticados com LLA apresentam       
prognóstico global menos favorável.  
● Os fatores importantes na avaliação         
do prognóstico consistem ​na idade         
do paciente​, ​tipo de célula linfoide           
envolvida (células T vs. células B​) e             
presença de ​marcadores     
citogenéticos de alto risco​, como         
a translocação t(9;22) (BCR-ABL).  
 
O ​linfoma de Burkitt​, uma ​neoplasia           
maligna de células B maduras​, foi           
historicamente classificado como LLA-B,       
devido às suas características       
semelhantes à da leucemia de alto grau,             
porém é considerada uma entidade         
distinta da LLA de células B precursoras             
no que diz respeito ao diagnóstico e ao               
prognóstico. 
 
➔ A LLA é a neoplasia maligna mais             
comum da infância. 
➔ A LLA infantil tem prognóstico         
muito melhor do que a LLA do             
adulto. 
➔ Trata-se de uma neoplasia       
linfoide altamente agressiva com       
imunofenótipos de células B       
(80%) e de células T (20%). 
➔ Certas alterações citogenéticas,     
como a ​t(9;22)​, estão associadas         
a um prognóstico menos       
favorável, enquanto outras, como       
a t(12,21), estão associadas a         
resultados favoráveis. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
A leucemia responde por 32% das           
neoplasias malignas em crianças com         
menos de 15 anos de idade.  
● Dessas, a maioria consiste em LLA. 
● A incidência máxima em crianças é           
observada entre 2 e 5 anos de             
idade.  
As taxas de leucemia são         
significativamente mais altas em       
crianças brancas com incidência quase         
três vezes maior em comparação com a             
de crianças afro-americanas.  
● A LLA é quase 30% mais frequente             
no sexo masculino do que no           
feminino.  
De modo global, a incidência da LLA             
infantil aumentou nesses últimos 20         
anos, com uma taxa de 0,9% ao ano. 
● A LLA do adulto é menos comum,             
com aproximadamente mil novos       
casos diagnosticados por ano.  
Larissa Moitinho 
 
● A incidência da LLA diminui dos 15             
aos 50 anos de idade; em seguida,             
aparece um segundo aumento       
menor de novos casos.  
● Aparece um terceiro pico aos 80           
anos de idade.  
● O risco cumulativo de       
desenvolvimento de LLA ao longo         
da vida é de 0,13% ou           
aproximadamente 1 em 789 homens         
e mulheres. 
OBS: Vários relatos sugeriram que a           
exposição inadvertida à radiação in utero           
e o tratamento pós-natal com radiação de             
determinadas condições, como tínea do         
couro cabeludo e aumento do timo,           
aumentam o risco de LLA. 
● Evidências limitadas e/ou     
inconsistentes associam a LLA ao         
tabagismo parental, infecção,     
dieta, campos eletromagnéticos,     
hidrocarbonetos e, possivelmente,     
radiação administrada durante     
exames complementares, como     
tomografia computadorizada (TC). 
 
FATORES DE RISCO 
● Sexo masculino 
● Idade entre 2 e 5 anos 
● Raça branca 
● Nível socioeconômico (NSE) alto 
● Fatores hereditários (síndrome de       
Down, síndrome de Bloom, ataxia         
telangiectasia, neurofibromatose,   
síndrome de Klinefelter, síndrome       
de Shwachman e histiocitose de         
células de Langerhans) 
● A exposição à radiação e a           
substâncias químicas é     
controversa, mas pode aumentar o         
risco global de LLA, tanto in utero             
quanto durante a infância. 
● A probabilidade global de       
desenvolver LLA no transcorrer da         
vida de um indivíduo é de 0,13% ou 1                 
em 789. 
 
SINAIS E SINTOMAS 
As crianças com LLA podem apresentar           
uma evolução insidiosa ou exclusiva antes           
do diagnóstico, enquanto os adultos         
apresentam-se mais uniformemente com       
uma doença de início rápido.  
● Os sinais e sintomas físicos         
resultam da ​insuficiência medular       
em consequência da proliferação       
de células leucêmicas. 
Os pacientes comumente apresentam       
sinais e sintomas de ​anemia​, como           
palidez​, ​fadiga​, ​letargia ​e, em adultos,           
angina cardíaca​.  
● A ​trombocitopenia​, outro sinal       
comum, manifesta-se na forma de         
equimoses ​de ocorrência fácil,       
sangramento ​e ​petéquias​.  
● A produção deficiente de       
neutrófilos normais predispõe os       
pacientes a ​infecções​, como       
pneumonia, infecções dentárias e       
sinusite. 
● A expansão das células leucêmicas         
dentro da medula óssea pode         
resultar em ​dor óssea e, em           
crianças pequenas, em recusa para         
deambular. 
● O depósito extramedular leva ao         
desenvolvimento de   
linfadenopatia​, 
hepatoesplenomegalia com   
Larissa Moitinho 
 
hipersensibilidade do abdome à       
palpação e aumento dos testículos. 
● Enquanto o comprometimento do       
sistema nervoso central (SNC) leva         
à ocorrência de ​cefaleias​, ​náuseas​,         
vômitos ​e ​paralisia de nervos         
cranianos. 
● Uma massa mediastinal, que pode         
ser observada na LLA de células T,             
pode provocar desconforto     
torácico, falta de ar, dispneia aos           
esforços e síndrome da veia cava           
superior. 
 
 
TRATAMENTO 
A ​quimioterapia ​constitui a base do           
tratamento da LLA.  
O esquema de tratamento depende do           
imunofenótipo e da categoria de risco           
clínico e molecular. 
● Nos protocolos-padrão, as crianças       
com LLA alcançam uma remissão         
em 98% dos casos, com sobrevida           
de pelo menos 5 anos a partir do               
diagnóstico em 80% desses       
pacientes. 
● Por outro lado, aproximadamente       
85% dos adultos obtêm uma RC,           
com duração mediana da remissão         
de 15 meses e taxa de cura final de                 
apenas 25 a 40%. 
A LLA de células B maduras não responde               
de modo satisfatório à quimioterapia         
tradicionalmente usada para a LLA de           
células precursoras.  
● Entretanto, foram obtidas taxas de         
sobrevida livre de eventos (SLE)         
que ultrapassam 90% com       
tratamentos planejados para o       
linfoma de Burkitt, que dão ênfase           
à ​ciclofosfamida ​e à ​rápida         
rotação de antimetabólitos em       
altas doses. 
● Essa estratégia difere dos       
tratamentos da LLA de células         
precursoras, que envolvem     
módulos sequenciais de indução       
da remissão, intensificação,     
profilaxia do SNC​ e ​manutenção. 
○ A ​indução da remissão tem         
por objetivo restaurar a       
normalidade das contagens     
hematológicas e aparência da       
medula óssea, reduzir a       
porcentagem de blastos para       
< 5% e eliminar a doença           
extramedular. 
○ A ​intensificação ​tem por       
objetivo eliminar a leucemia       
residual, prevenir a recidiva e         
reduzir a possível emergência       
de células resistentes a       
fármacos. 
○ A ​terapia de manutenção       
preserva a remissão. 
Larissa Moitinho 
 
Os ​cuidados de suporte incluem a           
administração de fatores de crescimento         
dos leucócitos, antibióticos para       
profilaxia e tratamento das infecções,transfusões de hemoderivados e       
tratamento dos distúrbios eletrolíticos. 
 
DIAGNÓSTICO 
A classificação da Organização Mundial da           
Saúde (OMS) descreve três entidades         
distintas de LLA: 
● A ​LLA-B ​com anormalidades       
genéticas recorrentes​. 
● A ​LLA-B sem outra especificação 
(citogeneticamente normal)​. 
● E a​ LLA-T.  
Para classificar uma neoplasia maligna         
hematológica como LLA, é preciso haver           
envolvimento de pelo menos ​25% dos           
linfoblastos precursores condicionados     
para a linhagem de células B ou de células                 
T presentes na medula óssea e no sangue               
periférico. 
A avaliação diagnóstica consiste em         
exames de sangue​, ​exames de imagem​,           
aspiração ​e ​biópsia de medula óssea e             
punção lombar (PL)​. 
● O hemograma completo e o         
esfregaço de sangue periférico       
podem revelar ​leucocitose com       
linfoblastos​, com redução das       
contagens hematológicas normais. 
 
 
 
Leucemia Linfocítica Crônica (CLL) 
 
ETIOFISIOPATOLOGIA 
A leucemia linfocítica crônica (LLC) é uma             
doença neoplásica, caracterizada pelo       
acúmulo de linfócitos monoclonais no         
sangue​, na medula óssea e nos tecidos             
linfoides.  
● Esses linfócitos consistem em       
pequenas células B de aspecto         
maduro, que tipicamente     
expressam ​CD19​, ​CD5 ​e ​CD23​.  
● Em geral, trata-se de uma doença           
de pessoas ​idosas​, e o prognóstico           
varia amplamente, desde alguns       
anos a muitos anos; todavia, a LLC             
não é considerada curável fora do           
contexto do transplante de medula         
óssea.  
● Algumas vezes, essas células       
neoplásicas predominam em     
linfonodos, levando à classificação       
da doença como linfoma.  
Larissa Moitinho 
 
● Por esse motivo, a OMS, em 2008,             
definiu essa neoplasia como       
leucemia linfocítica   
crônica/linfoma linfocítico de     
pequenas células ​(LLC/LLPC)​. 
 
 
 
EPIDEMIOLOGIA 
A LLC é a forma mais comum de leucemia                 
entre adultos nas sociedades ocidentais e           
responde por 30% de todas as leucemias. 
● Nos EUA, as estimativas em 2012           
eram de 16.060 novos casos ou 4,2             
por 100 mil indivíduos e 4.580           
mortes.  
● A razão entre homens e mulheres é             
de aproximadamente 3:2.  
● A LLC compreende 1% de todos os             
cânceres e é uma doença de           
adultos idosos com ​idade mediana         
de 72 anos​; apenas 10% dos           
pacientes têm < 50 anos.  
A doença tende a ocorrer em famílias.             
Quando vários membros de uma família           
apresentam LLC, pode-se identificar um         
clone detectável de células da LLC por             
citometria de fluxo em 13,5% dos           
parentes de primeiro grau       
aparentemente sadios de pacientes       
portadores de LLC.  
Além disso, entre indivíduos normais com           
> 40 anos de idade, pode-se identificar             
um clone de células B compatível com             
LLC por meio de citometria de fluxo             
multiparamétrica em 3,5% dos indivíduos. 
● Não se sabe ao certo se esses               
indivíduos irão progredir para uma         
doença clinicamente significativa.  
● A LLC é incomum na Ásia. 
 
FATORES DE RISCO 
Existem poucos fatores de risco         
conhecidos para a leucemia linfoide         
crônica: 
● Idade: O risco de leucemia linfoide           
crônica aumenta com a idade. 90%           
dos pacientes com leucemia       
linfoide crônica têm mais de 50           
anos. 
● Exposição a produtos químicos:       
Existe a suspeita que a exposição a             
longo prazo a alguns pesticidas         
possa estar ligada a um maior risco             
de leucemia linfoide crônica.  
○ A exposição ao radônio em         
residências também tem sido       
associada a um risco       
aumentado de leucemia     
linfoide crônica. 
● Histórico familiar: Parentes de       
primeiro grau de pacientes com         
leucemia linfoide crônica têm um         
risco dobrado para desenvolver       
esse tipo de câncer. 
● Gênero: Em geral, o risco de           
leucemia linfoide crônica é maior         
em homens do que em mulheres,           
mas a razão disso é desconhecida.  
Larissa Moitinho 
 
● Etnia​: A leucemia linfoide crônica é           
mais comum na América do Norte e             
na Europa do que na Ásia, o que               
pode estar relacionado às       
diferenças genéticas ao invés de         
fatores ambientais, porque as       
pessoas mantêm o mesmo risco,         
mesmo quando se deslocam de         
uma região para outra. 
Fatores ambientais, como exposição à         
irradiação, luz solar, toxinas químicas ou           
vírus, não estão associados a uma           
incidência aumentada da doença. 
 
SINAIS E SINTOMAS 
A maioria dos pacientes com LLC           
apresenta sintomas leves de ​fadiga ​ou           
mal-estar​.  
● Mais de 25% dos casos são           
assintomáticos​, com linfocitose     
incidental no sangue, e quase 80%           
dos pacientes têm ​linfadenopatia       
indolor​. 
Em certas ocasiões, os pacientes irão           
apresentar doença avançada com ​febre,         
sudorese, perda de peso, anemia,         
trombocitopenia ​ou ​infecções     
recorrentes​.  
OBS: Embora a tomografia       
computadorizada (TC) não constitua parte         
da avaliação de rotina da LLC, ela pode               
demonstrar, em certas ocasiões, a         
presença de linfadenopatia maciça não         
identificada. 
 
DIAGNÓSTICO 
Os critérios diagnósticos para a LLC           
evoluíram com o passar do tempo, e, na               
atualidade, a maioria dos médicos segue           
os critérios delineados em 2008 pela           
Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo             
International Workshop on Chronic       
Lymphocytic Leukemia (IWCLL). 
● Em consequência, o diagnóstico         
de LLC exige uma linfocitose de >             
5.000/μL, com linfócitos que       
consistem em células B (positivas         
para CD19, CD20 e CD23) e exibem o               
marcador CD5 de células T         
aberrantemente expresso. 
É comum efetuar a seguinte avaliação em             
pacientes com LLC: 
● Anamnese e exame físico (sintomas         
B, linfadenopatia, esplenomegalia); 
● Hemograma completo com     
contagem diferencial, contagem de       
reticulócitos, teste de Coombs e         
desidrogenase láctica (LDH); 
● Bioquímica de rotina, ácido úrico,         
provas de função hepática,       
incluindo albumina, e globulina; 
● Deve-se efetuar a sorologia para         
hepatite B se houver probabilidade         
de tratamento com rituximabe; 
● Eletroforese das proteínas séricas; 
● Microglobulina-β2; 
● Citometria de fluxo do sangue: CD5,           
CD10, CD19, CD20, CD23, CD38,         
ciclidina D1; 
● Os ensaios clínicos podem solicitar         
análise mutacional de ZAP-70 e         
IgVH; 
● Biópsia de linfonodos: painel       
imuno-histoquímico:CD3, CD5,   
CD10, CD20, CCD1; 
● Biópsia de medula óssea com         
citogenética e análise FISH:       
del(11q), trissomia do 12, del(13q),         
del(17p). Considerar a análise de         
FISH para t(11;14) nos casos de           
Larissa Moitinho 
 
suspeita de linfoma de células do           
manto. 
OBS: Convém assinalar que o exame           
físico e o exame do sangue periférico são               
habitualmente adequados para a       
avaliação inicial de pacientes       
assintomáticos, e a biópsia de medula           
óssea é, em geral, adiada até que o               
tratamento seja iminente ou quando         
indicado para estabelecer a base         
fisiopatológica da anemia ou da         
trombocitopenia. 
 
TRATAMENTO 
A indicação para o tratamento de um             
paciente com LLC baseia-se na         
emergência desintomas causados pela         
massa tumoral (dor, comprometimento de         
órgãos ou sintomas constitucionais) ou no 
desenvolvimento de anemia e/ou       
trombocitopenia. 
● É importante investigar os       
mecanismos de qualquer citopenia.  
● O desenvolvimento de citopenia       
autoimune não influencia a       
sobrevida global, e, em geral, essas           
citopenias autoimunes podem ser       
controladas por meio de terapia         
imunossupressora com   
glicocorticoides ou rituximabe ou,       
em alguns casos, por       
esplenectomia. 
● Se a expansão das células da LLC             
na medula óssea constituir a causa           
da citopenia, indica-se tratamento       
direcionado para controlar o tumor,         
visto que o paciente não irá           
melhorar significativamente sem     
esse tipo de tratamento, e esse           
estágio avançado representa     
ameaça à sobrevida. 
 
LÂMINAS  
 
 
Larissa Moitinho 
 
 
 
 
 
 
Na ​medula óssea normal​, as células das três               
linhagens hemopoéticas estão mescladas a         
células adiposas.  
As ​leucemias mielóides se caracterizam já em             
baixo aumento pela ​alta celularidade da medula ​,             
com ​desaparecimento dos adipócitos​.  
● Na ​leucemia mielóide aguda (LMA) o           
aspecto é monótono, sendo as células           
neoplásicas constituídas praticamente     
só de blastos mielóides​. Há obliteração           
das linhagens hemopoéticas normais.   
● Na ​leucemia mielóide crônica (LMC) o           
aspecto é ​polimórfico​, com células         
imaturas e maduras das linhagens         
granulocítica e megacariocítica     
(micromegacariócitos), sendo a série       
vermelha escassa.  
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
Estimativa 2020: ​incidência de câncer no           
Brasil / Instituto Nacional de Câncer. José             
Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro :                 
INCA, 2019. 120 p. : il. color. 
CHABNER, Bruce A.; LONGO, Dan L.           
Manual de Oncologia de Harrison​. 2 ed.             
Porto Alegre: AMGH. 874p. 2015. 
Larissa Moitinho 
 
 
câncer COLORRETAL 
 
Câncer Cólon 
 
EPIDEMIOLOGIA 
Para o Brasil, estimam-se, para cada ano             
do triênio de 2020-2022, 20.520 casos ​de             
câncer de cólon e reto em ​homens ​e               
20.470​ em ​mulheres​.  
● Esses valores correspondem a um         
risco estimado de ​19,63 casos         
novos a cada 100 mil homens e             
19,03 para cada 100 mil mulheres​. 
Sem considerar os tumores de pele não             
melanoma, o câncer de cólon e reto em               
homens é o segundo mais incidente nas             
Regiões Sudeste (28,62/100 mil) e         
Centro-Oeste (15,40/100 mil).  
● Na Região Sul (25,11/100 mil), é           
terceiro tumor mais frequente.  
● Enquanto nas Regiões Nordeste       
(8,91/100 mil) e Norte (5,27/100 mil),           
ocupa a quarta posição.  
Para as mulheres, é o segundo mais             
frequente nas Regiões Sudeste (26,18/100         
mil) e Sul (23,65/100 mil). Nas Regiões             
Centro-Oeste (15,24/100 mil), Nordeste       
(10,79/100 mil) e Norte (6,48/100 mil) é o               
terceiro mais incidente. 
  
 
ETIOFISIOPATOLOGIA 
O ​CCR ​ocorre mais frequentemente como           
uma transformação nos pólipos       
adenomatosos.  
● Cerca de 80% dos casos são           
esporádicos, e 20% têm um         
componente hereditário.  
Os fatores predisponentes incluem colite         
ulcerativa crônica e colite de Crohn; o             
risco de câncer aumenta       
proporcionalmente à duração dessas       
doenças. 
 
Pacientes em populações com alta         
incidência de câncer colorretal ingerem         
dietas pobres em fibras que são ricas em               
proteína animal, gordura e carboidratos         
refinados. Os carcinógenos podem ser         
ingeridos na dieta, mas é mais provável             
que sejam produzidos por ação bacteriana           
sobre substâncias da dieta ou secreções           
biliares ou intestinais. O mecanismo exato           
é desconhecido. 
 
O CCR dissemina-se por extensão direta           
pela parede abdominal, metástase       
hematogênica, metástase para linfonodos       
regionais e invasão perineural. 
 
FATORES DE RISCO 
Larissa Moitinho 
 
A grande maioria dos cânceres         
colorretais é de ocorrência ​esporádica ​e           
não familiar.  
Os estudos epidemiológicos realizados       
demonstram risco aumentado de câncer         
colorretal nas seguintes     
condições/características: 
● A história familiar de câncer         
colorretal está associada a risco         
aumentado de desenvolvimento de       
câncer colorretal.  
○ Se um parente de primeiro         
grau teve câncer colorretal, o         
risco aumenta em 1,7 vez. 
● Sociedades ocidentais/urbanizadas 
● Dieta rica em carne vermelha ou           
processada. 
● Aumento da flora anaeróbia       
intestinal. 
● Diabetes melito/resistência à     
insulina: o risco de câncer de colo             
pode ser 30% maior em indivíduos           
diabéticos, em comparação com       
não diabéticos. 
● Doença inflamatória intestinal. 
Observa-se uma incidência aumentada na         
doença de Crohn e na colite ulcerativa,             
associada à gravidade, extensão e         
duração da doença que acomete o colo.  
● O risco de câncer de colo na colite               
ulcerativa é de aproximadamente       
10% com duração de 10 anos, de             
20% com de 20 anos e > 35% com                 
duração de 30 anos.  
● A colectomia total elimina o risco           
de câncer de colo. 
● Tabagismo. 
● Consumo de álcool. 
● Ureterossigmoidostomia 
● Bacteremia por Streptococcus     
bovis. 
● Irradiação pélvica anterior. 
 
SINAIS E SINTOMAS 
Aproximadamente ​50% dos cânceres de         
colo estão localizados no lado direito do             
colo ​o que difere daquilo observado há 50               
anos, quando a maioria dos tumores era             
encontrada do lado esquerdo.  
● A razão dessa mudança não é           
conhecida. 
Os sintomas de apresentação ​dependem           
da localização do tumor​.  
● A ocorrência de ​obstrução​,       
perfuração​, alterações no ​aspecto       
das fezes e ​hematoquesia ​é mais           
comum nos tumores do ​lado         
esquerdo​.  
● A ​anemia ferropriva é mais comum           
com tumores do ​lado direito​. 
 
DIAGNÓSTICO 
Os cânceres colorretais originam-se, em         
sua maioria, de pólipos adenomatosos.  
● A progressão de pequenos pólipos         
para pólipos adenomatosos,     
pólipos maiores, pólipos     
displásicos e, por fim, câncer         
ocorre no decurso de um período de             
pelo menos 10 anos.  
Os ​adenomas vilosos têm maior taxa de             
progressão para o câncer de colo do que               
os pólipos tubulares​ ou ​hiperplásicos​.  
● Essa progressão deve-se a uma         
série de mutações adquiridas,       
conforme delineado no trabalho de         
Bert Vogelstein.  
● Em geral, acredita-se que apenas         
1% dos pólipos irá progredir através           
Larissa Moitinho 
 
dessa sequência até o       
desenvolvimento de um câncer. 
● Essa progressão deve-se a uma         
série de mutações adquiridas e,         
com frequência, é designada como         
modelo de Vogelgram​, em       
homenagem a Bert Vogelstein, que         
inicialmente descreveu esses     
eventos.  
O propósito do rastreamento é detectar           
pólipos antes que eles se transformem           
em câncer.  
● As diretrizes para rastreamento       
levam em consideração a       
eficiência​, a ​sensibilidade​, a       
especificidade​, o ​custo ​e a         
morbidade ​do teste. 
  
É evidente que a ​colonoscopia ​é um meio               
mais efetivo de detectar qualquer pólipo           
no colo.  
● Qualquer diagnóstico de pólipo na         
sigmoidoscopia deve levar a um         
exame completo por colonoscopia.

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