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Mobilidade urbana sustentável

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
DISCIPLINA: ESTRADAS E TRANSPORTES 
PROF: FABRÍCIO FREITAS 
 
Mobilidade Urbana Sustentável. 
Autor: Msc. Fabrício Barbosa Freitas1 
 
 O acelerado crescimento das cidades, em geral de maneira não 
planejada, trazendo sérios problemas de infra-estrutura e de ocupação do solo 
urbano – sobretudo para a população de menor poder aquisitivo – acabou 
influenciando de maneira altamente negativa o sistema de mobilidade nas 
cidades, tendo impactos diretos na qualidade de vida da população. 
 Mas o que vem a ser mobilidade urbana? E por que dessa mobilidade 
ser sustentável? Quais os conceitos de sustentabilidade capaz de nos ajudar a 
entender esse termo? São esses questionamentos que iremos analisar de 
agora em diante. 
Como resultado do deslocamento de pessoas e bens entre si e com a 
própria cidade tem-se o conceito de mobilidade urbana. Mas esse conceito não 
se resume só a isso; a necessidade das pessoas de se deslocarem dentro do 
meio urbano para conseguirem realizar determinadas atividades, também cria o 
termo que chamamos de mobilidade urbana. 
 Segundo a cartilha de mobilidade urbana desenvolvida pelo Instituto 
Pólis com parceria do Ministério das Cidades, o termo vai além de ser um 
conjunto de serviços e meios ou modos de deslocamento de pessoas ou bens. 
É, antes de tudo, o resultado de deslocamento de pessoas e bens com a 
cidade, ou seja, é se pensar como os usos e ocupação do solo se organizam e 
a melhor maneira de garantir com que as pessoas tenham acesso aos bens 
que a cidade proporciona, e não somente aos meios de transporte e ao 
trânsito. 
 As pessoas podem se deslocar pela cidade de vários modos: a pé, de 
bicicleta, automóvel, ônibus, mas a relação desses meios de transporte com a 
 
1
 Arquiteto e Urbanista – Universidade Gama Filho. Professor e Coordenador do Curso de 
Arquitetura e Urbanismo – Universidade Estácio de Sá. Unidade Praça XI. 
 
tatianacle
Realce
cidade, seus sistema viário e a localização de equipamentos urbanos como 
praças, escolas, hospitais, de emprego e moradia, é que compreende a 
mobilidade urbana. 
 A mobilidade urbana engloba fatores que vão desde econômicos até os 
de inclusão social, uma vez que a falta de mobilidade acaba gerando 
problemas para grande parcela dos moradores das cidades, sobretudo para 
aqueles que precisam se locomover todos os dias. 
 
“As precárias condições de mobilidade se colocam 
como obstáculo à superação da pobreza e da exclusão 
social para cerca de 45% da população brasileira, que 
tem renda inferior a 3 salários mínimos.” (ITRANS, 
2004)2 
 
 
 Alguns fatores podem ser relacionados diretamente com a mobilidade 
urbana, interferindo sobre a movimentação das pessoas pela cidade além do 
modo com que elas se locomovem. 
 Um desses fatores está relacionado com a idade: crianças em idade 
escolar têm um desejo de deslocamento diferente dos adultos, que por sua 
vez, tem um deslocamento diferente dos idosos. Outro elemento relevante está 
relacionado com a renda, visto que uma família de baixa renda dispõe seu 
pouco recurso para pagar um transporte coletivo, e por outro lado, uma família 
de classe média/alta utiliza predominantemente transporte individual. O terceiro 
fator que interfere na mobilidade das pessoas pela cidade é a escolaridade, 
pois a medida que as pessoas têm mais escolaridade, normalmente fazem 
mais atividades fora de casa, se deslocando mais. Finalmente o gênero 
também acaba sendo um fator de relacionamento com a mobilidade, pois numa 
sociedade com divisões de tarefas entre gêneros, os homens acabam se 
locomovendo mais do que as mulheres (esse fator vem sendo modificado com 
o passar do tempo). 
 Um conjunto de diretrizes e princípios foi desenvolvido para que as 
ações públicas de mobilidade urbana juntamente com as reivindicações da 
população nesse âmbito possam ser orientadas. Trata-se da política de 
 
2
 Retirado do site da Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte S.A – BHTRANS. 
mobilidade urbana, que visa pensar e propor como será o deslocamento de 
pessoas e bens pela cidade. 
 Essa política tem como principais princípios a acessibilidade urbana 
como direito universal; a garantia de acesso dos cidadãos aos transportes 
públicos; a eficiência e eficácia na prestação dos serviços de transporte 
coletivo; transparência e participação social no planejamento, controle e 
avaliação dos serviços de transporte e da política de mobilidade urbana; justa 
distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do uso de diferentes modos de 
transporte urbano; equidade na utilização dos espaços públicos de circulação, 
vias e logradouros e a contribuição ao desenvolvimento sustentável da cidade. 
 Esse nosso último princípio – de contribuição ao desenvolvimento 
sustentável – nos faz pensar como uma política de mobilidade urbana pode 
contribuir para um desenvolvimento sustentável? E afinal, o que vem a ser 
essa maneira de desenvolvimento? 
 O desenvolvimento sustentável pode ser entendido como um resumo de 
vários outros conceitos que se comprometem entre si, tendo sido formulados 
no processo de desenvolvimento do pós-guerra. Dentre esses conceitos 
fundamentais temos o desenvolvimento, que é o crescimento das riquezas e a 
sua distribuição de forma mais justa; a necessidade, as questões de 
necessidade variam no tempo e no espaço, sendo difícil precisar o que será 
necessário para as próximas gerações; a preservação da natureza, pois a 
capacidade de regeneração da natureza passe a ser limitada visto o 
crescimento econômico e populacional dos paises, dentro dos patrões 
tecnológicos da atualidade; e, por fim, a transmissão de riquezas, já que as 
gerações atuais tendem a deixar para seus herdeiros o atual padrão de riqueza 
e valores, acumulado durante séculos de civilização. 
 Alem desses quatro conceitos que norteiam as questões de 
desenvolvimento sustentável, o conceito utilizado no pela Comissão Mundial 
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento elaborado em 1987, vem a ser o 
mais utilizado, e diz que o desenvolvimento sustentável é aquele que atende as 
necessidades atuais sem comprometer a possibilidade das gerações futuras 
atenderem as suas próprias necessidades. 
 Entretanto, é difícil afirmar que o desenvolvimento sustentável de um 
país possa ser alcançado em tão pouco tempo, nem mesmo o grau de 
desenvolvimento sustentável de um país pode ser avaliado. Isso faz com que 
esse termo passa a ser algo ainda em construção, uma busca pautada em 
políticas, programas e planos de desenvolvimento marcado por uma 
sustentabilidade restrita em um determinado tempo e espaço, podendo 
contribuir no processo à longo prazo. 
 Apesar de aparentar dualidade, é indubitável que o conceito de 
desenvolvimento sustentável ganhou grande força no cenário mundial, 
tornando-se ponto de apoio para diversas políticas de desenvolvimento local, 
nacional e internacional, tornando inclusive peça chave para a política de 
mobilidade urbana. 
 Os princípios de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade 
acabaram gerando um conceito de mobilidade urbana sustentável, que por sua 
vez acabou gerando uma política nacional de mobilidade urbana sustentável, 
que objetiva promover a inclusão social da população de baixa renda no 
sistema público de transporte urbano, a melhoria na qualidade e efetividade 
dos serviços de transporte público e da circulação urbana e o financiamento 
permanente da infraestrutura de transporte urbano, integradas com a Política 
de Desenvolvimento Urbano. 
 O conceito de mobilidade urbana sustentável tem como prioridade os 
pedestres, ciclistas, passageiros de transportes coletivos, pessoas portadoras 
de necessidades especiais e idosos, priorizando também o espaço urbano de 
circulação. 
Dentre as diretrizesdo plano de desenvolvimento urbano sustentável 
podemos destacar: promover o barateamento das tarifas de transporte coletivo, 
de forma a contribuir para o acesso dos mais pobres e para a distribuição de 
renda; promover e apoiar a implementação de sistemas cicloviários seguros, 
priorizando os sistemas integrados à rede de transporte público; promover e 
apoiar a melhoria da acessibilidade das pessoas com deficiência, restrição de 
mobilidade e idosos, considerando-se o princípio de acesso universal à cidade; 
incentivar e difundir medidas de moderação de tráfego e de uso sustentável e 
racional do transporte motorizado individual; promover e viabilizar a associação 
e coordenação entre a política nacional de mobilidade sustentável e de 
transporte e trânsito em consonância com as políticas de promoção 
habitacional, desenvolvimento urbano, meio ambiente e saneamento ambiental 
em especial as de drenagem de águas pluviais e resíduos sólidos; promover 
políticas de mobilidade urbana e valorização do transporte coletivo e não 
motorizado, no sentido de contribuir com a reabilitação das áreas urbanas 
centrais; promover o desenvolvimento do transporte público, com vistas à 
melhoria da qualidade e eficiência dos serviços e, por fim, promover e 
incentivar a utilização de combustíveis alternativos e menos poluentes. 
 Através dessas diretrizes e dos conceitos vistos acima, podemos 
concluir o significado do termo mobilidade urbana sustentável, que vem a ser o 
deslocamento de pessoas pela cidade com a consciência e responsabilidade 
de garantir e preservar para as gerações futuras o mesmo direito e 
necessidades atuais. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
FERRAZ, Antônio C. P. & TORRES, Isaac G. E. Transporte Público Urbano. 
São Carlos: RIMA, 2004. 
INSTITUTO PÓLIS. Cartilha de Mobilidade Urbana. 
Plano Diretor Participativo: Guia de Elaboração dos Municípios e Cidadãos. 
Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana – SeMob. 
Desenvolvimento do Guia PlanMob para orientação aos órgãos gestores 
municipais na elaboração dos Planos Diretores de Transporte e da Mobilidade. 
Brasília, 2007. 
Site visitado: www.bhtrans.pbh.gov.br