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Anamnese e Exame Físico - Sistema Respiratório


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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 
 
 
 
 
 
ANAMNESE: 
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: 
- Meta principal da anamnese 
- Convém anotar as principais ocorrências durante 
as pausas que o paciente ou acompanhante der 
durante o relato 
IDENTIFICAÇÃO: 
- Coleta-se informações relacionadas com: 
IDADE: 
- Existem malformações congênitas ligadas ao 
sistema respiratório ou com repercussão sobre ele 
Exemplos: 
 Atresia do esôfago 
 Fístulas que condicionam o aparecimento 
de pneumonias aspirativas 
 Cistos pulmonares congênitos 
 Pneumotórax 
 Pneumomediastino 
 Agenesia lobar congênita 
SEXO: 
- Muitas doenças que afetam o pulmão têm 
predomínio em alguns gêneros, como: 
 Doenças pulmonares parenquimatosas 
difusas associadas às doenças do tecido 
conjuntivo (lúpus, artrite reumatoide) e 
sarcoidose são mais comuns em mulheres 
 A linfagioleiomiomatose (esporádica ou 
associada à esclerose tuberosa) ocorre 
exclusivamente em mulheres 
 Os homens possuem mais riscos para o 
desenvolvimento de pneumoconioses 
 Como o tabagismo é mais frequente em 
homens, doenças relacionadas ao tabaco 
são mais frequentes nos homens 
 A tuberculose, a criptococose e a 
paracoccidioidomicose são mais frequentes 
em homens 
 A predominância da paracoccidioidomicose 
nos homens é explicada pela ação do 
hormônio feminino, 17-13-estradiol, que 
toma o fungo incapaz de transformar-se em 
levedura, pré-requisito essencial para 
indução a doença (a proporção é de 10 a 
15:1, em contraste com a taxa de infecção 
determinada por teste cutâneo 
(paracoccidioidina) que é igual em ambos 
os sexos) 
COR DA PELE: 
- A tuberculose e a sarcoidose predominam entre 
os negros 
- As colagenoses são mais comuns entre os 
caucasianos 
PROCEDÊNCIA, PROFISSÃO E 
OCUPAÇÃO: 
- Fazer um levantamento da ocupação atual e das 
anteriores, tendo importância saber com qual 
material o paciente lida, se exerce atividade ao ar 
livre ou em ambiente fechado 
- Em regiões de garimpo, em que se utilizam 
escavações, surgem com frequência casos de 
silicose 
- Deve-se indagar se o paciente tem conhecimento 
de sintomas ou doença semelhante entre seus 
familiares ou colegas de trabalho 
ANTECEDENTES PESSOAIS E 
FAMILIARES: 
- Infecções pulmonares graves e extensas na 
infância ou juventude podem reduzir as reservas 
respiratórias devido a proliferação de tecido 
cicatricial (fibrose pulmonar) 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 
 
- Indivíduos com passado alérgico, eczema, 
desidrose, dermatite seborreica e conjuntivite 
primaveril podem vir a apresentar rinite alérgica, 
bronquite, asma e edema angioneurótico 
- O uso de corticoides, imunodepressores e 
antibióticos prescritos indiscriminadamente e em 
doses elevadas faz suspeitar da existência de 
agentes oportunistas 
DOENÇAS PREEXISTENTES, MEDICAÇÃO 
EM USO E IMUNIZAÇÕES: 
- Se as doenças preexistentes tiverem relação com 
a doença atual, produzem um contexto clínico que 
torna possível associar uma à outra 
- Os medicamentos em uso devem ser anotados 
pela possibilidade de a doença atual do indivíduo 
ser consequência de efeitos colaterais ou de 
pneumopatia induzida por fármaco 
HÁBITOS DE VIDA: 
- O tabagismo tem relação direta com a bronquite, 
asma, enfisema e carcinoma brônquico 
- O etilismo é um fator importante na eclosão de 
algumas pneumonias, como as causadas pela 
Klebsiella 
- Superdose de heroína provoca edema pulmonar 
INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO: 
- Necessária para esclarecer se é uma doença 
primitivamente pulmonar ou se o pulmão está 
funcionando como espelho de uma doença geral 
SINAIS E SINTOMAS: 
- Principais sinais e sintomas das afecções do 
aparelho respiratório: 
 Dor torácica 
 Tosse 
 Expectoração 
 Hemoptise 
 Vômica 
 Dispneia 
 Sibilância 
 Rouquidão 
 Cornagem 
DOR TORÁCICA: 
- Quando o paciente descreve bem uma dor ela 
contrinui com uma importante informação 
diagnóstica 
- As pleurites ou pleurisias são importantes causas 
de dor torácica. Geralmente, a dor vem 
acompanhada de tosse seca de timbre alto. Pode 
ocorrer febre e surgir dispneia. A dor costuma ser 
aguda, intensa e em pontada (dor pleurítica). O 
paciente a localiza com precisão e facilidade. Sua 
área é pequena, bem delimitada, e ela não se 
irradia. A dor aumenta com a tosse, o que faz o 
paciente reprimi-la, o mesmo acontecendo com os 
movimentos do tórax. Nem sempre o decúbito 
sobre o lado da dor proporciona alívio. Em muitos 
casos de pleurite, quando a dor desaparece, surge 
a dispneia; isso significa que o derrame se instalou 
- Nas pleurites diafragmáticas, o paciente adota 
uma posição antálgica (semissentado), 
comprimindo o hemitórax oposto com uma das 
mãos 
- Nas pleurisias diafragmáticas periféricas, a dor se 
reflete na área dos nervos intercostais mais 
próximos, enquanto a dor das pleurisias 
diafragmáticas centrais o faz no território inervado 
pelo frênico (pontos frênicos), na linha paraesternal 
- A dor no pneumotórax espontâneo benigno dos 
jovens é súbita, aguda e intensa. O paciente quase 
sempre a compara a uma punhalada. Acompanha-
se de dispneia, de maior ou menor intensidade, 
dependendo da pressão na cavidade pleural. Não 
há queixa de febre. 
- A sensação dolorosa provocada pelas viroses 
respiratórias o paciente queixa-se de dor difusa, 
como um desconforto, quase sempre de 
localização retroesternal, que se exacerba com a 
tosse, que é seca 
TOSSE: 
- Mais significativo e frequente sintoma respiratório 
- É uma inspiração rápida e profunda, seguida de 
fechamento da glote, contração dos músculos 
expiratórios (principalmente diafragma), 
terminando com uma expiração forçada, após 
abertura subida da glote 
- Resulta da estimulação dos receptores da 
mucosa das vidas respiratórias 
 
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- Os estímulos podem ser de natureza inflamatória 
(hiperemia, edema, secreções e ulcerações), 
mecânica (poeira, corpo estranho, aumento ou 
diminuição da pressão pleural como ocorre nos 
derrames e nas atelectasias), química (gases 
irritantes) e térmica (frio ou calor excessivo) 
- Sua investigação clínica inclui as seguintes 
características: frequência, intensidade, tonalidade, 
existência ou não de expectoração, relações com o 
decúbito, período do dia em que é maior sua 
intensidade 
Tosse produtiva  acompanhada de secreção, 
não deve ser combatida 
Tosse seca  é inútil, causa apenas irritação das 
vias respiratórias 
Tosse quintosa  surge em acessos, 
principalmente de madrugada, com intervalos 
curtos, acompanhada de vômitos e sensação de 
asfixia 
Tosse síncope  após crise intensa resulta em 
perda de consciência 
Tosse bitonal  deve-se a paresia ou paralisia de 
uma das cordas vocais, pode significar 
comprometimento do nervo laríngeo inferior 
Tosse rouca  própria da laringite crônica, comum 
em tabagistas 
Tosse reprimida  aquela que o paciente evita, 
devido a dor torácica ou abdominal que ela 
provoca 
EXPECTORAÇÃO: 
- Na maioria das vezes é uma consequência da 
tosse 
- As características semiológicas da expectoração 
compreendem o volume, a cor, o odor, a 
transparência e a consistência 
- A expectoração do edema pulmonar agudo é bem 
característica, tendo aspecto seroso, rico em 
espuma. Ocasionalmente apresenta coloração 
rósea 
- A expectoração do asmático é mucoide, com alta 
viscosidade, aderindo às paredes do recipiente que 
a contém, lembrando a clara de ovo; ela marca o 
término da crise asmática. Nestes casos, às vezes, 
encontram-se pequenas formações sólidas, 
brancas e arredondadas, justificando a expressão 
"escarro perolado': dos asmáticos 
- Nas formas iniciais de bronquite, a expectoração 
é mucoide 
- O paciente portador de DPOC tipo "magro" (PP = 
pinker puffer) quase não expectora, em oposição 
ao "gordo" (BB = blue bloater), que o faz quase 
constantemente 
HEMOPTISE:- É a eliminação de sangue pela boca, passando 
através da glote 
- Podem ser devidas a hemorragias brônquicas ou 
alveolares 
 Nas de origem brônquica, o mecanismo é a 
ruptura de vasos previamente sãos, como 
ocorre no carcinoma brônquico, ou de 
vasos anormais, dilatados, neoformados, 
como sucede nas bronquiectasias e na 
tuberculose 
 Nas de origem alveolar, a causa é a ruptura 
de capilares ou transudação de sangue, 
sem que haja solução de continuidade no 
endotélio 
DISPNEIA: 
- É a dificuldade para respirar, podendo o paciente 
ter ou não consciência desse estado 
Subjetiva  quando só for percebida pelo 
paciente. Nem sempre é admitida pelo paciente 
Objetiva  quando acompanhada de 
manifestações que a evidenciam ao exame físico. 
Nem sempre é confirmada pelos médicos 
- Pode ser acompanhada de taquipineia ou 
hiperpneia (amplitude aumentada) 
Ortopneia  dispneia que impede o paciente de 
ficar deitado 
Trepopneia  dispneia que aparece em 
determinado decúbito latetal, como acontece nos 
pacientes com derrame pleural que se deitam 
sobre o lado são 
 
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SIBILÂNCIA: 
- Ruído percebido predominantemente na fase 
expiratória, quase sempre acompanhado de 
dispneia 
- O paciente se refere a ele como chieira ou chiado 
- Seu timbre é elevado e o tom é musical, podendo 
ser comparado ao miado de um gato 
- É frequentemente referida durante o período 
noturno quando o paciente se encontra no leito 
- O chiado resulta da redução do calibre da árvore 
brônquica, devida principalmente a espasmo. 
Dependendo de seu grau, pode ser o prenúncio da 
crise asmática ou a própria crise. Na infância 
costuma aparecer durante um resfriado 
ROUQUIDÃO OU DISFONIA: 
- Mudança do timbre da voz 
- Quando for aguda, de curta duração, não tem 
maior significado, ocorrendo com frequência nas 
laringites virais comuns 
- Difteria, mononucleose infecciosa e neurite 
diabética podem também causar disfonia 
CORNAGEM: 
- É a dificuldade inspiratória por redução do calibre 
das vias respiratórias superiores 
- Se manifesta por um ruído e tiragem 
- O paciente, para facilitar a entrada do ar, desloca 
a cabeça para trás, em extensão forçada 
- As causas mais comuns são a laringite, a difteria, 
o edema da glote e os corpos estranhos 
EXAME FÍSICO: 
INSPEÇÃO: 
INSPEÇÃO ESTÁTICA: 
- Examina-se a forma do tórax e suas anomalias 
congênitas ou adquiridas, localizadas ou difusas, 
simétricas ou não 
TIPOS DE TÓRAX: 
Normal: 
 
Tórax chato ou plano  a parede anterior perde 
sua convexidade normal, havendo redução do 
diâmetro anteroposterior, a musculatura é pouco 
desenvolvida, por isso as omoplatas estão mais 
baixas, afastando-se do tórax, caracterizando o 
chamado tórax alado. Este tipo de tórax é próprio 
dos indivíduos longilíneo. Encontrado em 
portadores de doença pulmonar crônica 
Tórax em tonel ou globoso  aumento exagerado 
do diâmetro anterioposterior, maior 
horizontalização dos arcos costais e abaulamento 
da coluna dorsal, o que torna o tórax mais curto. É 
observado nos enfisemas do tipo PP (soprador 
rosado). No processo natural de envelhecimento, 
pode-se verificar o esboço desse tórax 
 
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Tórax infundibuliforme  depressão na parte 
inferior do esterno e região epigástrica. 
Deformidade congênita 
 
Tórax cariniforme  o esterno é proeminente e as 
costelas horizontalizadas, gerando um tórax 
semelhante ao das aves (tórax de pombo). Pode 
ser congênito ou adquirido (devido a raquitismo na 
infância) 
 
Tórax cônico ou em sino  tem sua parte inferior 
muito alargada, lembrando um sino. Encontrado 
nas hepatoesplenomegalias e ascites volumosas 
Tórax cifótico  curvatura da coluna dorsal 
formando uma gibosidade. Pode ser de origem 
congênita ou resultar de postura defeituosa. 
Também a tuberculose óssea (mal de Pott), a 
osteomielite ou as neoplasias podem ser 
responsáveis por essa deformidade 
 
Tórax cifoescoliótico  além da cifose apresenta 
um desvio da coluna para o laso. As formas leves 
são comuns e desprovidas de significado 
patológico 
 
INSPEÇÃO DINÂMICA: 
- Observam-se os movimentos respiratórios, suas 
características e alterações 
- Tipo respiratório  se a respiração é torácica 
(posição ortostática) ou diafragmática (em 
decúbito) 
- Frequência  contar em 60s 
Idade FR 
RN 40-45 ipm 
Lactentes (até 1 ano e 
meio) 
25-35 ipm 
Idade pré-escolar (até 5 
anos) 
20-35 ipm 
Idade escolar (a partir 
de 6 anos) 
18-35 ipm 
Adulto 16-20 ipm 
- Tiragem intercostal  quando há algum 
obstáculo impedindo a respiração normal. Ocorre 
nas regiões intraxilares ou no músculo 
eternocleidomastoideo. Pode ser uni ou bilateral 
dependendo de onde se encontra a obstrução 
 
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 Bilateral  obstrução acima do nível da 
traqueia 
 Unilateral  obstrução abaixo do nível da 
traqueia 
- Na pele observa-se a coloração (destacando a 
cianose e a palidez) e o grau de hidratação, e 
também se há lesões elementares sólidas 
- As mamas devem ser examinadas pela inspeção 
e palpação e comparadas quanto ao volume, 
posição do mamilo e existência de nódulos 
- Ritmo respiratório  normalmente a inspiração 
dura quase o mesmo tempo que a expiração, 
sucedendo-se os dois movimentos com a mesma 
amplitude, intercalados por uma leve pausa 
 Respiração de Cheyne-Stokes  suas 
casuas mais frequentes são a insuficiência 
cardíaca, hipertensão intracraniana, AVC e 
os traumatismos cranioescefálicos. 
Caracteriza-se por uma fase de apneia 
seguida por incursões inspiratórias cada 
vez mais profundas até atingir um máximo 
e depois decrescer até uma nova pausa 
 
 Respiração de Biot  as causas são as 
mesmas da respiração de Cheyne-Stokes. 
No ritmo de Biot, a respiração possui 2 
fases. A 1ª, de apneia, seguida de 
movimentos inspiratórios e expiratórios 
anárquicos quanto ao ritmo e à amplitude. 
Quase sempre indica comprometimento 
cerebral 
 
 Respiração de Kussmaul  a principal 
causa é a acidose diabética. Constituída de 
4 fases: 
1. Inspirações ruidosas, gradativamente 
mais amplas, alternadas com 
inspirações rápidas e de pequena 
amplitude 
2. Apneia em inspiração 
3. Expirações ruidosas gradativamente 
mais profundas alternadas com 
inspirações rápidas e de pequena 
amplitude 
4. Apneia em expiração 
 
 Respiração suspirosa  o paciente executa 
uma série de movimentos inspiratórios de 
amplitude crescente seguidos de expiração 
breve e rápida. Algumas vezes, os 
movimentos respiratórios normais são 
interrompidos por suspiros isolados ou 
agrupados. Traduz uma tensão emocional e 
ansiedade 
 
PALPAÇÃO: 
- Torna possível que lesões superficiais sejam 
melhor examinadas quanto sua forma, volume e 
consistência 
- Avaliar sensibilidade superficial e profunda, dor 
provocada e espontânea ou qualquer manifestação 
dolorosa manifestada pelo paciente 
- Com o dorso da mão verifica-se a temperatura 
cutânea, comparando com o lado oposto, uma 
diferença pode denunciar comprometimento 
pleuropulmonar subjacente 
- Sudorese torácica unilateral faz parte da 
síndrome de Claude Bernard- Horner 
- Edema (sinal precoce de obstrução de veia cava 
superior) e enfisema subcutâneos (pneumotórax 
hipertensivo) são mais bem observados nas fossas 
supraclaviculares e espaços intercostais 
- O grupos ganglionares devem ser palpados 
cuidadosamente 
 
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EXPANSIBILIDADE: 
Dos ápices  pesquisada com as duas mãos 
espalmadas, de modo que as bordas internas 
toquem o pescoço, os polegares se apoiem na 
coluna vertebral e os demais dedos nas fossas 
supraclaviculares 
 
Das bases  apoiar os polegares nas linhas 
paravertebrais, enquanto os outros dedos 
recobrem os últimos arcos costais 
 
FRÊMITO TORACOVOCAL (FTV): 
- Vibrações das cordas vocaistransmitidas à 
parede torácica 
- São mais perceptíveis nos indivíduos de voz de 
tonalidade grave 
- Deve-se pedir para o paciente dizer palavras 
ricas em consoantes como “trinta e três” 
- A maneira correta de pesquisá-lo é colocar a mão 
direita espalmada sobre a superfície do tórax, 
comparando-se a intensidade das vibrações em 
regiões homólogas 
- É mais acentuado à direita e nas bases, e melhor 
sensação se obtém quando se coloca apenas a 
face palmar correspondente ao 2º, 3° e 4° 
quirodáctilos 
- Estando os brônquios obstruídos (atelectasias), 
embora haja condição de ressonância, o som não 
se propaga. Nesses casos, apesar de a afecção 
ser parenquimatosa, o FTV está diminuído 
 
PERCUSSÃO: 
- Deve ser realizada de cima para baixo, com o 
médico atrás e à esquerda do paciente 
- Percurte-se separadamente cada hemitórax 
- Depois, percurtir comparativa e simetricamente 
as várias regiões 
- A mão esquerda, com os dedos ligeiramente 
separados, deve apoiar-se suavemente sobre a 
parede, e o dedo médio, sobre o qual se percute, 
exerce apenas uma leve pressão sobre o tórax 
- Quatro tonalidades de som são obtidas: 
(1) Som claro pulmonar ou sonoridade pulmonar 
nas áreas de projeção dos pulmões 
(2) Som timpânico no espaço de Traube 
(3) Som submaciço na região inferior do esterno 
(4) Som maciço na região inframamária direita 
(macicez hepática) e na região precordial 
- Ao se percutir sob a concavidade do 
hemidiafragma direito, obtém-se um som maciço 
correspondente ao fígado. 
- À esquerda, em razão de o fundo do estômago 
estar próximo ao baço, a ausência de timpanismo 
é uma das primeiras manifestações das 
esplenomegalias, provocando o desaparecimento 
do espaço de Traube 
- A percussão do diafragma possibilita avaliar sua 
posição e seu grau de mobilidade 
 
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- A redução do calibre brônquico (estenose) causa 
dificuldade na circulação aérea, principalmente na 
fase expiratória, havendo, então, aprisionamento 
de ar na zona correspondente ao brônquio 
lesionado. A insuflação desta área, desde que seja 
relativamente grande, provoca hipersonoridade 
- Outras afecções parenquimatosas, por reduzirem 
a quantidade de ar nos alvéolos, também 
provocam macicez: 
 neoplasias periféricas 
 infarto pulmonar volumoso 
 pneumonias lobares 
 cavidades periféricas contendo líquido 
(cistos) 
- Em oposição às afecções que reduzem o 
conteúdo aéreo do pulmão, estão as que 
aumentam a quantidade de ar, provocando 
hipersonoridade e até mesmo timpanismo. É o que 
ocorre no enfisema, na crise de asma, nos cistos 
aéreos e nas cavernas insufladas 
- Nas assimetrias torácicas, devidas a cifoescoliose 
acentuada, surge hipersonoridade no hemitórax 
distendido, responsável pela respiração vicariante 
AUSCULTA: 
- Método semiológico básico no exame físico dos 
pulmões 
- Para sua realização é necessário o máximo de 
silêncio, posição cômoda do paciente e do médico 
- O examinador deve se colocar atrás do paciente, 
o paciente deve estar com o tórax despido, respirar 
pausada e profundamente, com a boca 
entreaberta, sem fazer ruído 
- Se inicia pela face posterior do tórax, passando 
para as faces laterais e anterior 
- Auscultam-se as regiões de maneira simétrica 
- Os sons pleuropulmonares podem ser 
classificadas como: 
 Sons normais: 
 Som traqueal  audível na região 
de projeção da traqueia, no pescoço 
e na região esternal. Origina-se na 
passagem do ar através da fenda 
glótica e na própria traqueia. O 
inspiratório é constituído de um 
ruído soproso, mais ou menos rude, 
após o qual há um intervalo 
silencioso que separa os dois 
componentes. O expiratório é um 
pouco mais forte e mais prolongado. 
 
 Som brônquico  som traqueal 
audível na zona de projeção de 
brônquios de maior calibre, na face 
anterior do tórax, nas proximidades 
do esterno. Se diferencia do som 
traqueal por ter o componente 
expiratório menos intenso. 
 Murmúrio vesicular  ruídos 
respiratórios ouvidos na maior parte 
do tórax, produzidos pela 
turbulência do ar circulante ao se 
chocar com as saliências das 
bifurcações brônquicas, ao passar 
por cavidades de tamanhos 
diferentes. O componente 
inspiratório é mais intenso, 
duradouro e de tonalidade mais alta 
em relação ao componente 
expiratório, que é mais fraco, de 
duração mais curta e de tonalidade 
mais baixa 
 
 Som broncovesicular  a 
intensidade e a duração da 
inspiração e da expiração têm igual 
intensidade e duração, ambas um 
 
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pouco mais fortes que no murmúrio 
vesicular, mas sem alcançar a 
intensidade de som brônquico 
 
 
 Sons anormais: 
 Descontínuos  estertores finos e 
grossos 
Os estertores são ruídos audíveis 
na inspiração ou na expiração, 
superpondo-se aos sons 
respiratórios normais. 
Os finos ou crepitantes 
 Contínuos  roncos, sibilos e 
estridor 
 Atrito pleural 
 Sons vocais: 
 Broncofonia  aumento da 
ressonância vocal (ocorre quando 
há condensação pulmonar 
inflamatória, neoplásica ou 
pericavitária) 
 Egofonia  é uma broncofonia de 
qualidade nasalada e metálica, 
coparada ao balido de cabra. 
Aparece na parte superior de 
derrames pleurais e pode ser 
observada na condensação 
pulmonar 
 Pectorilóquia fônica e afônica  
quando se ouve com nitidez a voz 
falada ou cochichada 
AUSCULTA DA VOZ: 
- Ausculta-se a voz nitidamente pronunciada e a 
voz cochichada 
- O paciente deve pronunciar as palavras 33 
enquanto o examinador percorre o tórax com o 
estetoscópio, comparando regiões homólogas 
- Os sons produzidos pela voz e ouvidos na parede 
torácica constituem a ressonância vocal 
- Em condições normais  tanto na voz falada 
quanto na cochichada, a ressonância vocal se 
constitui de sons incompreensíveis, ou seja, não se 
distinguem as sílabas que formam as palavras, 
pois o parênquima pulmonar normal absorve 
muitos componentes sonoros, mas quando está 
consolidado a transmissão é facilitada. 
- A ressonância vocal é mais intensa no ápice do 
pulmão direito, nas regiões interescápulo-vertebral 
direita e esternal superior, ou seja, exatamente nas 
mesmas áreas onde se ausculta respiração 
broncovesicular 
- Na ausculta da voz podem-se observar: 
• Ressonância vocal normal 
• Ressonância vocal diminuída 
 • Ressonância vocal aumentada: 
o Broncofonia- ausculta-se a voz sem 
nitidez 
o Pectorilóquia fônica- ausculta-se a voz 
nitidamente 
o Pectorilóquia afônica - ausculta-se a voz 
mesmo se cochichada.